Governadores autorizam dissolucao de protestos bolsonaristas mas bloqueios

Governadores autorizam dissolução de protestos bolsonaristas, mas bloqueios…

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Por Eduardo Simões e André Romani e Leonardo Benassatto

SÃO PAULO (Reuters) – Insatisfeitos com a derrota eleitoral do último domingo, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) bloquearam mais de 200 pontos de estradas federais em 21 estados e no Distrito Federal até o início da tarde desta terça-feira, apesar de decisão do Supremo Tribunal Federal determinar o desbloqueio imediato das vias tanto pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) quanto pela Polícia Militar Estadual.

Os protestos, que já causam eventuais problemas de abastecimento, ocorreram enquanto Bolsonaro continuava sem reconhecer os resultados eleitorais que deram a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um terceiro mandato na presidência no domingo.

Inicialmente liderados por caminhoneiros, os grupos bolsonaristas pedem desrespeito às urnas e, em alguns casos, pedem explicitamente uma “intervenção” militar que impeça o PT de assumir o cargo em janeiro.

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Em São Paulo, por ordem do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), a Polícia Militar começou a desobstruir estradas estaduais. De acordo com o balanço da PM, desde domingo, 60 rodovias foram liberadas, 127 foram liberadas parcialmente e 14 ainda estão fechadas.

Um dos primeiros protestos dissolvidos foi na rodovia que leva ao aeroporto de Guarulhos, o maior do Brasil, onde o bloqueio na noite de segunda-feira levou ao cancelamento de 25 voos, segundo a concessionária que administra o aeroporto.

“Nós, brasileiros decentes e honestos, somos contra a volta da quadrilha que saqueou o poder”, disse à Reuters Vando Soares, 49, motorista que participou do bloqueio que impediu a chegada ao terminal de São Paulo. “Ele não pode assumir”, ele seguiu.

No final da manhã desta terça-feira, uma equipe da Reuters também acompanhou o desbloqueio parcial da Rodovia Castelo Branco pela Polícia Militar de São Paulo.

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O governador de São Paulo criticou a contestação das urnas. “As eleições acabaram, vivemos em um país democrático, São Paulo respeita o resultado das urnas e nenhuma manifestação vai fazer a democracia do Brasil retroceder”, disse o tucano, que apoiou Bolsonaro no segundo turno. “Aos vencedores, o mandato, aos perdedores, o reconhecimento da derrota”, continuou.

Também nesta terça-feira, outros governadores que apoiaram Bolsonaro, como Romeu Zema (Novo) de Minas Gerais e Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal, disseram no Twitter que autorizaram as forças de segurança a desobstruir as estradas em seus estados.

Em Santa Catarina, estado mais impactado por bloqueios e interdições nas rodovias federais, o governador Carlos Moisés (Republicanos) escreveu na rede social que “serão utilizados todos os meios legais e necessários para garantir a segurança das pessoas e o livre trânsito de pessoas e veículos “.

Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal, foram cerca de 230 pontos de bloqueio ou interdição em estradas em 21 estados e no Distrito Federal, por volta das 14h30, números que vêm variando marginalmente nas últimas horas.

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Os estados mais afetados foram Santa Catarina, Mato Grosso e Pará. Apenas Amapá, Alagoas, Ceará, Paraíba e Sergipe não registraram protestos nas rodovias federais. A PRF disse que 339 manifestações foram desfeitas.

Entre outros pontos, os bloqueios impediram a chegada de caminhões ao porto de Paranaguá (PR), importante rota de exportação agrícola do país.

Os bloqueios também começavam a causar desabastecimento nos supermercados, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), além de problemas de produção no setor de veículos.

Além disso, alguns frigoríficos devem deixar de abater a partir de quarta-feira se as manifestações continuarem, segundo fonte familiarizada com o assunto.

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MORAES

Na noite de segunda-feira, Moraes ordenou que as forças policiais tomassem todas as medidas necessárias para desobstruir rodovias bloqueadas por protestos “antidemocráticos”.

Na decisão, ele citou vídeos que mostravam a “passividade” da PRF e também determinou que o diretor-geral da instituição, Silvinei Vasques, adote imediatamente todas as medidas necessárias para desobstruir as vias, sob pena de multa de 100 mil. reais pessoalmente. , além de prever, “se for o caso” o afastamento do dirigente de suas funções e a prisão em flagrante pelo crime de desobediência.

Nesta terça-feira, em outra decisão, Moraes disse que a Polícia Militar dos Estados tem competência para desobstruir as estradas, mesmo aquelas que são de responsabilidade federal, e ordenou que os governadores estaduais e os comandantes-gerais da Polícia Militar sejam notificados.

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No início da tarde, a determinação do ministro já havia sido endossada por 9 dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal.[nL1N31X1L6]

O PT exigiu que o governo Bolsonaro resolva a crise bloqueando caminhoneiros. Lula não comentou o caso até agora.

Mais de 40 horas após a definição da derrota de sua tentativa de reeleição nas urnas, Bolsonaro continuou sem comentar o resultado eleitoral, nem fez qualquer comentário sobre os protestos de seus apoiadores que bloqueiam estradas. Pouco antes das 15h, o Planalto informou que o presidente deve falar em breve.

Durante seus quatro anos no cargo, Bolsonaro repetidamente lançou suspeitas infundadas contra o sistema eleitoral e fez falsas alegações sobre urnas eletrônicas.

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O segundo turno das eleições gerais, em que foram eleitos 12 governadores estaduais além de Lula, foi reconhecido como limpo e justo pelas autoridades dentro e fora do Brasil e não houve relatos de fraudes durante a votação.

(Reportagem adicional de Ana Mano, Gabriel Araújo, Brian Ellsworth e Fernando Cardoso, em São Paulo, e de Ricardo Brito, em Brasília, Editado por Alexandre Caverni e Flávia Marreiro)



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