Um seminário realizado nesta terça-feira (21), na Embaixada do Brasil na Alemanha em Berlim, discutiu rotas tecnológicas sustentáveis para a mobilidade de baixo carbono. Realizado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), em parceria com a Embaixada e a ApexBrasil, o seminário “Complementaridade e Inovação Tecnológica no Setor de Transportes: um caminho para a transição energética e a neutralidade carbônica” reuniu especialistas brasileiros e europeus para discutir desafios impostas à mobilidade baseada em biocombustíveis e buscar sinergias para a cooperação entre os dois países, seja na troca de experiências, no desenvolvimento de novas tecnologias e em oportunidades futuras na área de bioenergia.
Durante a abertura, o embaixador do Brasil na Alemanha, Roberto Jaguaribe, reforçou que a descarbonização é um desafio global e que todas as rotas tecnológicas disponíveis serão de extrema importância para que o mundo consiga fazer essa entrega. “É preciso considerar a realidade geográfica, econômica e social para realizar soluções adaptadas a cada região do globo. E considerando todas as peculiaridades, não poderemos prescindir de nenhuma tecnologia”, disse Jaguaribe.
O presidente da Unica, Evandro Gussi, reforçou que, nesse sentido, o objetivo do setor é falar sobre a experiência brasileira de quase 50 anos na produção e uso do etanol e entender como o biocombustível pode contribuir para a transição energética não só na Europa, mas em outras regiões do mundo.
“A realidade é que já temos uma energia comprovadamente eficiente e sustentável no Brasil que pode figurar em várias partes do mundo como parte da solução para essa tendência global urgente que é a descarbonização. O Brasil tem feito muito bem o dever de casa quando o assunto é bioenergia, queremos entender se outros países estão no mesmo caminho e como podemos contribuir”, destacou Gussi.
Segundo o presidente da Unica, há fronteiras importantes que ainda precisam ser superadas, como os combustíveis para aviação e para o setor marítimo, hidrogênio, biogás e biometano. “Todo um grande potencial que juntos, unindo esforços e cooperando, podemos chegar a uma solução mais rapidamente”.
Bilateral
Ao longo da semana, representantes da Unica também participaram de reuniões bilaterais com representantes do governo, da academia e do setor privado. Segundo o diretor de Economia e Inteligência Setorial da Unica, Luciano Rodrigues, a troca de experiências nessas oportunidades ajudou o setor a desmistificar fatos equivocados sobre o agronegócio brasileiro e o setor de bioenergia.
“A complementaridade de esforços entre os países, em políticas efetivas, cooperação tecnológica e gestão sustentável de recursos vai acelerar a transição para a redução das emissões de carbono, um dos maiores desafios globais deste século. E nesta semana tivemos a oportunidade de ouvir sobre os desafios que os biocombustíveis enfrentam na Europa e abrimos portas para que o diálogo continue”, destacou.