China libera importação de carne do Brasil antes de mal da vaca louca
A China anunciou nesta quinta-feira, 27, que liberou a importação de estoques de carne bovina do Brasil que estavam retidos desde o início de setembro, quando foi notificado um caso atípico de mal da vaca louca no Mato Grosso. A medida vale para os produtos embarcados até 3 de setembro, data do comunicado oficial do Brasil à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a decisão foi comunicada pela Administração Geral de Alfândegas da China (GACC) e é resultado das negociações entre os dois países nas últimas semanas. O Mapa informou que continua trabalhando para que a China reabra totalmente o mercado brasileiro o mais breve possível.
O caso atípico de mal da vaca louca foi confirmado em uma vaca de 17 anos que morreu em uma fazenda no município de Nova Canaã do Norte (MT). A doença não foi transmitida aos demais animais do rebanho, que foram sacrificados e incinerados como medida preventiva. O Brasil segue com o status de país com risco insignificante para a doença, conforme reconhecido pela OIE.
A suspensão das importações de carne bovina do Brasil pela China afetou o mercado interno e externo. Os preços do boi gordo caíram nas principais praças pecuárias do país, assim como os valores da carne no atacado e no varejo. As exportações também registraram queda em setembro, tanto em volume quanto em receita.
A China é o principal destino da carne bovina brasileira, respondendo por cerca de 40% das vendas externas do produto. Em 2020, o país asiático importou 917 mil toneladas de carne bovina do Brasil, gerando uma receita de US$ 4,5 bilhões. De janeiro a agosto deste ano, foram 633 mil toneladas e US$ 3 bilhões.
A China liberou importações de estoques de carne bovina brasileira produzidos antes de 21 de fevereiro, quando o Brasil confirmou um caso de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), doença popularmente conhecida como Doença da vaca loucacujos resultados indicaram tratar-se de um caso atípico.
No dia 23 de fevereiro, o Brasil suspendeu os embarques da proteína para a China, conforme previsto no protocolo entre os dois países.
A autorização foi feita pelo Departamento de Alfândega da China (Gacc) e comunicada pelo Ministro da Agricultura.
O endosso é válido para carnes produzidas antes desta data e embarcadas após 23 de março, quando o país asiático suspendeu o embargo à proteína brasileira.
Os produtos produzidos nos dias 21, 22 e 23 de fevereiro ainda não podem ser exportados.
A China também não autorizou o recebimento de cargas embarcadas após 23 de fevereiro.
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