Vietnã, Indonésia e Índia: maravilhas econômicas, café robusta e o papel do café solúvel

O recente artigo do Financial Times “As Sete Maravilhas Econômicas de um Mundo Preocupado” de Ruchir Sharma me chamou a atenção porque três dessas maravilhas econômicas e aquelas abordadas primeiro são produtores relevantes de café Robusta. O Vietnã é o maior produtor de Robusta do mundo, a Indonésia vem em terceiro e a Índia é um conhecido produtor de Robusta lavado.

Juntos, esses três países asiáticos respondem por quase dois terços da produção de robusta e um quarto de todo o café produzido no mundo. Eles também estão estrategicamente localizados para abastecer o que pode se tornar o maior mercado de café do mundo, a própria Ásia, que hoje consome principalmente café solúvel, cuja matéria-prima básica são os grãos Robusta e Conilon.

O Vietnã, grande mas relativamente novo fornecedor de café, passou de produtor insignificante a líder mundial em menos de meio século: hoje é o maior produtor e exportador de Robusta! O consumo local também está aumentando, impulsionado pela crescente cultura do café e do café solúvel. As indústrias de café solúvel, estrangeiras e locais, estão se expandindo não apenas para abastecer o mercado vietnamita, mas também e principalmente para exportação.

Patrocinadores

A Indonésia é única porque o consumo local de café está crescendo mais rápido que a produção e, como resultado, as exportações estão estáveis ​​ou em queda. O país é um grande exemplo de crescimento do consumo de café sem um programa institucional para promovê-lo. Para o café “três em um” – envelopes de dose única com café instantâneo, leite não lácteo e açúcar – as próprias marcas de café e as cafeterias estão fazendo isso. Apesar de ter um forte parque industrial de café solúvel, o país também importa.

A Índia está aumentando sua produção de Robusta em detrimento do Arábica. Isso não deve surpreender, considerando o enorme potencial do mercado indiano de café solúvel, que ainda é muito pequeno em relação ao tamanho da população do país. A Índia poderia de fato se tornar um importador de produtos solúveis se o café entrar na moda, como aconteceu na China e na Indonésia. A Índia também é pioneira na produção e exportação de café Robusta lavado.

Esses três países produtores de Robusta asiáticos, que desafiam o pessimismo econômico predominante no mundo, como argumenta o artigo, podem se beneficiar dessas condições e aumentar sua produção de café, inclinando ainda mais a balança a favor do Robusta e se tornando uma ameaça para outros países? nações produtoras de café?

Um forte argumento a favor do aumento dessa produção é a proximidade com a China, cuja taxa de crescimento do consumo de café provavelmente retornará aos máximos pré-pandemia mais cedo ou mais tarde. O Vietnã e a Índia compartilham fronteiras com a China e a Indonésia está mais próxima do que a maioria dos outros países produtores de café. Esses três países podem se tornar fontes importantes de fornecimento de café verde e solúvel para a China, devido às suas vantagens logísticas.

Patrocinadores

Esse mesmo argumento pode ser aplicado em resposta ao crescimento do consumo interno nesses países. Os casos de aumento do consumo na Indonésia e no Vietnã já foram mencionados acima e suas populações são grandes. O país muçulmano mais populoso do mundo, a Indonésia tem 275 milhões de habitantes, enquanto o Vietnã está prestes a chegar a 100 milhões. O consumo pode agora aumentar mais rapidamente na Índia, cuja população é enorme e sua economia é uma das que mais crescem no mundo.

A verdadeira questão é se esses três países podem expandir competitivamente sua produção de Robusta, se têm culturas que competem pela mesma terra e oferecem retornos iguais ou melhores, e se há vontade política para isso. As estatísticas sobre suas produções recentes não justificam o argumento de aumento da produção, mas a alta atual dos preços pode mudar isso.

De qualquer forma, o aumento da produção de Robusta no Vietnã, Indonésia e Índia, que estimula o aumento do consumo de café na Ásia, pode ser benéfico para a produção mundial de café. A maior parte da produção exigida por esse consumo adicional pode ser originária da África e da América Latina e incluir café arábica. Há mais terras disponíveis para o cultivo de café e a evolução da preferência do consumidor pode favorecer um maior uso do arábica. Em resumo, o que pode acontecer com e para o café nas três maravilhas econômicas deste mundo pós-pandemia – Vietnã, Indonésia e Índia – pode ser benéfico para todo o mundo produtor de café e sua cadeia de suprimentos.

Paralelamente a toda essa discussão sobre o café Robusta, que também abordou o café solúvel, vale lembrar que esses dois produtos estão em processo de reposicionamento. Essa nova visão poderá aumentar seu consumo e demanda e quebrar paradigmas atualmente estabelecidos sobre sua qualidade.

O reposicionamento do Robusta está mais avançado e mais conhecido. A CQI criou a Classificadora Q Robusta há alguns anos e agora está comprometida em melhorar a qualidade dos Robusta e Conilon por meio do processamento pós-colheita. A CQI também realizou uma degustação de cafés especiais Robustas e Conilons no evento World of Coffee em Milão, que teve ampla repercussão pela alta qualidade dos cafés.

No caso do café solúvel, a ABICS está prestes a lançar uma metodologia de análise sensorial que mostrará ao consumidor as diversas qualidades desse produto e como elas podem ser utilizadas para aprimorar tanto o próprio café solúvel quanto os produtos a base dele. O lançamento da nova metodologia, que acontecerá durante a Semana Internacional do Café, foi um dos temas do painel sobre inovação “Fora deste mundo!”, que aconteceu no concorrido evento anual da Swiss Coffee Trade Association (SCTA), também conhecido como Coffee Swiss Dinner, que aconteceu em Genebra na quinta e sexta-feira da semana passada.



Source link

Metodologia de avaliação de qualidade solúvel é apresentada em um dos maiores eventos internacionais de comércio de café

Em outubro, a Associação Brasileira de Café Solúvel (Abics) participou do 13º SCTA Coffee Forum & Dinner, promovido pela Swiss Coffee Trade Association (SCTA – Swiss Coffee Trade Association), em Genebra, um dos maiores eventos internacionais de comércio de café.

Durante dois dias, o evento reuniu os maiores players de café do mundo, incluindo o setor. Tradicionalmente mais focado no mundo do café verde, o SCTA Coffee Forum & Dinner 2022 proporcionou um espaço para a Abics divulgar a metodologia pioneira de avaliação da qualidade do café solúvel.

Em painel sobre inovação no setor cafeeiro, no segundo dia do evento (14 de outubro), o presidente da Abics, Fábio Sato, apresentou um esboço da nova metodologia de análise sensorial do café solúvel, que está sendo desenvolvida pela Associação em parceria com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL). O painel do qual a Abics participou também contou com mais quatro palestrantes sobre novas tecnologias e transformação no setor cafeeiro.

A apresentação da Abics mostrou inicialmente como é produzido o café solúvel, desde a seleção dos grãos, blends até a torrefação e granulação, em uma primeira etapa muito semelhante à produção de café torrado e moído, seguindo-se outras etapas, como concentração e secagem. . “Ao somar outras etapas nesse processo de industrialização, a imensa variedade de blends e graus de torra e moagem do torrado e moído se multiplica, gerando mais combinações”, explica Sato.

Esse processo desmistifica o que muitos acreditam: que o café solúvel é “tudo igual”. O presidente da Abics explica que há uma grande variedade de produtos solúveis, desde produtos com grãos 100% arábica até aqueles que apresentam selos de sustentabilidade. No entanto, “incrivelmente, não havia uma metodologia para diferenciar esta gama de produtos”.

Assim, a metodologia está sendo criada com base na avaliação da intensidade de 15 atributos de aromas e sabores, em uma escala de classificação dessas características sensoriais, que vai de zero a cinco, e uma classificação principal em três categorias: convencional, diferenciado ou de excelência. Cada atributo tem um peso na avaliação. Os dados são inseridos em um sistema e esse peso é calculado por meio de um algoritmo, que indicará a categoria do produto.

“Não se pode dizer que determinada categoria é melhor que outra, mas que é indicada para determinadas aplicações, como, por exemplo, para consumo puro ou com leite ou para uso em outras bebidas”, diz Sato.

Durante o evento na Suíça, a Abics convidou participantes do setor cafeeiro para participar do lançamento da metodologia. O “White Paper”, documento técnico que detalha esse processo de avaliação, será lançado oficialmente na Semana Internacional do Café (SIC), no dia 16 de novembro, em Belo Horizonte (MG). A SIC, que decorre até dia 18, contará ainda com uma sessão prática com provas de café solúvel.

Qual foi a avaliação dos participantes do 13º SCTA Coffee Forum & Dinner sobre a metodologia do café solúvel?

“O feedback foi positivo”, diz Sato. A metodologia não foi detalhada, mas o público foi convidado a participar no lançamento da metodologia na SIC. A Abics já havia convidado representantes de instituições de vários países para participar do lançamento, como a National Coffee Association (NCA) e a Specialty Coffee Association (SCA), dos EUA, a All Japan Coffee Association (AJCA), a European Coffee Federação (ECF) e também o Coffee Quality Institute (CQI), além de jornalistas especializados na cobertura do setor cafeeiro em outros países.

Para Carlos Brando, sócio da P&A Marketing Internacional, que também participou do 13º SCTA Coffee Forum & Dinner, chamou a atenção do público o fato de o café solúvel ser um produto muito mais complexo do que se pensava inicialmente.

“Ao contrário do que muitos pensam, a matéria-prima e o processo de fabricação alteram a qualidade do produto final. Além disso, muitos, principalmente os de fora do setor, esquecem que o café solúvel não é apenas para ser bebido como café preto na xícara. É um componente essencial dos cappuccinos – que podem ser de alta qualidade –, da indústria culinária e do popular “3 em 1”, o produto mais consumido na Ásia, um envelope individual com café solúvel, leite não lácteo e açúcar, o bebida pronta para beber. para beber quando a água é adicionada”, explica Brando.

Segundo ele, como produto de entrada do café na Ásia, à medida que o consumidor se acostumar com o consumo, ele exigirá um produto mais sofisticado. “Então, uma opção para a indústria é oferecer produtos práticos e de maior qualidade, já que esse consumidor não pode mudar para outro tipo de consumo devido à praticidade dos produtos solúveis”, acrescenta Brando.

Metodologia nacional e global para avaliação de café solúvel

“A ideia da Abics ao criar essa metodologia pioneira de avaliação sensorial de solúveis é que todas as indústrias brasileiras a adotem, além de torná-la global”, diz Fábio Sato.

A entidade também está engajando alguns institutos de qualidade para adotarem treinamentos de acordo com a metodologia para que os profissionais possam receber a certificação como provadores de café solúvel.

“Entre os planos está levar a metodologia de avaliação do café solúvel para outros países, por meio de apresentações para empresas do segmento em eventos nos principais mercados mundiais do produto”, finaliza o presidente da Abics.

mercado de café solúvel

O consumo de café solúvel avança a taxas superiores a 2% ao ano no mundo, acima dos percentuais de crescimento apresentados pelo produto torrado e moído. O Brasil, como maior produtor e exportador mundial de café verde, também lidera a produção e exportação de café solúvel. A atividade gera receita de mais de R$ 1 bilhão no mercado interno e movimenta cerca de US$ 600 milhões em divisas com embarques, que vão para mais de 100 países.



Source link

A metodologia de avaliação da qualidade solúvel é apresentada em um dos…

Protocolo inovador será lançado oficialmente na Semana Internacional do Café (SIC), em novembro, em Belo Horizonte (MG)

Em outubro, a Associação Brasileira de Café Solúvel (Abics) participou do 13º SCTA Coffee Forum & Dinner, promovido pela Swiss Coffee Trade Association (SCTA – Swiss Coffee Trade Association), em Genebra, um dos maiores eventos internacionais de comércio de café.

Durante dois dias, o evento reuniu os maiores players de café do mundo, incluindo o setor. Tradicionalmente mais focado no mundo do café verde, o SCTA Coffee Forum & Dinner 2022 proporcionou um espaço para a Abics divulgar a metodologia pioneira de avaliação da qualidade do café solúvel.

Em painel sobre inovação no setor cafeeiro, no segundo dia do evento (14 de outubro), o presidente da Abics, Fábio Sato, apresentou um esboço da nova metodologia de análise sensorial do café solúvel, que está sendo desenvolvida pela Associação em parceria com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL). O painel do qual a Abics participou também contou com mais quatro palestrantes sobre novas tecnologias e transformação no setor cafeeiro.

A apresentação da Abics mostrou inicialmente como é produzido o café solúvel, desde a seleção dos grãos, blends até a torrefação e granulação, em uma primeira etapa muito semelhante à produção de café torrado e moído, seguindo-se outras etapas, como concentração e secagem. . “Ao somar outras etapas nesse processo de industrialização, a imensa variedade de blends e graus de torra e moagem do torrado e moído se multiplica, gerando mais combinações”, explica Sato.

Esse processo desmistifica o que muitos acreditam: que o café solúvel é “tudo igual”. O presidente da Abics explica que há uma grande variedade de produtos solúveis, desde produtos com grãos 100% arábica até aqueles que apresentam selos de sustentabilidade. No entanto, “incrivelmente, não havia uma metodologia para diferenciar esta gama de produtos”.

Assim, a metodologia está sendo criada com base na avaliação da intensidade de 15 atributos de aromas e sabores, em uma escala de classificação dessas características sensoriais, que vai de zero a cinco, e uma classificação principal em três categorias: convencional, diferenciado ou de excelência. Cada atributo tem um peso na avaliação. Os dados são inseridos em um sistema e esse peso é calculado por meio de um algoritmo, que indicará a categoria do produto.

“Não se pode dizer que determinada categoria é melhor que outra, mas que é indicada para determinadas aplicações, como, por exemplo, para consumo puro ou com leite ou para uso em outras bebidas”, diz Sato.

Durante o evento na Suíça, a Abics convidou participantes do setor cafeeiro para participar do lançamento da metodologia. O “White Paper”, documento técnico que detalha esse processo de avaliação, será lançado oficialmente na Semana Internacional do Café (SIC), no dia 16 de novembro, em Belo Horizonte (MG). A SIC, que decorre até dia 18, contará ainda com uma sessão prática com provas de café solúvel.

Qual foi a avaliação dos participantes do 13º SCTA Coffee Forum & Dinner sobre a metodologia do café solúvel?

“O feedback foi positivo”, diz Sato. A metodologia não foi detalhada, mas o público foi convidado a participar no lançamento da metodologia na SIC. A Abics já havia convidado representantes de instituições de vários países para participar do lançamento, como a National Coffee Association (NCA) e a Specialty Coffee Association (SCA), dos EUA, a All Japan Coffee Association (AJCA), a European Coffee Federação (ECF) e também o Coffee Quality Institute (CQI), além de jornalistas especializados na cobertura do setor cafeeiro em outros países.

Para Carlos Brando, sócio da P&A Marketing Internacional, que também participou do 13º SCTA Coffee Forum & Dinner, chamou a atenção do público o fato de o café solúvel ser um produto muito mais complexo do que se pensava inicialmente.

“Ao contrário do que muitos pensam, a matéria-prima e o processo de fabricação alteram a qualidade do produto final. Além disso, muitos, principalmente os de fora do setor, esquecem que o café solúvel não é apenas para ser bebido como café preto na xícara. É um componente essencial dos cappuccinos – que podem ser de alta qualidade –, da indústria culinária e do popular “3 em 1”, o produto mais consumido na Ásia, um envelope individual com café solúvel, leite não lácteo e açúcar, o bebida pronta para beber. para beber quando a água é adicionada”, explica Brando.

Segundo ele, como produto de entrada do café na Ásia, à medida que o consumidor se acostumar com o consumo, ele exigirá um produto mais sofisticado. “Então, uma opção para a indústria é oferecer produtos práticos e de maior qualidade, já que esse consumidor não pode mudar para outro tipo de consumo devido à praticidade dos produtos solúveis”, acrescenta Brando.

Metodologia nacional e global para avaliação de café solúvel

“A ideia da Abics ao criar essa metodologia pioneira de avaliação sensorial de solúveis é que todas as indústrias brasileiras a adotem, além de torná-la global”, diz Fábio Sato.

A entidade também está engajando alguns institutos de qualidade para adotarem treinamentos de acordo com a metodologia para que os profissionais possam receber a certificação como provadores de café solúvel.

“Entre os planos está levar a metodologia de avaliação do café solúvel para outros países, por meio de apresentações para empresas do segmento em eventos nos principais mercados mundiais do produto”, finaliza o presidente da Abics.

mercado de café solúvel

O consumo de café solúvel avança a taxas superiores a 2% ao ano no mundo, acima dos percentuais de crescimento apresentados pelo produto torrado e moído. O Brasil, como maior produtor e exportador mundial de café verde, também lidera a produção e exportação de café solúvel. A atividade gera receita de mais de R$ 1 bilhão no mercado interno e movimenta cerca de US$ 600 milhões em divisas com embarques, que vão para mais de 100 países.



Source link

Café solúvel terá metodologia pioneira para avaliação de qualidade

O consumo de café solúvel cresce a taxas superiores a 2% ao ano no mundo, acima dos percentuais de crescimento apresentados pelo produto torrado e moído. O Brasil, como maior produtor e exportador mundial de café verde, também lidera a produção e embarque de café solúvel. A atividade gera receita de mais de R$ 1 bilhão no mercado interno e movimenta cerca de US$ 600 milhões em divisas com remessas que vão para mais de 100 países, totalizando volumes superiores a quatro milhões de sacas.

A Solúvel é uma gigante no setor cafeeiro mundial, pois cerca de 27,5% do consumo ocorre na forma de café solúvel. No Brasil, o consumo do produto ainda é baixo, em 5%, embora esteja crescendo rapidamente, o que representa grande potencial e um grande mercado a ser desenvolvido. Para aproveitar esse cenário e consolidar a posição de liderança do país, a Associação Brasileira da Indústria do Café Solúvel (Abics), em parceria com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) e, na divulgação global, com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), desenvolveu uma metodologia inovadora de avaliação da qualidade do produto, a primeira a ser reconhecida internacionalmente por solúvel.

“O Brasil tem tudo para ser protagonista nesta metodologia, que vem sendo desenvolvida há mais de dois anos, com a participação de técnicos especializados em café solúvel e representantes de grandes marcas”, afirma o diretor de Relações Institucionais da entidade, Aguinaldo Lima.

Reposicionamento do café solúvel no mercado

O documento técnico sobre a metodologia (White Paper), uma compilação de todo o trabalho realizado durante o processo de estabelecimento da classificação do produto, será divulgado durante a Semana Internacional do Café (SIC), que acontecerá de 16 a 18 de novembro , em Belo Horizonte (MG).

“Uma metodologia para avaliar a qualidade do café solúvel torna-se ainda mais relevante no momento em que as indústrias lançam produtos de maior valor agregado, com diferentes características e para diferentes usos, que incluem desde o preparo de cappuccinos, bebidas e outros tipos de café. de bebidas, cápsulas e até uso culinário. Tudo isso somado à praticidade de consumir o solúvel. Todo esse processo possibilitará a criação de uma linguagem comum de avaliação desses cafés, criando referências para o setor, e marcando um reposicionamento do café solúvel no mercado”, afirma o diretor da Abics.

A metodologia é descritiva e avalia a intensidade das características presentes no café solúvel, afirma Aline Garcia, Pesquisadora Científica do ITAL. A equipe do Instituto participou ativamente do desenvolvimento da metodologia de avaliação do café solúvel, juntamente com outros membros e especialistas do setor. Aline sugeriu a aplicação de testes descritivos como Sorting e CATA para refinar a metodologia e coordenou a interpretação desses resultados em algumas reuniões da equipe envolvida na criação da metodologia.

“A questão principal foi desenvolver uma metodologia que se comunicasse com o consumidor, ou seja, informando as características da bebida para que o consumidor possa fazer sua escolha”, enfatiza o pesquisador.

“É uma mudança de paradigma, uma forma de entender melhor o produto e, principalmente, sua aplicação, em que os descritores podem ser extremamente positivos para auxiliar a indústria na comunicação com seus clientes”, afirma Eliana Relvas, especialista em avaliação sensorial e consultora. da Abics, que coordena este projeto.

“A comunicação entre as indústrias (grandes exportadores e fornecedores de grandes marcas globais), consequentemente, serve de base para as empresas que têm contato com os consumidores, para que possam tomar sua decisão de compra”, complementa Eliana.

Como funciona a metodologia pioneira?

Diferentemente da metodologia de avaliação do café torrado e moído, que é baseada em notas de notas, a metodologia do café solúvel apresenta uma avaliação da intensidade dos atributos, em uma escala de classificação das características sensoriais, que vai de zero a cinco, e uma classificação principal em três categorias: convencional, diferenciado ou de excelência. “Assim, a metodologia categoriza o produto solúvel e destaca seus atributos, o que é mais perceptível pelo consumidor em relação ao sistema de classificação”, diz Aguinaldo Lima.

É possível reconhecer aromas e sabores no café solúvel

No processo de desenvolvimento da metodologia, diversos testes foram realizados em amostras de café solúvel do Brasil e do exterior. Foi identificada a intensidade dos principais atributos percebidos nos testes, como, por exemplo, notas de especiarias, nozes, chocolate, frutas, entre outros. Foram elencados 15 atributos e, de acordo com sua intensidade, cada um tem seu peso na avaliação. Os dados são inseridos em um sistema e esse peso é calculado por meio de um algoritmo, que indicará a categoria do produto.

“As amostras analisadas mostraram produtos diferentes, mas, ao mesmo tempo, interessantes e complexos”, analisa Eliana. “Excelentes cafés solúveis costumam ser mais doces e ácidos, com pouco ou nenhum amargor, e podem ser apreciados puros”, explica o especialista.

Ainda segundo ela, os diferenciados são mais complexos de descrever, pois podem conter notas diversas, como chocolate e especiarias, e podem ser consumidos com leite, em diferentes misturas, como drinks, ou outras bebidas geladas ou puras.

Os convencionais são mais “potentes” no paladar, com sabor mais forte e são recomendados para consumo com leite. Cada categoria tem sua aplicabilidade.

Próximos passos

Um curso de avaliação de produtos também deve ser ministrado a todas as indústrias e cadeias que trabalham com café solúvel no Brasil. A ideia é formar profissionais para “nivelar” o conhecimento de clientes nacionais e internacionais.

Esse processo de avaliação, com a metodologia pioneira, deverá incluir também, no futuro, um selo voluntário indicando a qualidade do produto. “O projeto deve continuar e a estimativa é que, a cada seis meses, seja realizada uma calibração das análises das amostras, com a comprovação constante feita pela equipe, seja presencial ou online”, enfatiza Eliana Relvas.

“A nova metodologia de avaliação do café solúvel reforçará o protagonismo do setor, que poderá se mostrar ao mundo de forma mais inteligente”, acredita o diretor da Abics.

Projeto Imagem – Abics e ApexBrasil

Para prestigiar a divulgação e o lançamento da metodologia, a Abics, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), realiza um trabalho de divulgação internacional, denominado “Projeto Imagem”. O projeto deve trazer jornalistas e formadores de opinião de importantes veículos de comunicação do exterior para participar do evento.

Este projeto também inclui a visita de líderes setoriais de organizações mundiais do café, como a National Coffee Association (NCA) e a Specialty Coffee Association (SCA), dos EUA, a All Japan Coffee Association (AJCA), a Federação Europeia do Café ( ECF) e também o Coffee Quality Institute (CQI), uma organização sem fins lucrativos que atua internacionalmente em projetos que visam melhorar a qualidade do café e a vida das pessoas envolvidas em sua produção.

SERVIÇO:



Source link

Sair da versão mobile