Noticias do Jornal do campo Soberano
Boa leitura!
No contexto do agronegócio brasileiro, é fundamental que os produtores rurais estejam atentos aos cuidados necessários durante o ciclo de lavoura, especialmente no período de semeadura e fase de emergência das plantas. O controle de pragas e doenças se torna uma preocupação primordial para garantir o correto desenvolvimento da cultura. No estado de Mato Grosso, por exemplo, é essencial monitorar a incidência de várias pragas, tais como corós, percevejo marrom, lagarta elasmus, Spodoptera frugiperda e coleópteros como larvas de farinha, além de espécies desfolhantes.

A pesquisadora Lucia Vivan, doutora em Entomologia e pesquisadora da Fundação de Amparo à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), ressalta a importância de conhecer o histórico das áreas para o correto controle de pragas. Isso porque insetos como corós e percevejos da calêndula têm o hábito de permanecer nas mesmas áreas, podendo expandir suas populações ao longo dos anos. O mesmo é observado para a larva da farinha, cuja população e área de ocorrência tendem a aumentar com o passar do tempo.

Já no caso da Spodoptera frugiperda, a sua presença na área está relacionada ao cultivo na entressafra, sendo uma espécie com grande número de plantas hospedeiras. Áreas cultivadas com milho, milheto e gramíneas tigueras podem apresentar grandes populações e lagartas residentes, as quais podem causar cortes nas plantas quando emergem. Além disso, é importante destacar a presença do percevejo-de-barriga-verde, relacionado principalmente com o cultivo de milho tigueras, culturas de cobertura e ervas daninhas. Nesse sentido, o manejo invasivo e o tratamento de sementes podem auxiliar no controle dessas pragas.

No controle pré-plantio, o monitoramento das condições climáticas desempenha um papel crucial, uma vez que períodos de distribuição irregular de chuvas e estiagens favorecem algumas pragas, como a lagarta elasma. Áreas com plantio de sorgo na segunda safra também podem apresentar maior incidência dessa praga. O tratamento de sementes pode ser utilizado, porém, em períodos de seca, ataques e perdas de plantas ainda podem ocorrer.

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Para a Spodoptera frugiperda, o acompanhamento pré-plantio é importante, pois lagartas maiores não serão controladas pelo tratamento de sementes. Nesse caso, o manejo da palha, a dessecação precoce ou a utilização de produtos recomendados são estratégias que devem ser consideradas.

No caso das larvas de farinha e dos besouros desfolhadores, o tratamento de sementes ajuda a minimizar os danos, mas o monitoramento contínuo é imprescindível para decidir sobre aplicações foliares. Vale ressaltar que as culturas hospedeiras podem fornecer fontes de alimento e sobrevivência para as pragas, resultando em um maior número de gerações por ano. Portanto, o tratamento das sementes, o acompanhamento das previsões de chuvas e o histórico da área e das populações presentes na palha são fundamentais para minimizar os problemas.

É importante também mencionar a influência do clima no desenvolvimento das culturas e na incidência de pragas. Períodos com poucas chuvas merecem maior atenção, uma vez que as plantas tendem a se desenvolver menos e ficam mais suscetíveis ao ataque das pragas. Além disso, a eficiência dos produtos utilizados no controle diminui em condições mais secas. Outro fator relevante é que a precipitação pluviométrica regula naturalmente as populações de lagartas, podendo ocorrer surtos dessas pragas em determinados períodos.

Ao monitorar as áreas, os produtores podem identificar as pragas presentes e o nível de infestação, permitindo que escolham as ferramentas de controle mais adequadas. No caso de pragas de solo como corós e percevejo marrom, o tratamento das sementes ou a pulverização no sulco de plantio são as principais opções, uma vez que não há produtos aplicados na parte aérea que atinjam as raízes. O mesmo se aplica à lagarta elasma, que penetra na planta da soja na altura do caule, invadindo-o e se alimentando dele, tornando a pulverização aérea ineficaz. Portanto, conhecer a história da área é crucial para tomar medidas adequadas no momento do plantio.

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Quanto aos besouros desfolhadores, além do tratamento de sementes, recomenda-se a combinação de ferramentas de tratamento de sementes e pulverização foliar. Isso ocorre devido aos fluxos emergenciais de adultos ao longo do tempo, pois o tratamento de sementes possui um curto período de ação, mas é essencial para o estabelecimento da cultura.

No caso da lagarta Spodoptera frugiperda, o monitoramento semanal é necessário para identificar aumentos populacionais e tomar decisões de controle em relação aos danos causados à população e às plantas. As ferramentas de manejo incluem o uso de feromônios para interromper o acasalamento, o uso de produtos biológicos e produtos químicos.

Em resumo, o controle de pragas e doenças no agronegócio requer um cuidadoso monitoramento desde o pré-plantio até o desenvolvimento da cultura. Conhecendo as pragas presentes na área, as condições climáticas e utilizando as ferramentas corretas, os produtores podem minimizar os danos e garantir o sucesso da lavoura.

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Aqui estão algumas perguntas frequentes sobre o controle de pragas no agronegócio:

1. Quais são as principais pragas que afetam as lavouras no Brasil?
– As principais pragas que afetam as lavouras no Brasil são corós, percevejo marrom, lagarta elasmus, Spodoptera frugiperda, larvas de farinha e besouros desfolhadores.

2. Como o tratamento de sementes pode ajudar no controle de pragas?
– O tratamento de sementes é uma medida preventiva que ajuda a minimizar os danos causados pelas pragas. Ele pode ser eficaz no controle de algumas espécies, como corós e percevejo marrom, mas é importante considerar outras estratégias de manejo, dependendo da praga em questão.

3. Qual é a importância do monitoramento das condições climáticas no controle de pragas?
– O monitoramento das condições climáticas é fundamental para identificar períodos propícios ao aumento populacional de pragas. Chuvas irregulares e estiagens podem favorecer o surgimento e a expansão de algumas espécies, tornando necessária uma atenção especial durante esses períodos.

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4. O que são plantas hospedeiras e como elas podem influenciar as populações de pragas?
– Plantas hospedeiras são aquelas que fornecem alimento e condições adequadas para o desenvolvimento das pragas. Ao cultivar culturas hospedeiras ou permitir a presença de plantas daninhas que são hospedeiras, o produtor pode aumentar o número de gerações de pragas por ano, aumentando o risco de infestação.

5. Quais são as principais ferramentas de controle de pragas no agronegócio?
– As principais ferramentas de controle de pragas no agronegócio incluem tratamento de sementes, pulverização foliar, uso de produtos biológicos, produtos químicos e manejo integrado de pragas. A escolha da melhor ferramenta depende do tipo de praga, do estágio de desenvolvimento da cultura e das condições ambient

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
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Com o fim do vazio da soja, iniciou-se mais um ciclo de lavoura nos estados produtores. O período de semeadura e a fase de emergência das plantas são cruciais para o desenvolvimento da cultura e exigem muitos cuidados, incluindo o controle de pragas e doenças. No Mato Grosso é importante que os produtores rurais estejam atentos à incidência, principalmente, de corós, percevejo marrom (Scaptocoris castanea e S. ruai), lagarta elasmus (Elasmopalpus lignosellus), Spodoptera frugiperda e coleópteros como larvas de farinha (Myochrous armatus), além de espécies desfolhantes (Diabrotica speciosa / Cerotoma arcuata / Megascelis sp e Maecolaspis sp).

Lucia Vivan, doutora em Entomologia e pesquisadora da Fundação de Amparo à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), orienta que para os corós e os percevejos da calêndula é importante ter o histórico das áreas, pois esses insetos permanecem nelas e podem cobrir áreas maiores ao longo dos anos. O mesmo foi observado para a larva da farinha, espécie com população e área de ocorrência cada vez maiores.

Para S. frugiperda, o especialista explica que a população presente na área está relacionada ao cultivo na entressafra, e essa espécie possui grande número de plantas hospedeiras. No entanto, em geral, áreas com milho, milheto e gramíneas tigueras podem ter grandes populações e lagartas residentes. “Essas terão o hábito de enfileirar as lagartas, causando o corte das plantas quando surgirem”, ressalta.

Há também mais uma espécie que pode estar presente no início do desenvolvimento da cultura da soja, o percevejo-de-barriga-verde (Diceraeus melacanthus). A praga está relacionada com milho tigueras, culturas de cobertura e ervas daninhas. O pesquisador alerta que o tratamento de sementes pode ser eficaz no controle, mas o manejo invasivo ajuda a reduzir as populações iniciais que serão potenciais problemas para o período reprodutivo da soja e do milho segunda safra. “Neste caso, é uma questão de gestão do sistema produtivo”, acrescenta.

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Controle pré-plantio

Para a lagarta elasma é importante o monitoramento das condições climáticas, pois anos com distribuição irregular e estiagens na época do plantio da soja podem favorecer esta população. Áreas com plantio de sorgo na segunda safra também podem apresentar maiores infestações. Lúcia explica que o tratamento de sementes deve ser utilizado, mas mesmo assim, em períodos de seca, podem ocorrer ataques e perdas de plantas.

Segundo o entomologista, para S. frugiperda o acompanhamento pré-plantio é importante, pois lagartas maiores, a partir do segundo ínstar, não serão controladas pelo tratamento de sementes. “Nesse caso, o controle pré-plantio deve ser feito com manejo da palha, com dessecação precoce ou utilização de produtos recomendados para aquele momento”, explica.

Quanto às larvas de farinha, o tratamento de sementes minimiza os danos, porém esta população apresenta fluxos emergenciais de adultos, tornando necessário o monitoramento para decisão sobre aplicações foliares. “O mesmo pode ser dito dos besouros desfolhadores”, acrescenta o pesquisador.

Importante

As culturas hospedeiras podem fornecer fontes de alimento e sobrevivência para pragas (ponte verde), resultando num maior número de gerações/ano. Por isso, segundo o especialista, o tratamento das sementes, o acompanhamento das previsões de chuvas e do histórico da área e das populações presentes na palha para decidir pela dessecação precoce são fundamentais para minimizar os problemas.

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O clima tem grande influência e os períodos com poucas chuvas merecem maior atenção, pois as plantas se desenvolvem menos e ficam mais suscetíveis ao ataque de pragas. Além disso, quando o clima é mais seco, a eficiência dos produtos em geral diminui. Outro ponto importante, segundo o especialista, é que podem ocorrer surtos de lagartas, já que a precipitação é um regulador natural dessas populações.

É possível evitar danos ainda maiores?

Ao monitorar as áreas, o produtor saberá qual(is) praga(s) presente(s) e a escala do ataque, podendo assim escolher as ferramentas. Para pragas de solo como corós e percevejo marrom, o entomologista explica que a única ferramenta é o tratamento das sementes ou a pulverização no sulco de plantio, “pois não há produtos aplicados na parte aérea que chega às raízes, onde os insetos se alimentam e causar dano.”

O mesmo se aplica à lagarta do elasmo, pois esta praga penetra na planta da soja na altura do caule, cavando uma galeria ascendente no interior do caule, alimentando-se dela, e a pulverização da parte aérea não é eficaz devido a esse hábito. “Por isso é tão importante conhecer a história da área, pois essas medidas devem ser tomadas na hora do plantio”, acrescenta o médico.

Em relação à desfolha de coleópteros, devem ser combinadas ferramentas de tratamento de sementes e pulverização foliar. Isso porque há fluxos emergenciais de adultos dessa espécie ao longo do tempo e o tratamento de sementes tem curto período de ação, porém é muito importante para o estabelecimento da cultura.

Por fim, para a lagarta S. frugiperda, o monitoramento semanal é necessário para identificar aumentos populacionais e tomar decisões de controle em relação aos danos populacionais e às plantas. “As ferramentas para seu manejo são o uso de feromônios para interromper o acasalamento, o uso de produtos biológicos e produtos químicos”, finaliza o pesquisador da Fundação MT.

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