Rio Grande do Sul “virou antro de crimes rurais”, diz líder pecuarista
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!Há um descompasso entre os relatórios dos produtores sobre a criminalidade rural e as estatísticas de segurança pública no Rio Grande do Sul.
Crimes Rurais Vira Rotina No Sul Do País
“O estado se tornou um antro de crimes rurais”, diz o presidente do Instituto Desenvolvimento Pecuária, Luís Felipe Barros. Fundado há pouco mais de três anos, o instituto apresentou propostas à Polícia Civil e à Brigada Militar para fortalecer a fiscalização em áreas de produção agropecuária.
Segundo Luís Felipe, hoje os crimes no meio rural não se limitam ao roubo de gado (furto e/ou furto de gado), que passou de 10.767 casos em 2016 para 5.562 em 2021.
O presidente do instituto esclarece que não se refere apenas às ocorrências de sequestro de gado.
“Estou falando de roubo de pesticidas e maquinário e prisões e sequestros ilegais, que não estão sendo medidos [por estatísticas oficiais]”.
“É fácil dizer que a criminalidade rural diminuiu medindo apenas o roubo de gado.
No entanto, o número de ocorrências não significa que o número de roubos tenha diminuído, pois não temos uma estimativa econômica de quantas cabeças [os assaltantes] levaram.
Então existe uma estatística de que houve uma redução de ocorrências, mas a gente não vê isso na prática. O que sentimos é o aumento das ocorrências”, enfatiza.
O diretor do instituto acrescenta que a agricultura se tornou alvo do crime organizado. “Temos quadrilhas especializadas em roubar 30, 40 cabeças de gado.
Eles têm guias e caminhões para levar e desovar os animais para os matadouros. O mesmo acontece com máquinas e pesticidas. Antes tínhamos gangues de saídas de banco. Agora temos bandas iniciais defensivas.”
Luís Felipe considera que a observação do avanço da criminalidade no campo não é uma crítica à atuação da polícia estadual, da qual o instituto é parceiro. “Somos pró-ativos e parceiros [com as forças de segurança]. Nos aliamos à Polícia Civil e à Brigada Militar para sermos mais eficientes no combate à criminalidade rural. Queremos dar um passo à frente [na estratégia de combate ao crime].
O instituto quer uma vigilância mais aberta em torno das propriedades rurais. “Precisamos de uma polícia mais ativa, com as Delegacias Especializadas de Repressão aos Crimes Rurais e Ladrões (Decrabs) atuando de forma coordenada.
Hoje temos quatro delegacias especializadas, em Bagé, Alegrete, Camaquã e Cruz Alta, funcionando individualmente”, conta Luís Felipe.
Para ele, o avanço da política de segurança para o campo exige maior sinergia entre o Decrabs e o Departamento de Polícia do Interior (DPI) e a intensificação do uso da inovação.
“O DPI tem que coordenar as atividades. Além disso, precisamos incorporar mais tecnologia no combate à criminalidade rural, ser estratégico e não apenas reativo.
Não podemos agir apenas quando há uma ocorrência”.
O presidente do instituto cita algumas medidas de segurança em campo.
Entre eles, a vedação das principais estradas rurais, para que a polícia possa ter conhecimento do que se passa na área agrícola, e o desenvolvimento de aplicações para identificar as marcas e sinais dos animais nas quintas.
“Estamos trabalhando nisso, sendo parceiros da Polícia Civil e da Brigada Militar”, reforça.
O Desenvolvimento Pecuária também propõe que o Programa de Incentivo a Equipamentos de Segurança Pública (Piseg) tenha projetos específicos para o meio rural.
Por meio do Piseg, os empresários podem destinar até 5% do saldo de ICMS devido ao Estado para a compra de veículos, armas, munições, capacetes, coletes, rádios, equipamentos de rastreamento e informática, bloqueadores de celular, câmeras e video vigilância.
“Não há nada específico para o acampamento ou para as Delegacias de Repressão aos Crimes Rurais e Ladrões de Piseg.
O produtor quer contribuir [recursos] para combater a criminalidade rural, mas não pode, porque tudo que é arrecadado vai para a segurança pública como um todo.” Segundo Luís Felipe, é possível resolvê-lo por meio de ato administrativo do chefe-geral da Polícia Civil, algo que o Desenvolvimento Pecuária vem sugerindo.
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