Como Reduzir o Estresse da Desmama em Bezerros Leiteiros
A fase de aleitamento é um período sensível e estressante para os bezerros leiteiros devido ao afastamento da mãe e ao isolamento social. Buscando alternativas para minimizar os impactos negativos dessa fase, a Embrapa Pecuária Sudeste conduziu um experimento para testar o efeito do enriquecimento social e físico.
A Importância do Enriquecimento Social e Físico
A pesquisa avaliou os efeitos do enriquecimento social no comportamento dos bezerros leiteiros em sistemas a pasto, visando melhorar sua capacidade de lidar com mudanças de ambiente. Além disso, o enriquecimento físico, com a disponibilização de objetos como escova, bola e espantalho, buscava identificar benefícios funcionais e biológicos para os animais.
Por que Investir no Bem-Estar dos Bezerros?
É fundamental entender como esse tipo de enriquecimento pode impactar positivamente a vida dos bezerros leiteiros e trazer benefícios tanto para eles quanto para os produtores. Vamos explorar mais a fundo os resultados desse experimento e como ele pode influenciar as práticas de criação de bezerros leiteiros. Acompanhe!
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Subtítulo 1
A pesquisa avaliou os efeitos do enriquecimento social no comportamento dos bezerros leiteiros em sistemas a pasto. O intuito, de acordo com a pesquisadora Teresa Alves, foi melhorar a capacidade dos animais em lidar com mudanças de ambiente. Além disso, o enriquecimento físico, com a disponibilização de objetos como escova, bola e espantalho, buscou identificar benefícios funcionais e biológicos.
Subtítulo 2
A separação do filhote e a mãe logo após o nascimento é uma prática corriqueira entre os produtores de leite, principalmente para assegurar maior eficiência no recebimento do colostro. Quando separados, muitos são colocados em baias individuais, a fim de diminuir a transmissão de doenças e a competição por alimento.
Por outro lado, a criação coletiva de bezerros oferece um ambiente com espaço e estímulos necessários ao bom desenvolvimento cognitivo. A interação com outros animais pode melhorar a capacidade de lidar com mudanças de ambiente e situações de estresse. Porém, um desafio frequente nesse modelo é a ocorrência da mamada cruzada (ato de bezerros em sugar um ao outro).
Subtítulo 3
A ação pode resultar em ferimentos de partes do corpo do animal sugado e interferir no desempenho produtivo. Nesse caso, a inserção de “brinquedos” é uma forma de reduzir o problema, melhorando sanidade, índices reprodutivos, aumento da aptidão inclusiva e redução de comportamento doloroso. E não é necessário um grande investimento para o produtor.
Subtítulo 4
Nos lotes com enriquecimentos social e físico a interação social e o comportamento de explorar o ambiente foram menores, visto que os animais ocuparam parte do tempo interagindo com os objetos oferecidos.
Os bezerros interagiram em maior frequência com a escova (48,2%), seguida da interação com bola (26,5%) e com o espantalho (25,6%). Além disso, neste grupo houve maior frequência de visita ao concentrado e menor tempo em pastejo. Em relação ao ócio e à ruminação, não ocorreu influência dos enriquecimentos entre os lotes.
Subtítulo 5
A pesquisadora considera que a interação dos bezerros com o espantalho nos horários próximos ao fornecimento do leite pode estar relacionada com o contato humano-animal. É provável que os bezerros tenham associado à imagem do espantalho à pessoa responsável pelo manejo, uma vez que os bonecos usavam a mesma vestimenta dos tratadores.
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Conclusão: Enriquecimento social e físico para bezerros leiteiros
O estudo realizado pela Embrapa Pecuária Sudeste evidenciou os benefícios do enriquecimento social e físico para bezerros leiteiros. A interação dos animais com objetos como escova, bola e espantalho resultou em comportamentos mais equilibrados e menos estresse durante o período de desmame. Além disso, a criação coletiva proporcionou interações sociais que contribuíram para o bem-estar dos animais. Portanto, investir em estratégias de enriquecimento ambiental pode ser uma maneira eficaz de promover o conforto e a saúde dos bezerros leiteiros, impactando positivamente na produtividade e no desenvolvimento desses animais.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
Enriquecimento social e físico para bezerros leiteiros: como reduzir o estresse da desmama
A fase de aleitamento é um período sensível e estressante para os bezerros leiteiros, devido ao afastamento da mãe e, em alguns casos, ao isolamento social.
Em busca de alternativas para minimizar os impactos negativos dessa fase, a Embrapa Pecuária Sudeste conduziu um experimento para testar a efetividade do enriquecimento social e físico para os bezerros leiteiros em sistemas a pasto.
FAQs
1. Por que a separação dos bezerros e das mães logo após o nascimento é comum na produção de leite?
Essa prática é comum para garantir uma maior eficiência no recebimento do colostro pelas crias. Além disso, a separação ajuda a reduzir a transmissão de doenças e a competição por alimento entre os animais.
2. O que é mamada cruzada e como os “brinquedos” podem ajudar a reduzir esse problema?
A mamada cruzada é o ato de bezerros sugarem um ao outro, o que pode resultar em ferimentos e interferir no desempenho produtivo. A inserção de “brinquedos”, como escova, bola e espantalho, pode ajudar a reduzir esse comportamento, melhorando a sanidade dos animais.
3. Quais foram os principais resultados do experimento com enriquecimento social e físico para os bezerros leiteiros?
Nos lotes com enriquecimentos social e físico, os animais interagiram mais com os objetos oferecidos, como escova, bola e espantalho. Além disso, houve uma maior visita ao concentrado e menor tempo em pastejo, sem influência no ócio e na ruminação.
4. O que é considerado enriquecimento social e físico para os bezerros leiteiros?
O enriquecimento social envolve a interação dos animais entre si, enquanto o enriquecimento físico consiste na disponibilização de objetos como escova, bola e espantalho para estimular comportamentos naturais e exploratórios dos bezerros.
5. Qual a importância da interação social para o desenvolvimento dos bezerros leiteiros?
A interação social é fundamental para o desenvolvimento cognitivo dos bezerros leiteiros, ajudando-os a lidar melhor com mudanças de ambiente e situações de estresse. Além disso, promove um ambiente mais enriquecedor e estimulante para os animais.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
A fase de aleitamento é um período sensível e estressante para os bezerros leiteiros, por conta do afastamento da mãe e, em alguns casos, do isolamento social.
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Buscando alternativas para minimizar os impactos negativos dessa fase, a Embrapa Pecuária Sudeste conduziu um experimento para testar a efetividade do enriquecimento social e físico.
A pesquisa avaliou os efeitos do enriquecimento social no comportamento dos bezerros leiteiros em sistemas a pasto. O intuito, de acordo com a pesquisadora Teresa Alves, foi melhorar a capacidade dos animais em lidar com mudanças de ambiente. Além disso, o enriquecimento físico, com a disponibilização de objetos como escova, bola e espantalho, buscou identificar benefícios funcionais e biológicos.
A separação do filhote e a mãe logo após o nascimento é uma prática corriqueira entre os produtores de leite, principalmente para assegurar maior eficiência no recebimento do colostro. Quando separados, muitos são colocados em baias individuais, a fim de diminuir a transmissão de doenças e a competição por alimento.
Por outro lado, a criação coletiva de bezerros oferece um ambiente com espaço e estímulos necessários ao bom desenvolvimento cognitivo. A interação com outros animais pode melhorar a capacidade de lidar com mudanças de ambiente e situações de estresse. Porém, um desafio frequente nesse modelo é a ocorrência da mamada cruzada (ato de bezerros em sugar um ao outro).
A ação pode resultar em ferimentos de partes do corpo do animal sugado e interferir no desempenho produtivo. Nesse caso, a inserção de “brinquedos” é uma forma de reduzir o problema, melhorando sanidade, índices reprodutivos, aumento da aptidão inclusiva e redução de comportamento doloroso. E não é necessário um grande investimento para o produtor.
Resultados
Nos lotes com enriquecimentos social e físico a interação social e o comportamento de explorar o ambiente foram menores, visto que os animais ocuparam parte do tempo interagindo com os objetos oferecidos.
Os bezerros interagiram em maior frequência com a escova (48,2%), seguida da interação com bola (26,5%) e com o espantalho (25,6%). Além disso, neste grupo houve maior frequência de visita ao concentrado e menor tempo em pastejo. Em relação ao ócio e à ruminação, não ocorreu influência dos enriquecimentos entre os lotes.
Para Teresa, o maior tempo gasto com a escova pode ser explicado pelo fato dos bovinos se coçarem para remover sujeira, restos de excrementos, ectoparasitas e fluídos corporais. Assim, a incorporação de objetos com algum tipo de função específica é eficaz para o bem-estar.
“A criação de bezerros em grupo promove um importante enriquecimento que são as interações sociais, embora quando disponibilizado ‘brinquedos’, eles gastam tempo interagindo com esses recursos”, destacou Teresa.
A pesquisadora considera que a interação dos bezerros com o espantalho nos horários próximos ao fornecimento do leite pode estar relacionada com o contato humano-animal. É provável que os bezerros tenham associado à imagem do espantalho à pessoa responsável pelo manejo, uma vez que os bonecos usavam a mesma vestimenta dos tratadores.
Experimento
Participaram do estudo 35 bezerros das raças Holandês e Jersolando distribuídos em dois tratamentos: um apenas com enriquecimento social – piquetes coletivos de criação; e outro com enriquecimento social e físico. Nesses, além dos piquetes serem coletivos, foram colocados diferentes objetos (espantalho, bola e escova), oferecidos simultaneamente.
O experimento foi conduzido no Sistema de Produção de Leite da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP). A distribuição dos grupos foi aleatória, com a condição de que os animais não tivessem diferença de idade maior do que 15 dias e, no máximo, cinco filhotes.
Os bezerros foram separados de suas mães logo após o nascimento e receberam o colostro por meio de baldes individuais com bico. Desde o primeiro dia de vida, tiveram acesso livre à água e ao concentrado. O desaleitamento ocorreu, gradativamente, próximo aos dois meses de idade.
O sistema de criação coletivo possui área composta por capim, com 12 piquetes de 64m² cada, com sombra artificial. A pesquisadora explicou que o sistema foi planejado para que houvesse piquetes ociosos para mudança do lote para áreas com melhor qualidade sanitária, principalmente no período das chuvas.
Os animais foram avaliados diariamente e pesados a cada 14 dias, com a avaliação de mucosa, infestação de carrapatos e temperatura retal. As observações comportamentais também foram a cada 14 dias, anotadas durante 10 horas, com identificação dos bezerros. Foram 60 dias de observações do comportamento do nascimento ao desmame.
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