Desmatamento na Amazônia triplica em março

Desmatamento na Amazônia triplica em março

O desmatamento na Amazônia é um problema grave que afeta o meio ambiente, a biodiversidade, o clima e a qualidade de vida das populações locais. Em março de 2023, o desmatamento na região triplicou em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados do Imazon, um instituto de pesquisa que monitora a floresta por satélite. Foram derrubados 867 km² de floresta nativa, o equivalente a quase mil campos de futebol por dia.

Esse foi o segundo pior trimestre de desmatamento desde 2008, quando o Imazon começou a fazer o levantamento. A maior parte da devastação ocorreu em áreas privadas ou sob posse, mas também houve perda de vegetação em unidades de conservação e terras indígenas. O Amazonas foi o estado que mais desmatou em março, com um aumento de 767% em relação a 2022. O Pará também teve um crescimento expressivo, de 176%.

Os principais fatores que impulsionam o desmatamento na Amazônia são a expansão da agropecuária, a grilagem de terras públicas, a extração ilegal de madeira e minérios, as queimadas e as obras de infraestrutura. Essas atividades geram impactos negativos não só para a floresta, mas também para as comunidades que dependem dela para sua sobrevivência e cultura.

Para combater o desmatamento na Amazônia, é preciso uma ação conjunta dos governos federal e estaduais, do setor privado, da sociedade civil e da comunidade internacional. É necessário fortalecer a fiscalização e o combate aos crimes ambientais, incentivar o uso sustentável dos recursos naturais, valorizar as populações tradicionais e os povos indígenas, promover a regularização fundiária e a gestão integrada do território, e implementar políticas públicas que garantam o desenvolvimento socioeconômico da região com respeito ao meio ambiente.

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Um relatório divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Imazon, apontou que a área de desmatamento na Amazônia Legal no mês de março deste ano aumentou quase três vezes em relação a 2022.

As imagens de satélite monitoradas pelo instituto detectaram uma área de desmatamento de 344 km² dividida entre os estados de Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Amapá, Pará, Rondônia, Acre, Amazonas e Roraima.

Abaixo estão os destaques do levantamento do instituto:

  • Foram derrubados 867 km², o equivalente a quase mil campos de futebol por dia.
  • A Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu e a APA do Tapajós (PA) perderam áreas de floresta equivalentes a 500 e a 300 campos de futebol apenas em março. Elas foram as duas Unidades de Conservação mais destruídas na Amazônia no mês.
  • Em março, oito dos nove estados que compõem a Amazônia Legal apresentaram aumento no desmatamento, com exceção do Amapá.
  • O recorde de destruição trimestral ocorreu em 2021, quando foram derrubados 1.185 km² de floresta nativa (no mesmo ano também foi registrado o pior nível de desmatamento em 10 anos, sendo 10.362 km², o que equivale à metade do estado de Sergipe).

“O desmatamento detectado em março de 2023 ocorreu no Amazonas (30%), Pará (27%), Mato Grosso (25%), Roraima (8%), Rondônia (6%), Maranhão (3%) e Acre (1%)”, afirmou o Imazon. Ou seja, oito dos nove estados da Amazônia Legal tiveram aumento no desmatamento.

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Monitoramento de desmatamento na Amazônia Legal feito pelo Imazon em março de 2023. / Imazon

Os dados de março impulsionaram o total de área desmatada contabilizada ao longo dos três primeiros meses de 2023, garantindo o marco de segundo pior trimestre da série histórica do Imazon, iniciada em 2008.

“Foram derrubados 867 km² nos três primeiros meses deste ano. Área que equivale à perda de quase mil campos de futebol por dia de mata nativa. Essa destruição só não foi maior do que a registrada em 2021, quando foram postos abaixo 1.185 km² de floresta de janeiro a março”, destacou o instituto.

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Desmatamento na Amazônia de janeiro a março de 2023. — Foto: Reprodução/Imazon

O pesquisador do Imazon Carlos Souza Jr. cobrou ações do governo federal e estados para conter o avanço do desmatamento.

“Há casos graves como o da unidade de conservação APA Triunfo do Xingu, no Pará, que perdeu uma área de floresta equivalente a 500 campos de futebol apenas em março. Será preciso também não deixar impune os casos de desmatamentos ilegais e apropriação de terras públicas”, afirmou em comunicado divulgado à imprensa.

De acordo com a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim, 6 de 10 assentamentos indígenas e 4 das 10 terras indígenas mais desmatados na região ficam no estado.

O Imazon também alertou que a situação mais alarmante ocorre no estado do Amazonas. Se em março do ano passado a área desmatada no estado era de 12 km², em 2023, a área é de 104 km² – uma alta de 767%, ou seja, quase nove vezes mais.

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