O Projeto Campo Futuro elevou nesta semana os custos de produção de uva, cana-de-açúcar, milho, gado de corte, aves de postura, aquicultura e algodão nos estados de Pernambuco, Sergipe, Goiás, Tocantins, Pará, Mato GrossoParaná, Santa Catarina, Bahia, Mato Grosso do Sul e Rondônia.
As pesquisas são realizadas semanalmente pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e contam com o apoio de federações estaduais de agricultura, sindicatos de produtores rurais e universidades.
Confira os destaques de cada cultura nos estados:
A pesquisa ocorreu em Itabaiana (SE). A região apresentou variabilidade e inconstância do clima, o que prejudica a produção. Os produtores planejavam colher cerca de 120 sacas de milho por hectare, mas devido ao clima seco ou excesso de chuvas, estimam consolidar a colheita em 100 (médio produtor) e 80 sacas por hectare (pequeno produtor) em média.
Com o aumento observado nos preços dos fertilizantes, os produtores reduziram a adubação, mas mesmo assim, os custos com fertilizantes subiram 64% para os médios produtores e 105% para os pequenos em relação à safra anterior. Os gastos com agrotóxicos aumentaram 186% para médios produtores e 485% para pequenos produtores.
O painel em Petrolina (PE) foi baseado em uma propriedade modal para a região de 15 hectares, sendo 10 hectares cultivados com a vinha, com produtividade média de 30 toneladas/hectare, em um povoamento de 2.222 plantas/hectare. A variedade mais plantada é a BRS Vitória, um material sem sementes. A comercialização é predominantemente realizada através de intermediários com recipientes de caixa. De acordo com o levantamento, foi possível observar um aumento significativo dos custos no período.
Levantamentos realizados em Goiatuba e Quirinópolis (GO). Apesar do maior potencial produtivo em relação aos painéis anteriores, os desafios impostos pelos altos preços dos insumos refletiram nos resultados. Com os dados coletados, os produtores das duas regiões conseguem cobrir o Custo Operacional Total (TOC). As margens são positivas, mas a receita não tem sido suficiente para cobrir os custos de terra e capital. Em Goiatuba, os insumos representaram 54% do Custo Operacional Efetivo (COE). O fertilizante foi o principal item que pesou no bolso do produtor rural. Em Quirinópolis, os desembolsos com insumos atingiram 47% do COE.
Os encontros foram com produtores de Araguaína (TO), Santana do Araguaia (PA) e Barra do Garça (MT). Em Araguaína, o levantamento foi baseado em uma propriedade modal para criação e engorda de gado, com área total de 2.146 hectares, sendo 1.600 hectares de área de pastagem, e terminação de 775 cabeças por ano. A aquisição de animais foi o item com maior peso nos custos operacionais efetivos (COE), representando 66,17%, seguido da suplementação mineral, com 17% do COE.
Em Santana do Araguaia, o modelo analisado foi um sistema de criação e criação em pastagem e em áreas de integração lavoura-pecuária e terminação em confinamento. A propriedade modal considerada foi de 4.000 hectares, dos quais 1.500 são pastagens exclusivas, com a venda de 1.380 bovinos terminados por ano. Os custos dos insumos agrícolas nas áreas de integração tiveram o maior peso no COE, representando 55,40%, seguidos pela suplementação mineral e alimentação animal, com 17,67% do COE.
No município de Mato Grosso, o painel coletou dados de uma propriedade modal para criação e terminação de gado, com área total de 1.000 hectares, sendo 700 hectares de pastagem e 343 cabeças por ano terminadas. Nesse sistema, a aquisição de animais representou 70,07% do COE, e a suplementação mineral, 9,88%.
O Campo Futuro reuniu informações sobre a atividade em Arapongas (PR), em uma fazenda modal composta por dois galpões de criação, oito galpões de criação e 33 galpões de postura, em sistema convencional. A produção é de 21.500 caixas com 30 dúzias de ovos por mês. No que diz respeito aos custos operacionais efetivos (COE), a ração foi o item com maior peso, representando 62,44%. Em seguida vieram os insumos para classificação e embalagem, com 15,81%, e mão de obra contratada, com 11,63% do COE.
Os custos de produção pesquisados incluíram os municípios de Canavieiras (BA) e Florianópolis (SC). Na região da Bahia, foi considerada uma propriedade típica da região de 60 hectares, sendo 8 hectares divididos em 16 viveiros de 0,5 hectares. Em relação à distribuição de custos, cerca de 47% correspondem a desembolsos com alimentação e 33% são com eletricidade. As demais despesas estão distribuídas em itens como população, custos administrativos, impostos, mão de obra e combustível.
Em Florianópolis, o painel teve como referência uma área para piscicultura com 14 hectares de lâmina d’água em uma propriedade com área total de 25 hectares. A componente com maior peso na formação do COE foi a despesa com alimentação, que neste caso correspondeu a 35%, seguida das despesas administrativas (19%), mão-de-obra (19%) e energia (14%).
O levantamento realizado em Chapadão do Sul (MS) avaliou as tecnologias GlyTol LibertyLink (GL), GlyTol LibertyLink TwinLink Plus (GLT) e Bollgard II Roundup Ready Flex (B2RF), cultivadas na safra 2021/2022. As geadas frustraram as expectativas de safra dos cotonicultores que colheram 127, 146 e 153 arrobas de pluma por hectare para as tecnologias GL, GLT e B2RF, respectivamente. Os produtores relataram preços recordes de insumos no período. Para fertilizantes, o aumento foi de 135% em relação à safra anterior.
Em Ariquemes (RO), a propriedade modal na região possui uma área para piscicultura de 30 hectares de lâmina d’água (30% da área total da propriedade). O componente com maior peso na formação do COE é o gasto com alimentação, que neste caso correspondeu a mais de 81%, valor superior à média observada em outras regiões. Em seguida aparecem os itens administrativos e compra de alevinos, com valores acima de 5% do COE cada.