As exportações de soja do Brasil somaram 15,6 milhões de toneladas em maio, o segundo maior volume mensal da história, atrás apenas dos embarques registrados em abril de 2021, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados nesta quinta-feira. -justo.
Além de uma safra recorde, os embarques brasileiros da oleaginosa estão sendo impulsionados pela demanda internacional firme, que vai além da China.
Segundo dados de programação de navios, até os Estados Unidos, que ocupam o segundo lugar na produção e exportação de soja, atrás do Brasil, buscam o produto nos portos brasileiros, com preços pressionados pela farta safra atraindo compradores.
O Brasil também vem registrando demanda adicional da Argentina, onde a safra sofreu fortes perdas por causa da estiagem – o país vizinho tem uma grande indústria processadora, e importa mais oleaginosas nesta safra para atender compradores de farelo e óleo de soja.
A produção brasileira de soja cresceu 23,3% neste ano, para 154,8 milhões de toneladas, segundo dados da estatal Conab, possibilitando grandes embarques.
Segundo a Secex, as exportações do Brasil aumentaram cerca de 5 milhões de toneladas em relação a maio do ano passado, após terem atingido volumes expressivos em abril (14,3 milhões de toneladas).
O volume mensal embarcado pelo país fica atrás apenas da exportação registrada em abril de 2021 (16,1 milhões de toneladas).
Alguns participantes do mercado também citaram a falta de estocagem no Brasil como fator que favorece grandes embarques de uma só vez, considerando que muitos produtores, por falta de silos, não conseguiriam segurar o produto até conseguirem os melhores preços.
A expectativa do mercado é de exportações de soja neste ano de mais de 90 milhões de toneladas, também um patamar histórico.
Outro destaque das exportações agrícolas do Brasil em maio foi o açúcar, que cresceu quase 1 milhão de toneladas em relação ao mesmo mês do ano passado, com embarques de 2,47 milhões de toneladas – também foi o maior volume mensal embarcado em 2023.
Em um ano em que se espera um aumento significativo da produção, a tendência é que a exportação de açúcar do maior exportador da commodity ganhe ritmo nos próximos meses, em linha com o avanço da safra no centro-sul.