#sou agro | Para incentivar mais produtores a adotarem o sistema orgânico, o IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater) organizou uma reunião técnica sobre o cultivo de maracujá orgânico na região de Arapongas, no norte do estado. Mudas da IPR Luz da Manhã, cultivar da fruta criada pelo IDR-Paraná, foram entregues a agricultores acompanhados por técnicos do instituto.
Líder em produção agroecológica, a Paraná tem o maior número de produtores certificados do Brasil. Das 23.778 certificações do país, 3.829 são do Paraná, segundo o último levantamento do Ministério da Agricultura e Pecuária. Porém, em Arapongas a produção orgânica ainda é modesta. Três agricultores se dedicam à produção livre de insumos químicos. Produzem legumes, leguminosas e tubérculos. No entanto, existe um mercado potencial para outros produtos, como frutas.
Segundo o técnico Felipe Spagnuolo, do IDR-Paraná de Arapongas, a fruticultura orgânica oferece algumas vantagens, como a diversificação da produção, gerando mais uma fonte de renda para o agricultor. “Outro fator importante é que a fruticultura é uma atividade que não demanda tanta mão de obra quanto a horticultura. Há também a questão do valor agregado, que é maior para a produção de frutas orgânicas. Além do interesse dos mercados institucionais em oferecer frutas orgânicas na merenda escolar”, destaca Spagnulo.
O encontro técnico faz parte do projeto Visita-Formação no Maracujá Orgânico e aconteceu no Sítio Santa Inês, do casal Luiz Ribeiro e Tereza Marynowski. Reuniu 24 pessoas, entre produtores e técnicos.
No encontro, os participantes conheceram um pouco mais sobre as práticas nutricionais, fitossanitárias e culturais da cultura do maracujá. Os técnicos também abordaram temas relevantes para a próxima safra, como polinização, manejo de viroses e produção de mudas sadias.
A propriedade recebeu 40 mudas de maracujá orgânico geneticamente modificado pelo IDR-Paraná, para que os técnicos do Instituto capacitassem os produtores. O casal começou a colher o maracujá orgânico IPR Luz da Manhã há um mês e está vendendo o fruto em feiras livres da região.
O resultado do manejo agroecológico e a qualidade dos frutos da variedade têm sido surpreendentes. A expectativa é que cada uma das plantas produza 20kg de maracujá. Toda a produção é vendida para programas institucionais, feiras, alguns mercados e para consumidores da região.
A visita-formação funciona como uma iniciação aos agricultores na produção biológica. Cada uma das etapas do cultivo é realizada em uma propriedade, sendo replicada na sequência pelos demais produtores que são acompanhados individualmente pelos extensionistas. Durante o ano, grupos de produtores participam de reuniões com técnicos para discutir algum aspecto da produção orgânica. As reuniões são mensais e os extensionistas também realizam visitas semanais às propriedades dos participantes.
VENDA GARANTIDA
O IDR-Paraná também incentiva o consumo e a comercialização de produtos orgânicos por meio do Projeto Cestas Solidárias. Desenvolvido pelo IDR-Paraná, na Região Metropolitana de Curitiba, o projeto forma grupos de consumidores que recebem semanalmente cestas de produtos orgânicos diretamente dos produtores. Além da qualidade, as hortaliças e frutas das cestas solidárias costumam ter preços inferiores aos valores de mercado.
Ivo Melão, da Estação de Pesquisa em Agroecologia – CPRA do IDR-Paraná, é o coordenador do projeto e, junto com a equipe técnica dos bolsistas, faz a intermediação entre os produtores e consumidores que participam da iniciativa. Ele conta que o projeto Cestas Solidárias surgiu em 2009, seguindo um modelo inspirado nas AMAPs (Associação de Manutenção da Agricultura Familiar), criada na França.
Para aproximar consumidores e produtores, são realizados pelo menos dois encontros. Essas reuniões são intermediadas por técnicos do IDR-Paraná e servem para promover a conscientização do consumo responsável e saudável e também para acertar a quantidade de itens da cesta, dia e horário de entrega, local e preço.
Ivo informou que o valor médio da cesta hoje gira em torno de R$ 150,00 e cada consumidor recebe duas sacolas, feitas de material reciclado, que servem para atender a dinâmica de troca (leva e traz). O pagamento é feito antecipadamente, mensalmente, diretamente ao produtor.
Agricultores ou consumidores interessados em participar do projeto devem entrar em contato com a Estação de Pesquisa Agroecológica do IDR-Paraná pelo telefone (41) 3544-8110, ou pelo e-mail [email protected] Para os consumidores, é possível ingressar em grupos existentes ou formar novos grupos com no mínimo 15 participantes.
(Com AEN)
(Emanuely/Sou Agro)


