Se confirmado, será o terceiro ano consecutivo com chuvas abaixo do ideal para a safra de grãos no sul do Brasil.
Faltando pouco menos de um mês para o fim do vácuo sanitário da soja, a atenção do produtor brasileiro volta-se para as previsões meteorológicas para os próximos meses.
As previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indicam o retorno gradual das chuvas entre os meses de setembro e outubro nas principais áreas de produção, mas alertam para volumes abaixo da média na região sul do país. Se confirmado, será o terceiro ano consecutivo com chuvas abaixo do ideal para a safra de grãos da região.
Segundo Heráclio Alves, meteorologista do Inmet, as chuvas começam a voltar em setembro, mas ainda com alguma irregularidade e com chuvas abaixo da média em alguns pontos.
“As últimas rodadas mostram que é improvável que as chuvas voltem em todas as regiões no próximo mês. Para o Centro-Oeste, a tendência é mais favorável a partir de outubro e as condições são mais pessimistas para o Sul do Brasil”, diz. .
A previsão para o próximo trimestre (setembro/outubro/novembro) do Inmet prevê chuvas abaixo da média em até 50mm em áreas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e precipitação pode ficar até 100mm acima da média em Goiás, Minas Gerais e todo Matopiba área.
Já para São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, até a manhã desta quinta-feira (25), as chuvas de até 100mm ficaram abaixo do esperado. O cenário mais crítico é para áreas do sul de São Paulo, Paraná e centro-oeste do Rio Grande do Sul.
Veja o mapa de previsão de anomalias para o próximo trimestre:
Quando as previsões são divididas nos próximos três meses, os modelos mostram que para o mês de setembro os volumes ainda podem ficar entre 10mm e 50mm acima da média do Sul do Brasil, além de mostrar a irregularidade na região Central do país e normalidade nas previsões. para Matopiba.
Segundo o Inmet, o provável desempenho do La Niña até o início do verão (dezembro) pode impactar as fases finais das safras de inverno e safrinha, além do início da safra de verão no Brasil. Como indicam os modelos climáticos, a persistência do fenômeno, mesmo que de baixa intensidade, faz com que a previsão climática nas regiões produtoras seja avaliada com mais atenção.
“Nos próximos meses, no extremo sul do Brasil, há uma tendência de irregularidade nas chuvas, ou seja, uma tendência de chover de forma mais concentrada em poucos dias”, explica o mestre e doutor em Climatologia e meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Mozar de Araújo Salvador em publicação oficial do Inmet.
Veja o mapa de previsão para setembro:
A partir de outubro, porém, o cenário muda e as chuvas se tornam mais frequentes no Sudeste do Brasil, com exceção de São Paulo, que ainda pode ter chuvas abaixo da média, além de pontos em Mato Grosso e Mato Grosso. Sul. A partir deste mês, o prognóstico da anomalia começa a mostrar chuvas abaixo da média no sul do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, onde as chuvas tendem a ser até 75 mm abaixo do esperado.
“O prognóstico climático aponta para o retorno gradual das chuvas, principalmente em outubro, o que será importante para aumentar o armazenamento de água no solo e estabelecer os estágios iniciais das lavouras no campo, como soja, milho e algodão”, diz Inmet. .
Veja o mapa de previsão para outubro:
Para o mês de novembro, a previsão mostra chuvas que podem ficar acima ou dentro da média no Sudeste e Matopiba, mas ainda alertam para volumes abaixo da média no sul de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Para os três estados da região sul do Brasil, não há previsão de mudanças significativas e os volumes podem ficar abaixo da média histórica.
Veja o mapa de previsão para novembro:
La Niña
No Brasil, o impacto do La Niña é observado principalmente pelo aumento do volume de chuva nas regiões Norte e Nordeste e, também, pelo volume abaixo da média na região Sul. Além disso, o fenômeno provoca uma leve queda de temperatura nas regiões Sudeste e Sul.
“Nos próximos meses, no extremo sul do Brasil, há uma tendência de irregularidade nas chuvas, ou seja, uma tendência de chover de forma mais concentrada em poucos dias”, explica o mestre e doutor em Climatologia e meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Mozar de Araújo Salvador.
Segundo ele, as convulsões econômicas para o país são enormes. “O desempenho do La Niña impacta a pecuária e a agricultura, setores que podem ser afetados pelo excesso de calor, que geralmente é acompanhado pela falta de chuva. É um duplo efeito da atmosfera que afeta a economia”, completa Mozar.
O atual evento La Niña, que teve início em outubro de 2021, provocou, entre abril e junho deste ano, uma intensificação do frio, atingindo uma temperatura de -1,1°C, o que classificou o fenômeno como moderado no trimestre. No entanto, entre os meses de maio e julho, houve um enfraquecimento (fechando em -0,9°C), o que levou o La Niña à categoria de evento fraco.
Na última semana de julho e nas duas primeiras semanas de agosto, houve a retomada do resfriamento das águas do Pacífico Equatorial, intensificando mais uma vez o fenômeno. No entanto, esse resfriamento atual é menos intenso do que o ocorrido em abril e maio deste ano.