Existe um consenso sobre qual é o melhor touro Nelore (PO ou CEIP) para cobrir as mais de 60 milhões de vacas Nelore que temos no país? Abordaremos esses aspectos neste artigo.
É rotina encontrar esse questionamento na internet, uma eterna discussão entre dois tipos de pecuaristas, aqui vamos chamar de “o purista” e “O Numerólogo“. Uma defende a pureza racial, trazida da Índia no século passado, como diretriz para a seleção dos animais, a outra defende os números de DEPs, dados produtivos dos animais apresentados pelo software de computador adotado pelos programas de melhoramento genético bovino. Antes de nos aprofundarmos nos méritos de cada escolha, precisamos entender o diferenças entre animais POs e CEIPs.
O Nelore PO é um animal cuja origem é conhecida, Puro de Origem. Isso significa que sua genealogia é conhecida há pelo menos duas gerações anteriores, ou seja, todos os ancestrais desse animal estão registrados no livro genealógico Nelore. A instituição responsável por esse controle e registro dos animais dentro da norma é a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).
Animais Nelore que recebem o selo CEIP, Certificado Especial de Identificação e Produção (CEIP) concedidos pelo MAPA, são machos e fêmeas que passaram por teste de avaliação e têm capacidade comprovada de aumentar a produtividade dos rebanhos brasileiros.
Garantias de pessoas físicas com CEIP
- Competência produtiva dos indivíduos com CEIP, pois apenas uma parcela restrita da população pode receber o CEIP. Uma porcentagem máxima de 30% de certificaçãopartindo inicialmente de um nível de 20%, evoluindo a uma taxa de 0,5% ao ano de acordo com o ganho genético comprovado;
- Financiamento de instituições financeiras públicas ou privadas;
- Benefícios fiscais (isenção de ICMS).
ISSO É Também é possível que um indivíduo seja PO e CEIP ao mesmo tempo. Mas não é obrigatório que o animal seja PO para ter o CEIP. Não é papel do CEIP certificar a pureza racial dos animais, apenas o desempenho produtivo.
Aqui deixaremos de lado as diferenças e focaremos apenas no aspecto produtivo. Por um lado, temos a falta de genealogia ou “raça”, como se diz no PO, por outro lado, há, em alguns casos, falta de produtividade nos animais PO, há apenas documento e é um animal “piorando” geneticamente falando, então todo extremismo ou fanatismo deve ser evitado, vamos preservar a raça e a produtividade! O equilíbrio deve ser sempre buscado.
Logo de cara posso dizer: melhor é uma vaca grávida. Vaca vazia não paga a conta.
Nos últimos anos houve um grande aumento de animais com CEIP, inclusive em 2021 os touros com CEIP venderam 2,4 milhões de doses de sêmen. Existem vários programas de melhoramento genético animal que endossam os animais do CEIP, aqui podemos citar: Qualitas, DeltaGen, Aliança, PAINT e CFM. Programas que lideram o mercado de CEIP no Brasil.
O zootécnico Ricardo Abreu, gerente de promoção da ABCZ, auxiliou um criador no Programa Giro do Boi, e opinou sobre a melhor escolha. “Vou dizer logo: é o touro PO. Porque? O touro PO é aquele que tem lastro. É ele que tem formação de sua linhagem paterna e materna antes mesmo de nascer”, analisou.
“Quando você compra um touro Nelore PO para usar no seu rebanho Nelore e que vai vender um bezerro, é a segurança de que estará pegando um touro que tem padrão racial, que tem lastro de um linhagem materna e também fará uma avaliação genética dentro do Programa de Melhoramento Genético de Raças Zebuínas, que é o PMGZ”, acrescentou Ricardo.
Afinal, qual é a melhor escolha?
A decisão é do criador. Sabemos do tamanho continental do Brasil, e é possível que um “melhoramento” animal, de um criador de São Paulo, não aguente o clima adverso do Pantanal ou do semiárido, na Bahia . Com o advento das redes sociais, é É possível conferir o trabalho da maioria dos criadores de Nelore do paísprocure um criador que trabalhe próximo das condições que você oferece aos seus animais, isso pode garantir o sucesso do seu Gado.
Aqui podemos citar um exemplo bem simples e funcional. Se você cria, cria e engorda seus animais a pasto, deve procurar um criador que selecione os animais nessas condições. Talvez aquele animal que tem ótimo desempenho no cocho, com flutuação à vontade, não desempenhe seu papel no seu cenário adverso em sua fazenda.
“CEP ou PO? Nada disso! Todos ganhamos muito mais se cada projeto, PO ou CEIP, trabalhar o mercado criando valor para o investimento em genética. Promovendo a transformação que ocorre dentro de cada fazenda de criação que investe em genética. Garantir que os animais entregues a cada cliente que confiou naquele trabalho realmente vão deixar valor dentro, vai justificar o investimento e fazer o cara voltar mais vezes para comprar. Quando as duas áreas de trabalho se unem e fomentam as transformações que ocorrem dentro dos projetos que investem em genética, elas nadam em um mercado muito maior e ganham força para vender um produto e agregar valor.” – reforça o veterinário Hérica Prado, da Agro Sistemico.
E conclui – “Vender touros não é uma competição de mercado. É um desafio constante identificar, comunicar ao mercado e entregar a transformação na pecuária que você acredita e quer ver.”
O veterinário colaborou com o conteúdo Fernando Cavalcanti Calixto Dias Tannus
Todo o conteúdo audiovisual do CompreRural é protegido pela lei brasileira de direitos autorais, sendo permitida a reprodução desde que citada a fonte e com aviso prévio através do e-mail jornalismo@comprerural.com