Noticias do Jornal do campo Soberano
Boa leitura!
Se você está interessado no agronegócio brasileiro e deseja se manter atualizado sobre as últimas notícias e informações do setor, você veio ao lugar certo. Neste artigo, abordaremos a pressão crescente dos percevejos nas lavouras de soja, milho e algodão, e como os produtores têm lidado com esse desafio.
Durante a safra 2022/23, o produtor de soja Diego Sichocki observou um aumento na incidência de percevejos em suas propriedades nos estados de Mato Grosso, Pará e Maranhão. Esses insetos representam uma ameaça significativa para as culturas que ele planta em sequência, como milho, algodão e gergelim. A fim de combater esse problema, Sichocki adotou uma estratégia de tolerância zero, onde começou a aplicar inseticidas assim que encontrou uma média de 0,5 percevejos por metro quadrado. Essa abordagem tem se mostrado eficaz para evitar danos às culturas.
A percepção de Sichocki sobre o aumento da presença de percevejos é suportada por um levantamento realizado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Defesa Vegetal (Sindiveg). O estudo mostrou um aumento de 20% na ocorrência de percevejos no primeiro semestre de 2023, especialmente nas plantações de soja, milho e algodão nos principais estados produtores. No entanto, pesquisas realizadas pela Embrapa Soja nos últimos dez anos sugerem que uma estratégia de gestão preventiva não é necessariamente a melhor abordagem para controlar essa praga.
Segundo o pesquisador da Embrapa Soja, Samuel Roggia, a maior incidência de percevejos está relacionada às variações climáticas, sendo que regiões mais quentes tendem a ter infestações mais intensas. Além disso, chuvas frequentes entre dezembro e janeiro podem dificultar a aplicação de inseticidas. Dependendo do nível de infestação, os percevejos podem causar perdas de produção de até 30% e comprometer a qualidade dos grãos, reduzindo os níveis de proteína e óleo.
Para lidar com esse desafio, é importante adotar um manejo integrado de pragas (MIP) e trabalhar com níveis de controle adequados. O programa MIP-Soja, realizado pela Embrapa Soja em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), demonstrou que é possível reduzir pela metade o número de aplicações de inseticidas nas lavouras de soja. Em um estudo realizado na safra 2017/18, as plantações que adotaram o MIP precisaram de apenas uma aplicação de inseticida para combater os percevejos, enquanto aquelas que não utilizaram essa abordagem precisaram realizar pelo menos duas aplicações.
Além de reduzir o uso de inseticidas, o programa MIP-Soja também mostrou que as lavouras que adotaram o manejo integrado tiveram uma produtividade média maior em comparação com aquelas que não o adotaram. Na safra analisada, os produtores que utilizaram o MIP obtiveram um rendimento médio de 55,85 sacas por hectare, enquanto aqueles que não adotaram essa prática tiveram um rendimento de 54,75 sacas por hectare.
Para fazer um manejo eficiente, é essencial que o produtor realize amostragens regulares no campo para monitorar a infestação de percevejos. A Embrapa Soja está desenvolvendo métodos alternativos de amostragem, como o uso de armadilhas e sensoriamento remoto, para complementar o manejo integrado de pragas.
Ao aplicar inseticidas, é importante estar atento aos problemas de resistência aos agrotóxicos. Recomenda-se utilizar produtos mais modernos, com efeito de choque e residual, que possam ser aplicados desde o plantio até a colheita da soja. É importante também fazer um rodízio de princípios ativos para evitar a resistência dos insetos. No caso específico dos percevejos, é fundamental não aplicar inseticidas de amplo espectro quando a população de percevejos for insignificante, pois isso pode levar ao desenvolvimento de resistência.
Em resumo, a infestação de percevejos nas lavouras de soja, milho e algodão representa um desafio significativo para os produtores. No entanto, por meio do manejo integrado de pragas e da adoção de estratégias como a tolerância zero, é possível controlar efetivamente esses insetos e garantir a produtividade das culturas. É importante acompanhar as pesquisas e os avanços na área para implementar as melhores práticas de manejo e garantir uma agricultura sustentável.
Aqui estão algumas perguntas frequentes sobre o controle de percevejos nas lavouras:
1. Quais são as principais culturas afetadas pela infestação de percevejos?
As principais culturas afetadas são a soja, o milho e o algodão.
2. Como o clima influencia a incidência de percevejos nas lavouras?
Regiões com clima mais quente tendem a ter maiores infestações de percevejos.
3. Como o manejo integrado de pragas pode ajudar no controle de percevejos?
O manejo integrado de pragas envolve a adoção de medidas preventivas e o uso criterioso de inseticidas, visando reduzir o impacto dos percevejos nas lavouras.
4. Quais são os principais danos causados pelos percevejos às culturas?
Os percevejos podem causar perdas de produção de até 30% e comprometer a qualidade dos grãos, reduzindo os níveis de proteína e óleo.
5. Como evitar a resistência aos inseticidas no controle de percevejos?
Recomenda-se utilizar produtos mais modernos, fazer um rodízio de princípios ativos e aplicar inseticidas apenas quando necessário, evitando o uso excessivo e indiscriminado.
Esperamos que este artigo tenha fornecido informações úteis sobre o controle de percevejos nas lavouras. Fique atento às melhores práticas e novidades no setor agrícola para garantir o sucesso de suas culturas.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
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O produtor de soja Diego Sichocki administra propriedades em Mato Grosso, Pará e Maranhão. Durante a safra 2022/23, ele notou aumento na pressão dos percevejos nas lavouras dos três estados.
“Nossos custos de produção subiram porque tivemos que fazer mais aplicações de inseticidas para controlar essa praga.”
A estratégia de combate que utilizou baseava-se na tolerância zero. “Quando encontramos, em média, 0,5 percevejos por metro quadrado, começamos a aplicar. Se não controlarmos desde o início, eles migram e danificam o milho, o algodão e o gergelim, que são as culturas que plantamos em sequência”, afirma.
A percepção do agricultor sobre o aumento da presença de insetos é corroborada por levantamento do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Defesa Vegetal (Sindiveg).
Segundo o estudo, a ocorrência de percevejos aumentou 20% no primeiro semestre de 2023, principalmente nas plantações de soja, milho e algodão nos maiores estados produtores.
No entanto, de acordo com pesquisas realizadas por Embrapa Soja Nos últimos dez anos, a estratégia de gestão a adoptar para controlar esta praga não necessita de ser preventiva. Mas então, como agir?
Controlando o inimigo
O pesquisador da Embrapa Soja, Samuel Roggia, destaca que a maior incidência de percevejos se deve às variações climáticas.
“Regiões com clima mais quente tendem a ter maiores infestações. Em anos com chuvas muito frequentes entre dezembro e janeiro, o controle de pragas é mais complexo devido à dificuldade de aplicação de inseticidas.”
Segundo ele, dependendo do nível de infestação, os percevejos podem causar perdas de produção de até 30%. “Além disso, comprometem a qualidade dos grãos, reduzindo os níveis de proteína e óleo.”
Portanto, trabalhar com níveis de controle batendo um pano ainda é uma alternativa de manejo válida e certificada pela entidade.
“Nas culturas de sementes, um percevejo por metro/prato é tolerável, enquanto que para as culturas comerciais de soja, dois percevejos por metro/prato ainda estão dentro do limite de controle”.
Segundo Roggia, a produtividade da soja não é comprometida nas culturas que adotam o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e, por isso, utilizam inseticidas apenas em situações de maiores infestações.
Controle de pragas integrado
Dados do Programa MIP-Soja, realizado pela Embrapa Soja e Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) nas últimas seis safras (2017/18 a 2022/23) mostrar que é possível reduzir 50% o número de aplicações de inseticidas nas lavouras de soja.
Especificamente no que diz respeito ao controle de percevejos, na safra 2017/18, por exemplo, o programa avaliou 196 culturas que adotaram o manejo integrado e outras 615 sem a prática, todas no Paraná.
Resultado: nas plantações com MIP, foi necessária apenas uma aplicação de inseticida para combater os percevejos. Naqueles que não utilizavam técnicas de manejo, foi necessário realizar pelo menos dois lançamentos com produtos.
Nesta mesma safra, a primeira aplicação de agroquímicos só precisou ser realizada no 79º dia nas lavouras com MIP. Nas demais foi necessário adiantar a pulverização em 35 dias, ou seja, no 44º dia após o plantio.
No ciclo 2022/23, quando foram avaliadas 150 culturas paranaenses com MIP e 443 sem manejo, as aplicações foram 66,2% menores do primeiro grupo.
Produtividade da soja

Outra parte deste período de seis safras do Programa MIP-Soja diz respeito à produtividade média obtida nas lavouras de soja com e sem MIP.
Dentre todas as plantações analisadas, o rendimento obtido pelos produtores que adotaram o manejo integrado de pragas foi 55,85 sacosenquanto para os demais esse número foi 54,75 sacas.
Necessidade de realizar amostragem
O pesquisador da Embrapa Soja destaca a necessidade do produtor realizar amostragem, ou seja, entrar no campo com o pano de bater pelo menos uma vez por semana para poder monitorar a infestação de forma eficiente.
“A Embrapa tem aplicado esforços para criar outros métodos de amostragem, criando armadilhas para percevejos, sensoriamento remoto, visão computacional. São todas ferramentas complementares à gestão integrada”, afirma Roggia.
Cuidados ao aplicar nas lavouras de soja
Nas ocasiões em que for necessária a aplicação de inseticidas, o Gerente de Marketing da IharaRoberto Rodrigues, lembra que os produtores devem estar atentos aos problemas de resistência aos agrotóxicos.
“Por isso, é importante que trabalhem sempre com moléculas mais modernas, que tenham um bom efeito de choque. O ideal são produtos com efeito de choque e residual, que abranjam todas as fases do percevejo e possam ser aplicados desde o plantio até a colheita da soja.”
Ele ressalta que o percevejo marrom é o mais comum na soja, mas a população do percevejo verde também aumentou consideravelmente nas últimas safras.
“O produtor deve fazer um rodízio dos princípios ativos dos inseticidas. Dessa forma, ele evita usar diversas vezes o mesmo produto, diminuindo o risco do inseto criar resistência”, orienta Rodrigues.
O pesquisador da Embrapa Soja, Samuel Roggia, alerta que os produtores de soja precisam ter uma ideia clara de quais produtos químicos estão atuando em cada parcela de sua propriedade.
Segundo ele, como alguns agrotóxicos têm espectro mais amplo e, portanto, também podem ser utilizados em outras pragas, como lagartas, ácaros e ácaros, o produtor não deve priorizá-los quando o objetivo é combater apenas o percevejo.
“Se ele aplicar esse produto de forma mais ampla quando a população de percevejos for insignificante, vai gerar resistência a esse inseticida. A mesma coisa acontece com antibióticos e humanos. Portanto, o produtor deve ficar atento ao nível de controle, ou seja, dois insetos por pano. Se estiver abaixo deste nível de controlo, não há justificação económica para a aplicação”, concluiu o investigador.