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Churrasco se torna sofisticado e movimenta mercado que vai além da carne

Divulgação de fotos

“Os consumidores ainda estão entendendo o que é carne de qualidade. O objetivo é consumir menos e consumir melhor. Os clientes chegam com mais demandas.”

O churrasco é mais sofisticado. E isso fez com que o mercado se adaptasse ao que oferece, desde cortes de carne até equipamentos. Hoje, em uma “boutique de carnes”, você também pode comprar churrascos, espetos e outros apetrechos. E, segundo quem trabalha no campo, esse mercado de churrasco visto como mais “premium” segue com demanda aquecida, mesmo com carne em alta. A aposta está na “experiência gastronômica”: consumir algo fora do comum, de forma diferente da tradicional.

Com carnes de raças consideradas superiores em qualidade, como Angus e Wagyu, os estabelecimentos oferecem produtos com a promessa de certificados de origem e rastreabilidade. E a maior presença nas redes sociais de youtubers e influenciadores que ensinam e dão dicas de como preparar churrasco também é visto como fator de maior atração.

Consuma menos e consuma melhor

Após 20 anos de carreira em uma multinacional, João Paulo Furquim Domingues, 44, decidiu abrir o Meat Hook Empório e Carnes Especiais. Natural de Botucatu (SP), João vem da pecuária. O pai, José Fausto Domingues, é pecuarista no Anhembi (SP) onde cria gado Nelore.

Domingues lançou sua marca na internet em 2018, entregando em São Paulo e no ABC Paulista acessórios para churrasco, bebidas, antepastos, molhos, cortes de carne bovina, suína e de aves. No mesmo ano, decidiu antecipar a abertura da loja física, que foi ampliada em 2021. Segundo ele, era comum os clientes entrarem em contato para saber da compra presencial.

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“Os consumidores ainda estão entendendo o que é carne de qualidade. O objetivo é consumir menos e consumir melhor. Os clientes chegam com mais demandas. Uma carne tenra, suculenta e marmoreada é um requisito. Eles estão se tornando especialistas. Além de saber o nome do corte, eles querem saber qual é o boi e como o produto foi rastreado. Você vê que o cliente realmente quer consumir algo diferente”, diz.

Ainda há quem entre na loja procurando apenas carne, ressalta o empresário. Mas há quem queira aproveitar a comodidade de ter mais produtos no estabelecimento. “Vejo que os consumidores querem cada vez mais complementaridade. Que molho comer com esta carne? Escolha um vinho para acompanhar. Talvez um azeite de trufas ou uma farofa”, relata.

Isso também torna os revendedores mais exigentes. As butiques de carne querem padronização, cortes diferenciados e uma experiência que fidelize o cliente. Na Du’Butcher, também localizada na cidade de São Paulo, a solução foi reforçar o atendimento ao público com duas consultoras especializadas em cortes nobres, além de um açougueiro que prepara a carne de acordo com a necessidade de cada cliente.

Uma dessas consultoras é Vera Amorim. Ela também é sócia da empresa, que abriu em 2019, ainda no período pré-pandemia. Vera possui mais de 20 anos de experiência no mercado de carnes, atuando na área de pesquisa e desenvolvimento de frigoríficos. Hoje, ela divide seu tempo entre a indústria e sua atividade comercial.

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O catálogo inclui linhas refrigeradas e congeladas de cortes bovinos, suínos, caprinos e aves, além de acessórios, bebidas, temperos e produtos acompanhantes. Outra aposta da empresa é na carne maturada a seco, preparada em câmara própria por períodos que variam de 30 a 60 dias.

Vera Amorim diz que ter consultores permanentes na loja é essencial. Segundo ela, os especialistas levam a informação para quem tem curiosidade de experimentar algo diferente e tentar entender o que melhor se adapta à demanda de cada pessoa.

“Esse consultor faz toda a apresentação. Ele fala sobre a raça, sobre os cortes e tenta entender para que o consumidor vai usar aquele corte. Seja para um churrasco, seja para algo assado ou um ensopado repentino no inverno. Ele indica os melhores cortes para o consumidor”, diz Vera.

Ainda existem barreiras

Mesmo com o aumento do interesse brasileiro, ainda existem barreiras para uma maior demanda por esse tipo de produto. Com alto valor agregado, tende a ser menos acessível, principalmente em um cenário de preços elevados, como visto desde o início da pandemia de Covid-19 no Brasil.

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Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o consumo de carne bovina em 2022 deve ser o menor dos últimos 26 anos. E a produção deve cair para o nível mais baixo em mais de 20 anos, à medida que os brasileiros buscam alternativas mais baratas à carne bovina.

Ainda assim, João Paulo, do Meat Hook, garante que conseguiu passar pelo período mais agudo da pandemia. Ter iniciado seu negócio na internet, depois migrar para a loja física, acabou sendo um diferencial. “Como varejista, a pandemia não teve um impacto negativo. O brasileiro ficou em casa e muita gente se interessou por cozinhar. Com um site consolidado, já tinha infraestrutura para atender. No início do isolamento, tivemos uma chuva de pedidos”, conta João Paulo.

Na Du’Butcher, a pandemia também não parou os negócios, diz Vera Amorim. Com um sistema de delivery pré-estabelecido, a loja ainda utiliza os serviços de delivery e delivery por aplicativo. Além de São Paulo, a loja também entrega em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, e Campinas. “O crescimento foi quase inteiramente orgânico. De boca em boca, mais e mais pessoas vinham conhecê-lo. As avaliações do Google também ajudam a atrair novos clientes”, diz Vera.

Fonte: Globo Rural.

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