Contextualização da safra de milho no Rio Grande do Sul – Ano 2023/2024

Com o início da colheita de milho no Rio Grande do Sul, é possível observar que a produtividade média está abaixo do previsto, principalmente nas regiões mais quentes do Estado. Uma série de fatores, como enxurradas, chuvas, pragas, doenças e falta de energia elétrica, afetaram significativamente a produção. Esses problemas impactaram diretamente na qualidade e quantidade do grão colhido, trazendo prejuízos aos agricultores.

Influências climáticas e suas consequências na produtividade

A chuva intensa impossibilitou a aplicação de adubos nitrogenados e levou a perda de produtos já aplicados, além de propiciar a perpetuação de pragas e doenças. A umidade também prejudicou o processo de polinização, resultando em menor quantidade de milho. O uso de cultivares inadequadas também foi apontado como um fator impactante na produtividade.


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Desenvolvimento

O raio-X do acompanhamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou, nesta última semana, que o Rio Grande do Sul já colheu cerca de 30% da área plantada de milho no ciclo 2023/2024. Mas, diferentemente do que ocorre com a soja, a produtividade média está aquém da inicialmente prevista. Pelo menos, nas regiões mais quentes do Estado, que plantaram o grão no cedo e foram atingidas em cheio pelas enxurradas de setembro, de outubro e de novembro do ano passado.

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O agrônomo da Emater/RS-Ascar Alencar Rugeri explica que, além de resultar em acúmulo hídrico no solo, a chuva impossibilitou a aplicação da adubação nitrogenada em algumas localidades. Em outras, levou o produto já aplicado embora. A condição ambiental úmida e quente também propiciou a perpetuação da cigarrinha e de bacterioses de vários gêneros. Houve problemas no fornecimento de energia elétrica para o campo e, ainda, a dificuldade de as próprias plantações concluírem a polinização. “O pólen que está no ar é o masculino. O feminino está na espiga. Com chuva, o processo não se completa e resulta em menor quantidade de milho”, detalha Rugeri. No combo de problemas, ele ainda insere a utilização de cultivares inadequadas ao clima.

De acordo com o gerente de pesquisa da Rede Técnica Cooperativa (RTC/CCGL), Geomar Corassa, na região Noroeste do Estado há relatos de perdas superiores a 50% nas plantações de milho. “Depois de dois anos de quebra por estiagem, o excesso de chuva acabou trazendo doenças e penalizando a produtividade, principalmente para o milho semeado no mês de agosto”, explica. Um exemplo está no município de Doutor Maurício Cardoso, onde a produtividade do grão semeado no cedo ficou entre 40 sacos e 80 sacos por hectare.

“São áreas de muita umidade, que foram bastante atacadas pela cigarrinha, por doenças bacterianas e fúngicas, que atingem o colmo da planta, fazendo com que elas caiam”, lamenta o coordenador da Câmara Setorial do Milho da Secretaria da Agricultura (Seapi) e presidente da Comissão de Grãos da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Paulo Vargas.

A colheita tem um dificultador a mais nas lavouras com plantas grandes tombadas. Além de a máquina ter de levantar e retirar as espigas úmidas do chão, o grão perde em qualidade e em quantidade, já que muitos deles ficam no solo. Casos como esse ganharam uma “forcinha” a mais na área de Carazinho, por onde passou a onda de tempestades que atravessou o Estado na segunda semana de janeiro e deixou Porto Alegre praticamente às escuras. “Tivemos relatos de quedas de plantas pelo vento, que veio acompanhado de chuvas que oscilaram entre 53 mm e 90 mm só em uma única noite”, conta Vargas, que também é vice-presidente do Sindicato Rural do município.

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Mas, se as perdas foram grandes e a produtividade irregular no primeiro terço da safra de milho, a estimativa é de que a colheita seja cheia nas áreas que semearam o cereal no tarde. Apesar de a cultura provavelmente não alcançar as 6 milhões de toneladas projetadas pela Emater/RS-Ascar nos 817,5 mil hectares cultivados em 2023/2024, a expectativa é de que a produtividade avance para 140 sacos e 150 sacos por hectare. O resultado é esperado, segundo Vargas, nas plantações mais tecnificadas e profissionalizadas.

“Teremos uma produção diferente de uma região para outra. Algumas serão ruins, outras terão safra boa e algumas terão ótimo rendimento. São os que plantaram mais tarde e conseguiram fazer o manejo antecipado, que plantaram duas ou três cultivares”, diz o coordenador da Câmara Setorial do Milho do RS. Também são esperados bons resultados na produção de milho para silagem, que foi cortado antes de cair.

Números atualizados da Farsul indicam que a safra gaúcha de milho, neste ano, ficará em torno de 5 milhões de toneladas, ante as 3,96 milhões de toneladas colhidas em 2023. Se confirmada a projeção, a produção gaúcha do cereal será 28% maior do que a do ano anterior e 32% maior do que as 3 milhões de toneladas consolidadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2022.

Metade Sul

A safra 2023/2024 de milho do Rio Grande do Sul será oficialmente aberta na Metade Sul do Rio Grande do Sul, a exemplo do ano passado. A solenidade ocorrerá em 27 de fevereiro na Agropecuária Canoa Mirim, propriedade localizada em Santa Vitória do Palmar. Em 2023, o evento ocorreu na Fazenda São Francisco, em Jaguarão. A propriedade colheu 204 sacas de milho por hectare em um verão de falta de chuva.

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Segundo Vargas, a cerimônia chamará a atenção para o cultivo do grão no sistema sulco camalhão (cultivo estruturado para irrigação via sulcos, estabelecidos entre porções de terras mais altas onde se desenvolvem as plantas, que são permanentemente drenadas). “A Metade Sul é uma fronteira já aberta para o milho, mas os produtores precisam ser treinados tecnicamente para a cultura que é mais sensível e requer cuidado”, destaca Vargas.

Maiores produtores do RS

Cultivo de milho de sequeiro

  1. Vacaria
  2. Muitos Capões
  3. Bom Jesus
  4. Esmeralda
  5. Caxias do Sul
  6. Venâncio Aires
  7. Doutor Maurício Cardoso
  8. São Francisco de Paula
  9. Lagoa Vermelha
  10. São Lourenço do Sul

Cultivo de milho irrigado

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  1. São Luiz Gonzaga
  2. Cruz Alta
  3. Palmeira das Missões
  4. São Miguel das Missões
  5. Santa Bárbara do Sul
  6. São Borja
  7. Santo Antônio das Missões
  8. Boa Vista do Cadeado
  9. Coronel Bicaco
  10. Tupaciretã

Fonte: Radiografia Agropecuária Gaúcha 2023 – Governo do Estado




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Impactos climáticos na safra de milho do Rio Grande do Sul

Apesar dos desafios enfrentados no início da safra de milho, a perspectiva é de que a colheita seja satisfatória nas áreas em que o cereal foi plantado mais tarde. As perdas, principalmente nas regiões mais quentes do Estado, somadas à ocorrência de enxurradas, atingiram a produtividade média das plantações de milho. Contudo, a produção gaúcha do cereal em 2023/2024 deve superar as expectativas iniciais, indicando um cenário mais promissor.

Perspectivas e desafios

A perspectiva de boas colheitas nas regiões que semearam o milho mais tarde, associada ao avanço tecnológico e a práticas produtivas mais eficientes, sinaliza um potencial de recuperação da safra de milho no Rio Grande do Sul. Porém, os desafios relacionados aos impactos climáticos e às condições adversas de cultivo destacam a importância de estratégias mais eficazes de manejo e produção para garantir a sustentabilidade e resiliência da agricultura no estado.

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Desenvolvimento sustentável da agricultura gaúcha

Embora as adversidades climáticas tenham impactado a produtividade inicial das plantações de milho, o avanço tecnológico e a gestão eficiente das práticas agrícolas podem oferecer um caminho para o desenvolvimento sustentável da agricultura no Rio Grande do Sul. A integração de métodos inovadores e a adoção de estratégias adaptativas são fundamentais para enfrentar os desafios impostos pelo clima e promover uma produção agrícola resiliente e de alta qualidade.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
**Título do artigo:**

Safra de milho no Rio Grande do Sul: veja as perspectivas para 2023/2024

**Introdução:**

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A safra de milho no Rio Grande do Sul para o ciclo 2023/2024 tem sido desafiadora devido a uma série de fatores, incluindo problemas causados por enxurradas, chuvas em excesso e condições ambientais desfavoráveis. Este artigo fornecerá insights sobre o estado atual da colheita de milho no RS, as perspectivas para o restante da safra e as regiões que estão enfrentando dificuldades devido a condições climáticas adversas.

**FAQs:**

1. **Qual é o status atual da colheita de milho no Rio Grande do Sul?**
A colheita de milho no RS já atingiu cerca de 30% da área plantada para o ciclo 2023/2024. No entanto, a produtividade média está abaixo das expectativas, especialmente nas regiões mais quentes do estado.

2. **Quais foram os principais desafios enfrentados na safra de milho?**
Os principais desafios incluem acúmulo hídrico no solo causado por enxurradas e chuvas intensas, dificuldade na aplicação de adubação nitrogenada, proliferação de pragas como cigarrinha e problemas no fornecimento de energia elétrica para o campo.

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3. **Como as condições climáticas afetaram a produtividade do milho no estado?**
As condições ambientais úmidas e quentes propiciaram a perpetuação da cigarrinha e de bacterioses, afetando a polinização e resultando em menor quantidade de milho. Além disso, a chuva impediu a conclusão do processo de polinização em algumas áreas.

4. **Quais são as perspectivas para o restante da safra de milho no RS?**
A expectativa é de que a colheita seja cheia nas áreas que semearam o milho mais tarde, com uma produtividade esperada de 140 a 150 sacos por hectare. Regiões mais tecnificadas e profissionalizadas podem apresentar bons resultados.

5. **Quais são as projeções de produção de milho para o ciclo 2023/2024?**
As projeções indicam que a safra gaúcha de milho ficará em torno de 5 milhões de toneladas, representando um aumento significativo em relação ao ano anterior.

**Conclusão:**

Apesar dos desafios enfrentados durante a safra de milho no Rio Grande do Sul, há perspectivas positivas para regiões que plantaram o grão mais tarde. A adoção de práticas tecnificadas e aprofundadas pode resultar em uma produtividade satisfatória. A expectativa é de que a produção total de milho alcance números superiores aos do ciclo anterior. Acompanhe as atualizações sobre a safra para obter mais informações sobre o andamento da colheita de milho no RS.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

O raio-X do acompanhamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou, nesta última semana, que o Rio Grande do Sul já colheu cerca de 30% da área plantada de milho no ciclo 2023/2024. Mas, diferentemente do que ocorre com a soja, a produtividade média está aquém da inicialmente prevista. Pelo menos, nas regiões mais quentes do Estado, que plantaram o grão no cedo e foram atingidas em cheio pelas enxurradas de setembro, de outubro e de novembro do ano passado.

O agrônomo da Emater/RS-Ascar Alencar Rugeri explica que, além de resultar em acúmulo hídrico no solo, a chuva impossibilitou a aplicação da adubação nitrogenada em algumas localidades. Em outras, levou o produto já aplicado embora. A condição ambiental úmida e quente também propiciou a perpetuação da cigarrinha e de bacterioses de vários gêneros. Houve problemas no fornecimento de energia elétrica para o campo e, ainda, a dificuldade de as próprias plantações concluírem a polinização. “O pólen que está no ar é o masculino. O feminino está na espiga. Com chuva, o processo não se completa e resulta em menor quantidade de milho”, detalha Rugeri. No combo de problemas, ele ainda insere a utilização de cultivares inadequadas ao clima.

De acordo com o gerente de pesquisa da Rede Técnica Cooperativa (RTC/CCGL), Geomar Corassa, na região Noroeste do Estado há relatos de perdas superiores a 50% nas plantações de milho. “Depois de dois anos de quebra por estiagem, o excesso de chuva acabou trazendo doenças e penalizando a produtividade, principalmente para o milho semeado no mês de agosto”, explica. Um exemplo está no município de Doutor Maurício Cardoso, onde a produtividade do grão semeado no cedo ficou entre 40 sacos e 80 sacos por hectare.

“São áreas de muita umidade, que foram bastante atacadas pela cigarrinha, por doenças bacterianas e fúngicas, que atingem o colmo da planta, fazendo com que elas caiam”, lamenta o coordenador da Câmara Setorial do Milho da Secretaria da Agricultura (Seapi) e presidente da Comissão de Grãos da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Paulo Vargas.

A colheita tem um dificultador a mais nas lavouras com plantas grandes tombadas. Além de a máquina ter de levantar e retirar as espigas úmidas do chão, o grão perde em qualidade e em quantidade, já que muitos deles ficam no solo. Casos como esse ganharam uma “forcinha” a mais na área de Carazinho, por onde passou a onda de tempestades que atravessou o Estado na segunda semana de janeiro e deixou Porto Alegre praticamente às escuras. “Tivemos relatos de quedas de plantas pelo vento, que veio acompanhado de chuvas que oscilaram entre 53 mm e 90 mm só em uma única noite”, conta Vargas, que também é vice-presidente do Sindicato Rural do município.

Mas, se as perdas foram grandes e a produtividade irregular no primeiro terço da safra de milho, a estimativa é de que a colheita seja cheia nas áreas que semearam o cereal no tarde. Apesar de a cultura provavelmente não alcançar as 6 milhões de toneladas projetadas pela Emater/RS-Ascar nos 817,5 mil hectares cultivados em 2023/2024, a expectativa é de que a produtividade avance para 140 sacos e 150 sacos por hectare. O resultado é esperado, segundo Vargas, nas plantações mais tecnificadas e profissionalizadas.

“Teremos uma produção diferente de uma região para outra. Algumas serão ruins, outras terão safra boa e algumas terão ótimo rendimento. São os que plantaram mais tarde e conseguiram fazer o manejo antecipado, que plantaram duas ou três cultivares”, diz o coordenador da Câmara Setorial do Milho do RS. Também são esperados bons resultados na produção de milho para silagem, que foi cortado antes de cair.

Números atualizados da Farsul indicam que a safra gaúcha de milho, neste ano, ficará em torno de 5 milhões de toneladas, ante as 3,96 milhões de toneladas colhidas em 2023. Se confirmada a projeção, a produção gaúcha do cereal será 28% maior do que a do ano anterior e 32% maior do que as 3 milhões de toneladas consolidadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2022.


Metade Sul

A safra 2023/2024 de milho do Rio Grande do Sul será oficialmente aberta na Metade Sul do Rio Grande do Sul, a exemplo do ano passado. A solenidade ocorrerá em 27 de fevereiro na Agropecuária Canoa Mirim, propriedade localizada em Santa Vitória do Palmar. Em 2023, o evento ocorreu na Fazenda São Francisco, em Jaguarão. A propriedade colheu 204 sacas de milho por hectare em um verão de falta de chuva.

Segundo Vargas, a cerimônia chamará a atenção para o cultivo do grão no sistema sulco camalhão (cultivo estruturado para irrigação via sulcos, estabelecidos entre porções de terras mais altas onde se desenvolvem as plantas, que são permanentemente drenadas). “A Metade Sul é uma fronteira já aberta para o milho, mas os produtores precisam ser treinados tecnicamente para a cultura que é mais sensível e requer cuidado”, destaca Vargas.

Maiores produtores do RS

Cultivo de milho de sequeiro

  1. Vacaria
  2. Muitos Capões
  3. Bom Jesus
  4. Esmeralda
  5. Caxias do Sul
  6. Venâncio Aires
  7. Doutor Maurício Cardoso
  8. São Francisco de Paula
  9. Lagoa Vermelha
  10. São Lourenço do Sul

Cultivo de milho irrigado

  1. São Luiz Gonzaga
  2. Cruz Alta
  3. Palmeira das Missões
  4. São Miguel das Missões
  5. Santa Bárbara do Sul
  6. São Borja
  7. Santo Antônio das Missões
  8. Boa Vista do Cadeado
  9. Coronel Bicaco
  10. Tupaciretã

Fonte: Radiografia Agropecuária Gaúcha 2023 – Governo do Estado



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