Uma pesquisa realizada apontou que o preço de um litro de leite é 14% mais caro que um litro de gasolina, o que tem assustado os consumidores e limitado o consumo; E agora?

CNA e federações discutem redução das importações de leite
O litro de leite é mais caro que a gasolina; E agora? 4

Os consumidores sentem no bolso o aumento dos preços dos alimentos, isso é um fato. De acordo com uma pesquisa mensal realizada pela Centro de Pesquisa e Inteligência Procon-SPem acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o preço do litro de leite é 14% mais caro que o litro de Gasolina, na capital paulista. E agoraQual é o futuro do leite no campo e, claro, o impacto para o consumidor final?

Nos últimos meses o preço dos produtos lácteos ao consumidor foi tema de diversos meios de comunicação em todas as regiões do Brasil. Na última divulgação do IBGE, referente à inflação de julho, O leite UHT registrou um aumento de 25,5% para os consumidores, em média no Brasil. O grupo de leite e derivados apresentou alta de 14%, enquanto a inflação oficial recuou 0,68%.

Segundo levantamento do Procon/SP, o leite foi o item da cesta básica que mais subiu em julho: 24,82%, em relação a junho. Em São Paulo, o preço médio dos alimentos foi de R$ 5,44 em junho e subiu para R$ 6,79 em julho deste ano. Em comparação, em julho, o preço médio do litro em São Paulo é calculado em R$ 5,95 pelo Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Portanto, o preço do litro de leite UHT é mais caro que o do combustível, situação histórica para o país.

A razão para este aumento de produtos lácteos é o desequilíbrio entre oferta e demanda.já que a produção de leite caiu 9% no primeiro semestre de 2022 em comparação com o mesmo semestre do ano passado, prejudicada pelo aumento de custos e margens decrescentes. O período mais complicado em termos de rentabilidade foi o segundo semestre de 2021 e início de 2022.

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Com pouco leite no campo, havia forte concorrência entre os laticínios na compra do produto, elevando o preço da matéria-prima. Foi também o momento de forçar os repasses para o mercado atacadista, aproveitando o momento de escassez para recuperar margens. Os meses de maio/2022 a agosto/2022 foram melhores para a rentabilidade do setor.

“A produção de leite cru, matéria-prima para laticínios, foi restringida, o que elevou o preço de captura e elevou os valores de laticínios, como queijo mussarela e leite em pó. A baixa disponibilidade sustentou o movimento de alta mesmo com demanda enfraquecida, devido aos preços elevados”

Procon/SP

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Incertezas trazem preocupações ao setor

Apesar disso, o nível de incerteza e preocupação com os preços vem ganhando espaço nos últimos dias. No mercado internacional, o cenário de crescimento econômico piorou. O risco de recessão nos EUA aumentou, as previsões de crescimento europeu são piores e a China está mostrando sinais de desaceleração do crescimento. Os grandes fundos de hedge estão reduzindo sua exposição às commodities, contribuindo para a queda dos preços, sejam metálicos, energéticos ou agrícolas.

Os preços do milho caíram de US$ 8/bushel para cerca de US$ 6/bushel no mercado norte-americano entre maio e agosto. Os laticínios também recuaram nos recentes leilões da plataforma GDT, com o leite em pó integral cotado a US$ 3.544/t em 2 de agosto, o menor preço desde 17 de agosto de 2021.

No mercado interno, em termos de custos de produção, a notícia é positiva. Em relação à evolução dos preços e das importações, o cenário é mais complicado.

O custo de produção, medido pelo ICPLite/Embrapa, caiu pelo terceiro mês consecutivo. Em 2022, o aumento foi de apenas 1,28%. No entanto, comparando a média de janeiro a julho de 2022 com o mesmo período de 2021, chega-se a um aumento de 18,1%.

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Ou seja, na comparação anual, os custos ainda são maiores, apesar da desaceleração recente. Nos últimos meses, a queda nos preços de concentrados, fertilizantes e combustíveis contribuiu para uma menor pressão sobre o custo de produção do leite.

No mercado atacadista de lácteos, o comportamento dos preços no início de agosto foi de queda. O leite UHT no atacado paulista registrou queda de 13% nos primeiros 10 dias de agosto, enquanto o queijo mussarela caiu cerca de 10%, segundo o Cepea. A queda no UHT foi de 70 centavos por litro e na mussarela 3 reais por quilo.

No mercado Spot também houve retração, até porque, à medida que a safra se aproxima, os laticínios tendem a preferir o leite de seus próprios fornecedores.

Por fim, no caso da balança comercial, tivemos um julho com importações crescentes, que foi o maior volume mensal do ano. Já as exportações terminaram com o menor volume mensal do ano. A variação do preço relativo entre o produto no Brasil e o preço internacional dos lácteos acabou tornando as importações mais competitivas.

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De qualquer forma, continuamos com um mercado com pouca oferta e ainda na entressafra no Sudeste e Centro-Oeste. Mas há um reajuste de preços com tendência de queda. A aproximação da safra, o crescimento do volume de leite ofertado na região Sul do Brasil, o aumento das importações e a fraca demanda interna por lácteos são as bases do cenário atual.

Vale ressaltar que os custos continuam elevados e, caso ocorram quedas mais intensas nos preços ao produtor nos próximos meses, pode ocorrer um novo desequilíbrio de oferta em 2023, continuando com um mercado altamente volátil e difícil gestão de riscos.

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