Situação atual da agricultura familiar no Rio Grande do Sul

Desafios enfrentados pela agricultura familiar gaúcha

O balanço anual apresentado pela Fetag-RS trouxe preocupações significativas para a agricultura familiar gaúcha. A safra de verão foi cultivada em meio a circunstâncias desfavoráveis devido à estiagem e, assim que terminou, o El Niño trouxe um alto volume de chuva, granizo e vento prejudiciais. A atividade agropecuária gaúcha sofreu uma perda de receita de R$ 57,8 bilhões e no acumulado dos anos de 2020 a 2023 atingiu quase R$ 136 bilhões. Esses números demonstram a magnitude do impacto negativo da situação climática na agricultura do estado.

Desafios na produção leiteira

Além dos impactos climáticos, a agricultura familiar enfrentou uma crise histórica na produção leiteira. Houve uma perda anual significativa no preço do litro do leite, enquanto o custo da ração para as vacas aumentou. Isso resultou na redução de 60,7% no contingente de produtores de leite desde 2015, com 49% de abandono da atividade leiteira por produtores que tinham a capacidade de entrega entre 50 e 100 litros de leite por dia.

Falta de eficácia nas medidas governamentais

Embora as pastas de atendimento à agricultura familiar tenham sido reativadas tanto na esfera federal quanto na estadual, estas medidas tiveram pouco impacto prático devido às dificuldades orçamentárias e de pessoal. A Fetag-RS continua a cobrar uma atuação mais eficaz dos governos federal e estadual diante das dificuldades enfrentadas pelos produtores.

Necessidade de atenção à sucessão rural

A sucessão rural é uma questão premente, já que 70% dos agricultores familiares têm mais de 45 anos. Esta realidade poderá prejudicar o futuro do setor, tornando urgente uma atenção mais significativa do governo do Estado para esta questão.

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Em resumo, os desafios que a agricultura familiar enfrentou em 2023 mostraram a necessidade de uma atuação mais efetiva e prolongada dos governos federal e estadual, especialmente diante dos impactos climáticos e da crise na produção leiteira. Reivindicar políticas e ações mais assertivas é essencial para garantir a sustentabilidade e a continuidade desses setores no Rio Grande do Sul.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Os números do balanço anual da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS), apresentados nesta quarta-feira, demonstram que 2023 foi um ano tanto de vitórias – com a volta do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul (SDR), como de preocupações.

Isso porque a agricultura familiar gaúcha, assim como o agro do RS em geral, entrou o ano contabilizando perdas de (mais) uma safra de verão cultivada sob estiagem, devido ao fenômeno La Niña. E nem bem ele acabou, o produtor já passou a enfrentar a fúria climática do fenômeno El Niño, com alto volume de chuva e com a ocorrência de granizo e vento.

O levantamento anual da entidade, detalhado pelo agrônomo Kaliton Prestes, em Porto Alegre, apontou uma perda de receita de R$ 57,8 bilhões na atividade agropecuária gaúcha causada pelos problemas climáticos somente neste ano. O número chega a quase R$ 136 bilhões no acumulado de 2020 a 2023, com R$ 135,8 bilhões.

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Para se ter uma ideia do tamanho do estrago, Prestes compara a cifra de 2023 à do orçamento total do Rio Grande do Sul, aprovado pela Assembleia Legislativa para o ano, de R$ 70,3 bilhões. “O Estado, que já vinha das perdas da estiagem, passou por nada menos que 11 ciclones e suas consequências”, lembrou. 

Além disso, a agricultura familiar gaúcha, principal reduto da produção leiteira, enfrentou (e ainda enfrenta) uma crise histórica na atividade. Com uma perda anual de 30% no preço do litro do leite produzido no campo, o produtor recebeu R$ 1,92, pelo litro em outubro, enquanto pagou R$ 2,12 pelo quilo de ração para as vacas.

A direção da Fetag-RS lembrou, inclusive, do relatório apresentado pela Emater/RS-Ascar durante a Expointer deste ano, que apontou redução de 60,7% no contingente de produtores de leite do Estado desde o ano de 2015. Segundo o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, é importante observar que 49% do abandono da atividade leiteira ocorreu entre os produtores que tinham capacidade de entrega entre 50 litros e 100 litros de leite por dia. 

Joel comentou ainda que as decisões governamentais de reativar as pastas específicas de atendimento à agricultura familiar, tanto na esfera federal quanto na estadual, foi importante do ponto de vista político. Entretanto, ressaltou que foi pouco eficaz do ponto de vista prático, uma vez que ambas as instâncias fizeram muito pouco pelo produtor neste ano, dadas as dificuldades de orçamento e de pessoal. “Já cobramos e continuaremos cobrando forte do governo estadual, que centraliza o que é da agricultura familiar na SDR”, comentou.

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O dirigente ainda destacou a necessidade de o governo do Estado dar mais atenção à sucessão rural. De acordo com ele, hoje, 70% dos agricultores familiares estão acima de 45 anos, o que poderá comprometer as atividades do setor em um futuro breve. 

Correio do Povo

 

Perguntas Frequentes sobre o Balanço Anual da Fetag-RS

1. Qual foi o impacto dos problemas climáticos na agricultura familiar do Rio Grande do Sul?

Os problemas climáticos causaram uma perda de receita de R$ 57,8 bilhões na atividade agropecuária gaúcha somente em 2023, e quase R$ 136 bilhões no acumulado de 2020 a 2023.

2. Como a crise na produção leiteira afetou os agricultores familiares?

Os produtores de leite enfrentaram uma perda anual de 30% no preço do litro do leite, e a redução de 60,7% no contingente de produtores de leite do Estado desde 2015, de acordo com relatório da Emater/RS-Ascar.

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3. O que foi feito pelo governo para auxiliar a agricultura familiar diante desses desafios?

Apesar da reativação do Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Secretaria de Desenvolvimento Rural do RS, a Fetag-RS ressaltou que houve pouco apoio prático do governo diante das dificuldades de orçamento e de pessoal.

4. Qual é a preocupação em relação à sucessão rural na agricultura familiar?

Com 70% dos agricultores familiares acima de 45 anos, há uma preocupação com a sucessão rural e a continuidade das atividades do setor no futuro.

Conclusão

Os números do balanço anual da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS), apresentados nesta quarta-feira, demonstram os desafios enfrentados pela agricultura familiar gaúcha em 2023, apesar da volta do Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul. Os problemas climáticos e a crise na produção leiteira foram importantes pontos de preocupação, e a falta de apoio prático do governo foi destacada pela Fetag-RS.

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