A Associação dos Criadores de Nelore de Mato Grosso (ACNMT) retomou, na noite desta segunda-feira (20/3), um ciclo de palestras com informações voltadas para a pecuária. Nesta 1ª edição, foram discutidos os temas sustentabilidade e oportunidades de negócios para o atual cenário econômico.
Segundo o presidente do Nelore-MT, Alexandre El Hage, a proposta dos encontros mensais é principalmente incentivar a união do produtor, bem como mostrar a importância de estar preparado para enfrentar todos os tipos de cenários, sejam bons ou ruins , tendo como parâmetro os ciclos pecuários.
“Desde o ano passado, a pecuária entrou em um ciclo que dura em média quatro anos e que culminou no aumento da oferta de fêmeas. Hoje, as fêmeas já representam cerca de 50% do abate no matadouro, o que também contribuiu para baratear a arroba, mas isso deve se normalizar a médio e longo prazo para um percentual de até 35%”avalia o presidente da entidade.
El Hage reforça seu otimismo para os próximos meses, pois confia na normalização das exportações de carnes do Brasil para a China e também comemora a abertura do mercado brasileiro com o México, o que deve permitir que 34 frigoríficos no país atendam à demanda.
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“Sem dúvida, é um momento histórico que aumenta a confiança dos criadores em fazer seu trabalho e produzir mais”.
Na avaliação do palestrante Dr. Guilherme Sene, doutorando em Zootecnia pela USP e consultor técnico comercial da empresa DSM, para continuar crescendo, o produtor precisa ter uma visão voltada para a superação de desafios.
Em relação ao excesso de fêmeas, apesar da queda na arroba do boi e do bezerro, a situação possibilitou a reposição de animais com baixa velocidade ou desconto e a flexibilidade do sistema de produção.
“Mesmo que o boi gordo não esteja em uma posição tão interessante, a previsão para o mercado futuro tende a uma estabilização com um pequeno aumento. Outro ponto a se considerar é que hoje é possível comprar gado magro com desconto ou ágio baixo, portanto, o pecuarista que planeja e tem boa tecnologia, que trabalha com números nas mãos, consegue aumentar a produtividade para superar esse momento”.
Sene tem boas expectativas para a retomada do mercado chinês, que, segundo ele, foi novamente afetado pela peste suína africana, que pode chegar a 100% de mortalidade entre os animais.
“O mercado já está entendendo que o Brasil será o ‘player’ que assumirá o fornecimento de carne para a China, outras movimentações políticas estão sendo feitas paralelamente para resolver todas as pendências na exportação de carne, principalmente com o governo chinês”.
mercado verde – O palestrante Rafael Mendes, diretor de Negócios e Expansão da Prodap Nutrição Animal, afirma que o conceito de produtividade e sustentabilidade deve andar de mãos dadas, começando pelo trabalho de melhorar o potencial genético do animal para produzir mais em menos tempo, contribuindo para isso atingindo sua melhor produtividade e assim emitindo menos gás (CH4).
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“Estamos desenvolvendo um índice de sustentabilidade agrícola que permitirá aos produtores conhecer sua própria nota (numa escala de zero a 100) e assim acessar novos mercados, incluindo carbono (ainda não regulamentado no Brasil), créditos de financiamento privado green bonds ou ‘green bonds’ obrigações’ com vantagens significativas e também oportunidades de acesso a novos modelos de negócio”destaca o consultor.
Fonte: Ascom Nelore-MT
