Ao contrário dos especialistas, Lula está em desvantagem, dado seu enorme esforço para vencer no primeiro turno.
Ao contrário de especialistas que acreditavam fielmente que o antibolsonarismo poderia ser em 2022 o que o antipetismo foi em 2018, os resultados do primeiro turno de 2022 mostraram uma polarização gigantesca no Brasil. O presidente Jair Bolsonaro é um fenômeno de resiliência, já que pesquisas durante seu governo mostraram que ele foi reprovado por 2 em cada 3 brasileiros, isso mesmo, as pesquisas.
Todas as principais pesquisas apontaram pelo menos 10 pontos percentuais, até 14 pontos de diferença entre o candidato de esquerda e Bolsonaro, divulgado apenas 1 dia antes da eleição, como Ipec-Globo e DataFolha.
O primeiro turno das eleições gerais no Brasil, que aconteceu no último domingo, foi marcado pela vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas eleições presidenciais por cerca de 48% dos votos, seguido pelo atual presidente Jair Bolsonaro (PL). ) que obteve 43% dos votos. Tal resultado leva necessariamente a uma segunda rodadaonde, embora numericamente à frente, Lula está em desvantagemdado seu enorme esforço para conquistar a vitória no primeiro turno.
Bolsonaro provou ser o grande vencedor da noite porque, ao mesmo tempo, mostrou que tinha mais votos do que o esperado.reuniram importantes plataformas regionais para o segundo turno e contestaram as urnas, que, em vários estados, erraram por divergências muito acima da margem de erro, demonstrando um grande apoio vergonhoso de seus eleitores.
Caberá agora a Lula e a Bolsonaro buscar costurar os poucos votos que ainda estão longe da polarização, tanto os que foram dados a candidatos da terceira via (Tebet, Ciro e os nanicos) quanto os que acabaram se abstendo de ir a as sondagens. ou escolher um candidato. Com as críticas contundentes de Bolsonaro e os esforços de Lula por um voto útil, esse desafio não será trivial, o que pode resultar em apoio partidário e não pessoal.
O presidente eleito terá que flexibilizar suas agendas, com maior vantagem para Bolsonaro, dado o perfil conservador do parlamento eleito, incluindo muitos aliados do atual presidente. A oposição, por sua vez, terá o desafio de construir uma narrativa alternativa em um ambiente de intensa polarização. Por um lado, isso facilitará a tarefa daqueles que se opõem, mas também pode tornar a disputa muito mais intensa, o que dificultará encontrar espaço para um possível diálogo em situações de crise.
Essa configuração, no entanto, dependerá fundamentalmente da atuação dos governadores estaduais, que, no Brasil, desempenham um papel muito importante no sistema político, influenciando tanto as bancadas federais da Câmara e do Senado quanto as bancadas estaduais de suas respectivas assembleias. Nesse sentido, as plataformas conquistadas por Bolsonaro serão de suma importância neste segundo turno, demonstrando uma vantagem muito importante contra Lula, principalmente na região Sudeste.
Como se vê, o Brasil aprofundou sua polarização e eliminou o centro político – com a irrelevância numérica da terceira via e a derrota do PSDB em São Paulo sendo a face mais vistosa do fenômeno – com Bolsonaro encerrando a noite como o grande vencedor e, hoje, o favorito à reeleição, embora Lula (e sua capacidade de reverter adversidades) nunca possa ser subestimado como adversário.

Onda bolsonarista no Senado
O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, elegeu representantes para 8 das 27 cadeiras em disputa pelo Senado Federal, e deve iniciar a próxima legislatura como a maior bancada da casa. A sigla supera forças tradicionais no parlamento, como MDB e PSD, além da União Brasil, lenda oriunda da fusão de Democratas e PSL.
O resultado é uma demonstração de força de Bolsonaro e um indicativo de perfil conservador na próxima configuração do Senado − que boas notícias podem significar para o representante se eleitomas dificuldades se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer a disputa pelo Palácio do Planalto.
Além de senadores pelo PL, o bolsonarismo teve vencedores em outras siglas aliadas. Ao todo, o campo político aliado ao atual presidente da República conquistou 18 das 27 vagas em disputa. Apenas 7 dos eleitos para o Senado Federal na próxima legislatura fazem parte do campo Lula do espectro político.
“Nomes do bolsonarismo ideológico como Magno Malta (PL-ES), Damares Alves (Republicanos-DF), Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), Tereza Cristina (PP-MS), Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e Cleitinho ( PSC-MG) entrará no Senado a partir de 2023. Um terreno que pode indicar uma vida mais fácil para Bolsonaro, se for reeleito, ou adversidades para o avanço da matéria, se Lula sair vitorioso”, completa.
Em números preliminares, o PL pode chegar a 15 cadeiras no Senado Federal. Atualmente, o PL tem uma bancada de 7 senadores. Ao final da eleição de 2018, quando o partido ainda se chamava PR, eram apenas 2.
Todo o conteúdo audiovisual do CompreRural é protegido pela lei brasileira de direitos autorais, sendo permitida a reprodução desde que citada a fonte e com aviso prévio através do e-mail [email protected]
