Sumário
1. Introdução
2. Fatores que influenciam a saúde econômica de uma propriedade de gado de corte
2.1 Produtividade e desempenho dos animais
3. A importância do período de transição seca-águas
3.1 Estratégias de suplementação
3.2 O outono como período de transição
4. A qualidade das pastagens durante o período de transição
5. Suplementação adequada para o período de transição
5.1 Impacto do tipo de suplementação no desempenho dos animais
5.2 Considerações sobre a avaliação econômica e o direcionamento dos animais
6. Importância do planejamento nutricional e da gestão da fazenda
7. Conclusão
Introdução
Vários são os fatores responsáveis pela saúde econômica e rentabilidade de uma propriedade de gado de corte. Neste artigo, iremos abordar a importância da produtividade e desempenho dos animais para o sucesso da fazenda. Em especial, vamos discutir estratégias de suplementação no período de transição seca-águas, como o outono, que é fundamental para garantir a máxima produtividade ao longo do ano.
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Vários são os fatores responsáveis pela saúde econômica e pela rentabilidade de uma propriedade de gado de corte. Dentre esses fatores a produtividade e o desempenho dos animais tem uma importância significativa.
Não basta, para uma fazenda, altas produtividades no período chuvoso do ano ou evitar que os animais percam peso ao longo das secas. É necessário que ao longo de todo o ano, o animal apresente um ganho médio diário (GMD) satisfatório.
Quando avaliamos uma propriedade de produção a pasto na grande maioria das fazendas do país, observamos uma variação do desempenho completamente dependente e correlacionada com a qualidade e a produção das forragens ao longo do ano.
Em épocas de maior pluviometria obtêm-se desempenhos mais expressivos e no período de estiagem, onde o desenvolvimento das pastagens tropicais na grande parte do país é diminuta, o ganho de peso dos animais é limitado ou até mesmo apresentam perda de peso.
Por esses motivos, estudos e alternativas de suplementação foram desenvolvidas ao longo dos anos com intuito de potencializar o desempenho dos animais no período das águas, e maximizar o desempenho no período das secas.
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Foto: Geraldo Barcellos, consultor técnico do Rehagro.
Estratégias para o período de transição seca-águas
Existe uma série de estratégias bem estabelecidas utilizadas para a suplementação no período em que as forragens estão em plena produção e já são encontramos de forma bem difundida, estratégias de suplementação para o período em que a produção forrageira é limitada.
Entretanto, existe um período ao longo do ano, conhecido como período de transição, onde as pastagens apresentam uma característica distinta justamente em transição entre o período das águas e das secas, que a suplementação também deve ser avaliada com critério para potencializar o desempenho dos animais ao longo do ano.
A estação do ano observada entre os meses mais quentes e chuvosos e os meses mais frios e secos é o outono. Traçar uma estratégia de suplementação para essa estação é fundamental quando pensamos em atingir a máxima produtividade ao longo de todo o ano.

Foto: Paulo Eugênio, consultor técnico do Rehagro.
Esse período conhecido com outono ou período de transição, reflete diretamente na qualidade das pastagens e é nítido e fácil observar com a diminuição das chuvas e a aproximação do inverno a mudança gradativa nas pastagens. A produtividade dos pastos diminui, as folhas começam a amarelar e a secar e em determinados casos observa-se a presença de sementes nas pastagens.
De maneira geral, há uma mudança no perfil das forrageiras, o que invariavelmente reflete no desempenho dos animais.
Com esse cenário de alteração e perda na qualidade das plantas e consequente diminuição no rendimento produtivo dos animais, se faz necessário uma estratégia de suplementação adequada e ajustada para esse período do ano.
O aumento da produtividade média dos animais ao longo do ano, deve ser alcançada considerando e avaliando todas as etapas e meses do período, inclusive o período de transição.

Suplementação no período de transição seca-águas
A medida em que os meses com menores índices pluviométricos avançam, o desempenho dos animais, em sentido contrário, diminui.
Com o passar dos meses e com a aproximação do período de estiagem, a tendência observada é de diminuição de desempenho independente da suplementação utilizada, entretanto, quando os animais continuam com suplementação apenas de mineral, por exemplo, a queda no desempenho é muito mais acentuada do que em animais suplementados com proteico (consumo de 3g por kg de peso vivo) ou proteico energético (consumo de 5g por kg de peso vivo).
Normalmente contemplado entre os meses de março, abril e maio, animais criados a pasto no período de transição suplementados “apenas” com mineral, apresentam desempenho até 50% menor do que animais suplementados com suplemento proteico.
Já animais suplementados com suplemento proteico energético apresentam desempenho 80% maiores do que animais também suplementados com suplemento mineral, apenas. Essa diferença apresentada entre o desempenho em diferentes estratégias, demonstra e reforça a importância de uma estratégia específica para o período de transição.
Independente das características climáticas da região onde a propriedade está localizada em determinado período do ano, essa tendência de piora nas pastagens e diminuição do desempenho vai ocorrer.
Em algumas regiões de forma menos evidente e por menor período, em outras regiões de forma mais marcante por longos períodos, esse “fenômeno” se repete por todo Brasil central, norte, nordeste.

Outro fator de grande importância para a tomada de decisão a respeito da estratégia suplementar a ser utilizada nesse período, além do desempenho, é o progresso que esses animais terão após o período de transição, qual caminho será seguido pelos animais após esses meses.
Animais que serão terminados seja no confinamento convencional, seja na terminação a pasto, serão beneficiados com a estratégia de suplementações mais arrojadas no período de transição.
A utilização do proteico energético ou do proteico de 3g por kg, por exemplo, fazem mais sentido quando pensamos que esses animais serão terminados na seca seguinte ao período de transição, preparando esses animais para engorda e melhorando os resultados produtivos finais após a engorda.

Foto: Vinicius Costa, consultor técnico do Rehagro.
Em contrapartida, caso não esteja no planejamento das secas o fornecimento de uma suplementação visando a engorda dos animais ou o direcionamento desses animais para o cocho, a utilização do proteico no período de transição pode não se apresentar como uma boa estratégia. Quando utilizamos o 0,3%, por exemplo, no período de transição elevamos a exigência de mantença dos animais.
Se no período da seca seguinte ao período de transição esses animais não forem direcionados para engorda, todo o investimento realizado no período de transição será perdido com a queda de desempenho e até mesmo com a perda de peso dos animais no período das secas.
É de grande importância que a avaliação econômica seja realizada para a definição e a determinação das estratégias a serem utilizadas em cada um dos períodos do ano, inclusive no período de transição, entretanto, a avaliação do ganho médio diário, média do ano, deve ser avaliada de forma criteriosa, observando não somente o resultado do período, mas também cada uma das especificidades presentes em diferentes fases do ano.
A gestão e o planejamento nutricional da fazenda devem contemplar de forma específica as estratégias de suplementação para o período de transição, garantindo então, bons desempenhos durante esse período, maximizando o desempenho dos animais na média anual.
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A importância da produtividade e do desempenho dos animais para a rentabilidade de uma propriedade de gado de corte é amplamente reconhecida. No entanto, obter altas produtividades apenas durante o período chuvoso ou evitar perdas de peso durante as secas não é suficiente. É fundamental que os animais apresentem um ganho médio diário satisfatório ao longo de todo o ano.
Em fazendas que utilizam pastagens, a qualidade e a produção das forragens têm uma influência significativa no desempenho dos animais. Durante os períodos de maiores chuvas, normalmente se obtém melhores desempenhos. Por outro lado, durante as secas, quando o desenvolvimento das pastagens é limitado, o ganho de peso dos animais pode ser limitado ou até mesmo resultar em perdas.
Diante desses desafios, estudos e alternativas de suplementação foram desenvolvidos para potencializar o desempenho dos animais durante os períodos chuvosos e maximizar o desempenho durante as secas. No entanto, existe um período de transição, conhecido como outono, em que as pastagens passam por mudanças significativas na sua qualidade, tornando-se necessário avaliar estratégias de suplementação específicas para esse período.
Durante o outono, observa-se uma diminuição na qualidade das pastagens, com a diminuição das chuvas e a aproximação do inverno. As pastagens começam a amarelar e secar, e em alguns casos, pode-se observar a presença de sementes. Essas alterações no perfil das forrageiras têm um impacto direto no desempenho dos animais.
Nesse sentido, é fundamental adotar estratégias de suplementação adequadas e ajustadas para o período de transição. Estudos comprovam que animais suplementados apenas com mineral apresentam um desempenho até 50% menor do que animais suplementados com proteína. Já animais suplementados com suplemento proteico energético apresentam um desempenho 80% maior do que animais suplementados apenas com mineral.
Além do desempenho, a estratégia de suplementação adotada durante o período de transição também afeta o progresso dos animais após esse período. Animais que serão terminados no confinamento ou na terminação a pasto serão beneficiados com uma suplementação mais intensiva nesse período. Por outro lado, se não há planos de engorda dos animais ou de direcioná-los para o cocho, a suplementação proteica durante o período de transição pode não ser uma estratégia adequada.
A avaliação econômica deve ser considerada na definição das estratégias de suplementação, levando em conta não apenas os resultados de curto prazo, mas também as especificidades de cada período ao longo do ano. A gestão e o planejamento nutricional da fazenda devem contemplar de forma específica as estratégias de suplementação para o período de transição, garantindo desempenhos satisfatórios e maximizando o desempenho dos animais ao longo do ano.
Em suma, a qualidade das forragens e a estratégia de suplementação adotada durante o período de transição têm um impacto significativo na produtividade e rentabilidade de uma propriedade de gado de corte. É fundamental avaliar e ajustar as estratégias de suplementação de forma a atingir um ganho médio diário satisfatório e potencializar o desempenho dos animais durante toda a temporada. Através de um planejamento nutricional adequado, é possível alcançar bons resultados e maximizar o retorno econômico da pecuária de corte.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
Conclusão
A produtividade e o desempenho dos animais são fatores essenciais para a saúde econômica e rentabilidade de uma propriedade de gado de corte. No entanto, é importante considerar que esse desempenho está diretamente relacionado à disponibilidade e qualidade das forragens ao longo do ano. Durante o período de transição seca-águas, a suplementação adequada se torna ainda mais crucial para potencializar o crescimento dos animais e maximizar a produtividade. Estratégias específicas devem ser traçadas para garantir o bom desempenho durante esse período, levando em conta também o destino dos animais após essa fase.
Perguntas e Respostas
Quais são os fatores responsáveis pela saúde econômica de uma propriedade de gado de corte?
Os fatores responsáveis pela saúde econômica de uma propriedade de gado de corte incluem a produtividade e desempenho dos animais, além de outros fatores como eficiência na utilização dos recursos, controle de custos e mercado favorável.
Por que a produtividade e o desempenho dos animais são importantes?
A produtividade e o desempenho dos animais são importantes porque estão diretamente relacionados à rentabilidade da propriedade. Quanto melhor for a produtividade e o desempenho, maior será a produção de carne e, consequentemente, os lucros obtidos.
Qual a importância da suplementação durante o período de transição seca-águas?
A suplementação durante o período de transição seca-águas é importante para compensar a redução na qualidade das forragens, garantindo um desempenho satisfatório dos animais. Estratégias adequadas de suplementação podem potencializar o ganho médio diário dos animais, maximizando a produtividade ao longo do ano.
Qual a diferença entre a suplementação proteica e a suplementação mineral?
A suplementação proteica fornece proteínas que são essenciais para o desenvolvimento muscular e ganho de peso dos animais. Já a suplementação mineral fornece os nutrientes necessários para suprir as deficiências de minerais na dieta dos animais, garantindo seu bom funcionamento.
Quais os benefícios da suplementação proteica energética durante o período de transição seca-águas?
A suplementação proteica energética durante o período de transição seca-águas proporciona um desempenho até 80% maior em comparação com a suplementação mineral, por exemplo. Isso significa um ganho de peso mais expressivo e melhores resultados produtivos no final da engorda dos animais.