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Nebulosidade, atraso no crescimento vegetativo, escassez de água e enchimento prejudicado da maçã foram alguns dos problemas que permearam o ciclo da cultura.

O algodão é afetado diretamente por fatores adversos ou favoráveis ​​durante a colheita, com impacto significativo no desenvolvimento vegetativo, na produção e na qualidade da fibra. É exatamente isso que está sendo observado durante a safra da safra 2021/22 em várias regiões produtoras. Essas informações serão apresentadas e discutidas durante o XIV Encontro Técnico Algodão da Fundação Mato-grossense de Amparo à Pesquisa Agropecuária (Fundação MT), de 29 a 31 de agosto, no hotel Gran Odara, em Cuiabá/MT.

Apesar da adequada janela de semeadura em janeiro em todas as regiões do Mato Grosso, o ciclo da cultura foi comprometido pelo excesso de chuvas (resultando em plantas com raízes rasas) e temperaturas mais amenas, decorrentes de dias nublados no final daquele mês e também no início do Fevereiro. “Assim, o aparecimento do primeiro botão floral e, consequentemente, o aparecimento da primeira flor, atrasou cerca de 10 a 15 dias”, explica o professor Ederaldo José Chiavegato, doutor em produção vegetal e orador convidado do Encontro. É exatamente isso que se observa em termos de qualidade e produtividade das penas colhidas até o momento.

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Normalmente, a primeira flor de algodão aparece por volta de 55 dias após a emergência. No entanto, este ano, segundo Chiavegato, o aparecimento ocorreu em torno de 65 dias ou mais (10 a 15 dias de atraso, dependendo da região produtora) e isso aumentou o ciclo da cultura.

Na fase final de floração e início da fase seguinte de maturação, o fim das chuvas em abril influenciou diretamente na produção. “Em alguns anos pode haver algumas chuvas regionais em maio, principalmente na região de Campo Novo do Parecis. No entanto, não é prudente que o produtor conte com essas chuvas incertas neste mês, na maioria das regiões produtoras, para o enchimento das maçãs de topo, principalmente quando o sistema radicular é superficial como o que encontramos nesta safra”, alerta o especialista. .

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Fitotoxicidade por herbicidas
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40 dias valem uma safra inteira

Os primeiros 40 dias do ciclo do algodão (compreendendo germinação e emergência, desenvolvimento inicial e vegetativo) compreendem um dos períodos mais importantes da produção, ou seja, o potencial produtivo é definido nesta fase.

As regiões produtoras de algodão do Mato Grosso, com exceção da microrregião Primavera do Leste (no Sudeste do estado), semeiam a segunda safra de algodão a partir de janeiro, podendo iniciar até a primeira quinzena de fevereiro. É aí que começam as preocupações dos cotonicultores, pois nesse período, via de regra, as temperaturas são favoráveis ​​à rápida germinação e emergência, porém, como comenta Chiavegato, a alta umidade do solo favorece o estresse anóxico, que é a deficiência ou falta de oxigênio na o solo.

Com essa soma de fatores, o início inicial das mudas fica comprometido, reduzindo o vigor da cultura. “Temos que considerar que este é um fato real, com probabilidades de ocorrência muito altas, com consequências negativas nas fases seguintes do ciclo. Ou seja, essas condições nunca podem ser negligenciadas”, reforça.

Assim, os produtores devem sempre considerar ações de manejo para minimizar esse cenário, tais como: qualidade das sementes, profundidade de semeadura e descompactação do solo. Além disso, proporcionar o equilíbrio hormonal adequado para o processo de germinação e emergência, entre outros.

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Aumento-no-número-de-vegetativos
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As raízes afetaram a produtividade

A temperatura e a umidade têm grande influência no crescimento das raízes do algodoeiro. Quando estão em alta nas primeiras semanas após o plantio, podem prejudicar muito toda a produção. Nesta fase, o algodoeiro prioriza o desenvolvimento do sistema radicular, ou seja, danos de qualquer natureza representam diretamente danos à planta. “Condições climáticas adversas e ações de manejo consideradas inevitáveis ​​(uso de herbicidas, atrasos na adubação nitrogenada, entre outros) contribuíram para um desenvolvimento deficiente do sistema radicular”, destaca o professor.

Quais são as consequências?

Via de regra, para todas as microrregiões produtoras da pluma na segunda safra em Mato Grosso, a probabilidade de longos períodos de dias chuvosos, incluindo grandes volumes, causando nebulosidade é alta. Segundo o especialista, os efeitos desse cenário no desenvolvimento inicial das plantas são evidentes na safra 2021/22.

Ainda segundo Chiavegato, observou-se aumento no número de nós vegetativos até o aparecimento do primeiro botão floral. “Geralmente, esse número fica entre cinco e seis nós. A alta cobertura de nuvens neste período condicionou as temperaturas mais baixas, pelo que era comum ver o aumento para sete a oito nós, atrasando o ciclo da cultura em cerca de 10 a 12 dias”, observa.

Como resultado, houve uma mudança no final do ciclo para condições mais prováveis ​​para a ocorrência de déficit hídrico. Este fato, associado ao sistema radicular mais superficial, devido ao excesso de água no solo e falta de oxigênio, comprometeu severamente o enchimento das últimas maçãs do ponteiro, principalmente em épocas de semeadura tardias.

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Para Chiavegato, pode-se considerar, cronologicamente, que as janelas de semeadura nesta segunda safra, em todas as regiões produtoras, foram adequadas. “No entanto, os problemas no final do ciclo com o corte definitivo das chuvas a partir de abril, durante o enchimento das maçãs ponteiro e, este ano, com muitas maçãs de segunda e terceira posição nas fases de enchimento, foram o resultado das condições climáticas registradas na fase de implantação da cultura”, sinaliza.

Da maturação à colheita

A fase de maturação até a colheita dura cerca de 50 dias, durante os quais as sementes e fibras se desenvolvem e as maçãs se abrem. Esse período também é responsável pela qualidade do algodão produzido. Ou seja, a temperatura e a umidade exercem influências significativas no crescimento e desenvolvimento dos frutos, na formação de fibras, consequentemente interferindo em sua qualidade e rendimento. O ideal são temperaturas amenas e demanda de água reduzida.

O cotonicultor precisa ter em mente que as oscilações de temperatura e água e a quantidade e qualidade da radiação incidente durante o ciclo da cultura, bem como as decisões e ações de manejo adotadas desde o estabelecimento inicial das plantas, interferem fortemente em sua capacidade de enfrentar com possíveis variações. clima nesta fase final. “Podemos destacar que, entre as decisões e ações de manejo, o produtor deve atentar para o rigor na adequação da época de semeadura e das características intrínsecas das cultivares escolhidas”, orienta o especialista.

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