Os drones estão totalmente inseridos nos mais variados setores da economia, apresentando novas abordagens e possibilidades de trabalho e reduzindo significativamente os custos em relação aos modelos tradicionais. E, apesar de ser uma tecnologia consolidada, ainda encontra muito espaço para avançar, seja com aplicações generalizadas, como mapeamento e fiscalização, seja com aquelas prestes a ganhar escala, como drone delivery e pulverização na agricultura.
Apesar do forte crescimento dos drones nos últimos anos, a tendência é que esse mercado continue em expansão. A Drone Industry Insights, empresa especializada em pesquisas do setor, aponta que o mercado global de drones deve saltar de US$ 30,6 bilhões em 2022 para US$ 55,8 bilhões em 2030, seguindo uma taxa de crescimento anual de quase 8% no período.
Trazendo para a realidade brasileira, dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) indicam que já existem mais de 52.000 registros de drones profissionais e cerca de 8.500 empresas em atividade ligadas a esses equipamentos. Só esses números mostram a força do setor e a grande capacidade que ele tem de movimentar a economia.
Estamos falando de um setor que gera milhares de empregos, principalmente na prestação de serviços, cada vez mais procurados. Não por acaso, os drones se tornaram uma importante vitrine para o empreendedorismo, atendendo as necessidades do mercado de forma rápida e eficiente. Vale ressaltar também que grandes empresas já decidiram internalizar a operação de drones, capacitando profissionais e abrindo ainda mais oportunidades de carreira.
Parte dos que estão fazendo negócios nesse setor estão focados no desenvolvimento de novos produtos, não necessariamente os drones em si ou a questão do voo, mas sim a tecnologia embarcada, responsável por ampliar as possibilidades de aplicações. As câmeras apresentam qualidade de imagem cada vez maior, os sensores a laser estão cada vez mais precisos e a eficiência na distribuição de sementes ou defensivos agrícolas continua cada vez maior.
E além dessas aplicações, novas possibilidades continuam surgindo. Os drones são os mesmos, mas o que eles carregam é o que faz a diferença. Eles podem, por exemplo, anexar um sistema de água para limpeza de fachadas de prédios, substituindo a ação humana direta e tornando essa operação mais segura e barata. O mesmo sistema também pode ajudar no combate a incêndios.
E os drones não apenas substituem os humanos, mas também outros equipamentos como helicópteros. Em conjunto com a função de realizar inspeções em linhas de transmissão, os drones são capazes de içar cabos, dependendo apenas de modificações nos aparelhos. As possibilidades dependem da tecnologia embarcada. E ela, aparentemente, não tem limites.
Muitas startups estão explorando esse mercado de drones profissionais, inclusive no Brasil. Mais do que fabricar o avião remotamente pilotado – o que é importante e o ponto de partida – estão focados nas soluções que este equipamento pode proporcionar. E é exatamente dessas startups que sairão cada vez mais aplicativos com drones.
Por isso, nos próximos anos veremos drones realizando tarefas que nem imaginávamos que seriam capazes de fazer. Não imaginávamos há alguns anos que um drone pudesse pulverizar plantações, realizar entregas de encomendas, inspecionar linhas de transmissão ou combater incêndios. Então nos resta aguardar os próximos passos e acompanhar o que os drones ainda podem fazer para ajudar empresas, governos e a sociedade como um todo.
Emerson Granemann é CEO do MundoGEO e idealizador do DroneShow, principal evento profissional de drones da América Latina.