O início de 2023 está sendo marcado por ondas de calor que ultrapassam os 40°C no Rio Grande do Sul e na Europa.

Enquanto isso, os Estados Unidos e a Ásia enfrentam ondas de frio brutais com termômetros marcando números inusitados entre -20°C e -40°C e causando a morte de centenas de pessoas.

As mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global têm uma contribuição importante nos verões e invernos mais rigorosos. Outros fenômenos climáticos, como La Niña e El Niño, também influenciam os recordes de calor e frio registrados em todo o mundo. No entanto, vários mecanismos podem afetar a temperatura.

Conheça as causas e efeitos das ondas de calor e frio na atividade agrícola.

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O que são ondas de calor?

As temperaturas na Patagônia estavam perto de 50°C. (Fonte: MetSul Meteorologia/Reprodução)

As ondas de calor são caracterizadas por um período prolongado de temperaturas anormalmente altas em uma região. Eles ocorrem quando o ar quente e úmido se acumula na superfície da Terra e não consegue escapar para a atmosfera superior. Desta forma, forma-se uma bolsa de calor semelhante a uma panela de pressão.

Isso pode ser causado por diversos fatores, desde ações antrópicas, como as emissões de gases de efeito estufa, até mudanças na paisagem e fenômenos naturais, como mudanças na temperatura do mar. Como resultado, as ondas de calor desencadeiam condições climáticas extremas, como secas, incêndios florestais e aumento do nível do mar.

As ondas de calor podem prejudicar o crescimento das plantas, acelerar a maturação dos frutos e reduzir a germinação das sementes. O fenômeno aumenta a evaporação da água e favorece o desenvolvimento de pragas e doenças. Na pecuária, também pode afetar a saúde e o bem-estar dos animais, resultando em menor produção de leite, carne e ovos.

E as ondas de frio?

(Fonte: George Hiles/Unsplash/Reprodução) Ondas de calor

 

As ondas de frio apresentam-se através de temperaturas abaixo do normal para a estação em questão. São causadas por uma massa de ar frio que se desloca para uma região normalmente mais quente, podendo ser temporárias, durando apenas alguns dias, ou prolongadas, persistindo por semanas.

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Entre os fatores que contribuem para o evento estão mudanças na circulação atmosférica, como mudanças na posição das máximas e mínimas de pressão, avanço de frentes frias, topografia do terreno e correntes marítimas. As ondas podem gerar condições climáticas adversas, como vento, neve, geada e chuva excessiva.

Temperaturas extremamente baixas podem danificar ou destruir as lavouras, principalmente as sensíveis ao frio, além de atrasar ou interromper a colheita de frutas e hortaliças. O fenômeno ainda afeta a produção de leite e ovos e pode comprometer o transporte de produtos agrícolas devido à neve e gelo acumulados nas estradas.

Como reduzir os efeitos das adversidades climáticas?

Os efeitos das ondas de calor e frio podem ser mitigados com o plantio de cultivares e criação de raças resistentes a climas extremos. Práticas agrícolas sustentáveis, como agricultura de conservação e rotação de culturas, também ajudam a reduzir as consequências de condições climáticas extremas, pois contribuem para a proteção do solo.

Em temperaturas mais quentes, fornecer água para as lavouras, plantar árvores e construir estruturas de sombreamento para animais e lavouras ajudam a mitigar as consequências negativas. O uso de cobertura do solo ajuda a reter a umidade e a reduzir os efeitos da falta de precipitação.

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No frio intenso, coberturas como plásticos, telas e tecidos protegem as lavouras dos efeitos do congelamento. Na pecuária, sistemas de aquecimento em estruturas como estábulos e galpões e uma alimentação balanceada com suplementos energéticos ajudam a manter o bem-estar dos animais durante as ondas geladas.

Ondas de calor e frio: por que o agronegócio deve se preocupar com elas?

O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo, graças à sua diversidade climática e à sua extensão territorial. No entanto, o agronegócio brasileiro também enfrenta desafios e riscos relacionados às mudanças climáticas, que podem afetar a produtividade e a qualidade das culturas agrícolas.

Um desses riscos são as ondas de calor e de frio, que são períodos anormais de temperaturas muito altas ou muito baixas, respectivamente, que duram vários dias consecutivos. Esses eventos extremos podem causar estresse térmico nas plantas e nos animais, reduzindo o seu crescimento, desenvolvimento e resistência a pragas e doenças.

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As ondas de calor podem provocar perda de água nas plantas por evapotranspiração excessiva, diminuindo a disponibilidade hídrica no solo e aumentando a demanda por irrigação. Além disso, as altas temperaturas podem acelerar o processo de maturação das plantas, reduzindo o período vegetativo e afetando a formação dos grãos ou frutos.

As ondas de frio podem causar danos pelo congelamento das células vegetais ou pela formação de geadas nas folhas e nos frutos. Isso pode levar à perda total ou parcial da produção ou à diminuição da qualidade dos produtos agrícolas. Além disso, as baixas temperaturas podem retardar o crescimento das plantas ou induzir ao estado de dormência.

Segundo um levantamento da Economatica feito a pedido do E-Investidor, os papéis da maioria das empresas do setor de agricultura apresentaram queda no acumulado dos primeiros dias do ano de 2022. Um dos motivos apontados foi a influência das ondas de calor e das fortes chuvas que têm castigado a produção de grãos em alguns estados brasileiros.

De acordo com a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), as ondas de calor têm afetado mais a produção de milho e o complexo de soja. A estimativa é que as altas temperaturas tenham causado um prejuízo de cerca de R$ 20 bilhões de reais no Rio Grande do Sul. Já as ondas de frio têm prejudicado mais as culturas perenes como café, cana-de-açúcar e frutas.

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Diante desse cenário, é fundamental que os produtores rurais adotem medidas para se adaptar às mudanças climáticas e reduzir os impactos negativos das ondas de calor e frio sobre o agronegócio. Algumas dessas medidas são:

– Monitorar as previsões meteorológicas para antecipar possíveis eventos extremos;
– Escolher variedades mais tolerantes ao calor ou ao frio;
– Ajustar o calendário agrícola para evitar períodos críticos;
– Utilizar técnicas como cobertura morta, sombreamento ou telas para proteger as plantas;
– Implementar sistemas integrados como agrofloresta ou silvipastoril para aumentar a resiliência;
– Investir em tecnologias como irrigação eficiente ou armazenamento adequado;
– Contratar seguros agrícolas para minimizar os prejuízos financeiros.

As ondas de calor e frio são fenômenos naturais que podem ocorrer em qualquer lugar do mundo. No entanto, com as mudanças climáticas, esses eventos tendem a se tornar mais frequentes e intensos. Por isso, é importante que o agronegócio brasileiro esteja preparado para enfrentá-los com planejamento e inovação.

Fonte: One Planet, Eco Debate, BBC, CNN, MetSul Metereologia, Meteored Tempo

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