A revolução na produção de carne bovina em 2023
Em 2023, a produção de carne bovina atingiu níveis recordes, com um aumento significativo do volume em relação ao ano anterior. No entanto, esse aumento gerou um desequilíbrio entre oferta e demanda, resultando em uma queda nos preços tanto do boi quanto da carne no atacado. Os pesquisadores do Cepea analisaram os dados preliminares do IBGE e identificaram os principais fatores que contribuíram para esse cenário.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!O volume de carne e as exportações em 2023
O volume de carne bovina alcançou um patamar histórico em 2023, com um aumento expressivo em relação a 2022. No entanto, as exportações aumentaram apenas de forma moderada, representando 25,7% da produção nacional. Esse cenário resultou em um excedente no mercado interno, levando à necessidade de redução dos preços para equilibrar a oferta com a demanda.
Os desafios da produtividade do rebanho nacional
Apesar do volume recorde de carne produzida em 2023, a produtividade média do rebanho nacional ficou ligeiramente abaixo dos anos anteriores. Os pesquisadores do Cepea apontam que os motivos para esse cenário estão relacionados à conjuntura do setor, como a estiagem em diversas regiões produtoras e a desaceleração dos confinamentos devido aos altos preços dos grãos.
O impacto da produtividade na oferta de carne bovina
Os dados do IBGE revelam que a produtividade em 2023 foi menor em comparação aos anos anteriores, destacando a importância da melhoria contínua da genética, nutrição e manejo dos animais para o aumento da produtividade. O peso médio dos animais abatidos vem aumentando gradualmente, refletindo os investimentos realizados pelos pecuaristas nesses aspectos.
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Subtítulo 1
Os pesquisadores do Cepea destacam que, em termos absolutos, a produção de carne bovina aumentou em 900 mil toneladas em relação a 2022. Enquanto isso, as exportações foram ampliadas em apenas 22,8 mil toneladas, representando 25,7% da produção nacional.
Subtítulo 2
A produtividade média do rebanho nacional ficou ligeiramente abaixo dos últimos dois anos, atingindo a marca de 262,97 kg/animal. Os pesquisadores apontam que essa redução não é estrutural, mas sim reflexo de conjuntura, como estiagens em diversas regiões produtoras e desaceleração dos confinamentos devido aos preços elevados dos grãos.
Subtítulo 3
A produtividade de 2023 foi 1,7% menor que a de 2022 e 2,7% inferior ao recorde de 2021. O número de cabeças abatidas no ano de maior produtividade foi o menor desde 2004, mas o peso médio dos bovinos abatidos cresceu para 270,2 kg/animal. No quarto trimestre de 2021, esse peso médio atingiu 281,60 kg/animal.
Subtítulo 4
A participação das fêmeas no abate de bovinos chama atenção, representando mais de 40% do total em vários meses de 2023 e chegando a 49% em março. Essa tendência vem ocorrendo há cerca de três anos, com uma desvalorização constante desses animais.
Subtítulo 5
Os grandes confinamentos têm alterado o perfil da pecuária nacional, profissionalizando as estruturas e elevando a produtividade média. Essas instalações contam com profissionais especializados que oferecem alimentação balanceada, manejo eficiente e garantem negociações eficazes para os insumos e a produção final.
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Conclusão: Panorama da produção de carne bovina em 2023
Os dados apresentados sobre a produção de carne bovina em 2023 revelam um cenário de recordes e desafios para o setor. A oferta acima da demanda ao longo do ano resultou em preços em queda, impulsionando a competitividade no mercado. A produtividade média do rebanho nacional apresentou alguns desafios pontuais, mas a tendência de aumento de peso dos animais reflete os investimentos realizados pelos pecuaristas.
A expansão dos confinamentos e a profissionalização das estruturas têm contribuído para a elevação da produtividade e a padronização dos lotes de animais. Essas mudanças no perfil da pecuária nacional impactam positivamente a eficiência das negociações e a qualidade dos produtos oferecidos. O setor enfrenta desafios e oportunidades, demonstrando a importância de estratégias inovadoras e investimentos contínuos para garantir a competitividade e sustentabilidade da produção de carne bovina no Brasil.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
Produção recorde de carne bovina em 2023
A produção de carne bovina atingiu números recordes em 2023, de acordo com dados preliminares do IBGE. A oferta acima da demanda ao longo do ano resultou em uma queda nos preços do boi e da carne no mercado atacadista.
FAQs sobre a produção de carne bovina em 2023
1. Qual foi o aumento no volume de carne bovina em 2023?
O volume de carne aumentou em 900 mil toneladas frente a 2022.
2. Qual país foi o principal destino das exportações de carne bovina?
A China foi o principal destino, absorvendo 25,7% da produção nacional.
3. Por que a produtividade média do rebanho nacional em 2023 ficou abaixo dos anos anteriores?
A combinação de estiagem e altos preços dos grãos levou a uma redução na produtividade em 2023.
4. Por que a produtividade em 2021 foi recorde?
A oferta de animais diminuiu, a China intensificou suas compras e houve um aumento no volume confinado.
5. Qual foi o número de cabeças abatidas em 2023?
No total, foram abatidos 33,9 milhões de cabeças, com um aumento de 13,2% em comparação com 2022.
Essas são algumas das perguntas frequentes sobre a produção recorde de carne bovina em 2023. Continue lendo para saber mais detalhes sobre o cenário da pecuária nacional.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
A produção de carne bovina foi recorde em 2023. Na avaliação de pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, a divulgação de dados, ainda preliminares, do IBGE sobre os abates em 2023 confirma a percepção de oferta acima da demanda ao longo do ano, fator que determinou o comportamento predominantemente em queda dos preços do boi e da carne no atacado ao longo do ano passado.
Pesquisadores do Cepea destacam que, em termos absolutos, o volume de carne aumentou em 900 mil toneladas frente a 2022, ao passo que a exportação foi ampliada em apenas 22,8 mil toneladas, para 2,29 milhões de toneladas – absorveu 25,7% da produção nacional.
O “excedente” ficou no mercado interno, exigindo redução dos preços para que fosse atingido o ponto de equilíbrio com a demanda.
O volume de carne foi histórico, mas a produtividade média do rebanho nacional (boi, vaca, novilho e novilha), na marca de 262,97 kg/animal, ou de 17,5 arrobas, ficou ligeiramente abaixo da obtida nos últimos dois anos.
Na avaliação de pesquisadores do Cepea, os motivos não são “estruturais” – são de conjuntura. Refletem a combinação de estiagem em muitas regiões produtoras com certa desaceleração dos confinamentos diante dos preços altos dos grãos.
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Segundo os dados do IBGE, a produtividade de 2023 foi 1,7% menor que a de 2022 e 2,7% inferior ao recorde de 2021. O número de cabeças abatidas no ano em que se obteve a máxima produtividade (2021) foi o menor desde 2004, mas o peso médio (incluindo todos os bovinos abatidos) chegou a 270,2 kg/animal (18 arrobas); no quarto trimestre/21, atingiu 281,60 kg/animal (18,8 arrobas).
Pesquisadores do Cepea lembram que produtividade recorde de 2021 refletiu uma conjuntura bem particular. Naquele ano, a oferta de animais diminuiu em função dos abates de fêmeas em 2018 e 2019 ao mesmo tempo em que a China vinha intensificando suas compras e puxando os preços para cima, motivando pecuaristas a reforçar os investimentos – principalmente em genética e nutrição. Houve também aumento do volume confinado – foi o boom do confinamento!
Analisando-se apenas os dados do quarto trimestre de 2023 (de outubro a dezembro), foram produzidas 2,407 milhões de toneladas de carne bovina, o melhor trimestre do ano, superando em 1,1% o anterior e em 1,8% o de um ano atrás.
Em termos de produtividade, o quarto trimestre teve média 266,04 kg/animal, a oitava maior marca para um trimestre, no compasso consistente dos meses anteriores.
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Animais abatidos – Os dados ainda preliminares do IBGE mostram que foram abatidos no ano passado 33,9 milhões de cabeças (machos e fêmeas), total que se aproxima do recorde de 2013, na marca de 34,4 milhões de animais.
No comparativo com 2022, o aumento é de 13,2%. Especificamente no 4º trimestre do ano, os números de abates ultrapassaram ligeiramente as 9 milhões de cabeças, número recorde para um trimestre, superando em 20% o resultado do 4º trimestre de 2022.
Chama atenção a participação das fêmeas. Ao longo de 2023, segundo o IBGE, vacas e novilhas representam mais de 40% do total em vários meses, chegando a 49% em março, período em que sazonalmente ocorre o maior descarte de vacas.
Dados do Cepea mostram que esses animais estão em tendência de desvalorização há cerca de três anos. De fevereiro/21 até agora, o Indicador do Bezerro ESALQ/BM&FBovespa caiu quase 30%.
O abate de novilhas especificamente está relacionado à demanda chinesa por animais jovens – independentemente de macho ou fêmea. Segundo o IBGE, de abril a maio de 2023, novilhas chegaram a representar 14% do total de abates.
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Melhora da produtividade – Numa perspectiva mais ampla, avalia a equipe Cepea, o peso dos animais vem aumentado em resposta aos investimentos que muitos pecuaristas têm feito em aprimoramento da genética, em pastagens, suplementação e sanidade.
A elevação da produtividade média tem sido favorecida também por animais de confinamentos, geralmente abatidos em torno de 20 arrobas.
De acordo com as pesquisas do Cepea, a expansão dos confinamentos e a profissionalização dessas estruturas têm alterado o perfil da pecuária nacional. São encontrados confinamentos com animais apenas da própria empresa e também aqueles que prestam serviço de engorda ou só de terminação a dezenas/centenas de pecuaristas, os chamados “boitéis”.
Segundo os levantamentos do Cepea, os grandes confinamentos contam com profissionais de primeira linha responsáveis por oferecer alimentação bem balanceada, manejo eficiente e comercialização tanto dos insumos (comprados) quanto da produção final (vendida) com os melhores instrumentos de mercado.
Os pesquisadores ressaltam que a própria robustez da demanda por insumos quanto da oferta de bois que os confinamentos detêm elevam a eficiência de suas negociações.
O Cepea aponta que essas estruturas costumam produzir lotes mais padronizados e com boa qualidade, envolvendo grande número de animais e a um custo de custo de transação e logístico menor para os frigoríficos.
O esforço que os compradores tinham para negociar com dezenas de pecuaristas, sobretudo para formar lotes destinados à exportação, diminui bastante quando negociam com alguns grandes confinadores.
Ao mesmo tempo, comentam os especialistas em mercado, esses ofertantes adquirem maior poder de negociação que um pecuarista tradicional.