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JBS admite ter comprado 9 mil bois ilegais do ‘maior desmatador do país’

rebanho

Divulgação de fotos.

Investigação exclusiva revela dados preocupantes, e JBS admite ter comprado 9 mil bois ilegais do ‘maior desmatador do país’. Confira as informações abaixo!

Um dos maiores geladeiras do planetao brasileiro JBS comprou 8.785 cabeças de gado de três fazendas que desmataram a Amazônia em Rondônia e que pertencem ao grupo mais famoso de infratores ambientais do estado, cujo líder, Chaules Volban Pozzebonestá preso por extração ilegal de madeira e é considerado o maior desmatador do país, além de ter sido condenado por trabalho escravo. Além disso, JBS admite ter comprado 9 mil bois ilegais.

É o que revela uma investigação inédita realizada pela Repórter Brasil, em parceria com o Greenpeace Brasil e o Unearthed, braço jornalístico do Greenpeace.

A JBS confirmou os dados obtidos pelo relatório e admitiu não só compras irregulares como também a participação de seus funcionários no esquema🇧🇷

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As transações ocorreram por pelo menos quatro anos, entre 2018 e 2022, sem que os sistemas de monitoramento da empresa barrassem o negócio. Segundo a JBS, essas compras foram registradas em seu sistema como originárias de outra fazendado mesmo grupo, que estava “limpo” por critérios socioambientais.

Em nota, a JBS disse que “pelas informações apresentadas pela Repórter Brasil, ficou claro que o referido grupo estava, de má-fé, aproveitando-se da conivência dos funcionários do Friboi [que pertence à JBS] burlar o sistema e enviar o gado produzido em fazendas com irregularidades socioambientais”.

A empresa diz ainda que demitiu os funcionários envolvidos e que pretende “buscar reparação judicial pelos danos sofridos”.

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Apesar disso, A JBS teve condições de verificar essa informação, pois os nomes das fazendas de origem estão registrados nos GTAs (Guias de Trânsito Animal) de transações. Os GTAs são um documento obrigatório na compra e venda de gado e formam a base dos sistemas de monitoramento dos frigoríficos brasileiros.

A JBS informou também que decidiu excluir a empresa que intermediou o negócio, a Fazenda Rio Preto Eirelli, pertencente à família Pozzebonbem como seus parceiros e todas as pessoas a eles associadas.

A defesa de Pozzebon nega “fraude ou crime nas vendas realizadas” aos frigoríficos. “Não existe organização criminosa, mas sim um grupo empresarial regularmente constituído e com atividades lícitas e autorizados pelos órgãos competentes”, explica o advogado Aury Lopes Jr.

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O representante legal da família Pozzebon e da empresa Agropecuária Rio Preto acrescenta que não houve desmatamento criminoso, “mas manejo madeireiro autorizado” e que todas as atividades são lícitas e regulares, sem qualquer fraude ou desacordo com pactos do setor de carnes.

No As compras irregulares da JBS transformaram-se em pedaços de carne das marcas frigoríficas vendidas no Brasil e podem ter sido exportadas para quatro dos cinco continentes do planeta. Mas os consumidores brasileiros não tiveram chance de saber, já que em sistema de transparência da empresaonde é possível consultar a procedência da carne comprada no supermercado, os embarques de fazendas irregulares aparecem apenas sob o nome genérico “Fazenda”.

JBS admite ter comprado 9 mil bois ilegais

Comandos de dentro da prisão

Pozzebon tornou-se uma figura conhecida por ser o chefe de uma milícia armada que roubava terras., extorquiam e cobravam pedágios de assentados em Rondônia, segundo autoridades policiais e judiciárias. sentenciado á 99 anos de prisão por exploração madeireira remoção ilegal de terras protegidas, comandou suas atividades ilegais de dentro da prisão, de acordo com as investigações. A defesa recorreu.

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Apesar de todas as transações ilegais de madeira na Amazônia, foram as vendas ilegais de gado para frigoríficos que formaram uma das principais fontes de receita do grupo Pozzebon. De acordo com documentos da Polícia Federal a que a reportagem teve acesso, o grupo recebeu R$ 47 milhões da JBS, apenas entre 2015 e 2019 – em três anos nesse período, o frigorífico foi sua principal fonte de receita.

A empresa confirma os pagamentos efetuados desde 2015, que “se referem à compra de gado” — admitindo que os negócios com infratores ambientais são anteriores aos dados de compra rastreados pelo Repórter Brasil.

Quinze anos sem floresta

As vendas de gado para frigoríficos foram intermediadas pela Agropecuária Rio Preto, empresa registrada em nome da mãe do chefe da organização criminosa, Maria Salete Pozzebon, a principal laranja de seu filho, segundo o Ministério Público Federal.

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A fazenda localizada em Cujubim (RO) também é chamada de Rio Preto, onde a maior parte dos animais ilegais transferidos para a JBS pastavam nos meses anteriores ao abate. A Repórter Brasil rastreou 3.880 cabeças de gado vendidas pela Agropecuária Rio Preto, originárias desta propriedade, diretamente para abate nas unidades da JBS em Porto Velho, São Miguel do Guaporé e Vilhena — todas no estado de Rondônia.

Há 15 anos, o Ibama luta para que Pozzebon reflorestasse os 2.600 hectares da Amazônia que destruiu em Rio Preto, mas o criminoso nunca cumpriu a ordem.

Em vez de reflorestar a área, ele continua criando gado na fazenda, conforme revelam imagens de satélite de outubro de 2021 incluídas no processo. Por isso, agora o Ibama cobra do desmatador, que está preso, R$ 24,6 milhões.

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JBS admite ter comprado 9 mil bois ilegais

Pozzebon também é alvo de uma Ação Civil Pública, ajuizada pelo Ministério Público de Rondônia, que alega ter tomado posse de uma área – na região da fazenda Rio Preto – que deveria ser destinada a um assentamento do INCRA.

Conteúdo de autoria de Naira Hofmeister, André Campos, Isabel Harari, do Repórter Brasil, e Lucy Jordan, do Unearthed.
As informações divulgadas acima são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do Compre Rural.

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Fonte: Comprerural

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