Reuters: Brasil patina na transição do carro elétrico de olho na definição…

Por Alberto Alerig

SÃO PAULO, 16 Set (Reuters) – A indústria automobilística brasileira acompanha os avanços dos países desenvolvidos na aposentadoria dos veículos a combustão com um misto de preocupação e hesitação, diante de inúmeras questões que precisam ser resolvidas antes que a eletrificação se consolide . massificar no país.

Questões que vão desde a falta de padronização das tomadas de carregamento de baterias, ausência de fabricantes nacionais de componentes, queda da renda da população e até arranjos tributários que causam distorções competitivas entre as montadoras precisam ser resolvidas para que a indústria local acelere em direção às novas tecnologias. motores, consulte especialistas.

As perguntas se somam ao tempo de espera pelo momento eleitoral, uma vez que os dois principais candidatos presidenciais têm propostas pouco detalhadas para o setor automotivo e o que se sabe sobre elas aponta em direções diferentes.

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A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirma que vai propor uma reforma tributária geral “verde”, que empurraria o setor produtivo para uma transformação ecológica, o que, segundo eles, teria impacto no setor automotivo, com estimulação da transição elétrica.

Do lado do atual governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu que, se permanecer no cargo, promoverá a redução para zero do IPI – uma política horizontal, e não setorial, que acredita incentivar indústria nacional como um todo.

O Brasil tem uma frota circulante de cerca de 46 milhões de carros e todo esse volume por si só garante demanda para uma indústria de autopeças que se diz preocupada com o ritmo das mudanças, mas ao mesmo tempo acredita que a transição no país será mais longa do que em mercados onde a tecnologia é desenvolvida, como Europa e China.

“Se não houver demanda suficiente por veículos elétricos ou híbridos, não haverá produção no país… ou se chegar a certa venda ou não valer a pena fazer uma fábrica”, disse Gábor János Deák, diretor de tecnologia do Sindipeças , entidade que representa 500 fabricantes de autopeças nacionais e internacionais.

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As vendas de híbridos e elétricos dispararam no país, mas ainda representam uma pequena parcela, pouco menos de 24 mil veículos, do total de 1,3 milhão vendidos no país de janeiro a agosto, segundo dados da associação de montadoras Anfavea.

Deák afirmou que, apesar do momento ser de “atenção” para a indústria de autopeças, o número de veículos rodando no país atualmente é suficiente para “20 anos de produção” no setor de autopeças.

“Queremos colocar todos os fatos na mesa para definir a solução mais adequada para o país”, disse o executivo do Sindipeças, citando que os motores híbridos a etanol seriam a resposta mais adequada para um país de dimensões continentais, sem infraestrutura e com consumidor de mercado que não pode pagar os preços dos modelos totalmente elétricos sem subsídios.

Parte do setor automotivo no Brasil, por enquanto, está inclinado a definir mecanismos que permitam uma longa fase de transição para a eletrificação da frota do país, a começar pelos híbridos flex, que são uma particularidade de Tupiniquim por permitir o uso de etanol e gasolina, além da bateria, para movimentar o veículo.

A aposta fica evidente em meio aos planos da indústria de envolver outros países na tecnologia flex híbrida, como a Índia, para evitar que o Brasil se torne um nicho da indústria automotiva com seus motores de combustão “verdes”. “Eles (Índia) estão com 10% de etanol na gasolina… e podem progredir nisso”, disse Deák. No Brasil, o percentual de etanol anidro na gasolina é de 27%.

No Brasil, entre 16 grupos automotivos, apenas a Toyota, desde 2019, e a sino-brasileira Caoa Chery, desde junho deste ano, montam carros híbridos flex, mas com os principais componentes, como motores elétricos e baterias, importados no ausência de fornecedores. Localizações.

“Não é possível colocar veículos elétricos no Brasil hoje. Vai matar o motor a combustão, matar o conceito motor-eixo-transmissão e vamos perder metade da cadeia produtiva”, disse Aroaldo Oliveira, diretor executivo de uma das maiores sindicatos metalúrgicos do mundo. país, o da região do ABC paulista.

Cerca de 100 mil trabalhadores são empregados pelas montadoras de veículos somente no país, diz a Anfavea. Outras 243 mil pessoas trabalham no setor de autopeças, segundo dados do Sindipeças.

“No carro, a transição da combustão para a elétrica tem que ser mais longa do que nos países desenvolvidos e por isso estamos fazendo um debate sobre o etanol híbrido para que as pessoas tenham acesso à compra e pensem na transformação da cadeia produtiva”, disse. disse Oliveira.

MAIS PERGUNTAS DO QUE RESPOSTAS

Nas últimas décadas, a aposta do Brasil nos motores flex fuel foi respaldada por planos governamentais que incluíam o Inovar-Auto, dos anos dos governos petistas, e o Rota 2030, sancionado no governo Temer em 2018, que teve entre as premissas oficiais fortalecer produção local e melhorar a eficiência dos motores dos veículos, reduzindo as emissões.

Os planos conseguiram proteger efetivamente o mercado local e reduzir o consumo de combustível dos veículos, mas até agora não trouxeram capacidade de produção de componentes eletrônicos e baterias.

Também mantiveram a indústria local sem produtos capazes de atender de forma mais intensa os mercados além da região sul-americana, de onde flui a maior parte de suas vendas externas.

“Os marcos regulatórios são interessantes porque você tem a regra do jogo de previsão, facilitando os investimentos”, disse Milad Kalume, gerente de desenvolvimento de negócios da consultoria automotiva Jato do Brasil.

“Mas o Brasil é um seguidor de tecnologia. Há muito pouco sendo desenvolvido aqui”, acrescentou.

Segundo dados do Sindipeças, o déficit da balança comercial do setor no primeiro semestre cresceu 19,5% em relação ao primeiro semestre de 2021, para quase 6 bilhões de dólares. Entre os principais itens importados, controladores eletrônicos para sistemas veiculares, por exemplo, tiveram um aumento de quase 42% no período.

“Ficamos parados e não conseguimos realmente desenvolver uma indústria de semicondutores e componentes eletrônicos. Não desenvolvemos a tecnologia necessária”, afirmou Oliveira, do sindicato dos metalúrgicos do ABC.

Ele citou o “Plano Brasil Maior” de 2011, no qual o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que atualmente lidera as pesquisas para voltar a ocupar o cargo, buscou incentivar uma indústria de componentes eletrônicos no país.

Agora, a equipe do PT sinalizou horizontes mais amplos do que programas apenas para o setor automotivo, em si simbólicos para o ex-presidente. Lula fez questão de iniciar oficialmente sua campanha, em agosto, com um discurso na fábrica da Volkswagen no ABC, em São Paulo, região onde forjou sua carreira no sindicalismo.

Nesta quinta-feira, houve mais um sinal do PT ao setor. Candidato ao governo de São Paulo e um dos conselheiros mais próximos de Lula, Fernando Haddad assinou uma carta de compromisso para estimular a indústria automobilística no estado, com a promessa de investir em tecnologia a ser aplicada em veículos híbridos e elétricos movidos a etanol.

A conduta do PT difere do distanciamento adotado no início do governo Bolsonaro, embora o atual governo tenha apoiado mais recentemente questões do setor, incluindo a aprovação de um programa de reciclagem de caminhões antigos e redução de tarifas de importação.

“Vimos o atual governo vigoroso desde o início, dizendo que não ia investir um centavo na indústria automotiva”, disse Kalume, da Jato do Brasil.

A coordenadora-geral de Fiscalização de Regimes Automotivos do Ministério da Economia, Margarete Gandini, disse, por sua vez, que cabe ao próprio setor discutir com o governo sobre o futuro do setor. Participou da formulação dos planos anteriores Inovar-Auto e Rota 2030.

“Temos mais perguntas do que respostas”, disse ele durante um evento de engenharia automotiva em agosto. “O governo não produz carros. Apoia o que é criado pela indústria a partir de projetos de pesquisa e desenvolvimento”, disse ela durante a conferência Simea 2022.

(Reportagem adicional de Lisandra Paraguassu e Bernardo Caram)



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“Transformação do Setor Elétrico”

Impacto da nova legislação no setor elétrico brasileiro

Uma análise detalhada das mudanças na geração de energia elétrica

Dizem que não se pode desperdiçar um cavalo selado que passe à frente. Pois, pobre equino, parece que muita gente quis aproveitá-lo de uma vez só. Na última quarta-feira foi apreciado pela Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 11.247, de 2018, que tinha por objetivo discutir a geração de energia elétrica por meio de eólicas offshore. Tema que, apesar de controverso — afinal, ainda temos grande potencial onshore, em terra firme, muito mais barato, a aproveitar —, enseja um debate válido e pertinente.

Ocorre que o alazão não passou despercebido pelos corredores do Congresso. Eis que, na sexta-feira 24 de novembro, sem chamar a atenção de muita gente, subiram no cavalo dois novos passageiros, que forçavam o consumidor brasileiro a contratar fontes mais caras: pequenas centrais hidrelétricas e termelétricas a gás. Importante dizer que os dois passageiros já esperavam havia muito tempo essa carona. Chegaram a subir em alguns outros cavalos ao longo dos últimos anos, mas caíram de todos e nunca conseguiram chegar efetivamente ao destino planejado: o bolso do consumidor brasileiro.

A notícia se espalhou ao longo do fim de semana, e logo se fez fila para aproveitar o galope. Foram tantas mudanças que, ao final, o texto aprovado parece uma minirreforma setorial — só que, ao contrário das anteriores, amplamente discutidas com a sociedade, com os consumidores, com os concessionários, noticiadas pela imprensa e aprimoradas pelo debate saudável e democrático, esta foi aprovada em apenas quatro dias e, surpreendentemente, por ampla maioria: 403 votos favoráveis e 16 contrários. Foram incluídos mecanismos para reduzir a tarifa do Amapá; prorrogaram-se subsídios e descontos no uso da rede; e até mesmo novos benefícios para termelétricas a carvão entraram — poluindo o Projeto de Lei até então chamado de “agenda verde” a ser apresentada na COP28.

A conta toda se somará aos já pesados encargos do setor elétrico brasileiro — justamente num momento em que deveríamos estar preocupados em desonerar nossa energia para tornar a indústria mais competitiva e garantir à população a sonhada portabilidade da conta de luz, que permite a todos ter a liberdade de escolher o fornecedor de energia, como acontece com outros serviços, como telefonia móvel.

Mudanças repentinas na estrutura legal e regulatória não são positivas para ninguém. Aliás, estabilidade de regras e livre competição, sem distorções artificiais, são os principais elementos apontados pelos economistas Daron Acemoglu e James Robinson no livro “Por que as nações fracassam” como diferencial daqueles países que obtêm resultados econômicos melhores que outros. Não é de surpreender.

Num mercado tão relevante quanto o setor elétrico, onde pequenas alterações já causam turbilhões e reflexos muitas vezes imprevisíveis, alterar tantos elementos fundamentais compromete a estrutura de incentivos e impede que investidores responsáveis, com horizonte de longo prazo, se planejem e entreguem eficiência econômica ao consumidor.

O texto agora segue para o Senado, que terá a oportunidade de retirar os passageiros indesejados, tornando a viagem mais leve para todos. Vamos torcer.

*Diogo Mac Cord é sócio-líder de Infraestrutura e Mercados Regulados da EY

Dizem que não se pode desperdiçar um cavalo selado que passe à frente. Pois, pobre equino, parece que muita gente quis aproveitá-lo de uma vez só. Na última quarta-feira foi apreciado pela Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 11.247, de 2018, que tinha por objetivo discutir a geração de energia elétrica por meio de eólicas offshore. Tema que, apesar de controverso — afinal, ainda temos grande potencial onshore, em terra firme, muito mais barato, a aproveitar —, enseja um debate válido e pertinente.

Ocorre que o alazão não passou despercebido pelos corredores do Congresso. Eis que, na sexta-feira 24 de novembro, sem chamar a atenção de muita gente, subiram no cavalo dois novos passageiros, que forçavam o consumidor brasileiro a contratar fontes mais caras: pequenas centrais hidrelétricas e termelétricas a gás. Importante dizer que os dois passageiros já esperavam havia muito tempo essa carona. Chegaram a subir em alguns outros cavalos ao longo dos últimos anos, mas caíram de todos e nunca conseguiram chegar efetivamente ao destino planejado: o bolso do consumidor brasileiro.

A notícia se espalhou ao longo do fim de semana, e logo se fez fila para aproveitar o galope. Foram tantas mudanças que, ao final, o texto aprovado parece uma minirreforma setorial — só que, ao contrário das anteriores, amplamente discutidas com a sociedade, com os consumidores, com os concessionários, noticiadas pela imprensa e aprimoradas pelo debate saudável e democrático, esta foi aprovada em apenas quatro dias e, surpreendentemente, por ampla maioria: 403 votos favoráveis e 16 contrários. Foram incluídos mecanismos para reduzir a tarifa do Amapá; prorrogaram-se subsídios e descontos no uso da rede; e até mesmo novos benefícios para termelétricas a carvão entraram — poluindo o Projeto de Lei até então chamado de “agenda verde” a ser apresentada na COP28.

A conta toda se somará aos já pesados encargos do setor elétrico brasileiro — justamente num momento em que deveríamos estar preocupados em desonerar nossa energia para tornar a indústria mais competitiva e garantir à população a sonhada portabilidade da conta de luz, que permite a todos ter a liberdade de escolher o fornecedor de energia, como acontece com outros serviços, como telefonia móvel.

Mudanças repentinas na estrutura legal e regulatória não são positivas para ninguém. Aliás, estabilidade de regras e livre competição, sem distorções artificiais, são os principais elementos apontados pelos economistas Daron Acemoglu e James Robinson no livro “Por que as nações fracassam” como diferencial daqueles países que obtêm resultados econômicos melhores que outros. Não é de surpreender.

Num mercado tão relevante quanto o setor elétrico, onde pequenas alterações já causam turbilhões e reflexos muitas vezes imprevisíveis, alterar tantos elementos fundamentais compromete a estrutura de incentivos e impede que investidores responsáveis, com horizonte de longo prazo, se planejem e entreguem eficiência econômica ao consumidor.

O texto agora segue para o Senado, que terá a oportunidade de retirar os passageiros indesejados, tornando a viagem mais leve para todos. Vamos torcer.

*Diogo Mac Cord é sócio-líder de Infraestrutura e Mercados Regulados da EY

1. Por que é importante discutir a geração de energia elétrica por meio de eólicas offshore?
Resposta: A geração de energia elétrica por meio de eólicas offshore é um tema controverso, mas relevante, que merece debate devido ao seu potencial impacto no setor energético.

2. O que o Projeto de Lei 11.247, de 2018, propõe em relação à geração de energia elétrica no Brasil?
Resposta: O projeto propõe a discussão sobre a geração de energia elétrica por meio de eólicas offshore e também aborda a inclusão de pequenas centrais hidrelétricas e termelétricas a gás no mercado energético.

3. Que impacto as mudanças propostas no projeto podem ter no bolso do consumidor brasileiro?
Resposta: As mudanças propostas no projeto podem impactar o consumidor brasileiro, aumentando os custos das fontes de energia mais caras, como as termelétricas a gás.

4. Por que é preocupante a rapidez com que o projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados?
Resposta: A rapidez com que o projeto foi aprovado levanta preocupações devido à falta de debate saudável e democrático, que é essencial em mudanças significativas na estrutura legal e regulatória do setor energético.

5. Qual é a importância de estabilidade de regras e livre competição no setor elétrico, de acordo com economistas Daron Acemoglu e James Robinson?
Resposta: Estabilidade de regras e livre competição, sem distorções artificiais, são essenciais para promover resultados econômicos melhores no setor elétrico, conforme apontado por economistas renomados.

Oportunidade de debater a geração de energia elétrica

Dizem que não se pode desperdiçar um cavalo selado que passe à frente. Pois, pobre equino, parece que muita gente quis aproveitá-lo de uma vez só. Na última quarta-feira foi apreciado pela Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 11.247, de 2018, que tinha por objetivo discutir a geração de energia elétrica por meio de eólicas offshore.

Controvérsias em relação ao tema

O tema foi bastante controverso, uma vez que grande potencial onshore, em terra firme, ainda mais barato, poderia ser aproveitado. No entanto, ele enseja um debate válido e pertinente sobre as fontes de energia elétrica.

A adição de novos elementos ao texto

O alazão não passou despercebido pelos corredores do Congresso. Na sexta-feira 24 de novembro, sem chamar a atenção de muita gente, subiram no cavalo dois novos passageiros, que forçavam o consumidor brasileiro a contratar fontes mais caras: pequenas centrais hidrelétricas e termelétricas a gás.

Mudanças e impactos na estrutura de incentivos

Foram tantas mudanças que, ao final, o texto aprovado parece uma minirreforma setorial. Esta foi aprovada em apenas quatro dias e, surpreendentemente, por ampla maioria. Foram incluídos mecanismos para reduzir a tarifa do Amapá; prorrogaram-se subsídios e descontos no uso da rede; e até mesmo novos benefícios para termelétricas a carvão entraram.

Impacto no setor elétrico brasileiro

A conta toda se somará aos já pesados encargos do setor elétrico brasileiro. Justamente num momento em que deveríamos estar preocupados em desonerar nossa energia para tornar a indústria mais competitiva e garantir à população a sonhada portabilidade da conta de luz.

Estabilidade de regras e livre competição

Mudanças repentinas na estrutura legal e regulatória não são positivas para ninguém. Estabilidade de regras e livre competição, sem distorções, são elementos essenciais apontados pelos economistas Daron Acemoglu e James Robinson.

A viagem do texto para o Senado

O texto agora segue para o Senado, que terá a oportunidade de retirar os passageiros indesejados, tornando a viagem mais leve para todos.

@endsection
Divirta-se ao sol, mar e natureza. Promova sempre a harmonia e o equilíbrio. Pratique esportes e adote hábitos saudáveis. Agradeça por tudo que você tem e forme vínculos fortes. Dedique-se ao crescimento pessoal e desenvolva relações positivas. Aprecie os pequenos momentos de alegria e viva com gratidão. Aprecie as coisas simples da vida e valorize cada experiência. Aproveite cada dia como uma bênção e espalhe boas vibrações. Envolva-se com sua comunidade e sirva aos outros. Priorize sua saúde mental e emocional. Abrace a jornada da vida com coragem e compaixão. Aprenda com cada desafio e seja gentil consigo mesmo. Cultive um espírito de gratidão e otimismo diariamente. Nunca deixe de sonhar e acreditar em si mesmo.(INVOKE)

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

FAQ sobre o Projeto de Lei 11.247, de 2018

O que é o Projeto de Lei 11.247, de 2018?

Este projeto tem como objetivo discutir a geração de energia elétrica por meio de eólicas offshore. Apesar de controverso, o tema enseja um debate válido e pertinente.

Quais são as mudanças propostas pelo projeto?

O projeto visa forçar o consumidor brasileiro a contratar fontes mais caras, como pequenas centrais hidrelétricas e termelétricas a gás.

Quais foram os impactos da aprovação do projeto na Câmara dos Deputados?

O texto aprovado parece uma minirreforma setorial, com mudanças que amplamente discutidas com a sociedade. Foram incluídos mecanismos para reduzir a tarifa do Amapá; prorrogaram-se subsídios e descontos no uso da rede; e até mesmo novos benefícios para termelétricas a carvão entraram.

Qual é a perspectiva para o futuro do projeto?

O texto agora segue para o Senado, que terá a oportunidade de retirar os passageiros indesejados, tornando a viagem mais leve para todos.

Dizem que não se pode desperdiçar um cavalo selado que passe à frente. Pois, pobre equino, parece que muita gente quis aproveitá-lo de uma vez só. Na última quarta-feira foi apreciado pela Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 11.247, de 2018, que tinha por objetivo discutir a geração de energia elétrica por meio de eólicas offshore. Tema que, apesar de controverso — afinal, ainda temos grande potencial onshore, em terra firme, muito mais barato, a aproveitar —, enseja um debate válido e pertinente.

Ocorre que o alazão não passou despercebido pelos corredores do Congresso. Eis que, na sexta-feira 24 de novembro, sem chamar a atenção de muita gente, subiram no cavalo dois novos passageiros, que forçavam o consumidor brasileiro a contratar fontes mais caras: pequenas centrais hidrelétricas e termelétricas a gás. Importante dizer que os dois passageiros já esperavam havia muito tempo essa carona. Chegaram a subir em alguns outros cavalos ao longo dos últimos anos, mas caíram de todos e nunca conseguiram chegar efetivamente ao destino planejado: o bolso do consumidor brasileiro

A notícia se espalhou ao longo do fim de semana, e logo se fez fila para aproveitar o galope. Foram tantas mudanças que, ao final, o texto aprovado parece uma minirreforma setorial — só que, ao contrário das anteriores, amplamente discutidas com a sociedade, com os consumidores, com os concessionários, noticiadas pela imprensa e aprimoradas pelo debate saudável e democrático, esta foi aprovada em apenas quatro dias e, surpreendentemente, por ampla maioria: 403 votos favoráveis e 16 contrários. Foram incluídos mecanismos para reduzir a tarifa do Amapá; prorrogaram-se subsídios e descontos no uso da rede; e até mesmo novos benefícios para termelétricas a carvão entraram — poluindo o Projeto de Lei até então chamado de “agenda verde” a ser apresentada na COP28.

A conta toda se somará aos já pesados encargos do setor elétrico brasileiro — justamente num momento em que deveríamos estar preocupados em desonerar nossa energia para tornar a indústria mais competitiva e garantir à população a sonhada portabilidade da conta de luz, que permite a todos ter a liberdade de escolher o fornecedor de energia, como acontece com outros serviços, como telefonia móvel.

Mudanças repentinas na estrutura legal e regulatória não são positivas para ninguém. Aliás, estabilidade de regras e livre competição, sem distorções artificiais, são os principais elementos apontados pelos economistas Daron Acemoglu e James Robinson no livro “Por que as nações fracassam” como diferencial daqueles países que obtêm resultados econômicos melhores que outros. Não é de surpreender.

Num mercado tão relevante quanto o setor elétrico, onde pequenas alterações já causam turbilhões e reflexos muitas vezes imprevisíveis, alterar tantos elementos fundamentais compromete a estrutura de incentivos e impede que investidores responsáveis, com horizonte de longo prazo, se planejem e entreguem eficiência econômica ao consumidor.

*Diogo Mac Cord é sócio-líder de Infraestrutura e Mercados Regulados da EY

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