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Novo Soy Zarc entra em vigor na safra 2023/24

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Metodologia com seis tipos de solo considera a composição da terra para definir mais detalhadamente os riscos envolvidos na lavoura

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) está mais completo, pois agora conta com seis diferentes tipos de classes hídricas disponíveis no solo. Antes, havia três divisões que levavam em conta apenas a concentração de argila na composição. Na nova forma de identificar os tipos de solo, há uma fórmula que envolve a proporção percentual entre argila, lodo e areia, correlacionada com a quantidade de água que pode ser armazenada no solo, o chamado Índice de Água Disponível (AD). Na prática, a partir de agora, o produtor terá que baixar um aplicativo e/ou planilha para identificar a classe de seu solo de acordo com as novas regras. A primeira safra a adotar os novos parâmetros será a soja na safra 2023/24.

As regras da nova classificação estão na Instrução Normativa (IN) 1/2022, da Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em vigor desde 1º de julho. A antiga norma (IN SPA/Mapa 2/2021), que estabelece tipos de solo com base na concentração de argila, permanece em vigor. Isso porque todas as portarias do Zarc utilizam a metodologia atual, válida até que uma nova seja publicada, o que sempre acontece antes do início da colheita, se houver.

A nova metodologia foi desenvolvida e validada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Solos, com a participação do setor produtivo. “As atualizações sistemáticas da metodologia começaram em 2017, ano em que tivemos uma reunião na sede do Sistema FAEP/SENAR-PR, na qual foram apresentadas as mudanças e critérios técnicos pela equipe da Embrapa para a soja Zarc”, lembra Ana Paula Kowalski, técnico do Departamento Técnico Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR.

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Diante da mudança, o produtor precisa saber, para cumprir com suas obrigações, que o novo método de classes de AD1 a AD6 considera as três frações do solo (argila, silte e areia). “A nova fórmula que classifica os solos é mais complexa, contemplando melhor as interações que resultam na capacidade de armazenamento de água nos diferentes solos que temos. Esse é um dos principais parâmetros para determinar a época de plantio recomendada para cada safra na metodologia Zarc”, explica Ana Paula.

Zoneamento

O Zarc define a melhor época para cultivar no Brasil, pois indica a probabilidade de perdas de produção para uma determinada safra e por município, sinalizando as épocas de semeadura com menor risco climático. Esse zoneamento é obtido a partir de um extenso banco de dados oficial, sistematizado pela Embrapa, que envolve séries históricas climatológicas, tipos de solo, comportamento e exigências das espécies plantadas, tipos de cultivares e sistemas de produção. Com base nisso, as classificações de risco são 20%, 30% e 40% (esses estratos permanecem inalterados).

O cumprimento do Zarc é requisito obrigatório para a concessão de financiamento agrícola por instituições financeiras, no âmbito do crédito rural e acesso ao Proagro e Proago Mais. Além disso, o plantio dentro dos períodos Zarc também é obrigatório para quem acessa o subsídio federal na contratação do seguro agrícola, e as seguradoras podem até ser mais restritivas nos períodos ou tipos de solo aceitos para contratação.

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Maior cobertura de solos

Hugo Borges Rodrigues, coordenador geral de risco agrícola do Mapa, explica as mudanças na classificação dos solos e os impactos na agricultura nacional

Por que o Mapa mudou a classificação dos solos?

O Zarc é uma ferramenta técnico-científica cuja metodologia foi desenvolvida na década de 1990. A nova classificação de solos em Zarc faz parte de um conjunto de avanços na metodologia e parâmetros. Estimativa da capacidade de armazenamento de água

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em solo é fundamental para estudos de riscos de produção agrícola em modelos de simulação e planejamento como o Zarc. A avaliação direta do volume de Água Disponível (AD) é bastante cara, pois envolve a coleta de amostras indeformadas e avaliações realizadas por laboratórios especializados. Essa dificuldade tem levado pesquisadores a buscarem formas indiretas de estimar a DA do solo. Com a publicação da nova instrução normativa, a classificação foi simplificada para ser estimada com base na composição

granulometria dos teores em porcentagem de areia, silte e argila. Isso permitirá uma maior cobertura dos solos enquadrados.

Como surgiu este modelo de seis tipos?

A nova metodologia de classificação foi baseada na pesquisa “Previsão de água disponível no solo em função da granulometria para uso em análise de risco em Zoneamento Agrícola de Risco Climático”, da Embrapa. O trabalho foi uma solicitação do Mapa para melhorias na metodologia do Zarc.

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Quando será adotada a nova forma de classificação dos solos?

Os estudos de Zarc são atualizados pela cultura em nível nacional. É natural que algumas culturas tenham entre três e cinco anos para se atualizarem com as novas metodologias. Desta forma, os estudos Zarc realizados no formato de três tipos de solo permanecem válidos até que um novo estudo seja realizado para a cultura. A primeira safra que terá um novo formato, já válido para a safra 2023/2024, será a soja, cujos resultados (portarias Zarc) serão divulgados em dezembro de 2022. interessados) visa proporcionar maior previsibilidade para adaptação ao novo formato.

Na prática, o que o produtor precisa fazer em relação ao que vem fazendo?

O produtor precisa ter uma análise granulométrica do solo que seja representativa da área de plantio. Na prática, não há alteração, pois para classificar o solo no formato anterior (três tipos de solo) também é necessário conhecer os teores de areia, silte e, principalmente, argila. Assim, as análises existentes são válidas para classificação de solos nos dois formatos utilizados pelo Zarc. Ressalta-se que no aplicativo “Zarc Plantio Certo” é possível inserir os teores de areia, silte e argila para classificação do solo em seis classes AD e também foi disponibilizada uma calculadora no site do mapa para facilitar a classificação.

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Que benefícios o novo modelo de classificação traz para o produtor?

O principal é a melhor indicação do risco a que o produtor está exposto. Há também uma maior cobertura de solos brasileiros (mais de 90%), pois a classificação anterior não considerava solos com menos de 10% de argila, e com mais de 35% de argila, foram classificados em apenas uma classe.



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