Feijão carioca de alta produtividade é lançado em Ponta Grossa
O IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater) lançou na manhã desta terça-feira (21) a cultivar de feijão IPR Águia, em cerimônia realizada no Centro de Pesquisas da instituição, em Ponta Grossa. A IPR Águia, que tem como principal atrativo comercial a resistência ao escurecimento dos grãos, que permite maior tempo de armazenamento, junta-se às outras 10 cultivares do IDR-Paraná atualmente com sementes disponíveis no mercado e cultivadas em todas as regiões produtoras do Brasil.
Presente na cerimônia, o vice-governador Darci Piana destacou em seu discurso o trabalho de desenvolvimento de novas tecnologias para agricultura e pecuária. “A pesquisa aplicada é realizada no IDR-Paraná com muita fidelidade e justifica os investimentos na área”, destacou. “Aqui está o trabalho incansável desses pesquisadores que passaram horas, dias, noites, anos buscando o equilíbrio em todo esse processo para apresentar um produto bom, de boa qualidade, que venda e que alimente nossa gente”.
O secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Anacleto Ortigara, enfatizou que o escurecimento lento, principal característica da cultivar IPR Águia, já é suficiente para beneficiar o produtor. “É comum que os grãos listrados ganhem um aspecto antiquado mais rapidamente, o que pressiona os produtores a venderem assim que são colhidos”, explica. “Agora precisamos focar cada vez mais na competência individual e, em equipe, entregar novos resultados para a sociedade”.
“O feijão é uma cultura importante para pequenos produtores e para o Paraná. É sempre um momento feliz entregar à sociedade um produto que contribui para a renda do agricultor e para a economia”, resumiu o presidente do IDR-Paraná, Natalino Avance de Souza.
CARACTERÍSTICAS — A característica mais marcante da nova cultivar do grupo comercial carioca desenvolvida pelo IDR-Paraná é a tolerância ao escurecimento dos grãos. Leva cerca de nove meses até que o feijão IP Águia comece a adquirir aquela aparência oxidada que o consumidor brasileiro de feijão não gosta.
Esse atributo, uma reivindicação de toda a cadeia produtiva, é particularmente importante para os agricultores, pois permite armazenar a produção e ganhar mais autonomia para decidir sobre a venda, segundo o agrônomo José dos Santos Neto, que trabalhou no desenvolvimento do nova cultivar.
O IP Águia tem ciclo de 88 dias, potencial produtivo em torno de 4,8 toneladas por hectare e formato ereto, que favorece a colheita mecanizada direta. No aspecto fitossanitário, é resistente à ferrugem, oídio e mosaico comum; e moderadamente resistente à antracnose, crestamento bacteriano comum, murcha de curtabacterium e mancha angular da folha.
Com alto teor de proteína, o feijão IP Águia cozinha rapidamente, com um suco consistente e saboroso. “O IP Águia é uma cultivar que proporciona segurança para o produtor, qualidade para a indústria e também rapidez no cozimento e sabor para o consumidor”, finalizou Santos Neto.
A nova cultivar está adaptada aos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso.
AVES – As cultivares lançadas pelo IDR-Paraná levam nomes de pássaros. Além de homenagear os “semeadores da natureza”, as variedades possuem características que lembram as aves que lhes dão nome.
IPR Garça é uma variedade de feijão branco. O IPR Urutau é resistente a diversos climas, assim como a ave que imita o ambiente em que se encontra. IPR Uirapuru é uma cultivar muito resistente ao calor.
Há também as cultivares Tangará, Curió, Sabiá, Tuiuiú e Nhambu. Além da cultivar IPR Campos Gerais. A próxima a ser lançada é a IPR Cardeal, com feijão vermelho, desenvolvida para o segmento de exportação, principalmente a indústria de conservas e conservas.
PRODUÇÃO — O Paraná é o maior produtor de feijão do Brasil, tendo colhido 758 mil toneladas do grão em 2022. Para este ano, a previsão é de cerca de 793 mil toneladas.
As cultivares IDR-Paraná são adotadas por produtores em todas as regiões produtoras do país. Na safra 2022, 63% dos campos de multiplicação de sementes de feijão preto e 14% carioca no Brasil eram de cultivares IPR.
PRESENÇAS — O vice-prefeito de Ponta Grossa, Capitão Saulo; o prefeito de Ipiranga, Douglas Cruz; o prefeito de Tibagi, Artur Butina; o presidente da Ceasa (Central de Abastecimento do Paraná), Eder Bulblitz; Rafael Fuentes Llanillo, diretor de integração IDR-Paraná; o Tenente Coronel Ginoti, comandante do Primeiro Batalhão da Polícia Militar em Ponta Grossa; o comandante do 2º Grupamento de Bombeiros de Ponta Grossa, Tenente-Coronel Guimarães; Pastor Ezequiel, vereador em Ponta Grossa; Clodomir Luiz Ascari, representante do Crea-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná); além de pesquisadores, técnicos e lideranças políticas e do agronegócio da região.
Feijão carioca de alta produtividade é lançado em Ponta Grossa
O feijão carioca é o tipo mais consumido pelos brasileiros, mas também um dos mais desafiadores para os produtores, que enfrentam problemas como doenças, pragas e variações climáticas. Pensando em oferecer uma opção mais rentável e sustentável para a cultura, a Embrapa Arroz e Feijão desenvolveu a cultivar BRS FC406, que se destaca pela alta produtividade e resistência a doenças.
A nova cultivar foi lançada oficialmente na última quinta-feira (23), em um evento realizado na Fazenda Experimental da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no Paraná. O evento contou com a presença de autoridades, pesquisadores, extensionistas, produtores e representantes da indústria de sementes.
Segundo o pesquisador Alcido Wander, chefe-geral da Embrapa Arroz e Feijão, a BRS FC406 é resultado de mais de 10 anos de pesquisa e representa um avanço significativo para o melhoramento genético do feijoeiro-comum. “Essa cultivar tem um potencial produtivo de 4 mil quilos por hectare, o que é muito superior à média nacional, que é de 1.200 quilos por hectare. Além disso, ela tem uma excelente qualidade de grãos, com tamanho uniforme e coloração clara, que agrada ao consumidor”, afirmou.
Outra vantagem da BRS FC406 é a resistência às principais doenças que afetam o feijão carioca, como a antracnose e a mancha-angular. Essas doenças causam perdas significativas na produção e exigem o uso intensivo de fungicidas, aumentando os custos e os riscos ambientais. “Com essa cultivar, o produtor pode reduzir em até 50% o uso de fungicidas, o que representa uma economia importante e uma contribuição para a sustentabilidade da cultura”, explicou o pesquisador Pedro Sarmento.
A BRS FC406 foi desenvolvida para ser plantada na safra das águas na Região Central do Brasil, que abrange os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. Nessa época do ano, as condições climáticas são favoráveis ao cultivo do feijão carioca, mas também propícias à incidência de doenças fúngicas. Por isso, a cultivar se diferencia das demais disponíveis no mercado pela sua tolerância aos patógenos.
O lançamento da BRS FC406 em Ponta Grossa faz parte da estratégia da Embrapa de ampliar o acesso dos produtores à nova tecnologia. O Paraná é o segundo maior produtor nacional de feijão carioca e tem grande demanda por sementes melhoradas. A UEPG é parceira da Embrapa na multiplicação e na difusão das sementes da cultivar no estado.
De acordo com o professor Carlos Alberto Scapim, coordenador do Programa de Melhoramento Genético do Feijoeiro da UEPG, a BRS FC406 tem um grande potencial para aumentar a produtividade e a rentabilidade dos produtores paranaenses. “Essa cultivar tem características agronômicas superiores às demais cultivares comerciais plantadas no Paraná. Ela também tem uma boa adaptação às condições edafoclimáticas do estado e uma ótima aceitação pelo mercado”, disse.
A expectativa é que as sementes da BRS FC406 estejam disponíveis para os produtores já na próxima safra das águas (2023/2024). Para adquirir as sementes ou obter mais informações sobre a cultivar, os interessados podem entrar em contato com a Embrapa Arroz e Feijão pelo telefone (62) 3533-2100 ou pelo site www.embrapa.br/arroz-e-feijao.