Por que a pecuária de corte está em declínio?
Você já parou para pensar no que tem causado a desvalorização na pecuária de corte nos últimos anos? O aumento da oferta de bezerros, a pressão sobre os resultados do setor e o ciclo pecuário são apenas algumas das questões que têm impactado negativamente o mercado.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!A queda nas vendas de sêmen de raças de corte
Em 2021, as vendas de sêmen de raças de corte atingiram um pico, mas desde então têm apresentado recuos significativos. Esse cenário tem impactado diretamente a atividade de inseminação, com uma diminuição na utilização de tecnologias como a inseminação artificial.
Desafios e oportunidades no mercado atual
A desvalorização das categorias vendidas, o aumento do abate de fêmeas e a diminuição do uso de tecnologia são alguns dos desafios que os produtores de gado de corte têm enfrentado. No entanto, apesar desses obstáculos, há também oportunidades para melhorar a situação do mercado e impulsionar a pecuária de corte.
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Desenvolvimento
O mercado da pecuária de corte tem enfrentado dificuldades desde 2022, com o aumento da oferta de bezerros e a consequente desvalorização das categorias. Isso tem trazido pressão sobre os resultados do setor, levando ao aumento do abate de fêmeas e impactando diretamente nos custos de reposição. Enquanto as relações de troca com reposição e milho podem aliviar um pouco o impacto das quedas, a situação é mais complexa para quem trabalha com a cria e o ciclo completo, onde a desvalorização das categorias vendidas não é compensada pelos benefícios da troca e pela suplementação. O desinvestimento na atividade, o aumento do abate de vacas e novilhas, além da diminuição do uso de tecnologias como a inseminação, são reflexos claros desse momento desafiador.
Índice de Inseminação
Os números do mercado de inseminação revelam uma queda nas vendas nos últimos anos, mesmo com o aumento dos preços do bezerro. Ainda assim, a adoção da inseminação se manteve em muitas fazendas, demonstrando que os benefícios percebidos superam os custos. Esse cenário é semelhante em áreas como a nutrição, onde, mesmo em períodos de preços ruins, há uma tendência de aumento a médio prazo. A perspectiva é de que a inseminação continue a ser uma prática relevante no longo prazo, mesmo diante de desafios econômicos.
Considerações Finais
Apesar dos desafios enfrentados pelo mercado de pecuária de corte, há perspectivas positivas no horizonte. O bom ritmo das exportações, o aumento do escoamento de carne e a absorção da oferta doméstica são pontos que refletem um cenário mais otimista. O momento de virada do ciclo é sempre motivo de atenção, mas a expectativa é de uma melhora nas vendas de bezerros e uma maior estabilidade no mercado ao longo da cadeia. A análise aponta para um cenário mais firme, com fatores como a oferta de gado e a demanda doméstica contribuindo para uma possível recuperação do setor pecuário.
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Conclusão
O mercado pecuário passa por um momento desafiador, com pressão na oferta de bezerros e desvalorização das categorias. A utilização da inseminação artificial e outras tecnologias parece resistir aos preços adversos, com potencial de crescimento a médio prazo. As exportações mostram um bom ritmo, e a expectativa é positiva para a cadeia da carne bovina. A oferta, principalmente de fêmeas, é um ponto de atenção, mas a perspectiva é de um cenário mais firme adiante.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
Análise do Mercado Pecuário
O ânimo na pecuária de corte não está dos melhores desde 2022, com diversos desafios enfrentados pelo setor. Neste artigo, nosso consultor e diretor da HN AGRO, Hyberville Neto, traz uma análise detalhada sobre o cenário atual e as perspectivas para o mercado pecuário.
FAQs
1. Por que o mercado pecuário enfrenta desafios?
R: O mercado pecuário enfrenta desafios devido ao aumento da oferta de bezerros, desvalorização das categorias, pressão sobre os resultados do setor e redução dos investimentos na atividade.
2. Como a inseminação artificial tem sido afetada?
R: As vendas de sêmen de raças de corte tiveram um recuo nos últimos anos, refletindo a diminuição da adoção da inseminação artificial e o impacto dos preços do bezerro.
3. Qual é a perspectiva para o mercado do boi gordo em 2024?
R: Apesar dos desafios, as exportações estão em bom ritmo e o mercado doméstico tem absorvido volumes maiores de carne, com expectativas positivas para o escoamento da produção.
4. Como a oferta de gado tem influenciado o mercado?
R: A oferta de gado pressiona o mercado do boi gordo, mas um recuo na oferta de fêmeas pode contribuir para um mercado mais equilibrado e firmar os preços ao longo da cadeia.
5. Qual é a expectativa para a venda de bezerros na próxima estação?
R: Acreditamos que os bezerros da próxima estação terão uma melhor performance de vendas, mesmo diante do atual cenário desafiador do mercado pecuário.
Considerações Finais
A análise do mercado pecuário apresentada por Hyberville Neto destaca a importância de acompanhar as tendências e se preparar para os desafios do setor. Para mais insights e informações, entre em contato através do e-mail hyberville@hnagro.com.br.
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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
Por Hyberville Neto – consultor e diretor da HN AGRO
O ânimo na pecuária de corte não está dos melhores desde 2022, pra dizer o mínimo. Com o aumento da oferta de bezerros e a desvalorização geral das categorias, aumento do abate de fêmeas e pressão sobre os resultados do setor.
As relações de troca com reposição e com o milho amenizam, em parte, o efeito das quedas, mas mesmo quem tem esse benefício da troca sentiu o momento mais fraco nos últimos anos.
Já quem trabalha com a cria e o ciclo completo não tem esse efeito positivo nos custos com reposição para amenizar a desvalorização das categorias vendidas. Geralmente a suplementação também tem menos peso nesses sistemas, na comparação com uma recria e/ou engorda, o que diminui também o benefício de um milho mais barato.
Com isso, há menor investimento na atividade, queda da produção de bezerros e valorizações, é o tal do ciclo pecuário. Esse desinvestimento é observado na cria, com o aumento do abate de vacas e novilhas, além da diminuição de uso de tecnologia, como a própria inseminação.
Após o pico de vendas de sêmen de raças de corte em 2021, com 19,9 milhões de doses, segundo o Index Asbia, houve dois anos de recuo na comercialização. Em 2022 as vendas diminuíram 9,3% (18,0 milhões) e em 2023 houve mais um recuo, de 5,4%, atingindo 17,1 milhões de doses.
Segundo estimativas do Cepea e Asbia, 23,1% das matrizes de corte foram inseminadas em 2023, frente a 24,7% em 2022 e 26% em 2021. Veja a figura 1.
A figura traz duas informações relevantes.
A primeira é que o mercado de inseminação sentiu os preços do bezerro. A segunda é que, apesar do recuo, a adoção não voltou aos níveis de anos atrás e boa parte da utilização se manteve, mesmo com preços adversos.
Isso demonstra que, em boa parte das fazendas, os benefícios percebidos superam o contingenciamento de gastos que normalmente ocorre nessas fases. O viés de aumento do uso da inseminação não muda no longo prazo.
Cenário semelhante é observado em outras áreas, como a nutrição. Em momentos ruins de preços do boi, há alguma diminuição no uso, mas com um viés claro de aumento em médio prazo.
Considerações
A oferta de gado começou 2024 pressionando o mercado do boi gordo, mas temos exportações com bom ritmo e expectativas promissoras para essa via de escoamento.
Dezembro foi o melhor mês da história em vendas brasileiras, considerando volume. Este ano, janeiro foi o melhor janeiro e fevereiro tem boa chance de superar o recorde anterior de volume para o mês.
O mercado doméstico (atacado) tem cedido, frente a uma oferta maior de carne a ser escoada. Por outro lado, há uma quantidade grande de carne sendo escoada e o mercado, embora com recuos, está relativamente contido frente a outros momentos nos últimos anos.
E o que isso quer dizer?
Na nossa visão, o escoamento doméstico está absorvendo relativamente bem esses volumes maiores de carne (ainda que com alguma desvalorização) e um recuo na oferta de gado pode colaborar com um mercado mais firme ao longo da cadeia. O ponto é a oferta, principalmente de fêmeas, que tem impactado o cenário.
O momento de virada de chave do ciclo é sempre um ponto de atenção/dúvida, mas acreditamos que os bezerros dessa última estação, a segunda de desânimo (nos números da ASBIA) serão mais bem vendidos.
Veja a análise que fizemos há alguns meses com o tema:
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