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Apagão de cortes premium: especialista prevê

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Especialista prevê "apagão" de cortes premium no Brasil — CompreRural

Preocupações sobre a disponibilidade de cortes bovinos de alta qualidade

Uma notícia bombástica aos amantes de um bom churrasco: cortes bovinos de qualidade superior poderão se tornar escassos em steakhouses, foodservices e até mesmo em boutiques especializadas. Pecuaristas alegam que as bonificações oferecidas pelos frigoríficos não são suficientes para cobrir os custos de produção. Já a indústria sinaliza impossibilidade em aplicar reajustes, em uma realidade em que o markup do varejo varia entre 70% e 80%.

Importância do problema

Os cortes especiais de carne bovina, tão apreciados por diversos consumidores, podem se tornar um item raro no mercado devido a questões de custos e logística. Essa situação tem o potencial de influenciar diretamente não apenas o mercado de carnes, mas também o agronegócio como um todo, impactando produtores, restaurantes e consumidores finais.

Entenda a questão da disponibilidade de cortes bovinos de alta qualidade

Os desafios enfrentados pelos pecuaristas e indústrias frigoríficas em relação à produção e distribuição de cortes bovinos de qualidade superior têm gerado uma onda de preocupações. Com a crescente demanda por esses produtos, é crucial entender mais sobre esse cenário e o que pode ser feito para garantir a disponibilidade desses cortes no mercado.

Fatores impactantes

Diversos fatores, como os custos de produção, os desafios logísticos e as limitações no repasse de custos para o consumidor, têm contribuído para a possível escassez de cortes bovinos de alta qualidade. Compreender esses aspectos é essencial para definir estratégias eficazes que possam minimizar o impacto dessa situação no mercado.

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Implicações do Encarecimento de Cortes Bovinos

Uma notícia bombástica aos amantes de um bom churrasco: cortes bovinos de qualidade superior poderão se tornar escassos em steakhouses, foodservices e até mesmo em boutiques especializadas. Pecuaristas alegam que as bonificações oferecidas pelos frigoríficos não são suficientes para cobrir os custos de produção. Já a indústria sinaliza impossibilidade em aplicar reajustes, em uma realidade em que o markup do varejo varia entre 70% e 80%.

“Se confirmada essa ruptura, e na minha opinião isso já está acontecendo, as importações de cortes uruguaios e argentinos voltarão com força, ocupando o espaço do produto nacional. Seria triste, mas isso faz parte do amadurecimento de todos como cadeia produtiva. Somente o equilíbrio de rentabilidades deve estimular a retomada da produção”, prevê Roberto Barcellos, sócio da BBQ Secrets, consultor de pecuária de corte e de marcas de carnes prime, em entrevista ao MF Cast, do Grupo MF Rural

Foto: Divulgação

Foi detalhado por ele o desânimo com as bonificações de 5% a 10% sobre o valor da arroba de boi gordo. O bovino necessário para produzir cortes especiais não pode ter menos de 28% de gordura corporal, por isso sua produção exige alto investimento, principalmente no confinamento. “O boi commodity atende com eficiência às demandas internas e às exportações, consumindo ao redor de 145 quilos de matéria seca por arroba produzida. Já esse boi especial, que resulta em uma verdadeira experiência gastronômica, necessita ingerir 190 quilos por arroba. E esse é apenas um dos custos envolvidos”, explicou Barcellos.

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Outra diferença é que a carne bovina commodity, oriunda de um macho Nelore inteiro, criado a pasto, é isenta da necessidade de acabamento de carcaça (gordura) enquanto nos programas de qualidade de carne bovina os pecuaristas priorizam o abate de fêmeas, que, por sua vez, perdem em eficiência biológica, pelo porte menor e conversão alimentar inferior, exigindo comida extra no cocho. Ou seja, produzir carne de qualidade com novilhas de cruzamento industrial é caro.

A preferência por fêmeas se dá pela isenção de gastos com castração, como ocorreria com os machos, que perdem eficiência biológica após o procedimento, também exigindo reforço nutricional para que alcancem os parâmetros estipulados pela indústria, que, por vez, esbarra em margens estreitas.

Segundo Barcellos, na estrutura atual, os frigoríficos realmente não possuem condições de promover maiores repasses. Somente 30% dos cortes têm perfil para churrasco e os preços praticados para o restante da “carcaça premium” são os mesmos do boi comum. “Por enquanto, não conseguimos aumentar o mix de cortes na proporção que gostaríamos, para termos maior aproveitamento desse boi que é caro para ser produzido”, justifica.

Num efeito cascata, margens de lucro em alguns poucos cortes limitam as bonificações por qualidade, desanimando investimentos dentro da porteira. O especialista acredita que, talvez, seja este o motivo que leva a uma queda nas vendas de sêmen Angus, raça protagonista em programas de qualidade de carne. Agentes desse mercado projetam retração de 20% no balanço de 2023. “Exercitando o meu chutômetro, diria que teremos 400 mil fêmeas aptas aos programas em breve. Isso será suficiente para atender a demanda das 52 semanas do ano para todas as marcas de carne do país?”, questiona o sócio da BB Secrets.

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especialista em carne Roberto Barcellos
Foto: Divulgação

O impacto será grande no mercado. Barcellos avalia que grandes movimentações serão observadas nos próximos anos, como o surgimento de novas marcas atendendo diretamente os consumidores, as indústrias ampliando as estruturas de confinamento visando autossuficiência e ainda criando lojas para tomar margens do varejo, além do foodservice com relacionamento mais próximo dos produtores. “O que parece ser uma notícia extremamente negativa à cadeia da carne bovina de qualidade deve ser encarada como uma grande oportunidade aos que fazem uma boa leitura do mercado, buscando as melhores articulações”, finaliza.

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Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.

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O mercado da carne bovina brasileira

O especialista acredita que, talvez, seja este o motivo que leva a uma queda nas vendas de sêmen Angus, raça protagonista em programas de qualidade de carne. Agentes desse mercado projetam retração de 20% no balanço de 2023. “Exercitando o meu chutômetro, diria que teremos 400 mil fêmeas aptas aos programas em breve. Isso será suficiente para atender a demanda das 52 semanas do ano para todas as marcas de carne do país?”, questiona o sócio da BB Secrets.

Mercado em constante transformação

Barcellos avalia que grandes movimentações serão observadas nos próximos anos, como o surgimento de novas marcas atendendo diretamente os consumidores, as indústrias ampliando as estruturas de confinamento visando autossuficiência e ainda criando lojas para tomar margens do varejo, além do foodservice com relacionamento mais próximo dos produtores.“O que parece ser uma notícia extremamente negativa à cadeia da carne bovina de qualidade deve ser encarada como uma grande oportunidade aos que fazem uma boa leitura do mercado, buscando as melhores articulações”, finaliza.

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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Escassez de Cortes Bovinos de Qualidade Superior

Uma notícia alarmante para os apreciadores de churrasco: cortes bovinos de qualidade superior podem se tornar escassos em diversos estabelecimentos. Pecuaristas alegam que as bonificações oferecidas pelos frigoríficos não são suficientes para compensar os custos de produção, enquanto a indústria sinaliza a impossibilidade de reajustes, considerando os altos markups no varejo. Saiba mais sobre essa situação e suas implicações no mercado de carnes.

Ruptura no Mercado de Carnes Bovinas

Rumores apontam para a possibilidade de importações de cortes uruguaios e argentinos ocupando o espaço de cortes nacionais devido aos desafios enfrentados pelos pecuaristas e frigoríficos. Esse cenário já está se desenhando, e as consequências para a cadeia produtiva podem ser significativas. Entenda as perspectivas dos especialistas e como isso pode impactar o mercado local.

Desafios na Produção de Cortes Especiais

Os altos custos envolvidos na produção de cortes especiais, exigindo bovinos com uma porcentagem específica de gordura corporal, têm preocupado os pecuaristas. A diferença entre a produção de cortes ‘commodity’ e cortes especiais é detalhada, revelando os investimentos necessários para atender às demandas por uma carne de alta qualidade.

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Desafios Adicionais na Produção de Carne de Qualidade

Além dos custos financeiros, aspectos biológicos e alimentares também impactam a produção de carne de qualidade. Desde a preferência por fêmeas para abate até os desafios relacionados à nutrição e eficiência biológica, diversos fatores influenciam a viabilidade e os custos envolvidos na produção de cortes superiores.

Impacto nos Mercados de Carne e Genética Bovina

O desânimo entre os produtores em relação às bonificações e investimentos em qualidade também impacta outros setores, como o mercado de genética bovina. Previsões apontam para possíveis retrações e movimentações significativas nos próximos anos, afetando tanto a comercialização de carne bovina quanto a demanda por sêmen Angus e outras raças. Conheça as projeções e possíveis desdobramentos desse cenário.

Oportunidades em Meio à Crise

Apesar dos desafios, especialistas apontam para oportunidades e movimentações estratégicas que podem surgir diante da escassez de cortes bovinos de qualidade superior. Novas marcas, investimentos em estruturas de confinamento e estratégias de relacionamento mais próximo entre produtores e foodservices são algumas das possibilidades. Saiba mais sobre como o mercado pode reagir e se adaptar a essa nova realidade.

FAQs

1. Por que os cortes bovinos de qualidade superior podem se tornar escassos?

A escassez desses cortes está relacionada aos desafios enfrentados pelos pecuaristas em relação às bonificações oferecidas pelos frigoríficos, bem como aos altos custos de produção, que estão impactando a viabilidade econômica da produção.

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2. Qual é a diferença entre a produção de cortes ‘commodity’ e cortes especiais?

A produção de cortes especiais exige bovinos com uma porcentagem específica de gordura corporal, demandando maiores investimentos em alimentação e cuidados, em comparação com a produção de cortes ‘commodity’.

3. Como a escassez de cortes de qualidade superior pode afetar o mercado de carne bovina?

A escassez pode impactar a disponibilidade de cortes de alta qualidade em estabelecimentos e impulsionar o aumento das importações de cortes estrangeiros. Além disso, há reflexos no mercado de genética bovina e nas estratégias de comercialização de carne.

4. Quais são as oportunidades identificadas diante dessa situação?

Apesar dos desafios, há oportunidades para novas marcas, investimentos em estruturas de confinamento e soluções inovadoras para suprir a demanda por cortes de qualidade superior. O mercado está se adaptando e buscando soluções estratégicas.

5. Como os consumidores podem ser afetados por essa escassez?

A escassez de cortes de qualidade superior pode refletir em uma oferta reduzida em estabelecimentos, possivelmente impactando opções de cortes em steakhouses, foodservices e boutiques especializadas. Isso pode influenciar a experiência gastronômica dos consumidores.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Uma notícia bombástica aos amantes de um bom churrasco: cortes bovinos de qualidade superior poderão se tornar escassos em steakhouses, foodservices e até mesmo em boutiques especializadas. Pecuaristas alegam que as bonificações oferecidas pelos frigoríficos não são suficientes para cobrir os custos de produção. Já a indústria sinaliza impossibilidade em aplicar reajustes, em uma realidade em que o markup do varejo varia entre 70% e 80%.

“Se confirmada essa ruptura, e na minha opinião isso já está acontecendo, as importações de cortes uruguaios e argentinos voltarão com força, ocupando o espaço do produto nacional. Seria triste, mas isso faz parte do amadurecimento de todos como cadeia produtiva. Somente o equilíbrio de rentabilidades deve estimular a retomada da produção”, prevê Roberto Barcellos, sócio da BBQ Secrets, consultor de pecuária de corte e de marcas de carnes prime, em entrevista ao MF Cast, do Grupo MF Rural

gado confinado de alta qualidade - roberto barcellos
Foto: Divulgação

Foi detalhado por ele o desânimo com as bonificações de 5% a 10% sobre o valor da arroba de boi gordo. O bovino necessário para produzir cortes especiais não pode ter menos de 28% de gordura corporal, por isso sua produção exige alto investimento, principalmente no confinamento. “O boi commodity atende com eficiência às demandas internas e às exportações, consumindo ao redor de 145 quilos de matéria seca por arroba produzida. Já esse boi especial, que resulta em uma verdadeira experiência gastronômica, necessita ingerir 190 quilos por arroba. E esse é apenas um dos custos envolvidos”, explicou Barcellos.

Outra diferença é que a carne bovina commodity, oriunda de um macho Nelore inteiro, criado a pasto, é isenta da necessidade de acabamento de carcaça (gordura) enquanto nos programas de qualidade de carne bovina os pecuaristas priorizam o abate de fêmeas, que, por sua vez, perdem em eficiência biológica, pelo porte menor e conversão alimentar inferior, exigindo comida extra no cocho. Ou seja, produzir carne de qualidade com novilhas de cruzamento industrial é caro.

A preferência por fêmeas se dá pela isenção de gastos com castração, como ocorreria com os machos, que perdem eficiência biológica após o procedimento, também exigindo reforço nutricional para que alcancem os parâmetros estipulados pela indústria, que, por vez, esbarra em margens estreitas.

Segundo Barcellos, na estrutura atual, os frigoríficos realmente não possuem condições de promover maiores repasses. Somente 30% dos cortes têm perfil para churrasco e os preços praticados para o restante da “carcaça premium” são os mesmos do boi comum. “Por enquanto, não conseguimos aumentar o mix de cortes na proporção que gostaríamos, para termos maior aproveitamento desse boi que é caro para ser produzido”, justifica.

Num efeito cascata, margens de lucro em alguns poucos cortes limitam as bonificações por qualidade, desanimando investimentos dentro da porteira. O especialista acredita que, talvez, seja este o motivo que leva a uma queda nas vendas de sêmen Angus, raça protagonista em programas de qualidade de carne. Agentes desse mercado projetam retração de 20% no balanço de 2023. “Exercitando o meu chutômetro, diria que teremos 400 mil fêmeas aptas aos programas em breve. Isso será suficiente para atender a demanda das 52 semanas do ano para todas as marcas de carne do país?”, questiona o sócio da BB Secrets.

especialista em carne Roberto Barcellos
Foto: Divulgação

O impacto será grande no mercado. Barcellos avalia que grandes movimentações serão observadas nos próximos anos, como o surgimento de novas marcas atendendo diretamente os consumidores, as indústrias ampliando as estruturas de confinamento visando autossuficiência e ainda criando lojas para tomar margens do varejo, além do foodservice com relacionamento mais próximo dos produtores.“O que parece ser uma notícia extremamente negativa à cadeia da carne bovina de qualidade deve ser encarada como uma grande oportunidade aos que fazem uma boa leitura do mercado, buscando as melhores articulações”, finaliza.

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