Integrante do Centro da Juventude COPLACANA usa técnicas hidropônicas para expandir negócios em Piracicaba
A hidroponia é uma técnica de cultivo em que as plantas não crescem no solo, suas raízes são imersas em água através da qual recebem uma solução nutritiva equilibrada. Foi em busca de diversificar a produção nas terras da família, que cultivam cana-de-açúcar, que Lucas Parolina, produtor rural de Piracicaba, filho de um sócio da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (COPLACANA) e sócio da o Núcleo Jovem COPLACANA, assistiu a uma reportagem sobre o assunto, foi estudar mais sobre hidroponia, seus diferenciais e o resultado do empreendimento foi a criação do Vida Leve.
A empresa, hoje com seis anos, produz alface, rúcula, agrião, cogumelo shimeji e, há um ano, iniciou os trabalhos de apicultura dentro da Área de Preservação Permanente da propriedade e a premissa básica do controle biológico de pragas e insetos agrícolas que transmitem doenças a partir do uso de seus inimigos naturais, que podem ser outros insetos benéficos e predadores.
Formado em engenharia de produção, Parolina conta que sentiu um grande desconforto ao ver parte das terras da família paradas, enquanto a outra estava arrendada para uma usina de cana-de-açúcar. “Achei que poderíamos estar fazendo mais, porém, como estava empregado na minha área, estava pesquisando alternativas de diversificação, mas sem nada muito definido, até que perdi meu emprego de engenheiro e esse foi o empurrão que eu precisava para tentar diversificar a cultura que eu achava importante para nós”, lembra o produtor.
Além de reportagens sobre hidroponia e pesquisas sobre o assunto, visitas a feiras e outros produtores de Piracicaba que já utilizavam a técnica, Parolina decidiu levar a hidroponia ao Sítio São José. “A ideia não era apenas produzir em terrenos parados, mas fazê-lo de forma inovadora e sustentável. Esses foram os diferenciais que me fizeram acreditar na hidroponia”, revela.
De fato, em comparação com o manejo tradicional, a hidroponia apresenta uma série de vantagens, como:
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– Maior produtividade;
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– Melhor proteção contra doenças (pragas e insetos nas plantas);
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– Economia de água de até 70% em relação à agricultura tradicional;
possibilidade de plantio fora de época e rápido retorno econômico; -
– Menores riscos diante de condições climáticas adversas;
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– Recebimento de minerais de acordo com a fase de crescimento;
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– Maior durabilidade pós-colheita;
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– Previne a degradação do solo e danos ao meio ambiente;
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– Trabalhar com melhor ergonomia.
Entre as desvantagens estão a grande dependência de energia elétrica e o alto custo inicial. Parolina relata ainda que é necessário um bom conhecimento técnico sobre hidroponia, pois “é preciso atenção para a escolha das espécies vegetais mais adequadas, uso de recipientes apropriados e aplicação correta de fertilizantes e materiais básicos para ter sucesso com o cultivo hidropônico”, relata o produtor.
Além de uma gestão mais sustentável, a opção da Parolina pela hidroponia se deu pelo desejo de oferecer um produto diferenciado aos consumidores. “Em nossa produção, além dos benefícios já citados, damos ao consumidor a confiança de estar trazendo para sua mesa um produto com qualidade diferenciada, com rastreabilidade. Buscamos produzir a partir de uma gestão mais sustentável. Não é fácil, precisamos estudar muito, prever épocas mais favoráveis para o desenvolvimento de pragas ou doenças, e nos antecipar no combate a elas com o uso de produtos naturais que não agridem a natureza e não deixam resíduos que prejudiquem a natureza a saúde de seus consumidores”.
Parolina revela que não é fácil, já houve perdas e, se a produção for afetada por um problema muito grave, os agrotóxicos naturais não são suficientes e é preciso usar os mais tradicionais. “Claro que quando se tem um grande ataque de pragas ou uma doença, vai ter que recorrer a um defensivo mais tradicional e não sou contra o seu uso quando necessário. A posição que defendo é usá-los apenas se for necessário, e que usemos produtos naturais mais inofensivos às pessoas e ao meio ambiente”, defende o produtor.
Lucas Parolina destaca que a hidroponia visando a sustentabilidade dá resultados mais lentamente, ou os resultados não são instantâneos, ao longo dos ciclos da planta, mesmo assim, ele não abre mão do método que escolheu para diversificar os cultivos nas terras da família. O jovem acredita que, em um futuro não tão distante, essa gestão sustentável será importante para manter o negócio da família por muito tempo.
“Acredito que em um futuro próximo, quem não quiser se qualificar, buscar informações, fazer diferente, será engolido e descartado pelo mercado, por não acompanhar as demandas da sociedade que tende a exigir, cada vez mais, mais, produtos de procedência e manejo sustentável. A pessoa que tem a mente aberta, começa devagar, testa a tecnologia, lista as empresas que têm o know-how do produto, faz contato, pede a visita do técnico para explicar as coisas e vai produzindo, aprendendo e garantindo seu espaço. no futuro”, conclui Parolina.
