Foram apresentadas as propostas da entidade para os candidatos presidenciais; A cerimônia acabou se transformando em uma demonstração de força para Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição em outubro, recebeu nesta quarta-feira apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em evento que levou ao ar um comício eleitoral, no qual criticou um possível ampliação da demarcação de terras indígenas no país.

“Se isso for aprovado pelo STF, trabalhamos para que não seja aprovado, mas se for aprovado, terei que cumprir? Essa medida, se aprovada, é crime contra a pátria, é ou não é? Fique tranquilo, eu sei o que tem que ser feito”, disse Bolsonaro, que recebeu aplausos dos presentes.

O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu em setembro do ano passado, após pedido de revisão, o julgamento da ação que discute o prazo das terras indígenas. Por esse entendimento, só é possível reivindicar a demarcação de terras indígenas que estavam ocupadas por indígenas na época da Constituição de 1988.

No evento na CNA, as propostas da entidade foram apresentadas aos candidatos à presidência, mas a cerimônia acabou se transformando em uma demonstração de força de Bolsonaro ao lado do agro, setor que vem sendo procurado pelo ex-presidente e líder de pesquisas de intenção . de votação do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Antes do discurso de Bolsonaro, o presidente da CNA, principal entidade de associações de produtores e lideranças agrícolas do Brasil, João Martins, disse que não havia espaço para que candidatos fossem processados ​​e presos, em referência a Lula, que foi condenado e preso por corrupção, mas depois teve suas condenações derrubadas pelo STF.

Outras lideranças do agronegócio, como a deputada federal e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP), candidata a uma vaga no Senado pelo Mato Grosso do Sul nas eleições deste ano, o presidente da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA), deputado Sérgio Souza ( MDB-PR) e o atual ministro da Agricultura, Marcos Montes, também adotaram um tom de comício eleitoral em seus discursos, criticando os governos petistas e elogiando Bolsonaro.

A manifestação de apoio ocorreu um dia antes de a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) participarem de uma manifestação em São Paulo em defesa da democracia e com críticas aos ataques que o presidente fez, sem provas, ao sistema eleitoral.

Em um longo discurso, Bolsonaro se referiu a Lula como um “bêbado que quer comandar o Brasil”, criticou os governos petistas e reiterou alegações de que o país está ameaçado pelo comunismo e pelo socialismo.

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“O cara já retirou a proposta de regular o setor agropecuário do seu programa de governo. Malandro como sempre, sem caráter, um bêbado que quer governar o Brasil”, disse Bolsonaro em referência a uma proposta inicialmente incluída no programa do governo Lula de regulamentação do agronegócio.

O coordenador do programa de governo do PT, Aloizio Mercadante, já afirmou que a palavra regulação foi mal colocada.

“Compre Armas”

Em seu discurso no evento, Bolsonaro disse ainda que fará de tudo para evitar o que considera ser um possível agravamento do país.

“Sou o chefe da nação e não vou chegar em 2023 ou 2024 e dizer: ‘o que eu não fiz lá atrás para o Brasil chegar nessa situação?’ Que isso custe minha vida!” disse o presidente, que também incentivou as pessoas a comprarem armas. “Pessoas armadas nunca serão escravizadas”, disse ele, repetindo seu próprio bordão. “Compre suas armas! Compre suas armas! Nossa liberdade é sagrada e não tem limites. Não existe fake news”, disse.

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Forças Armadas

Bolsonaro afirmou ainda que em seu governo as Forças Armadas passaram a ser respeitadas e criticou a criação do Ministério da Defesa no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

“Eles sabem que as Forças Armadas são o último obstáculo ao socialismo, por isso o ataque, por isso a criação (do Ministério) da Defesa em 1999, não por necessidade militar, mas por imposição política, para obter o militares fora da mesa de negociações”, disse ele.

Quando foi criado o Ministério da Defesa, que também existe em vários países desenvolvidos, como Estados Unidos e várias nações europeias, os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica perderam o status ministerial, subordinando-se ao chefe da Defesa.

A ideia era enfatizar o comando civil sobre os militares. No entanto, a partir do governo Michel Temer, um general do Exército assumiu a pasta, prática mantida por Bolsonaro. Lula já afirmou que vai colocar um civil novamente no cargo.

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Apesar das declarações de Bolsonaro sobre o suposto desrespeito de outros governos aos militares, foi durante os governos Lula e Dilma Rousseff que foram assinados diversos contratos para compra de equipamentos para reequipamento das Forças Armadas, como a compra do Gripen caças e o acordo para a produção de submarinos com vista à fabricação de um navio de propulsão nuclear.

Foi também durante a era petista que militares brasileiros comandaram a força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti.

Fonte: Reuters

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