‘a agricultura brasileira já alimenta 800 milhões de pessoas no Brasil e no mundo’; país está se tornando um importante fornecedor de alimentos para todo o mundo
O Brasil já vem ganhando o carinhoso apelido de ‘Celeiro do Mundo’ há algum tempo, e esse título não é indigno. O país, além de produzir alimentos suficientes para alimentar adequadamente sua população, está se tornando um importante fornecedor de alimentos para todo o mundo. A produção agrícola do Brasil alimenta cerca de 800 milhões de pessoas, ou seja, 10% da população mundial.
As informações são de um estudo publicado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) intitulado “Geopolítica dos Alimentos – O Brasil como fonte estratégica de alimentos para a Humanidade”. Segundo a entidade, as exportações agropecuárias nacionais passaram de US$ 20,6 bilhões para US$ 96,9 bilhões entre 2000 e 2019, com destaque para soja, carne, milho, algodão e produtos florestais.
O método aplicado no estudo, segundo os autores da pesquisa, Elisio Contini e Adalberto Aragão, por ordem de pesquisador e analista da Embrapa, baseou-se na produção de grãos e oleaginosas, que são alimentos básicos para alimentação e insumos no mundo .
“A hipótese é que grãos e oleaginosas tenham sido a base da alimentação humana, para consumo direto das pessoas, alimentos industrializados ou como matéria-prima para a produção das principais carnes. Neste trabalho, foram calculadas duas alternativas básicas: a primeira baseada na produção física dos grãos e a segunda no valor dos diferentes produtos, com base nos preços internacionais. Soma-se à segunda alternativa a transformação da carne bovina exportada pelo Brasil em equivalente em grãos. Para as duas alternativas básicas, foi calculado o número de pessoas que a produção brasileira alimenta no mundo”, explicam os pesquisadores.
Para chegar ao resultado, os autores consideraram duas perspectivas: a primeira que leva em consideração a produção física de grãos e indicou que o Brasil será responsável por alimentar cerca de 637 milhões de pessoas em 2020. valor monetário respectivo, aponta para 772,600 milhões de pessoas alimentadas pela produção nacional em 2020.
Produza mais e de forma sustentável
E, segundo Maurício Lopes, que foi presidente da Embrapa por duas vezes consecutivas, e atualmente é membro do Grupo de Assessoramento ao Diretor Geral da FAO, em Roma, do Conselho Consultivo do Sistema CNA/Senar e pesquisador do A Embrapa Agroenergia, diante das pressões e complexidades geradas pelo aquecimento global, bem como pelas novas oportunidades comerciais com a União Europeia, o Brasil tem a chance de mais uma vez mostrar a liderança global no desenvolvimento e ampliação de inovações que se adaptam a condições extremas e limitam as emissões de gases de efeito estufa. gases (GEE).
“De muitas maneiras, o Brasil tem vantagens no caminho para a intensificação da agricultura sustentável, graças às suas fortes instituições de pesquisa e cultura empreendedora. E as lições bem-sucedidas do passado podem ser o trampolim que permite ao setor continuar atendendo à demanda crescente sem comprometer sua riqueza de recursos naturais”, destacou Lopes em artigo publicado recentemente.
De acordo com o membro do Grupo Assessor do Diretor Geral da FAO, a implantação de tecnologia em prol do agronegócio tem aumentado no Brasil e, com isso, o Brasil pode aproveitar ao máximo os benefícios dos sistemas integrados de pecuária, silvicultura e plantio.
“A produção agrícola combinada de animais e culturas cresceu em popularidade desde que o Brasil se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 2009, pois o uso de certas culturas pode ajudar a restaurar solos degradados e evitar emissões ligadas à conversão de terras frescas para agricultura”, disse ele. .
Um exemplo disso é a parcela de terra utilizada em sistemas integrados de agricultura e pecuária, que aumentou quase 6 milhões de hectares entre 2010 e 2015, armazenando 21,8 milhões de toneladas de CO2.
A expectativa é que o Brasil contribua com 40% da demanda adicional futura de alimentos no mundo.
O Brasil já é o terceiro maior produtor de alimentos, depois da China e dos Estados Unidos e é o segundo maior exportador, atrás dos Estados Unidos. Mas, pode crescer ainda mais. Para o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, o país ainda possui muitas áreas agricultáveis legalmente e clima favorável à produção durante praticamente 12 meses do ano, além do domínio tecnológico para produzir em solos originalmente inférteis de climas tropicais de baixa latitude.
“Devido a esse potencial, o sociedade global considera o Brasil a principal esperança para que a produção de alimentos adicionais seja globalmente necessárianos próximos 30 anos”, disse.
Segundo ele, a expectativa mundial é de que o Brasil contribua com 40% da futura demanda adicional por alimentos do Planeta.
“O Brasil tem condições de aceitar esse desafio. Não só pela grande disponibilidade de terras, clima favorável e água abundante, mas também pela eficiência e sustentabilidade de seus processos produtivos, que tem despertado a atenção da sociedade global, dada a sua condição de país tropical e emergente”, destacou. .
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