Como garantir a água para os bovinos de corteO impacto da qualidade da água na lucratividade da pecuária é fundamental para garantir a saúde e o desempenho dos animais. Doenças como diarreia, eimeriose e leptospirose podem ser evitadas através da disponibilidade de água de qualidade. Além de impactar a saúde dos animais, a qualidade da água influencia diretamente o consumo de matéria seca. Estudos mostram que o consumo de MS é reduzido drasticamente quando a água é contaminada. Limitações ao acesso da água, como barreiras físicas e baixa disponibilidade, também impactam o desempenho dos animais. Em confinamentos, a capacidade dos bebedouros e a manutenção correta dessas estruturas são fundamentais para garantir água de qualidade aos animais. Além de contar com bebedouros de alta vazão, que garantem o acesso aos animais em momentos de grande demanda, a manutenção e limpeza dos bebedouros são indispensáveis. Realizar com frequência a limpeza dos bebedouros é crucial para assegurar a qualidade da água, evitando problemas de saúde e prejudicar a produção e o desempenho dos animais. A água representa o primeiro e mais barato ingrediente da dieta de um ruminante, e, portanto, garantir água de qualidade é determinante para o sucesso da atividade.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
A busca pelo aumento da produtividade e da lucratividade na pecuária de corte passa por uma série de fatores, pesquisas e experimentos que são constantemente divulgados mostrando o impacto da genética, dos manejos sanitários, da eficiência no pastoreio e, principalmente, dentre outros fatores, da nutrição, no aumento da produtividade.
Todavia, as ações e melhorias buscadas nas dietas são quase sempre voltadas a fontes de volumosos e concentrados, porém, um fator determinante para o bom desempenho dos animais é a qualidade da água.
Entender o efeito e a importância de oferecer água em abundância e qualidade aos animais é fundamental.
Apesar de parecer simples e básico, cenas como as mostradas nas figuras abaixo, são ainda muito comuns e corriqueiras no Brasil. Não apenas em criações extensivas de gado a pasto, mas também em confinamentos. Encontramos com frequência fontes de água totalmente inadequadas ao consumo.
A variedade das fontes de água encontradas nas fazendas de gado de corte é muito alta, desde açudes e cacimbas, rios e lagoas naturais a estruturas de bebedouro bem dimensionadas com a manutenção em dia. Podendo ainda ser observadas em diversas fontes dentro da mesma propriedade.


Qualidade da água e a sanidade do rebanho
O primeiro ponto que devemos chamar a atenção, está relacionado aos impactos diretos da qualidade da água na saúde dos animais.
Fontes de água contaminadas, principalmente em açudes, cacimbas ou mesmo em bebedores sem manutenção e que contém água provinda de fontes não adequadas, representam sérios riscos à saúde dos animais, e consequentemente impacto negativo na produção.
Diarreia, eimeriose, leptospirose, botulismo, verminoses são algumas das doenças que podem afetar diretamente a saúde do animal.
Doenças como o botulismo podem causar grandes prejuízos, levando ao um surto e morte de muitos animais de maneira instantânea em uma propriedade. Já a leptospirose pode causar prejuízos incalculáveis durante uma estação de monta, aumentando abortos e reduzindo a taxa de prenhez.

Pensando ainda em prejuízos diretos à saúde dos animais, os bezerros também são diretamente impactados. No início de suas vidas, ao contrário do que muitos pensam, a disponibilidade de uma fonte de água de qualidade é fundamental para o desenvolvimento dos bezerros.
Casos de diarreia não são incomuns em fazendas em que o acesso dos bezerros à água está muito aquém do desejável, aumentando a mortalidade dessa categoria.
Dependendo da temperatura e da dieta utilizada, um bovino consome em média 5 litros de água, por quilo de matéria seca (MS) ingerida, frequentando em média a fonte de água quatro vezes ao dia em sistema de pastejo.
Água e o impacto no desempenho
Além dos impactos já supracitados, que influenciam direta e imediatamente a saúde dos animais, um ponto se destaca e requer bastante atenção é o desempenho dos animais.
Limitações ao acesso da água, como barreiras físicas, estreitamento dos trilheiros na chegada às fontes de água, baixa disponibilidade de água e principalmente, água de má qualidade, irão impactar diretamente no consumo de MS pelos animais.
Um estudo realizado por Willms et al. (2002) mostrou que houve redução do consumo de MS e ingestão de água à medida que a água era “propositadamente” contaminada com fezes.
Um cenário não incomum em fazenda, o que neste estudo resultou em resolução de aproximadamente 12,5% no consumo MS, como ilustrado no gráfico a seguir.

Diminuir consumo de matéria seca, por esse motivo, é sinônimo de menores desempenhos, BICA et al., 2006, mostraram em seus estudos que bovinos de corte com acesso a água de fonte artificial, bebedouro, apresentaram desempenhos de 0,105Kg ou 29% superiores aos animais que consumiam água de açudes.
Portanto, a água é o primeiro e o mais barato ingrediente da dieta de um ruminante, o cuidado e a preservação desse recurso, a disponibilidade de águas de boa qualidade podem determinar o sucesso da atividade.
Capacidade dos bebedouros para bovinos
Em confinamento, a métrica se mantém, ou até mesmo se acentua. Confinamentos, são na prática locais com maiores densidades de animais por m², o consumo de água é maior devido às características das dietas e o acesso ao bebedouro é observado constantemente por vários animais ao mesmo tempo, implicando em uma característica muito importante das recomendações do bebedouro.
É importante que esses sejam de alta vazão, ou seja, que tenham grande capacidade e velocidade de enchimento.

A utilização de bebedouros artificiais, foi um grande avanço e é uma grande necessidade ainda em muitas propriedades, em grandes piquetes, ou mesmo em confinamentos.
Grandes estruturas de bebedouros foram instalados com intuito de armazenar muita água, que fosse capaz de suprir as necessidades de todos os animais de um lote, porém essas estruturas com grandes capacidades de armazenamento, apresentam uma maior dificuldade de manutenção, é em tese mais difícil se limpar um bebedouro ou uma caixa d’água com grandes volumes do que um bebedouro pequeno.

Se podemos observar vantagens em grandes estruturas para armazenar água para os bovinos, está justamente relacionado à diminuição de riscos de falta desse insumo tão importante.
Uma grande estrutura tem capacidade para garantir água aos animais por 2, 3 ou mais dias, mesmo se algum problema ocorrer com a distribuição da água.
Um ponto de atenção importante, quando pensamos em bebedouros menores, é a capacidade dessa estrutura em atender uma grande demanda por parte dos animais em um curto espaço de tempo.
A partir de então, passou-se a dar mais atenção à vazão dos bebedouros, estrutura menores, com grande capacidade de enchimento. São mais práticos, fáceis de limpar e podem atender, perfeitamente, a todos os animais.
Ainda em relação ao dimensionamento, quando falamos em tamanho de bebedouro, uma métrica utilizada são 2 cm lineares por cabeça, mas insistimos que mais importante do que o tamanho do bebedouro, e sempre relacionado ao sistema de produção, é importante avaliar a vazão do mesmo.
Manutenção e limpeza dos bebedouros
Independente da capacidade e da vazão do bebedouro, um ponto é indispensável em qualquer sistema de produção, a manutenção e limpeza dos bebedouros.
Principalmente quando pensamos em sistemas mais intensivos, como confinamentos, a frequência de manutenção e limpeza dos bebedouros requer atenção, e deve ser realizada no mínimo duas vezes por semana.
Dicas para limpeza:
- Retire a água do bebedouro, deixando apenas um fundo;
- Esfregue toda a superfície do bebedouro, incluindo paredes e fundo, com uma escova ou vassoura rígida. Caso necessário, utilize auxílio de produtos químicos para a limpeza, lembre caprichar no enxágue);
- Acabe de retirar a água e esfregar o fundo removendo toda sujeira, lodo e matéria orgânica;
- Enxágue o bebedouro;
- Deixe encher novamente.
Algumas plantas e estruturas de confinamento fazem avaliação e limpeza das fontes de água diariamente.
Alternativas podem ser utilizadas como auxílio à limpeza, no intuito de manter a água sempre em bom estado. A utilização de cloro e plantas aquáticas, por exemplo, também podem ser utilizadas e irão retardar o processo de sujeira da água, entretanto a limpeza, a lavagem do bebedouro é indispensável.
Cuidado com fontes alternativas, como criar peixes, essas culturas eliminam resíduos na água que afetam o desempenho de bovinos. Portanto, a maneira mais adequada e barata é manter uma rotina de limpeza na fazenda.
Custo de instalação
Um ponto de bastante indagação, principalmente por parte dos produtores, está relacionado ao custo de instalação dos bebedouros.
Esse custo está associado a algumas particularidades, como distância do bebedouro à fonte de água e da quantidade de piquetes na fazenda, por exemplo. A quantidade de tubulação e mão de obra impactam nesse custo, além da própria estrutura.
Independente de maiores ou menores custos, a qualidade da água obtida em bebedouros artificiais, representa benefícios suficientes que justificam o investimento na infraestrutura.
Manejo das Pastagens
A instalação de bebedouros para gado, representa um benefício pouco comentado. Bovinos em pastejo preferem andar não mais de 200 metros de distância da água para pastejarem. Só o fazem quando consomem 50% da forragem disponível naquele raio e relutam a andar mais do que 600m de distância da água. Apenas andarão distâncias superiores a essa, quando consumirem mais do que 40 a 50% da forragem disponível.
Esse comportamento dos animais, quando a distância não está adequada, resulta em superpastejo em algumas áreas do piquete e subpastejo em outras, o que impacta diretamente no desempenho do animal. Além disso, ainda abre oportunidade de plantas invasoras em áreas mais prejudicadas pelo mau manejo do pastejo.
A localização adequada do bebedouro, tem potencial para maximizar a utilização dos piquetes, ressalvadas devidas proporções de possibilidades, pode ser uma grande opção.
Análise da água dos bebedouros de gado
Tomadas todas as providências de limpeza, manutenção e avaliação da capacidade de fornecimento, um passo importante é a realização periódica de análises da água fornecida aos animais.
Avaliação de fatores como acidez, alcalinidade, presença de sulfetos de hidrogênio, sulfatos de ferro e manganês, conteúdos sólidos totais dissolvidos, bactérias (coliformes fecais por exemplo) e população de algas devem ser realizadas, permitindo assim, controle e ações de melhoria na qualidade da água ofertada, respeitando as normativas e portarias do RIISPOA.
Relatório de análise da água.
A qualidade da água na produção de bovinos é um ponto que merece grande atenção. Bovinos de corte podem beber mais de 50 litros de água por dia!
Fornecer água de qualidade e em abundância, não somente mitiga problemas sanitários dentro da propriedade, mas principalmente potencializa desempenho e maximiza resultados.
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FAQ sobre Qualidade da Água na Pecuária de Corte
Por que a qualidade da água é tão importante na pecuária de corte?
A qualidade da água tem um impacto direto na saúde e desempenho dos animais, bem como na sanidade do rebanho e na eficiência do manejo das pastagens.
Quais são os riscos de oferecer água de má qualidade para o gado de corte?
Doenças como diarreia, eimeriose, leptospirose, botulismo e verminoses podem afetar diretamente a saúde do animal, levando a uma redução na produtividade e lucratividade.
Como a qualidade da água impacta no desempenho dos animais?
A ingestão de água de má qualidade pode levar a uma redução no consumo de matéria seca e, consequentemente, a menores desempenhos, afetando a produtividade do rebanho.
Qual a importância do dimensionamento e manutenção dos bebedouros?
Bebedouros de alta vazão, devidamente dimensionados e mantidos, são fundamentais para garantir o acesso dos animais à água em quantidade e qualidade adequadas.
Quais os benefícios de investir em bebedouros de qualidade na pecuária de corte?
Além de garantir a saúde e desempenho dos animais, bebedouros de qualidade também contribuem para o manejo das pastagens, o que pode impactar positivamente na produtividade da fazenda.
A busca pelo aumento da produtividade e da lucratividade na pecuária de corte passa por uma série de fatores, pesquisas e experimentos que são constantemente divulgados mostrando o impacto da genética, dos manejos sanitários, da eficiência no pastoreio e principalmente, dentre outros fatores, da nutrição, no aumento da produtividade. Todavia, as ações e melhorias buscadas nas dietas são quase sempre voltadas a fontes de volumosos e concentrados, porém, um fator determinante para o bom desempenho dos animais é a qualidade da água. Entender o efeito e a importância de oferecer água em abundância e qualidade aos animais é fundamental. Apesar de parecer simples e básico, cenas como as mostradas nas figuras abaixo, são ainda muito comuns e corriqueiras no Brasil. Não apenas em criações extensivas de gado a pasto, mas também em confinamentos. Encontramos com frequência fontes de água totalmente inadequadas ao consumo. A variedade das fontes de água encontradas nas fazendas de gado de corte é muito alta, desde açudes e cacimbas, rios e lagoas naturais a estruturas de bebedouro bem dimensionadas com a manutenção em dia. Podendo ainda ser observadas em diversas fontes dentro da mesma propriedade. Foto ilustrando as más condições de água em propriedade de bovinos de corte a pasto. (Fonte: Vinicius Costa, trainee da Equipe Corte do Rehagro). Foto de bebedouro em confinamento com má qualidade de água devido a falta de limpeza. (Fonte: Dra. Andrea Mobiglia, coordenadora de ensino da pecuária de corte e consultora do Rehagro). Qualidade da água e a sanidade do rebanho O primeiro ponto que devemos chamar a atenção, está relacionado aos impactos diretos da qualidade da água na saúde dos animais. Fontes de água contaminadas, principalmente em açudes, cacimbas ou mesmo em bebedores sem manutenção e que contém água provinda de fontes não adequadas, representam sérios riscos à saúde dos animais, e consequentemente impacto negativo na produção. Diarreia, eimeriose, leptospirose, botulismo, verminoses são algumas das doenças que podem afetar diretamente a saúde do animal, causando prejuízos incalculáveis. A disponibilidade de uma fonte de água de qualidade é fundamental para o desenvolvimento dos bezerros. Dependendo da temperatura e da dieta utilizada, um bovino consome em média 5 litros de água, por quilo de matéria seca (MS) ingerida, frequentando em média a fonte de água quatro vezes ao dia em sistema de pastejo. Água e o impacto no desempenho Além dos impactos já supracitados, que influenciam direta e imediatamente a saúde dos animais, um ponto se destaca e requer bastante atenção é o desempenho dos animais. Limitações ao acesso da água, como barreiras físicas, estreitamento dos trilheiros na chegada às fontes de água, baixa disponibilidade de água e principalmente, água de má qualidade, irão impactar diretamente no consumo de forragem pelos animais, o que afeta diretamente sua capacidade de ganho de peso.=_(“water-quality-impact-on-performance”)?”Além dos impactos já supracitados, que influenciam direta e imediatamente a saúde dos animais, um ponto se destaca e requer bastante atenção é o desempenho dos animais. Limitações ao acesso da água, como barreiras físicas, estreitamento dos trilheiros na chegada às fontes de água, baixa disponibilidade de água e principalmente, água de má qualidade, irão impactar diretamente no consumo de forragem pelos animais, o que afeta diretamente sua capacidade de ganho de peso. Um estudo realizado por Willms et al. (2002) mostrou que houve redução do consumo de MS e ingestão de água à medida que a água era “propositadamente” contaminada com fezes. Um cenário não incomum em fazenda, o que neste estudo resultou em resolução de aproximadamente 12,5% no consumo MS, como ilustrado no gráfico a seguir. Ingestão de água e matéria seca de bovinos a medida que a fonte de água era contaminada com fezes. (Fonte: Adaptado de Willms et al., 2002).” A partir de então, passou-se a dar mais atenção à vazão dos bebedouros, sistema menores, com grande capacidade de enchimento. São mais práticos, fáceis de limpar e podem atender, perfeitamente, a todos os animais. Ainda em relação ao dimensionamento, quando falamos em tamanho de bebedouro, uma métrica utilizada são 2 cm lineares por cabeça, mas insistimos que mais importante do que o tamanho do bebedouro, e sempre relacionado ao sistema de produção, é importante avaliar a vazão do mesmo. Manutenção e limpeza dos bebedouros Independente da capacidade e da vazão do bebedouro, um ponto é indispensável em qualquer sistema de produção, a manutenção e limpeza dos bebedouros. Principalmente quando pensamos em sistemas mais intensivos, como confinamentos, a frequência de manutenção e limpeza dos bebedouros requer atenção, e deve ser realizada no mínimo duas vezes por semana. Dicas para limpeza:Retire a água do bebedouro, deixando apenas um fundo;Esfregue toda a superfície do bebedouro, incluindo paredes e fundo, com uma escova ou vassoura rígida. Caso necessário, utilize auxílio de produtos químicos para a limpeza, lembre caprichar no enxágue);Acabe de retirar a água e esfregar o fundo removendo toda sujeira, lodo e matéria orgânica;Enxágue o bebedouro;Deixe encher novamente.” Independente da capacidade e da vazão do bebedouro, um ponto é indispensável em qualquer sistema de produção, a manutenção e limpeza dos bebedouros. Principalmente quando pensamos em sistemas mais intensivos, como confinamentos, a frequência de manutenção e limpeza dos bebedouros requer atenção, e deve ser realizada no mínimo duas vezes por semana. A preocupação com a limpeza dos bebedouros certamente não é à toa. O que muitos não sabem, é que a água é o insumo mais barato para manter um bovino, porém, a gestão, o manuseio e usando um vocabulário mais amplo, a engenharia que devemos ter em torno da água pode ter destaque ou ser um ponto cego na atividade. É importante salientar, todas águas têm uma concentração de matéria orgânica, o que, com o tempo, forma o chamado “baba”, um biofilme que contaminado, atrai e infesta micro-organismos, que degradam a qualidade da água, sendo o maior problema a frequência de agentes causadores de doenças. Um ponto de atenção importante, quando pensamos em bebedouros menores, é a capacidade dessa estrutura em atender uma grande demanda por parte dos animais em um curto espaço de tempo. Lux et al. (2019) mostraram que em duplas de bebedouros bem dimensionadas, ou seja, prontas para a capacidade de lotação do piquete, reduziram o estresse hídrico dos animais quando comparados à sistemas sem limitação de acesso das fontes, e também apresentaram resultados com bovinos, no mesmo padrão de performance. Chamamos ainda a sua atenção que, quando foi instalado bebedouros para lotes de bovinos de corte, a produção foi de 0,105Kg ou 29% superiores.irá impactar diretamente no consumo de MS pelos animais. Um estudo realizado por Willms et al. (2002) mostrou que houve redução do consumo de MS e ingestão de água à medida que a água era “propositadamente” contaminada com fezes. Um cenário não incomum em fazenda, o que neste estudo resultou em resolução de aproximadamente 12,5% no consumo MS, como ilustrado no gráfico a seguir. Ingestão de água e matéria seca de bovinos a medida que a fonte de água era contaminada com fezes. (Fonte: Adaptado de Willms et al., 2002). Diminuir consumo de matéria seca, por esse motivo, é sinônimo de menores desempenhos, BICA et al., 2006, mostraram em seus estudos que bovinos de corte com acesso a água de fonte artificial, bebedouro, apresentaram desempenhos de 0,105Kg ou 29% superiores aos animais que consumiam água de açudes. Portanto, a água é o primeiro e o mais barato ingrediente da dieta de um ruminante, o cuidado, e a preservação desse recurso, a disponibilidade de águas de boa qualidade podem determinar o sucesso da atividade. Capacidade dos bebedouros para bovinos Em confinamento, a métrica se mantém, ou até mesmo se acentua. Confinamentos, são na prática locais com maiores densidades de animais por m², o consumo de água é maior devido às características das dietas e o acesso ao bebedouro é observado constantemente por vários animais ao mesmo tempo, implicando em uma característica muito importante das recomendações do bebedouro. É importante que esses sejam de alta vazão, ou seja, que tenham grande capacidade e velocidade de enchimento. Projeto de bebedouro pequeno mas de alta vazão. (Fonte: Cristiano Rossoni, consultor do Rehagro). A utilização de bebedouros artificiais, foi um grande avanço e é uma grande necessidade ainda em muitas propriedades, em grandes piquetes, ou mesmo em confinamentos. Grandes estruturas de bebedouros foram instalados com intuito de armazenar muita água, que fosse capaz de suprir as necessidades de todos os animais de um lote, porém essas estruturas com grandes capacidades de armazenamento, apresentam uma maior dificuldade de manutenção, é em tese mais difícil se limpar um bebedouro ou uma caixa d’água com grandes volumes do que um bebedouro pequeno. Bebedouro com vazão insuficiente, enchimento lento. (Fonte: Cristiano Rossoni, consultor do Rehagro). Uma grande estrutura tem capacidade para garantir água aos animais por 2, 3 ou mais dias, mesmo se algum problema ocorrer com a distribuição da água. Um ponto de atenção importante, quando pensamos em bebedouros menores, é a capacidade dessa estrutura em atender uma grande demanda por parte dos animais em um curto espaço de tempo. A partir de então, passou-se a dar mais atenção à vazão dos bebedouros, sistema menores, com grande capacidade de enchimento. São mais práticos, fáceis de limpar e podem atender, perfeitamente, a todos os animais. Ainda em relação ao dimensionamento, quando falamos em tamanho de bebedouro, uma métrica utilizada são 2 cm lineares por cabeça, mas insistimos que mais importante do que o tamanho do bebedouro, e sempre relacionado ao sistema de produção, é importante avaliar a vazão do mesmo. Uma grande estrutura tem capacidade para garantir água aos animais por 2, 3 ou mais dias, mesmo se algum problema ocorrer com a distribuição da água. Manutenção e limpeza dos bebedouros Principalmente quando pensamos em sistemas mais intensivos, como confinamentos, a frequência de manutenção e limpeza dos bebedouros requer atenção, e deve ser realizada no mínimo duas vezes por semana. Dicas para limpeza:
- Retire a água do bebedouro, deixando apenas um fundo;
- Esfregue toda a superfície do bebedouro, incluindo paredes e fundo, com uma escova rígida. Caso necessário, utilize auxílio de produtos químicos para a limpeza, lembrando de enxaguar bem;
- Remova toda sujeira, lodo e matéria orgânica do fundo do bebedouro;
- Enxágue-o cuidadosamente;
- Deixe encher novamente.
Cuidados com fontes alternativas, como criar peixes, são necessários devido aos resíduos que eliminam na água, o que pode afetar o desempenho de bovinos. O cuidado na gestão da água e da limpeza é essencial para garantir a saúde e o desempenho ótimo dos animais. Alternativas podem ser utilizadas como auxílio à limpeza, no intuito de manter a água sempre em bom estado. A utilização de cloro e plantas aquáticas, por exemplo, também podem ser utilizadas e irão retardar o processo de sujeira da água, entretanto a limpeza, a lavagem do bebedouro é indispensável.
Conclusão
A busca pelo aumento da produtividade e da lucratividade na pecuária de corte passa pela garantia de acesso a água de qualidade para os animais. A atenção à saúde, ao desempenho e ao manejo das pastagens são fundamentais para o sucesso da atividade. Investir em bebedouros de qualidade, dimensionados e bem mantidos, representa um benefício indiscutível para a saúde do rebanho e para a lucratividade da fazenda.
