A busca pela sustentabilidade na agricultura é um desafio global que tem impulsionado inovações e tecnologias cada vez mais avançadas. Nesse contexto, a Embrapa Cerrados tem se destacado como um centro de pesquisa referência, desenvolvendo soluções que podem ser utilizadas em todo o mundo. A visita da ministra da Noruega para o Desenvolvimento Internacional à Embrapa Cerrados evidenciou a importância dessas tecnologias inovadoras.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!Durante a visita, foram apresentadas diversas tecnologias e programas de melhoramento desenvolvidos pela Embrapa, com destaque para os sistemas integrados de lavoura-pecuária-floresta. Esses sistemas têm se mostrado eficazes não apenas na melhoria da produtividade agrícola, mas também na redução das emissões de gases de efeito estufa.
Neste artigo, vamos explorar em detalhes os benefícios e resultados obtidos com os sistemas integrados de produção apresentados pela Embrapa Cerrados, bem como as parcerias estratégicas que estão impulsionando a inovação no setor agrícola. Acompanhe para descobrir como a integração de diferentes componentes pode revolucionar a agricultura e contribuir para um futuro mais sustentável e produtivo.
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Desenvolvimento
Neste trecho do artigo, são abordadas as tecnologias desenvolvidas pela Embrapa Cerrados, permitindo a incorporação dos solos do Cerrado ao sistema de produção. O chefe-geral da Embrapa destaca a importância da sustentabilidade dos sistemas de produção e como a instituição atua de forma transversal para garantir resultados cada vez mais positivos.
Programas de Melhoramento e Tecnologias
O pesquisador Eduardo Alano apresenta alguns programas de melhoramento, como os relacionados à mandioca, trigo, fruteiras, milho, café e gado. Ele ressalta o avanço nos sistemas de produção e no conhecimento da biodiversidade do Cerrado ao longo dos anos. Destaque também para as variedades de mandioca desenvolvidas e as diferentes linhas de pesquisa seguidas.
Sistemas Integrados
O pesquisador Kleberson de Souza apresenta informações sobre os sistemas integrados, explicando como diferentes sistemas de produção podem ser adotados numa mesma área, resultando em benefícios para os produtores. Ele aborda o arranjo mais utilizado no Brasil, a integração lavoura e pecuária, e os ganhos de produtividade da soja obtidos com as forrageiras utilizadas nos sistemas.
Uso do Componente Florestal
Kleberson destaca a importância do componente florestal nos sistemas integrados, apontando benefícios como uma ambiência animal mais favorável e o balanço positivo de carbono. Ele ressalta que os sistemas integrados sequestram mais carbono e emitem menos gases de efeito estufa, contribuindo para a sustentabilidade ambiental.
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Conclusão
Neste artigo, pudemos observar a importância das tecnologias desenvolvidas pela Embrapa Cerrados para a produção agrícola, destacando a preocupação com a sustentabilidade dos sistemas de produção. A visita da ministra da Noruega para o Desenvolvimento Internacional ressaltou a relevância do trabalho realizado no centro de pesquisa e a possibilidade de disseminação dessas tecnologias para outros continentes.
Oportunidades para o futuro da agricultura
A parceria entre a Embrapa e a Yara Fertilizantes evidencia o compromisso das empresas em buscar soluções mais sustentáveis para a produção agrícola, visando reduzir as emissões de gases de efeito estufa e promover a saúde do solo. A troca de conhecimento e as pesquisas em andamento indicam um caminho promissor para o futuro da agricultura no Brasil e no mundo.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
O papel da Embrapa Cerrados na agricultura sustentável
A ministra da Noruega para o Desenvolvimento Internacional, Anne Beathe Tvinnereim, visitou a Embrapa Cerrados para conhecer de perto o trabalho realizado no centro de pesquisa. A Embrapa tem desenvolvido tecnologias inovadoras que permitem a incorporação dos solos do Cerrado ao sistema de produção de alimentos, contribuindo para a sustentabilidade dos sistemas agrícolas.
FAQs sobre a visita da ministra da Noruega à Embrapa Cerrados
1. Quais são as principais tecnologias desenvolvidas pela Embrapa Cerrados?
A Embrapa Cerrados desenvolve tecnologias para o melhoramento de diversas culturas, como trigo, mandioca, frutas e gado. Além disso, o centro de pesquisa trabalha em programas de integração lavoura-pecuária-floresta.
2. Qual é o impacto dos sistemas integrados na produtividade agrícola?
Os sistemas integrados proporcionam ganhos significativos de produtividade, especialmente na produção de soja. O uso de forrageiras no sistema contribui para um aumento na produtividade da soja e do milho.
3. Como a parceria entre a Embrapa Cerrados e a Yara Fertilizantes pode beneficiar a agricultura?
A parceria entre a Embrapa e a Yara Fertilizantes permitirá a troca de tecnologias e conhecimentos, visando a redução das emissões de gases de efeito estufa e o aumento da sustentabilidade na agricultura.
4. Qual é a importância da integração lavoura-pecuária-floresta para a sustentabilidade ambiental?
A integração lavoura-pecuária-floresta contribui para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa, o sequestro de carbono no solo e o aumento da produtividade agropecuária de forma sustentável.
5. Como a Embrapa Cerrados está trabalhando para promover a agricultura sustentável no Brasil?
A Embrapa Cerrados desenvolve tecnologias inovadoras e parcerias estratégicas, como a cooperação com a Yara Fertilizantes, para impulsionar a agricultura sustentável no Brasil, promovendo o desenvolvimento econômico e social do país.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
A ministra da Noruega para o Desenvolvimento Internacional, Anne Beathe Tvinnereim, acompanhada do embaixador da Noruega no Brasil, Odd Magne Rudd, visitou na última quinta-feira (18) a Embrapa Cerrados (Planaltina-DF). No Brasil para participar da reunião ministerial de Desenvolvimento do G20 e da reunião da força-tarefa para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, no Rio de Janeiro, ela incluiu em sua agenda de viagem o centro de pesquisa a fim de conhecer de perto um pouco do trabalho da Embrapa. “Vocês têm soluções que podem ser usadas no mundo inteiro, espero que outros continentes também possam se utilizar das tecnologias que são desenvolvidas aqui”, destacou a ministra. “Desenvolvemos tecnologias que permitiram incorporar os solos do Cerrado ao sistema de produção. Depois de dominarmos a produção de alimentos, estamos hoje preocupados com a sustentabilidade desses sistemas. Dessa forma, atuamos de forma transversal a fim de que o sistema tenha cada vez mais resultado”, explicou o chefe-geral da Embrapa Cerrados, Sebastião Pedro. O chefe de P&D e pesquisador da Unidade, Eduardo Alano, repassou à comitiva informações sobre o bioma Cerrado, sobre a Embrapa e as linhas gerais de pesquisa da Unidade. “No início o desafio foi grande. Não possuíamos quase nenhum conhecimento sobre os recursos naturais e sobre a aptidão agrícola da região. Aqui foi o primeiro lugar no mundo em que foi desenvolvida agricultura moderna para solos de baixa fertilidade. Isso se deu com muita tecnologia de solo, tratos culturais, adubação, tropicalização de culturas. E hoje o Brasil é um dos players mundiais em exportação de alimentos”, afirmou. Segundo ele, nos anos 70, a quantidade e a diversidade de alimentos era pequena. “Hoje o país produz praticamente tudo, sendo que a maior parte da produção utilizada na alimentação vem da agricultura familiar”, ressaltou. De acordo com Alano, ao longo dos anos o avanço foi tanto nos sistemas de produção, quanto no conhecimento da biodiversidade do Cerrado. Ele apresentou as principais tecnologias desenvolvidas no centro de pesquisa e ressaltou alguns programas de melhoramento, como de trigo, mandioca, fruteiras como maracujá e pitaya, milho, café e gado. No campo, o pesquisador Eduardo Alano ainda mostrou ao grupo algumas variedades de mandioca obtidas a partir do programa de melhoramento participativo e explicou as diferentes linhas de pesquisa que são seguidas. “Trabalhamos em três frentes: mandioca de mesa, que são biofortificadas, ricas em vitamina A e licopeno; mandioca para farinha e fécula, que são cultivadas para produção industrial; além das mandiocas açucaradas, que em vez de armazenar amido, armazenam açúcar”, explicou. A visita de campo foi realizada na unidade de referência de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. O pesquisador Kleberson de Souza apresentou aos visitantes informações sobre os diferentes arranjos de sistemas integrados e seus benefícios. Ele explicou que sistemas integrados são diferentes sistemas de produção adotados numa mesma área usando rotação e consórcio, mas esclareceu: “essa junção de componentes em diferentes sistemas agropecuários, no entanto, tem que resultar numa soma em que um mais um não dá dois, mas sim dois e alguma coisa. Cada componente tem que trazer um ganho para o sistema de forma que o produtor tenha vantagens quando junta os diferentes componentes num sistema só”, enfatizou. De acordo com o especialista, os sistemas integrados podem ser adaptados para pequenos, médios e grandes produtores. Segundo o pesquisador, o arranjo mais utilizado no Brasil é o de integração lavoura e pecuária (83% dos 17,4 milhões de hectares/dados de 2020). “Basicamente é uma primeira safra de soja e uma segunda safra de milho ou sorgo, sendo que nesse segundo momento, numa mesma operação mecanizada, é feito o plantio da forrageira. Quando o produtor colhe o milho, o capim explode em crescimento, por conta da entrada de luz. Assim, o campo está pronto para uma terceira safra que é a safra animal, justamente no período em que as pastagens estão secas. E ainda falamos de uma quarta safra, que seria a palhada que traz uma série de vantagens ao sistema”. Ele também destacou os ganhos de produtividade da soja por conta das forrageiras utilizadas no sistema. “Falamos muito da palhada, ou seja, do que está acima do solo, mas queria mostrar também o que está abaixo do solo, o sistema radicular dessas forrageiras que é impressionante. E isso se reflete na produtividade da soja. Temos trabalhos mostrando um ganho médio de 11 sacos de soja (60kg cada) a mais quando se tem a segunda safra consorciada com as forrageiras”, contou. Segundo o pesquisador, quando se tem ainda a terceira safra, quando os animais entram na área e há de fato o pastejo, a produtividade da soja posterior é ainda maior. “Ainda estamos estudando o motivo desse aumento. Mas ele existe e é mais um ganho do sistema”. O pesquisador Kleberson de Souza explicou que também é possível antecipar o plantio da segunda safra em até 20 dias. “Quando a soja ainda está no campo, antes de secar, o produtor entra com a plantadeira adaptada fazendo o plantio da segunda safra já consorciada com a forrageira”. Segundo ele, essa antecipação da segunda safra traz ganhos que se refletem em maior produtividade. “Quando há essa antecipação, registramos em média 1,5 sacos a mais de milho para cada dia antecipado. Em muitos casos, principalmente em regiões em que a janela de chuva é mais curta, é a diferença entre colher e não colher a segunda safra. Isso tem possibilitado fazer ou não fazer a segunda safra em regiões em que não se fazia antes”, ressaltou. Atualmente, o componente florestal é utilizado por uma parcela pequena dos produtores – em torno de 10% utilizam o arranjo lavoura, pecuária e floresta e apenas 1% lavoura e floresta. “Com o componente florestal o sistema fica mais complexo, mas ele traz um ganho importante de ambiência animal promovido pela sombra das árvores. Pesquisas registraram aumento na produção de leite e nas taxas reprodutivas das vacas. Também temos a questão do balanço de carbono, que fica muito favorável. Com apenas 15% da propriedade com esse sistema é possível mitigar todas as emissões de gases de efeito estufa emitidos da porteira para dentro da propriedade e, ainda, ter um crédito de carbono ou acúmulo de carbono da ordem de 22 toneladas de CO2equivalente por hectare”, afirmou. E além de sequestrar mais carbono, de acordo com o pesquisador Kleberson de Souza os sistemas integrados ainda emitem menos gases de efeito estufa. “Um ótimo exemplo é o óxido nitroso. Num trabalho em que analisamos o cultivo convencional, o Cerrado nativo e os sistemas integrados, observou-se 56% menos emissão desse gás (óxido nitroso) em detrimento do sistema convencional, com aração e gradagem no preparo do solo. Ou seja, os sistemas integrados emitem menos e sequestram mais carbono”. Fertilizantes A visita da comitiva à Embrapa Cerrados também contou com a presença de representantes brasileiros da empresa norueguesa Yara Fertilizantes. No último mês de março, a Embrapa e a Yara firmaram um acordo de cooperação que permitirá troca de acesso às soluções digitais e às estruturas internas em P&D das duas empresas e, ainda, atuação conjunta na coordenação de estudos em inovação e tecnologia. Na prática, a Embrapa terá à disposição em todas as suas unidades, incluindo a Embrapa Cerrados, as soluções que a Yara utiliza no campo, por exemplo, ferramentas digitais para a aplicação de fertilizantes, recomendações nutricionais e de compartilhamento de dados coletados em campo. Acesse aqui mais informações sobre essa parceria. O gerente agronômico da Yara, Leonardo Soares, apresentou durante a visita a palestra “Sustentabilidade, a oportunidade passa pela agricultura”. Ele relatou o trabalho de pesquisa que está sendo feito pela empresa para diminuir as emissões de gases de efeito estufa tanto na produção dos fertilizantes, quanto no campo. “De 2005 a 2019, já conseguimos uma redução de 45% das emissões, que vem principalmente das fábricas. Temos o compromisso de seguir reduzindo mais 30%”. De acordo com o gerente, hoje a empresa tem parceria com 48 instituições de pesquisa, incluindo universidades. “Temos mais de 150 pesquisas agronômicas a campo com diversas culturas em andamento”. Segundo ele, no passado o foco da empresa era apenas na produtividade. “Hoje, 60% das nossas pesquisas são para avaliar a emissão de gases de efeito estufa, a saúde do solo, quanto a gente está conseguindo fixar de carbono no solo. Isso para entender o que a gente pode traçar de estratégia para reduzir a emissão no campo”, explicou.
A ministra da Noruega para o Desenvolvimento Internacional, Anne Beathe Tvinnereim, acompanhada do embaixador da Noruega no Brasil, Odd Magne Rudd, visitou na última quinta-feira (18) a Embrapa Cerrados (Planaltina-DF). No Brasil para participar da reunião ministerial de Desenvolvimento do G20 e da reunião da força-tarefa para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, no Rio de Janeiro, ela incluiu em sua agenda de viagem o centro de pesquisa a fim de conhecer de perto um pouco do trabalho da Embrapa.
“Vocês têm soluções que podem ser usadas no mundo inteiro, espero que outros continentes também possam se utilizar das tecnologias que são desenvolvidas aqui”, destacou a ministra. “Desenvolvemos tecnologias que permitiram incorporar os solos do Cerrado ao sistema de produção. Depois de dominarmos a produção de alimentos, estamos hoje preocupados com a sustentabilidade desses sistemas. Dessa forma, atuamos de forma transversal a fim de que o sistema tenha cada vez mais resultado”, explicou o chefe-geral da Embrapa Cerrados, Sebastião Pedro.
O chefe de P&D e pesquisador da Unidade, Eduardo Alano, repassou à comitiva informações sobre o bioma Cerrado, sobre a Embrapa e as linhas gerais de pesquisa da Unidade. “No início o desafio foi grande. Não possuíamos quase nenhum conhecimento sobre os recursos naturais e sobre a aptidão agrícola da região. Aqui foi o primeiro lugar no mundo em que foi desenvolvida agricultura moderna para solos de baixa fertilidade. Isso se deu com muita tecnologia de solo, tratos culturais, adubação, tropicalização de culturas. E hoje o Brasil é um dos players mundiais em exportação de alimentos”, afirmou.
Segundo ele, nos anos 70, a quantidade e a diversidade de alimentos era pequena. “Hoje o país produz praticamente tudo, sendo que a maior parte da produção utilizada na alimentação vem da agricultura familiar”, ressaltou. De acordo com Alano, ao longo dos anos o avanço foi tanto nos sistemas de produção, quanto no conhecimento da biodiversidade do Cerrado. Ele apresentou as principais tecnologias desenvolvidas no centro de pesquisa e ressaltou alguns programas de melhoramento, como de trigo, mandioca, fruteiras como maracujá e pitaya, milho, café e gado.
No campo, o pesquisador Eduardo Alano ainda mostrou ao grupo algumas variedades de mandioca obtidas a partir do programa de melhoramento participativo e explicou as diferentes linhas de pesquisa que são seguidas. “Trabalhamos em três frentes: mandioca de mesa, que são biofortificadas, ricas em vitamina A e licopeno; mandioca para farinha e fécula, que são cultivadas para produção industrial; além das mandiocas açucaradas, que em vez de armazenar amido, armazenam açúcar”, explicou.
A visita de campo foi realizada na unidade de referência de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. O pesquisador Kleberson de Souza apresentou aos visitantes informações sobre os diferentes arranjos de sistemas integrados e seus benefícios. Ele explicou que sistemas integrados são diferentes sistemas de produção adotados numa mesma área usando rotação e consórcio, mas esclareceu: “essa junção de componentes em diferentes sistemas agropecuários, no entanto, tem que resultar numa soma em que um mais um não dá dois, mas sim dois e alguma coisa. Cada componente tem que trazer um ganho para o sistema de forma que o produtor tenha vantagens quando junta os diferentes componentes num sistema só”, enfatizou. De acordo com o especialista, os sistemas integrados podem ser adaptados para pequenos, médios e grandes produtores.
Segundo o pesquisador, o arranjo mais utilizado no Brasil é o de integração lavoura e pecuária (83% dos 17,4 milhões de hectares/dados de 2020). “Basicamente é uma primeira safra de soja e uma segunda safra de milho ou sorgo, sendo que nesse segundo momento, numa mesma operação mecanizada, é feito o plantio da forrageira. Quando o produtor colhe o milho, o capim explode em crescimento, por conta da entrada de luz. Assim, o campo está pronto para uma terceira safra que é a safra animal, justamente no período em que as pastagens estão secas. E ainda falamos de uma quarta safra, que seria a palhada que traz uma série de vantagens ao sistema”.
Ele também destacou os ganhos de produtividade da soja por conta das forrageiras utilizadas no sistema. “Falamos muito da palhada, ou seja, do que está acima do solo, mas queria mostrar também o que está abaixo do solo, o sistema radicular dessas forrageiras que é impressionante. E isso se reflete na produtividade da soja. Temos trabalhos mostrando um ganho médio de 11 sacos de soja (60kg cada) a mais quando se tem a segunda safra consorciada com as forrageiras”, contou. Segundo o pesquisador, quando se tem ainda a terceira safra, quando os animais entram na área e há de fato o pastejo, a produtividade da soja posterior é ainda maior. “Ainda estamos estudando o motivo desse aumento. Mas ele existe e é mais um ganho do sistema”.
O pesquisador Kleberson de Souza explicou que também é possível antecipar o plantio da segunda safra em até 20 dias. “Quando a soja ainda está no campo, antes de secar, o produtor entra com a plantadeira adaptada fazendo o plantio da segunda safra já consorciada com a forrageira”. Segundo ele, essa antecipação da segunda safra traz ganhos que se refletem em maior produtividade. “Quando há essa antecipação, registramos em média 1,5 sacos a mais de milho para cada dia antecipado. Em muitos casos, principalmente em regiões em que a janela de chuva é mais curta, é a diferença entre colher e não colher a segunda safra. Isso tem possibilitado fazer ou não fazer a segunda safra em regiões em que não se fazia antes”, ressaltou.
Atualmente, o componente florestal é utilizado por uma parcela pequena dos produtores – em torno de 10% utilizam o arranjo lavoura, pecuária e floresta e apenas 1% lavoura e floresta. “Com o componente florestal o sistema fica mais complexo, mas ele traz um ganho importante de ambiência animal promovido pela sombra das árvores. Pesquisas registraram aumento na produção de leite e nas taxas reprodutivas das vacas. Também temos a questão do balanço de carbono, que fica muito favorável. Com apenas 15% da propriedade com esse sistema é possível mitigar todas as emissões de gases de efeito estufa emitidos da porteira para dentro da propriedade e, ainda, ter um crédito de carbono ou acúmulo de carbono da ordem de 22 toneladas de CO2equivalente por hectare”, afirmou.
E além de sequestrar mais carbono, de acordo com o pesquisador Kleberson de Souza os sistemas integrados ainda emitem menos gases de efeito estufa. “Um ótimo exemplo é o óxido nitroso. Num trabalho em que analisamos o cultivo convencional, o Cerrado nativo e os sistemas integrados, observou-se 56% menos emissão desse gás (óxido nitroso) em detrimento do sistema convencional, com aração e gradagem no preparo do solo. Ou seja, os sistemas integrados emitem menos e sequestram mais carbono”.
Fertilizantes
A visita da comitiva à Embrapa Cerrados também contou com a presença de representantes brasileiros da empresa norueguesa Yara Fertilizantes. No último mês de março, a Embrapa e a Yara firmaram um acordo de cooperação que permitirá troca de acesso às soluções digitais e às estruturas internas em P&D das duas empresas e, ainda, atuação conjunta na coordenação de estudos em inovação e tecnologia.
Na prática, a Embrapa terá à disposição em todas as suas unidades, incluindo a Embrapa Cerrados, as soluções que a Yara utiliza no campo, por exemplo, ferramentas digitais para a aplicação de fertilizantes, recomendações nutricionais e de compartilhamento de dados coletados em campo. Acesse aqui mais informações sobre essa parceria.
O gerente agronômico da Yara, Leonardo Soares, apresentou durante a visita a palestra “Sustentabilidade, a oportunidade passa pela agricultura”. Ele relatou o trabalho de pesquisa que está sendo feito pela empresa para diminuir as emissões de gases de efeito estufa tanto na produção dos fertilizantes, quanto no campo. “De 2005 a 2019, já conseguimos uma redução de 45% das emissões, que vem principalmente das fábricas. Temos o compromisso de seguir reduzindo mais 30%”.
De acordo com o gerente, hoje a empresa tem parceria com 48 instituições de pesquisa, incluindo universidades. “Temos mais de 150 pesquisas agronômicas a campo com diversas culturas em andamento”. Segundo ele, no passado o foco da empresa era apenas na produtividade. “Hoje, 60% das nossas pesquisas são para avaliar a emissão de gases de efeito estufa, a saúde do solo, quanto a gente está conseguindo fixar de carbono no solo. Isso para entender o que a gente pode traçar de estratégia para reduzir a emissão no campo”, explicou.