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Boa leitura!
A produção de etanol no Brasil tem apresentado um crescimento significativo, impulsionado pela safra de cana-de-açúcar. De acordo com dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), até o dia 1º de setembro, a moagem de cana-de-açúcar na safra 2023/24 atingiu a marca de 406,64 milhões de toneladas, um aumento de 10,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

Em relação à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) teve uma leve queda de 0,57%, chegando a 137,24 kg/t. Já o mix de produção indica que 49,17% da cana-de-açúcar foi destinada à produção de açúcar, enquanto 50,83% foi destinada à produção de etanol. Essa proporção mostra um aumento no uso do açúcar como adoçante em relação ao biocombustível.

O mercado CBios também apresentou números expressivos, com a emissão de 22,18 milhões de créditos de descarbonização até o dia 8 de setembro. O Programa RenovaBio, que tem como objetivo incentivar a produção de biocombustíveis sustentáveis, já adquiriu 54,91 milhões de créditos, indicando um bom cumprimento das metas estabelecidas.

A safra canavieira 2022/23 é considerada uma das mais sustentáveis dos últimos anos, graças ao reaproveitamento de água e à colheita da cana-bruta sem queima. Essas práticas resultaram em uma redução de 52% no consumo de água pela indústria no estado de São Paulo. Além disso, o Programa Etanol Mais Verde, uma parceria entre usinas e fornecedores de cana-de-açúcar, juntamente com o governo do estado, conseguiu mitigar grandes quantidades de CO2 e poluentes atmosféricos, o que contribuiu para a diminuição do impacto ambiental gerado pela produção de biocombustíveis.

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Empresas do setor também investem em fontes de energia limpa. A empresa sucroenergética Cocal, por exemplo, iniciará as operações de sua primeira usina solar fotovoltaica no próximo mês. Esse projeto representa um investimento de R$ 10 milhões e terá capacidade média de produção de 3.500 MWh/ano. A Cocal planeja construir mais duas usinas solares no futuro, com um investimento de R$ 25 milhões cada.

Outra usina que obteve resultados positivos na safra 2022/23 foi a Usina Santa Fé, que registrou um lucro líquido de R$ 74,71 milhões, um aumento de 163,2% em relação à temporada anterior. A usina processou 4,16 milhões de toneladas de matéria-prima, destinando 52,4% para a produção de açúcar. Somente na segunda quinzena de agosto, foram produzidas 3,46 milhões de toneladas de açúcar, um aumento de 9,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

No cenário internacional, o Brasil tem se destacado como um grande exportador de açúcar. Em agosto, foram embarcadas 3,63 milhões de toneladas desse produto, um aumento de 23% em relação ao mesmo mês do ano passado. Essa quantidade gerou uma receita de US$ 1,78 bilhão, um aumento de 48,7% em comparação com 2022.

A expectativa é de que a safra 2023/24 seja recorde em termos de produção e exportação de açúcar, representando cerca de 50% do mercado internacional. Isso ocorre devido ao aumento da moagem de cana-de-açúcar, que deverá atingir 660 milhões de toneladas, um aumento de mais de 51 milhões de toneladas em relação à safra anterior. Além disso, a produção de açúcar na Índia, um dos principais produtores desse produto, deverá diminuir 14% devido a condições climáticas desfavoráveis, o que pode sustentar os preços no mercado internacional.

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No mercado interno, a produção de etanol também tem apresentado números expressivos. Na safra 2022/23, foram produzidos 19,10 bilhões de litros desse biocombustível, um aumento de 6,3% em relação ao ciclo anterior. Além disso, as vendas de biocombustível tiveram um aumento anual de 9,1%, totalizando 2,95 bilhões de litros no último mês.

Para impulsionar ainda mais a produção de biocombustíveis, um projeto de lei foi enviado ao Congresso Nacional, propondo o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina de 27% para 30%. Essa medida poderá impulsionar a produção de biocombustível em até 5%.

Na esfera internacional, foi lançada a Aliança Global para Biocombustíveis, visando promover o uso e a produção sustentável desses combustíveis em todo o mundo. A iniciativa conta com a participação de 19 países, incluindo o Brasil, os Estados Unidos e a Índia, e 12 organizações internacionais.

A Agência Internacional de Energia (AIE) também prevê uma mudança no consumo de combustíveis fósseis, com a demanda atingindo seu pico mais cedo do que o esperado. Essa mudança pode fortalecer ainda mais o mercado de biocombustíveis sustentáveis, que precisará triplicar sua produção até 2030 para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.

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Com a safra de cana-de-açúcar em alta e a demanda por biocombustíveis sustentáveis cada vez maior, o Brasil se consolida como uma potência nesse setor, contribuindo para a redução da dependência de combustíveis fósseis e promovendo um desenvolvimento mais sustentável.

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Na cana-de-açúcar, na safra 2023/24, a moagem já atingiu 406,64 milhões de toneladas até 1º de setembro, ante as 366,69 milhões de toneladas registradas no mesmo período do ano passado, representando um aumento de 10,9%. Os dados são da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica).

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Olhando para a qualidade da matéria-prima desde o início do ciclo atual, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis ​​(ATR) atingiu o valor de 137,24 kg/t (-0,57%). Na segunda quinzena de agosto a variação também foi negativa, em 0,21%, com valor registrado de 153,93 kg/t (154,26 kg/t em 22/23). Quanto ao mix de produção, a posição acumulada desde o início da colheita em abril é de 49,17% para o açúcar e 50,83% para o etanol, o adoçante continua ganhando participação em relação ao biocombustível. Somente na última quinzena de agosto, o mix foi de 50,73% para a primeira e 49,27% para a segunda.

O mercado CBios registrou até o dia 8 de setembro a emissão de 22,18 milhões de créditos de descarbonização em 2023. A parte obrigada do Programa RenovaBio adquiriu 54,91 milhões até a referida data, segundo dados da Bolsa de Valores Brasileira (B3). O prazo para cumprimento da meta de 2022 termina em 30 de setembro, e as retiradas realizadas já cobrem 94% das emissões estabelecidas, indicando que o cumprimento da obrigação com o Programa será consolidado.

A atual safra canavieira 2022/23 é considerada uma das mais sustentáveis ​​da última década. O reaproveitamento de água e a colheita da cana bruta, sem queima, resultaram na redução de 52% no consumo de água pela indústria no estado de São Paulo. Além disso, de acordo com o Programa Etanol Mais Verde – parceria entre usinas e fornecedores de cana-de-açúcar em colaboração com o governo do estado – foram mitigadas 12,2 milhões de toneladas de CO2 e 73,8 milhões de toneladas de outros poluentes atmosféricos desde o início da série histórica em 2010/11, o equivalente a 214 mil ônibus em circulação durante um ano inteiro.

A Cocal, empresa sucroenergética, iniciará as operações de sua primeira usina solar fotovoltaica no próximo mês. Esta será a terceira fonte de geração de energia da empresa, que já opera com bagaço de cana e biogás. O projeto envolveu um investimento de R$ 10 milhões e terá capacidade média de produção de 3.500 MWh/ano. A empresa planeja construir mais duas usinas solares no futuro, com investimentos de R$ 25 milhões cada.

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A Usina Santa Fé registrou seu melhor desempenho da história na safra 2022/23. A empresa teve lucro líquido de R$ 74,71 milhões, aumento de 163,2% em relação à temporada anterior (R$ 28,38 milhões). Na safra em questão, a usina processou 4,16 milhões de toneladas de matéria-prima, direcionando 52,4% para a produção de açúcar.

No açúcar, foram produzidas 3,46 milhões de toneladas somente na segunda quinzena de agosto, um aumento de 9,9% em relação ao volume registrado no mesmo período da temporada anterior (3,15 milhões de toneladas). Enquanto isso, na safra acumulada o aumento foi de 20,3%, totalizando 26,15 milhões de toneladas (ante 21,78 milhões de toneladas em 22/23). Os dados também são da Unica.

Do lado das exportações, o Brasil embarcou 3,63 milhões de toneladas de açúcar em agosto, um aumento de 23,0% em relação a agosto passado (2,95 milhões de toneladas), segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Esse volume resultou em receita de US$ 1,78 bilhão, 48,7% superior ao mesmo mês de 2022. O maior crescimento do lado da receita é resultado do aumento do preço médio do adoçante no mês, que fechou em US$ 490,09/ (21,0%). Em 2023, a agropecuária brasileira já vendeu 17,80 milhões de toneladas de açúcar ao exterior (14,6%) e arrecadou US$ 8,58 bilhões (40,0%).

A safra 2023/24 deverá representar um recorde de produção e exportação de açúcar, representando cerca de 50% do mercado internacional, segundo a consultoria Job Economia. Além disso, a moagem de cana-de-açúcar no país deverá aumentar mais que o previsto para a temporada, atingindo 660 milhões de toneladas, um aumento de mais de 51 milhões de toneladas em relação ao ciclo anterior, em função do clima favorável que vem impulsionando a cana-de-açúcar. esmagamento no país. produtividade da cana-de-açúcar, considerando também o Nordeste.

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A produção de açúcar no principal distrito produtor da Índia deverá diminuir 14% durante a colheita de 2023/24. Isto levará ao seu nível mais baixo dos últimos 4 anos, devido aos impactos do clima extremamente seco, que não é visto na região há mais de 100 anos. Este cenário poderá continuar a sustentar os preços dos adoçantes no mercado internacional, que estão próximos de atingir o nível mais elevado da última década.

E com novas preocupações de que o clima na Ásia poderia ser ainda mais seco do que o esperado, devido ao El Niño, afectando a produção na Índia e na Tailândia, os preços do açúcar na Bolsa de Valores de Nova Iorque atingiram o máximo dos últimos 12 anos na 2ª quinzena de Setembro, quando fechou em 27,59 centavos. Atualmente, há mais de 95% de probabilidade de o El Niño continuar durante o inverno no Hemisfério Norte. No encerramento da nossa coluna (18/09), os contratos eram negociados a 26,73 centavos/lb em Nova York e a US$ 735,90/t em Londres.

No mercado interno, o Açúcar Cristal Branco de São Paulo (Cepea/Esalq) foi cotado a R$ 151,85/sc (50kg), alta mensal de quase 7,0%, refletindo o comportamento do mercado internacional.

No etanol, somente na última quinzena de agosto, a produção foi de 2,31 bilhões de litros (2,2%) nas unidades Centro-Sul, sendo 1,42 bilhão de litros de etanol hidratado (8,1%) e 889,73 milhões de litros de anidro (-6,1%). Na temporada 2022/23, a produção totalizou 19,10 bilhões de litros (6,3%) do início do ciclo até agosto, sendo 11,17 bilhões de etanol hidratado (1,6%) e 7,92 bilhões de anidro (13,6%). Do total, 12,9% vieram do milho, atingindo uma produção de 2,47 bilhões de litros no ano, um notável aumento de 46,3%.

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Em relação à venda de biocombustível, só no último mês as vendas totalizaram 2,95 bilhões de litros, variação anual positiva de 9,1%. Desse total, 1,80 bilhão de litros (20,6%) foi de etanol hidratado, enquanto 1,15 bilhão de litros foi de anidro (-5,0%). Até o mês de julho, o hidratado representava 17,5% da matriz de combustíveis do país, porém, a entidade espera um aumento ainda maior deste indicador no futuro devido à maior competitividade do biocombustível em agosto. Enquanto isso, ao longo da safra 2023/24 já foram comercializados 12,58 bilhões de litros (2,7%). Desse total, 7,09 bilhões de litros são de etanol hidratado (-2,4%) e 5,48 de anidro (10,1%).

Projeto de lei enviado ao Congresso Nacional que pretende aumentar a mistura de etanol anidro na gasolina poderá dar um impulso de 5% à produção de biocombustível. O documento prevê que o teor máximo de etanol na gasolina passará de 27% para 30%. Segundo a Unica, a indústria tem capacidade para aumentar a oferta desse tipo de etanol e já demonstrou capacidade para atender uma demanda maior no passado.

É lançada a Aliança Global para Biocombustíveis reunindo 19 países (entre eles: Brasil, Estados Unidos e Índia) e 12 organizações internacionais com o objetivo de promover o uso e a produção sustentável de biocombustíveis no mundo. A iniciativa é resultado de um programa estabelecido pela Índia para adotar uma mistura de 20% de etanol na gasolina, fabricar veículos flex e desenvolver biocombustíveis de segunda geração.

A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que a procura de combustíveis fósseis (petróleo, gás e carvão) atingirá o seu pico mais cedo do que o esperado para esta década. O próximo relatório a ser divulgado pela organização mostrará que o planeta está prestes a atingir um ponto de inflexão histórico. Além disso, a produção global de biocombustíveis sustentáveis ​​precisa de triplicar até 2030, para que sejam alcançadas emissões líquidas zero até 2050.

O Brasil inaugurou sua primeira planta piloto para produção de combustível de aviação sustentável (SAF) no Rio Grande do Norte. O projeto utiliza como matéria-prima a glicerina, subproduto da indústria do biodiesel. A expectativa é produzir até 5 litros de SAF por dia para certificação pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) até dezembro.

Nos preços, com base no valor da cidade de Ribeirão Preto, no dia 15 de setembro, o óleo hidratado estava em R$ 2.690/óleo anidro e R$ 2.660/l, ambos com impostos já contabilizados (SCA).

Para finalizar, os cinco principais fatos que acompanharão o mês de outubro na cadeia da cana-de-açúcar:

  1. O ritmo de moagem de cana-de-açúcar na região Centro-Sul deverá ser o penúltimo (para algumas usinas, o último) mês de operação industrial do ciclo atual. Temos um volume 11% superior ao mesmo período de 2022/23, embora o volume de cana a ser colhido nesta safra seja maior. Como a chuva atrapalhará as operações?
  2. Fique de olho nos impactos do El Niño na cana-de-açúcar, na produção brasileira, mas, principalmente, nas lavouras asiáticas, onde a maior parte dos impactos tem sido observada com a seca que só piora. Este tem sido o principal fator de orientação do mercado de açúcar nas últimas semanas, devido às limitações na oferta de cana-de-açúcar nestes países, reduzindo consequentemente a oferta global do adoçante.
  3. Falando nesse assunto, vale a pena acompanhar semanalmente as negociações e reações do adoçante em países como Tailândia e Índia. Representantes indianos afirmam que os estoques nacionais são suficientes para abastecer o consumo local nos próximos meses, enquanto há especulações sobre prováveis ​​proibições às exportações e restrições a serem adotadas pelo governo indiano.
  4. Nos combustíveis, a expectativa de cortes na produção na Rússia e na Arábia Saudita aumentou significativamente o preço do petróleo no mercado global. Os contratos WTI Crude (EUA) outubro/2023 estavam cotados a US$ 92,30/barril no fechamento de nossa coluna, valor que não era alcançado desde novembro do ano passado. O Brent Crude (contrato novembro/2023) ficou cotado a US$ 94,43/barril, renovando também a máxima de novembro passado. Acompanharemos os impactos no preço da gasolina, do diesel – nos custos de produção da safra que está começando – e no etanol.
  5. Concluindo, vejamos o consumo interno de etanol. Os produtos hidratados voltaram a crescer significativamente (20%) no mês passado, enquanto os produtos anidros caíram. Pode ser uma indicação da escolha do consumidor pelo biocombustível hidratado, em comparação à gasolina. Setembro deverá ser de imenso consumo e isso terá impacto no preço.
Valor do ATR

No último mês de agosto, o Açúcar Total Recuperável (ATR) encerrou o mês cotado a R$ 1,1930/kg, segundo o Conselho dos Produtores e Indústrias de Cana-de-Açúcar (Consecana), queda de 1,8% em relação ao mês anterior ou R$ 0,0223/kg a menos. Com esse resultado, o valor acumulado para 2023/24 é de R$ 1,2110/kg. Relembrando a história desse ciclo: iniciamos abril com R$ 1,2129/kg; Maio fomos para R$ 1,1943/kg; Junho saltamos para R$ 1,2223/kg; Julho foi de R$ 1,2153/kg; e agosto foi de R$ 1,1930/lg. Continuamos acreditando em um valor entre R$ 1,20 e R$ 1,23/kg até o final do ciclo atual.

  • Vinícius Cambaúva
    • Associado do Grupo Markestrat, mestre em Administração pela FEA-RP/USP e Instrutor “In Company” na Harven Agribusiness School. É especialista em comunicação estratégica na agricultura.
  • Beatriz Papa Casagrande
    • Consultor do Grupo Markestrat, mestrando em Administração Organizacional pela FEA-RP/USP e especialista em inteligência de mercado para o agronegócio.
  • Marcos Fava Neves
    • Professor Titular (tempo parcial) nas Faculdades de Administração da USP (Ribeirão Preto – SP), FGV (São Paulo – SP) e Harven Agribusiness School (Ribeirão Preto – SP). É especialista em Planejamento Estratégico do Agronegócio.

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