Guerras prejudicam solo e segurança alimentar, diz Nobel da Paz

Alerta Nobel da Paz: Guerras ameaçam solo e comida

Rattan Lal e a Importância da Paz Global na Ciência e Agricultura

O professor emérito da Universidade de Ohio (EUA) Rattan Lal participou recentemente de um evento do G20 organizado pela Embrapa. Durante sua participação, ele abordou a relação entre as guerras e os prejuízos causados aos solos ao redor do mundo, destacando a importância da paz global como uma questão científica.

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Neste artigo, exploraremos os insights compartilhados por Rattan Lal, vencedor do Nobel da Paz de 2007, sobre a degradação do solo decorrente de conflitos armados e a necessidade de restaurar a saúde dos solos. Além disso, discutiremos a visão do pesquisador sobre a segurança alimentar global e a urgência de promover ações para garantir a distribuição adequada de alimentos em todo o mundo.

A Questão da Destruição do Solo em Conflitos Armados

Rattan Lal alertou para os impactos negativos das guerras nos solos, que são contaminados, compactados e perdem sua biodiversidade. Ele enfatizou a necessidade de declarar uma moratória sobre crimes ambientais e restaurar a saúde do solo como prioridade máxima.

A Importância da Segurança Alimentar Global

O pesquisador destacou que o problema não está na produção de alimentos, mas sim na distribuição desigual, ressaltando a importância de medidas para melhorar a segurança alimentar em regiões vulneráveis, como a África. Discutiremos as soluções propostas por Rattan Lal para enfrentar os desafios da insegurança alimentar.

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SEGURANÇA ALIMENTAR GLOBAL

Rattan Lal abordou o tema da segurança alimentar global em sua apresentação no evento do G20. Ele destacou que o problema não está na produção de alimentos, que aumentou significativamente nas últimas décadas, mas sim na distribuição inadequada. Lal mencionou o exemplo da África, que possui uma população menor do que a Índia, mas gasta uma quantia considerável na importação de alimentos anualmente. Ele ressaltou a importância de investir em ações de ciência, tecnologia e inovação para resolver esse desafio, enfatizando a necessidade de traduzir a ciência em práticas agronômicas eficazes.

Evidence and Arguments

O pesquisador destacou que a agricultura ocupa uma parcela significativa da superfície terrestre, com a criação de animais consumindo a maior parte. Além disso, a agricultura é responsável por uma grande porcentagem das emissões globais de gases de efeito estufa. Apesar disso, ainda existem problemas de insegurança alimentar e desnutrição em várias partes do mundo. Lal ressaltou a importância de os sistemas alimentares e a produção agrícola serem parte da solução para desafios como o aquecimento global e a segurança alimentar, alinhados aos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU.

DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS

O desperdício de alimentos foi outro ponto abordado por Rattan Lal. Ele salientou que o mundo produz alimentos em quantidade suficiente para alimentar a população global, mas o problema reside no desperdício. O pesquisador destacou a importância de reduzir o desperdício de alimentos, melhorar o acesso aos alimentos através da redução da pobreza e desigualdade, e aprimorar a distribuição dos produtos alimentícios. Lal também mencionou a necessidade de aumentar a produtividade agronômica das terras existentes, restaurar terras degradadas e adotar práticas sustentáveis na agricultura.

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Evidence and Arguments

Além disso, Rattan Lal propôs políticas para a agricultura global até 2030, incluindo a redução do uso de pesticidas e fertilizantes, a melhoria da eficiência no uso da água e a restauração de terras degradadas. Ele também enfatizou a importância da descarbonização e incentivou a utilização de créditos de carbono como uma fonte de renda alternativa para os agricultores. Para atingir esses objetivos, o pesquisador apresentou a necessidade de investimentos financeiros substanciais, provenientes de diferentes fontes, como países exportadores de combustíveis fósseis e o setor privado.

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Conclusão: Agricultura e Meio Ambiente

O pronunciamento do professor emérito da Universidade de Ohio, Rattan Lal, durante a reunião do G20 promovida pela Embrapa, destaca a importância da paz global e da ciência para garantir a segurança alimentar e o cuidado com o solo em todo o mundo.

Lal ressalta a necessidade de ações imediatas para combater o desperdício de alimentos, melhorar a distribuição e restaurar terras degradadas. Além disso, enfatiza a importância da resiliência do solo, da eficiência ecológica e do conhecimento científico para transformar a agricultura global e enfrentar desafios como a insegurança alimentar e as mudanças climáticas.

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Ao incentivar a descarbonização e a adoção de práticas sustentáveis, o pesquisador destaca a importância da colaboração entre países, agricultores, setor privado e consumidores para garantir um futuro mais promissor para a agricultura e o meio ambiente.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

O impacto das guerras nos solos mundiais

Qual a opinião de Rattan Lal sobre as guerras e seus efeitos nos solos mundiais?

R: Rattan Lal afirma que as guerras têm causado grandes prejuízos aos solos mundiais, tornando-os poluídos, contaminados e com biodiversidade destruída.

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Desafios da segurança alimentar global

Por que Rattan Lal acredita que a segurança alimentar global é um desafio?

R: O maior problema identificado por Rattan Lal não é a produção de alimentos, que cresceu significativamente nas últimas décadas, mas sim a má distribuição destes alimentos ao redor do mundo.

Estratégias para reduzir o desperdício de alimentos

Como Rattan Lal propõe a redução do desperdício de alimentos?

R: Rattan Lal defende a importância de reduzir o desperdício de alimentos, aumentar o acesso a eles e melhorar a distribuição como medidas fundamentais para alcançar a segurança alimentar e nutricional.

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Políticas para a agricultura global até 2030

Quais são as futuras políticas propostas por Rattan Lal para a agricultura global até 2030?

R: Rattan Lal aponta a redução no uso de pesticidas e fertilizantes, aumento da eficiência no uso da água e a devolução de terras marginais à natureza como medidas essenciais para a agricultura global até 2030.

Impacto da descarbonização na agricultura

Como Rattan Lal acredita que a descarbonização pode beneficiar os agricultores?

R: Rattan Lal enfatiza que a descarbonização pode ser incentivada como uma fonte de renda alternativa aos agricultores, além de apontar os recursos necessários para essa transformação.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

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Rattan Lal, professor emérito da Universidade de Ohio (EUA) participou de evento do G20 promovido pela Embrapa

O professor emérito da Universidade de Ohio (EUA) Rattan Lal afirmou que as guerras têm causado grandes prejuízos aos solos mundiais. “Precisamos falar mais sobre isso. A paz global também é uma questão de ciência”, defendeu o pesquisador hindu-americano, vencedor do Nobel da Paz de 2007 por sua participação no IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas). Ele participou do painel “Ciência e Agricultura” durante a reunião do G20 coordenada pela Embrapa, em Brasília, de 15 a 17 de maio.

Segundo ele, uma guerra envolve, além dos países, o solo que eles lutam para conquistar, que também “sofre”, tornando-se poluído, contaminado, com crateras, compactado e tendo sua biodiversidade destruída. “Ninguém tem o direito de destruir o solo. Deve ser declarada uma moratória sobre os crimes contra a natureza e a prioridade máxima é restaurar a saúde do solo”, enfatizou o pesquisador.

SEGURANÇA ALIMENTAR GLOBAL

Lal também falou em sua apresentação sobre a segurança alimentar global. Disse que o maior problema não é a produção de alimentos, que cresceu 6 vezes nas últimas décadas, mas sim a sua má distribuição. “A África tem uma população muito menor que a da Índia, 200 milhões de habitantes. Entretanto, gasta anualmente US$ 60 bilhões na importação de alimentos”, declarou, lembrando que uma das prioridades do G20 deve ser voltada ao desenvolvimento de ações de ciência, tecnologia e inovação para mudar esse cenário.

“A África tem os recursos naturais necessários para ser o próximo celeiro do mundo. A estratégia consiste em traduzir em ação a ciência comprovada da gestão agronômica do solo, a partir da força de vontade política”, defendeu o pesquisador.

Segundo ele, 38% da superfície terrestre é usada para a agricultura, 75% é destinada à criação de animais, 70% das captações globais de água doce é usada para irrigação e cerca de 35% das emissões globais de gases de efeito de estufa são provenientes da agricultura. “Ainda assim, uma em cada 8 pessoas sofre de insegurança alimentar e de duas a 3 estão desnutridas”, declarou.

Para Lal, os sistemas alimentares e a produção agrícola devem ser a solução para o aquecimento global e outras questões ambientais, ao mesmo tempo que promovem a segurança alimentar e nutricional e os ODS (objetivos do desenvolvimento sustentável) da Agenda 2030 da ONU (Organização das Nações Unidas). Para ele, a revolução agrícola do século 21 deve se basear em 3 pilares: resiliência do solo, eficiência ecológica e conhecimento científico orientado para a gestão da agropecuária mundial.

DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS

De acordo com Lal, o mundo produz alimentos suficientes para alimentar 10 bilhões de pessoas, e que o problema está no desperdício. “Para alcançar a segurança alimentar e nutricional, é fundamental reduzir de 30 a 50% o desperdício de alimentos, aumentar o acesso aos alimentos, combatendo a pobreza, a desigualdade, as guerras e a instabilidade política, além de melhorar a distribuição”, defendeu.

Também citou a importância de aumentar a produtividade agronômica das terras existentes, restaurar terras degradadas, melhorar a fixação biológica de nitrogênio em leguminosas e converter algumas terras agrícolas em sistemas sustentáveis. Como futuras políticas para a agricultura global até 2030, apontou a redução no uso de pesticidas e fertilizantes, o aumento da eficiência no uso da água e a devolução de terras marginais à natureza.

Já em relação à descarbonização, o pesquisador enfatizou que o crédito de carbono deve ser incentivado como fonte de renda alternativa aos agricultores, podendo chegar a US$ 50 por crédito. Os fundos necessários nesse sentido, segundo ele, são de US$ 100 bilhões por ano, sendo US$ 70 bilhões para pequenas propriedades e US$ 30 bilhões para outras fazendas. Esses recursos, para Lal, podem vir de países exportadores de combustíveis fósseis, agroindústrias, setor privado e consumidores.


Com informações da Embrapa.

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