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Preço da carne dobra e vai deixar churrasco mais caro na Copa

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Foto: Divulgação

O preço médio do quilo da carne premium foi de R$ 22,63 em julho de 2018, quando ocorreu a final da última Copa do Mundo. No mesmo mês de 2022, o valor praticamente dobrou, para R$ 43,89.

O torcedor brasileiro terá que se esquivar dos preços mais altos se quiser reunir os amigos para um churrasco nos dias de jogos da Seleção Brasileira na Copa do Catar deste ano, que começa no dia 20 de novembro. Desde a edição mais recente do torneio, em 2018, os valores da carne bovina dispararam no país. O levantamento da cesta básica divulgado pelo Procon-SP, em convênio com o Dieese, dá uma dimensão dos aumentos para o consumidor na capital paulista.

De acordo com o levantamento, o preço médio do quilo da carne premium era de R$ 22,63 em julho de 2018, quando ocorreu a final da última Copa do Mundo. No mesmo mês de 2022, o valor praticamente dobrou, calculado em R$ 43,89. A alta no período chegou a 93,9% -ou R$ 21,26 a mais. Os primeiros cortes pesquisados ​​são o coxão mole e o patinho, segundo o Procon-SP.

A carne de segunda classe teve uma trajetória semelhante. No mesmo período, o preço médio do quilo passou de R$ 17,74 para R$ 34,70, um aumento de 95,6% – ou R$ 16,96 a mais. Neste caso, os cortes pesquisados ​​são mandril e músculo.
Economistas associam a alta das carnes a uma combinação de ingredientes como demanda aquecida no mercado internacional, câmbio mais alto e custos de produção elevados.

O consultor Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado, lembra que o apetite da China por carnes brasileiras havia saltado antes mesmo da pandemia, devido ao surto de peste suína africana, que afetou a produção de proteína animal no país asiático. As vendas permaneceram aquecidas durante a crise do Covid-19, e o dólar acima de R$ 5 também estimulou os embarques. O resultado foi uma oferta menor direcionada ao mercado interno, o que pressionou os preços, segundo o economista.

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“Os consumidores ficaram saturados com os aumentos. É por isso que os preços da carne pararam de subir nos últimos meses”, diz Iglesias. O economista Matheus Peçanha, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), também cita a demanda externa e o câmbio como fatores que explicam os aumentos. Os custos mais altos para a alimentação do gado pressionam ainda mais a carne, segundo ele. Peçanha destaca a alta de grãos durante a pandemia e os efeitos adversos do clima, que prejudicou as pastagens no país.

“Em um período de quatro anos, há o efeito inercial da inflação. E, a partir de 2020, tivemos um forte processo inflacionário em alimentos, carnes especificamente. Isso se deu por questões internas, como problemas climáticos, além de fatores externos e câmbio”, diz Peçanha. Os dados da cesta básica divulgados pelo Procon-SP mostram que a alta do preço não se limita à carne bovina desde a Copa do Mundo de 2018.
O quilo da linguiça frescal em São Paulo, por exemplo, passou de R$ 12,54 em julho daquele ano para R$ 21,30 no mesmo mês de 2022. O aumento foi de 69,9%.

No mesmo período, o preço médio do quilo de frango inteiro resfriado mais que dobrou, passando de R$ 5,76 para R$ 11,86. Possíveis acompanhamentos para o churrasco em dias de jogos também ficaram mais caros. A embalagem de cinco quilos de arroz avançou 62,1%, de R$ 12,10 para R$ 19,62. O quilo do pão francês subiu 41,2%, de R$ 11,28 para R$ 15,93. A farinha de mandioca, por sua vez, aumentou 32%, de R$ 4,35 para R$ 5,74.

O quilo de batata – usado em salada ou maionese de batata, dependendo do nome adotado em cada região – subiu 121,4% (de R$ 2,57 para R$ 5,69).
Em julho de 2018, a cesta básica liberada pelo Procon-SP custava R$ 695,93. Trata-se de um valor médio de 39 produtos, entre alimentos e itens de limpeza e higiene pessoal. Em julho de 2022, a cesta foi calculada em R$ 1.266,92. Ou seja, a alta foi de 82% no período.

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A dica é pesquisar

A Copa deste ano será realizada em um período atípico, de novembro a dezembro. Até lá, a perspectiva é de melhores condições de pastagem e trégua em insumos como o óleo diesel, diz Peçanha, da FGV Ibre. Isso, segundo ele, pode gerar alívio para os preços da carne. Por outro lado, lembra o economista, as incertezas durante o período eleitoral tendem a impactar o câmbio no país, o que traz o risco de novas pressões sobre os produtos.

“É preciso muita pesquisa. Há, por exemplo, dias com promoções de carnes nos supermercados. Outra opção é procurar descontos no atacado”, diz. Iglesias, da Safras & Mercado, considera que os preços da carne bovina podem ter novos reajustes no segundo semestre em caso de demanda mais forte com o Auxílio Brasil. A ampliação do benefício foi anunciada pelo governo Jair Bolsonaro (PL) às vésperas das eleições.
A carne bovina e o leite são os principais produtos que o público do programa deixou de comprar e pretende voltar a consumir a partir do aumento dos repasses para R$ 600, indicou levantamento recente da Asserj (Associação dos Supermercados do Estado do Rio de Janeiro).

“As redes de varejo costumam fazer promoções em determinados meses ou semanas. A recomendação é ficar atento a isso, pode haver oportunidades. Comprar agora para consumir depois, estocar, é complicado”, diz Iglesias. Como mostrou reportagem da Folha de S.Paulo em julho, além da carne, as bebidas também ficaram mais caras em 2022. Após o fim da Copa do Mundo de 2018 até junho deste ano, a cerveja para consumo em casa aumentou 17,37% no país , segundo dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) levantados pelo economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores. Refrigerantes ou água mineral (23%) e suco de frutas (17,38%) também não escaparam da pressão sobre os preços no Brasil.

Comércio já está vestido de verde e amarelo para a copa

Os impactos econômicos da Copa do Mundo costumam ir além dos supermercados, atingindo outros setores do varejo. As lojas da Rua 25 de Março, tradicional ponto de comércio popular de São Paulo, já começaram a vender roupas, acessórios e outros produtos nas cores da seleção.
“É um mercado que começa a esquentar agora”, diz o empresário Pierre Sfeir, 65 anos, que trabalha na região. O lojista aposta na venda de itens como bandeiras, bonés, chifres e itens de decoração.

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Parte dos insumos subiu quase 50% desde a Copa do Mundo de 2018, calcula o empresário. Com a pressão dos custos, os repasses aos preços finais são inevitáveis, mas em menor proporção, diz. A estratégia é tentar reconstruir as margens sem perder vendas. “O preço dos tecidos e plásticos subiu muito. O dólar também impactou os produtos que são importados.”

Fonte: Agências

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