Foto: Gabriel Faria / Embrapa

A carne bovina neutra em carbono trabalha com sistemas integrados lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e lavoura-pecuária (LP) para neutralizar os gases de efeito estufa.

Exemplo na busca pela sustentabilidade na produção, Mato Grosso do Sul abriga a primeira fazenda reconhecida e certificada com a neutralização das emissões de carbono no rebanho bovino. A Fazenda Santa Vergínia, localizada em Santa Rita do Pardo, é a primeira do Brasil com pecuária Carbono Neutro. A propriedade, com área total de 30.700 hectares, destinou 10.000 hectares para integração e quase mil hectares para o novo protocolo, e no ano passado ganhou o reconhecimento científico da Embrapa Gado de Corte. O protocolo de rastreabilidade é administrado pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do País).

Esta semana, em dia de campo, a Fazenda recebeu a Caravana ILPF (Integração Lavoura-Pecuária e Floresta), uma realização da Rede ILPF e Embrapa com o objetivo de divulgar e ampliar a área de ILPF no Brasil e realizar diagnósticos regionais sobre a situação da Pecuária e Silvicultura em várias regiões produtoras do país.

A Caravana é uma expedição técnica, composta por especialistas, que percorrerá mais de dez estados brasileiros entre 2022 e 2023, e realiza dias de campo, palestras, workshops, treinamentos, visitas institucionais e técnicas aos diversos atores do agronegócio e diagnósticos sobre a situação da ILPF nas regiões. Hoje (11), acontece o Painel “ILPF e mercado de carbono” no Sindicato Rural de Campo Grande com a presença de pesquisadores e autoridades.

Neutralize os gases de efeito estufa

A carne neutra em carbono trabalha com sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e lavoura-pecuária (LP) para neutralizar os gases de efeito estufa emitidos pelo processo de produção da pecuária de corte. com a pecuária de emissão zero. O reconhecimento marca um novo passo para a pecuária no esforço global de produzir com o menor impacto possível ao meio ambiente.

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“O Mato Grosso do Sul está recebendo a caravana da rede Lavoura, Pecuária e Floresta. Essa rede já passou por vários estados e será finalizada ainda esta semana aqui em Campo Grande. E hoje tivemos um importante evento na Fazenda Santa Vergínia, que é referência nacional e até internacional no Sistema de Integração Florestal e Pecuária. E é importante destacar que o MS é líder nesse tipo de sistema de integração com mais de 2,5 milhões de hectares que adotam algum tipo de integração”, disse o secretário de Produção Jaime Verruck, que esteve com a Caravana nesta quarta-feira. conhecendo a propriedade acompanhada pela coordenadora de Pesquisa, Tecnologia e Inovação da Semagro, Marina Dobashi.

O secretário disse que o Estado está buscando modelos tecnológicos para fazer essa difusão. “Queremos saber quais são os modelos de integração mais adequados para que possamos replicar isso para novos proprietários”, disse.

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O CCN foi desenvolvido pela unidade de gado de corte da Embrapa, após quase uma década de pesquisas. Tudo começou em 2012, na Colômbia, durante um congresso de integração pecuária-floresta (IPF), quando um grupo de pesquisadores pensou em uma forma de certificar a produção de carne de sistemas silvipastoris e agrossilvipastoris com mitigação de gases de efeito estufa.

Um dos protocolos do CCN, portanto, é a integração de atividades, que pode ser IPF ou integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), sistemas em que o Brasil é pioneiro e que vem ganhando espaço no país ano após ano. A Fazenda Santa Vergínia dedica 7.884 hectares ao IPF.

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A certificação da produção com emissões neutralizadas garante um preço diferenciado ao criador. O abate do gado criado nesse sistema foi operado pela Marfrig, único frigorífico brasileiro que participou da iniciativa e ajudou a financiar as etapas finais da pesquisa.

“Hoje vimos um modelo de sucesso voltado novamente para propriedades de médio e grande porte, onde vimos um foco muito claro na pecuária e aproveitamento dela através da produção de eucalipto”, destacou o secretário.

Verruck destacou que a empresa assinou um acordo de cooperação até 2030 com a Embrapa no qual detém direitos exclusivos de uso da marca CCN. O acordo foi assinado em 2018 e prevê ainda que o frigorífico também pague royalties à Embrapa pelo uso do selo.

“Então, também dentro da lógica do crédito Carbon Neutral State 2030, essa é uma propriedade importante dentro da estratégia que estamos desenvolvendo porque confirma a questão da carne neutra em carbono”, acrescentou.

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A neutralização das emissões do gado ocorre pelo sequestro de carbono das árvores plantadas na área. Mas o secretário ressalta que nenhuma produção em IPF ou ILPF pode ser considerada CCN. Uma série de requisitos devem ser atendidos, que incluem desde o método de produção da carne, qualidade e até a regularização do proprietário até as normas ambientais e sanitárias.

“Também é importante para o Mato Grosso do Sul conhecer o sistema de produção já desenvolvido. Hoje verificamos todo o trabalho científico desenvolvido pela Embrapa, toda a capacidade empreendedora de um modelo para toda essa região do Litoral Leste. Um projeto diferenciado mantendo a produção de gado de alta qualidade. Então, Mato Grosso do Sul caminha para o Estado Carbono Neutro, mas para isso precisa tomar uma série de ações específicas. E para isso, consideramos que a estratégia de integração da Lavoura Pecuária Floresta é a mais adequada para a expansão do agronegócio em Mato Grosso do Sul”, concluiu.

Fonte: Campo Grande Notícias

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