Milhares de vagas em que você não precisa “sujar as botas” estão sendo criadas pelo agronegócio brasileiro. E faltam pessoas qualificadas. Verifique isso agora!

A rápida digitalização do campo, aliada às novas demandas ligadas à sustentabilidade, tem gerado escassez de profissionais em um setor que já responde por um terço das vagas de emprego no país. Somente nas grandes fazendas, até 2030 o déficit projetado chega a 64% para técnicos em agricultura digital; ou seja, de cada dez vagas ofertadas, menos de quatro serão preenchidas.

A população ocupada (PO) no agronegócio brasileiro totalizou 19,09 milhões de pessoas no segundo trimestre de 2022, um aumento de 4,6% (ou 839 mil pessoas) em relação ao mesmo período do ano passado, segundo pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, sobre informações dos microdados da PNAD-Contínua e dados da RAIS.

É também o maior número de pessoas trabalhando no setor em um segundo trimestre desde 2015, quando a PO somou 19,18 milhões de pessoas.

O estudo “Profissões Emergentes na Era Digital: Oportunidades e Desafios na Qualificação Profissional para uma Recuperação Verde”, realizado em 2021 pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) em parceria com o Senai e a UFRGS, apontou que em dois anos oito carreiras do agronegócio gerariam 178,8 mil oportunidades, mas haveria apenas 32,5 mil profissionais disponíveis para preencher essas vagas.

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Uma lacuna de 82% que, mesmo no médio e longo prazo (dez anos), deve permanecer relativamente alta, em torno de 55%.

Para o superintendente de Educação Profissional e Superior do SENAI, Felipe Morgado, as previsões não são inevitáveis ​​nem devem criar um cenário de desânimo, mas de oportunidades.

“Só o Senai tem atualmente 2,5 milhões de alunos matriculados. Existe essa lacuna no agronegócio, mas é possível que o Senai e o Senar atendam rapidamente a essa demanda.

As Instituições do setor profissional estão se instalando e oferecendo esses cursos. Precisamos também de um despertar do trabalhador e que os agricultores busquem incorporar essas novas tecnologias”, avalia.

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As habilidades variam desde o uso de drones até a compreensão da telemetria

Entre as principais habilidades digitais exigidas em novos empregos agrícolas estão a operação de drones para inspecionar lavouras e pulverizar agrotóxicos; o uso de telemetria para coletar dados de culturas, avaliar as condições do solo, distribuir fertilizantes, analisar e tratar infestações de pragas e ervas daninhas; e monitoramento do ambiente por meio de sensores e aplicativos que coletam dados climáticos como vento, temperatura e umidade.

Ao trazer avanços tecnológicos, por uma questão de competitividade, a própria indústria busca capacitar os funcionários de seus clientes e sua assistência técnica.

Cláudio Calaça Júnior, diretor de marketing de produtos da fabricante New Holland, destaca que a mudança de paradigma da mecânica para a eletrônica já começou a ocorrer há dez anos. Mais recentemente, a automação e a telemetria vieram com tudo.

Força da soja em MT atrai trabalhadores de outros estados

 

Em relação ao gênero, verificou-se que a maior parte do crescimento no período recente foi ocupada por mulheres.

“Para essas novas posições, análise de dados e engenheiro de dados, está começando a haver uma participação maior, tanto na indústria quanto no campo.

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Uma máquina em campo com telemetria está transmitindo muitas informações online durante todo o período de operação.

Precisamos de profissionais em um centro de inteligência que sejam capazes de fazer essa análise para que as soluções sejam efetivamente aplicadas”.

Em fazendas maiores, técnicos de agricultura digital alocados permanentemente são indispensáveis, mas para pequenos e médios produtores, a contratação de um serviço back-to-back pode ser uma opção.

A tendência é apontada pelo agrônomo José Carlos Hausknecht, sócio da MB Agro.

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“Temos prestadores de serviços e startups que apoiam os agricultores e isso deve gerar muitos empregos.

Nas fazendas, teremos cada vez mais o cara do escritório.

É a pessoa que trabalha na back office, que faz planejamento e monitoramento remoto, com cada vez menos pessoas em campo. É um trabalho qualificado, que paga melhor, e a pessoa não precisa necessariamente sofrer sob o sol”, argumenta.

Crescente demanda por gestores no agronegócio

Do arado ao plantio direto, das anotações do caderno às projeções e mesas de tablet. Não foi apenas a forma de lidar com a terra que mudou, mas todo o processo de planejamento, gestão e controle da produção e comercialização.

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Devido a essa demanda por mais gestores no agronegócio, desde 2014 a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) mantém seu corpo docente próprio. Existem cursos a distância como:

  • Gestão do Agronegócio (3 anos),
  • Gestão Ambiental (2 anos),
  • Gestão de Recursos Humanos (2 anos)
  • Processos de Gestão (2 anos).

“Um número significativo de alunos está fazendo o segundo grau, porque sentiram essa lacuna e buscam acessar a área gerencial e tecnológica para se atualizar”, diz Alberto Santos, coordenador da Faculdade CNA.

O estudo sobre profissões emergentes na era digital preconiza “ações imediatas para levar a digitalização ao campo, possibilitando cultivos mais eficientes, que exigem áreas menores e menor desgaste do solo”.

Entre as ações de curto prazo está a necessidade de atualização do currículo de cursos como engenharia agronômica, para que possam formar agrônomos digitais.

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Segundo estudo da Embrapa (2020) e da UFSM (2020), o Brasil precisará de 74,6 mil agrônomos digitais para atender a demanda de 40% das grandes propriedades até 2030.

Nessa onda de mudanças, a pesquisa prevê novas oportunidades para mulheres de pequenas propriedades, que “podem focar no marketing digital para o escoamento da produção ou no uso de aplicativos para controle de compras de insumos, controle de precipitação, planejamento de safras, entre outros fatores relevantes, mas ainda faltam no pequeno agricultor”.

Busque profissionais que refinam os dados coletados em campo

O setor rural tem a vantagem de exigir, prioritariamente, apenas a atualização ou complementação de conteúdos digitais na formação existente, por meio de cursos específicos ou cursos de pós-graduação.

Santos, da CNA, destaca que as tecnologias embutidas no maquinário trouxeram uma grande quantidade de dados, que podem acabar sendo inúteis se não houver quem os refina e interprete.

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trator Ferrari

 

“Esses dados estão disponíveis, às vezes de forma desagregada, e precisam ser organizados, com gráficos e ferramentas de fácil compreensão. E o profissional precisa de uma formação multidisciplinar para não apenas coletar dados.

Hoje, a empregabilidade de quem se qualifica é muito alta, há grande demanda na área de gestão para o Centro-Oeste, principalmente Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”, relata.

A oferta de empregos com melhores salários no Centro-Oeste foi confirmada em estudo recente da FGV Agro, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE.

O salário médio na agricultura da região é de R$ 3.070,00, contra uma média nacional do setor de R$ 1.649,00. No Rio Grande do Sul, R$ 2.946,00.

O pesquisador Eduardo Diz destaca que as diferenças são acentuadas devido às diferentes realidades dos estados.

Traçando uma diagonal no mapa brasileiro, do Espírito Santo ao Amazonas, a parte à direita, Norte e Nordeste, tem rendimentos médios muito inferiores ao eixo esquerdo, para as regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste.

“As regiões mais profissionais, que se dedicam à cultura exportadora, com alta intensidade tecnológica, voltadas basicamente para o mercado de exportação, têm estados cuja média salarial é muito maior.

A remuneração segue o nível de produtividade do trabalhador. Teoricamente, você paga mais por trabalhadores mais produtivos em regiões como Mato Grosso, onde você tem irrigação, melhor gestão logística e um sistema plantio-colheita muito mais eficiente”.

O domínio ESG no agro alavanca os melhores empregos

Se, além de dominar as ferramentas digitais do agro, o aluno ou trabalhador tiver formação em práticas ambientais, sociais e de governança (ESG), certamente estará na mira dos head-hunters.

Um estudo da consultoria Michael Page revela que só neste ano houve um aumento de 50% na busca por profissionais ligados a ESG. Entre os perfis mais procurados estão CFO e diretor ESG (salários de R$ 35.000 a R$ 50.000), chefe de sustentabilidade (R$ 20.000 a R$ 25.000), gerente de projetos de eficiência carbônica (R$ 18.000 a R$ 22.000) e especialista em ESG ( R$ 10.000 a R$ 15.000).

O que está por trás dessa demanda, segundo Stephano Dedini, diretor de agronegócios da Michael Page, são “as demandas dos investidores e da sociedade por negócios, operações e cadeias produtivas sustentáveis.

É uma visão transversal do ESG em toda a empresa.”

Além das funções de ESG de alta qualificação listadas acima, veja quais são outras profissões emergentes no setor agrícola.

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Compre Rural com informações da Gazeta do povo


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