CNI apresenta plano de recuperação da indústria para candidatos

O cenário internacional e o contexto econômico doméstico recomendam que a indústria ofereça alternativas aos candidatos para que o Brasil possa retomar o caminho do desenvolvimento de forma sustentável e inclusiva.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) entregou aos candidatos à Presidência da República um plano de retomada da indústria brasileira em 11 eixos, com foco na ampliação dos investimentos, produção fabril e exportações, para possibilitar maior inserção competitiva do país nas cadeias globais . de valor e reverter o processo inicial de desindustrialização. A avaliação é que o Brasil carece de uma política industrial.

“O crescimento sustentável da economia depende de uma política industrial moderna, de acordo com as melhores práticas internacionais, com investimento em inovação, pesquisa e desenvolvimento, com ênfase em tecnologias socioambientais sustentáveis, eficiência energética, geração de energia renovável e digitalização dos processos governamentais”, explica o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

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O plano consiste em um conjunto harmonioso de objetivos estratégicos de longo prazo, com propostas para subsidiar as ações dos primeiros 100 dias do próximo governo eleito, diante dos desafios do desenvolvimento industrial. A iniciativa leva em consideração as políticas industriais e o desempenho das principais economias do mundo, que estão cada vez mais ativas no estímulo ao investimento e na garantia da competitividade global de seus produtos e tecnologias.

Robson Andrade afirma que é urgente e essencial mobilizar esforços públicos e privados para a renovação da indústria nacional e para a aceleração do crescimento em bases sustentáveis ​​e duradouras. “As propostas não se baseiam em criar incentivos ou reduzir impostos. Mas na adoção de medidas que garantam às indústrias nacionais igualdade de condições diante da acirrada concorrência no mercado internacional, com a eliminação do Custo Brasil e com políticas de apoio à indústria semelhantes às implementadas por nossos concorrentes. A premissa básica é que não existe país forte e desenvolvido sem uma indústria dinâmica, competitiva e integrada no mercado global”, afirma.

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Levantamento feito pela CNI sobre os ambiciosos planos de desenvolvimento industrial de países como Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, China, Alemanha e outros países da União Europeia revela que, juntos, eles prevêem investimentos de US$ 5 trilhões nos próximos anos. , nas políticas de apoio às suas respectivas indústrias, com vista ao alcance de objetivos estratégicos, como a digitalização e a descarbonização da economia.

Cada R$ 1 investido pela indústria movimenta R$ 2,43 na economia brasileira

A desindustrialização é prejudicial para toda a economia brasileira, principalmente pela capacidade do setor de multiplicar riquezas. Cada R$ 1 produzido pelo setor industrial movimenta mais R$ 2,43 na economia. Na agropecuária, soma-se R$ 1,75 e nos setores de comércio e serviços, R$ 1,49. O setor industrial tem capacidade de impulsionar o crescimento de outros setores, pois possui longas cadeias produtivas e é o grande impulsionador da inovação na economia. A indústria é responsável por 71,8% das exportações e 68,6% dos investimentos privados em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

A alta produtividade e produção em larga escala da agricultura nacional também se deve em grande parte aos insumos fornecidos pela indústria, como ferramentas e máquinas de alto conteúdo tecnológico, como equipamentos georreferenciados, ração animal; sementes, fertilizantes e pesticidas.

Transforme vantagens comparativas em vantagens competitivas

No entanto, entre 2006 e 2021, a participação da indústria brasileira caiu de 2,58% para 1,28% da produção mundial. Apesar da queda, a indústria financia o Estado em uma parcela muito maior do que sua participação na economia. O setor paga 38% da arrecadação de impostos federais, contribuições previdenciárias e ICMS. A indústria responde por 22,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

O presidente da CNI destaca que o país precisa transformar vantagens comparativas em vantagens competitivas, especialmente aproveitando seu potencial verde para desenhar políticas públicas que permitam às empresas nacionais consolidar posições de domínio tecnológico em cadeias de valor estratégicas. E a CNI está disponível para construir conjuntamente políticas e ações para a recuperação do setor e, consequentemente, da economia brasileira.

Políticas públicas são decisivas para o avanço do setor

O setor industrial foi responsável por 48% do PIB brasileiro na década de 1980. A expansão do setor foi resultado da adoção de políticas públicas que estimularam investimentos governamentais e privados em setores estratégicos como energia, transportes, comunicações, siderurgia, mineração e petróleo. Essas políticas foram decisivas para o crescimento e consolidação do parque industrial brasileiro, que atualmente está entre os mais modernos e diversificados do mundo.

No entanto, desde a década de 1990, o Brasil vem sofrendo um preocupante processo de desindustrialização, que se agravou severamente nos últimos dez anos. A indústria de transformação, que em 1985 representava 36% do PIB, encerrou 2021 com apenas 11% da produção nacional.

11 EIXO POLÍTICO E AÇÕES ESTATAIS

>> Tributação

>> Financiamento e garantias

>> Comércio Exterior

>> Inovação, Ciência e Tecnologia

>> Compras Governamentais

>> Melhoria do ambiente de negócios e segurança jurídica

>> Modernização dos marcos regulatórios

>> Desenvolvimento e treinamento de recursos humanos

>> Infraestrutura e logística

>> Meio ambiente e eficiência energética

>> Aperfeiçoamento da legislação trabalhista

PRINCIPAIS AÇÕES DE CURTO PRAZO DA ROTA DE RETORNO DA INDÚSTRIA

>> Promover a isenção total do investimento na exportação;

>> Ampliar as possibilidades de compensação automática de créditos tributários;

>> Assegurar o reembolso imediato dos créditos fiscais acumulados;

>> Reembolso integral de resíduos fiscais (Reintegra);

>> Permitir depreciação acelerada de bens de capital aplicada a novos investimentos;

>> Eliminar barreiras à utilização de prejuízos fiscais;

>> Harmonizar as regras de tributação dos lucros obtidos no exterior com as normas internacionais;

>> Manter a equivalência de tratamento do investimento com capital próprio e de terceiros (JCP ou ACE);

>> Prorrogar os prazos de pagamento de impostos;

>> Assegurar os recursos e financiamentos públicos necessários para ampliar os financiamentos e garantias para investimentos e exportações;

>> Renovar o papel do BNDES como agente promotor do desenvolvimento industrial e do EXIMBANK;

>> Ampliar o conjunto de ativos que podem ser utilizados como garantia de crédito;

>> Facilitar a migração de mutuários entre diferentes provedores;

>> Aumentar os recursos públicos para fundos de garantia;

>> Diversificar e fortalecer o sistema de financiamento à exportação e garantia de crédito;

>> Promover maior integração da economia brasileira com a economia mundial, especialmente por meio da assinatura de acordos comerciais abrangentes;

>> Reduzir a burocracia excessiva e a insegurança jurídica nas operações de comércio exterior e firmar acordos de facilitação de comércio com os principais parceiros comerciais;

>> Apoiar a inserção da indústria brasileira nas cadeias globais de valor;

>> Ampliar o intercâmbio das agências e órgãos reguladores brasileiros com suas congêneres internacionais e firmar acordos de reconhecimento mútuo com nossos principais parceiros comerciais;

>> Melhorar e fortalecer o sistema de financiamento da inovação;

>> Promover maior interação entre empresas, universidades e institutos de pesquisa;

>> Utilizar o poder de compra do Estado para promover a inovação;

>> Estimular o uso da gestão da qualidade e da produção enxuta;

>> Estimular a adoção de tecnologias digitais (Indústria 4.0);

>> Acelerar a instalação de infraestrutura 5G e regular a criação de redes privadas;

>> Aprimorar o INPI e seus procedimentos, em especial, para reduzir os prazos de concessão de patentes para benchmarks internacionais.



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Para não errar na escolha, lembre-se das propostas do agro dos candidatos à presidência

A proposta do governo do candidato tem 48 páginas e o agronegócio está especificado no item: “Promovendo e Fortalecendo a Capacidade Agregadora de Valor da Agricultura e Mineração”, com as seguintes informações.

“Após a reeleição, as empresas modernas de processamento devem ser estimuladas, incluindo cooperativas, pequenos e grandes produtores. A bioeconomia deve ser abordada no Plano de Governo, a fim de oferecer soluções sustentáveis ​​para os mais variados sistemas de produção, com atenção especial à agricultura, de modo a substituir ao máximo os recursos fósseis e não renováveis. Nessa direção, o governo Bolsonaro, em seu segundo mandato, intensificará ações para promover a competitividade e transformação do agronegócio, por meio do desenvolvimento e incorporação de novas tecnologias biológicas, digitais e inovadoras, permitindo o crescimento vertical da agricultura, com , sustentabilidade social e ambiental”.

Para conferir a proposta de governo completa do candidato, clique em AQUI.

LEÃO PERÍCULO

O candidato Leonardo Péricles Vieira Roque registrou seu nome como Léo Péricles. Ele é do partido Unidade Popular (UP) e tem como candidata a vice-presidente Samara Martins da Silva, que registrou a candidatura como Samara Martins.

A proposta de governo do candidato tem 12 páginas e o agronegócio está especificado no item “Reforma agrária popular; nacionalização da terra e fim do monopólio privado da terra”. Dizendo isso: Garantia de acesso à terra com crédito abundante para todos que nela trabalham, no campo (interior) e no entorno das grandes cidades, com a promoção de pequenas culturas,
agricultura urbana e agricultura familiar, para que as pessoas produzam e comprem alimentos saudáveis ​​e baratos; Realizar ações discriminatórias nas terras do cerrado brasileiro para regularizá-las e retirá-las das mãos de grileiros, entregando-as a cooperativas rurais, formadas por pequenos produtores e trabalhadores sem terra; Atualização dos índices de produtividade agrícola para desapropriação de latifúndios; Atualizar a estrutura do INCRA para abreviar o tempo dos processos de desapropriação e desapropriação de imóveis que não cumprem a função social; Universalizando a assistência técnica e extensão rural, capacitando agricultores na perspectiva agroecológica, políticas de crédito e comercialização para famílias assentadas e
pequenos proprietários rurais.

Para conferir a proposta de governo completa do candidato, clique em AQUI.

LULA

O candidato Luiz Inácio Lula da Silva, registrou o nome como Lula. Ele é do PT (Partido dos Trabalhadores) e tem Geraldo Alckmin, do PSB (Partido Socialista Brasileiro) como candidato a vice-presidente.

LULA

A proposta do governo do candidato tem 21 páginas e no que diz respeito à agricultura, a proposta diz que “é preciso fortalecer e modernizar a estrutura produtiva por meio da reindustrialização, fortalecendo a produção agrícola e incentivando setores e projetos inovadores. Estamos comprometidos com a soberania alimentar, por meio de um novo modelo de ocupação e uso do solo urbano e rural, com reforma agrária e agroecológica, com a construção de sistemas alimentares sustentáveis, incluindo a produção e consumo de alimentos saudáveis. Apoiaremos pequenos e médios agricultores, principalmente a agricultura familiar. As políticas de compras públicas podem servir de incentivo à produção de alimentos saudáveis ​​e de qualidade – que teve sua área plantada reduzida nos últimos anos por falta de apoio do Estado -, e estimular a ampliação das relações diretas entre pequenos produtores e consumidores no arredores. das cidades”.

Você pode conferir a proposta completa do candidato AQUI.

PAI KELMON

Padre Kelmon é do Partido Trabalhista Brasileiro – PTB e tem como deputado, Luiz Claudio Medeiros da Fonseca Gamonal, Pastor Gamonal do mesmo partido. Ele assumiu a candidatura no lugar de Roberto Jefferson, que teve seu pedido indeferido.

Sem titulo

A proposta do governo tem 12 páginas e o agro aparece no comunicado: “o PTB entende que a agricultura é prioridade em um país como o Brasil, com seu potencial e dimensão geográfica. A agricultura familiar deve ser incentivada”. A proposta também afirma que “o PTB entende o cooperativismo como um elemento autêntico de progresso econômico e social”.

A proposta completa pode ser vista AQUI.

SIMONE TEBET

Simone Nassar Tebet, que registrou o nome da candidata como Simone Tebet do MDB e tem como deputada, Mara Cristina Gabrili, registrada como Mara Gabrili.

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A proposta de governo do candidato tem 48 páginas. E o agronegócio aparece no documento. A citação que consta da proposta “Economia verde e desenvolvimento sustentável” é a seguinte: “Vamos acelerar e antecipar o cumprimento das metas de redução de gases de efeito estufa e reflorestamento previstas em acordos internacionais. Recuperar mecanismos de comando e controle, fortalecer órgãos de fiscalização, como ICMBio e Ibama. É necessário acabar com a falsa dicotomia que opõe meio ambiente e desenvolvimento. Em sua maioria, o setor produtivo brasileiro – e a agricultura em particular – já produz com sustentabilidade e responsabilidade. Porém, por outro lado, aqueles que destroem, devastam e desmatam ilegalmente serão tratados com total rigor e tolerância zero por nosso governo. Nossos produtores agrícolas terão agora um plano de colheita plurianual, com diretrizes para financiamento e crédito agrícola, seguro rural e armazenagem de médio e longo prazo. A agricultura familiar receberá apoio com crédito, extensão agrícola e cooperação técnica. O Brasil que queremos acelerará a transição para uma matriz energética de baixo carbono ainda mais limpa, renovável, segura, barata e eficiente, em especial aplicada ao transporte público integrado nos grandes centros urbanos”, diz o documento.

A proposta completa do candidato pode ser lida AQUI.

SOFIA MANZANO

Sofia Manzano, do PCB (Partido Comunista Brasileiro). O vice de Sofia Padua Manzano é Antônio Alves, do mesmo partido.

CANDIDATA SOFIA

A proposta de governo do candidato tem 19 páginas. Para a agricultura, a candidata reforça que “pretende retomar os estoques regulatórios da Conab, realizar uma reforma agrária sob controle dos trabalhadores, com a desapropriação imediata e sem indenização de todos os latifúndios improdutivos, fazendas com trabalho escravo e aquelas que não estão cumprindo função social regulada pela legislação, fortalecimento das agências de abastecimento e estoques reguladores, visando que o governo do Poder Popular possa garantir a segurança alimentar da população, bem como fortalecer os órgãos de pesquisa agropecuária e a construção de empresas públicas para o produção de insumos para a agricultura, a fim de tornar o país autônomo nessa área. Criação de uma nova política agrícola, ecologicamente sustentável, com incentivos e crédito para a produção de alimentos saudáveis, e preços mínimos que possam garantir o aumento da produção, como estímulo à democratização da posse da terra e garantia de sua propriedade pelos trabalhadores, o governo do Poder Popular incentivará a criação de grandes cooperativas agropecuárias visando racionalizar o sistema produtivo e ampliar a oferta de alimentos básicos”.

A proposta completa do candidato pode ser conferida AQUI.

SORAYA THRONICKE

candidata Soraya Vieira Thronicke, que registrou seu nome como Soraya Thronicke. Ela é do partido União Brasil e tem Marcos Cintra, do mesmo partido, como candidato a vice-presidente.

SORAIA

A proposta de governo do candidato tem 73 páginas e o agronegócio está especificado no item “Agricultura e Segurança Alimentar”. Entre as ações previstas estão “elaborar e implementar uma Estratégia Nacional de fortalecimento da agricultura familiar, priorizando as vocações regionais. Tornar a agricultura familiar brasileira uma referência internacional em qualidade e capacidade produtiva. Fortaleça o PRONAF. Fortalecer a CONAB para mais uma vez ter um papel de destaque no mercado nacional de grãos. Retomar o financiamento de todos os programas de agricultura familiar que estão paralisados ​​pelo governo. Priorizar o programa nacional de segurança alimentar e nutricional (PNSAN) e a aquisição e estoque de alimentos. Foco no agronegócio, sem descuidar da nossa capacidade de abastecer o mercado interno, gerindo estrategicamente os estoques regulatórios, sob os cuidados da CONAB. Implementar uma política de regulação do mercado, de forma a manter o mercado interno abastecido e capaz de servir a população, sobretudo neste grave período de tensões internacionais e reorganização geopolítica e geoeconómica. Aumentar as linhas de financiamento para pequenos agricultores em todos os bancos estaduais. Investir em pesquisas e inovações tecnológicas para a agricultura familiar. Criar um programa de cooperação com universidades e centros de pesquisa para aumentar a competitividade e a produtividade da agricultura familiar brasileira. Patentear as inovações desenvolvidas para o setor da agricultura familiar, para o crescimento do setor.
Invista na produção de ração, já que a dieta de aves, suínos e bovinos tem 70% de milho. Se faltar milho, o preço final da alimentação do trabalhador aumenta”, entre outras ações.

A candidata Vera Lucia Pereira da Silva Salgado, que registrou seu nome como Vera. Ela é do PSTU (Partido Único dos Trabalhadores Socialistas) e tem como vice-presidente Raquel Tremenbé, do mesmo partido.

A proposta de governo do candidato tem 26 páginas. A agricultura aparece no tópico 26 do item “Reforma Agrária e Revolução sob o controle dos trabalhadores, para garantir comida barata aos brasileiros” quando diz que o aumento da produção agrícola deve servir para acabar com a fome do povo brasileiro. “Para isso, defendemos a expropriação e nacionalização das grandes empresas agropecuárias sob controle operário. A prioridade da produção deve ser alimentar o povo brasileiro, com a exportação do excedente. E também defendemos o financiamento da produção e ampla assistência técnica aos pequenos produtores”.



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Agro ‘acorda’ para a política e amplia o número de candidatos

Em comparação com as últimas eleições gerais no Brasil, realizadas em 2018, a eleição deste ano marca o 10% de crescimento no número de candidatos que declararam ter como ocupação atividades ligadas à agricultura. Levantamento realizado pelo Canal Rural junto à Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que 696 profissionais ligados ao agronegócio solicitou registros de aplicação. Há quatro anos, o número era 633.

Com exceção dos cargos de vice-presidente e presidente da República, todos os demais cargos em disputa no dia 2 de outubro têm candidatos do agronegócio. Há cinco governadores que, por exemplo, declararam à Justiça Eleitoral que sua profissão é do setor. Há sete candidatos a deputado distrital — o mesmo número do 1º suplente. Em termos crescentes, a lista continua com 2º suplente (oito), vice-governador (10) e senador (10).

O destaque na relação dos profissionais da agricultura com as eleições de 2022 é, no entanto, entre os deputados. Isto porque 226 aspiram a ter assento na Câmara dos Deputados ao longo dos próximos anos. A disputa nas assembleias legislativas é ainda maior: são 423 candidatos ligados ao agronegócio espalhados por 26 estados brasileiros.

Setor abre os olhos para o Legislativo

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O aumento geral de candidatos e, principalmente, o alto volume de profissionais do setor na briga por parte dos deputados mostra que o agro “acorda” para a política partidária. É o que avalia, por exemplo, o doutor em desenvolvimento agrário Jorge Nogueira. Para ele, que é professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), o setor percebeu a necessidade de estar presente além do Executivo.

“Ou ele começava a ter voz ativa na política (…) ou sempre ganhava ‘chinelos’” — Jorge Nogueira

“Nos últimos 30 anos, o agronegócio percebeu que ou estava começando a ter voz ativa na política — tendo pessoas representando interesses nas decisões não só do Executivo, mas em particular no Legislativo — ou sempre pegava ‘chinelos’ de todos os lados”, avalia Nogueira, em entrevista ao Canal Rural. “Agora, continuará buscando cada vez mais representatividade entre os formuladores de políticas públicas”, continua o acadêmico.

O pensamento do médico em desenvolvimento agrário converge com a análise de Leandro ConsentinoDoutor em ciência política e professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), em relação à presença de profissionais da agricultura nas eleições de 2022. Segundo ele, o movimento mostra que a área está, em geral, se organizando em termos políticos — como vem acontecendo há algum tempo em outros setores do país.

Quebrando os estereótipos do agro

agro nas eleições de 2022 - contra estereótipos - valter campanato - Agência Brasil

Valter Campanato/Agência Brasil

Outro ponto levantado por Consentino é que a eleição deste ano reforça que a agricultura vem trabalhando para quebrar os estereótipos que por algum tempo ficou no imaginário da população em geral, que o produtor rural seria, em suma, um “caipira” que não se importava com mais nada que não fosse relacionado à sua propriedade rural. “Fruto de uma campanha de conscientização sobre a importância do agronegócio na sociedade brasileira”, observa o professor.

“Ausência de vergonha, que tínhamos no passado, em nos chamarmos de parte do mundo rural” — Leandro Consentino

Nesse sentido, o cientista político diz que o aumento de candidaturas de profissionais do agronegócio pode ter a ver com a quebra de certo tipo de preconceito. “Ausência de vergonha, que tínhamos no passado, em nos denominarmos parte do mundo rural, seja pelo preconceito de quem estava na sociedade urbana em ver o rural como algo atrasado, seja pela imagem da violência no campo”, diz Consentino. “Estamos nos admitindo como parte do agronegócio, de algo que funciona”, comenta.

Pesquisador do desenvolvimento agrário há décadas, Nogueira destaca, sobretudo, que quebrar estereótipos vai além do perfil de quem vive no campo. Para ele, as candidaturas mostram que o sertanejo vai “além do portão”. “Começamos a ver que a agricultura tem uma influência para trás, nos setores de onde compra insumos, e tem uma influência para frente, para quem vende a produção”, diz o professor da UnB.

Esquerda X Direita? Há candidatos dos dois lados

agro nas eleições de 2022 - esquerda x direita - juca varella - Agência Brasil

Foto: Juca Varella/Agência Brasil

O que, na visão dos dois professores universitários, também indica a quebra de estereótipos do agronegócio é a pulverização das candidaturas de profissionais do setor por mais de 30 partidos, dos mais diversos espectros ideológicos. O PL, do presidente Jair Bolsonarolidera a lista com 61 representantes da agricultura entre aplicativos para registros de aplicativos. Na segunda posição, porém, aparece uma sigla da esquerda: o PT. A legenda do ex-presidente Lula Conte com 48 profissionais do agro na disputa eleitoral.

“Você tem os interesses dos trabalhadores rurais, você tem os interesses dos chamados ‘sem-terra’…” — Jorge Nogueira

“Não me surpreende que tanto o PT quanto o PL, apesar de estarem em lados ideológicos completamente diferentes, estejam percebendo a importância do setor”, comenta Jorge Nogueira. “Os interesses da agricultura como um todo são muito diversos. Você tem os interesses dos trabalhadores rurais, tem os interesses dos chamados ‘sem terra’, tem os interesses da pequena agricultura familiar, tem os interesses da pequena agricultura comercial, da grande agricultura etc.”, explica o pesquisador.

Para Leandro Consentino, essa divisão entre partidos na questão dos candidatos ligados ao agro é “muito importante”. “Ela precisa ser disseminada em diferentes forças políticas para que não seja identificada apenas como um lado”, afirma o doutor em ciência política. “Neste momento de polarização, a agricultura precisa ir além disso. É uma herança do Brasil e não do partido A ou B”, aponta o professor do Insper que, no entanto, mostrou surpresa com o avanço da esquerda entre os candidatos ligados à agricultura.

Entre direita, esquerda e centro, as candidaturas entre os profissionais com ocupações relacionadas à agricultura estão divididas da seguinte forma: 31 partidos políticos:

Candidatos agrícolas pela UF

agro nas eleições de 2022 - candidatos por estado - destaque mg - wikipedia

Minas Gerais, em destaque, é a UF com mais candidatos ligados ao agronegócio | Foto: Wikipédia

A pulverização de candidatos agro não se restringe aos partidos. Nesse sentido, todas as 27 unidades federativas no país têm representantes do setor na disputa pelas eleições deste ano. Maior produtor de café e leite do Brasil, Minas Gerais aparece na primeira posição, com 51 candidatos. O pódio também é formado pelo Por (49) e um estado que está fora do top 10 em termos de volume bruto de produção agrícola (VBP): Rondôniaque tem 48 candidatos ligados à agricultura.

O fato de Rondônia — que não aparece na lista dos maiores produtores agrícolas e, além disso, é o quinto estado menos populoso do país, com pouco mais de 1,8 milhão de habitantessegundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — estar nas primeiras posições na categoria agrocandidaturas é positivo, destaca Consentino. Ele destaca, por exemplo, que esse é mais um indicador que ajuda a combater o estereótipo do setor.

“Tem a ver com as novas fronteiras agrícolas que o Brasil vem observando” — Leandro Consentino

“O que pode ser elogiado é a boa notícia que a agricultura está espalhando”, afirma o professor do Insper. “A percepção virtuosa do agronegócio começa a tomar conta não se restringe aos grandes centros produtores. E também tem a ver com as novas fronteiras agrícolas que o Brasil vem observando. O agro está no Pará, está em Rondônia, em várias culturas, e é importante que esteja representado [na política]”, acrescenta o cientista político entrevistado pelo Canal Rural.

Com Rondônia em terceiro lugar, a lista de candidatos agro por unidade federativa é a seguinte:

Ocupações agrícolas nas eleições de 2022

agro nas eleições de 2022 - ocupações - agricultores - tomaz silva - agência brasil

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Mas, afinal, quem são os candidatos que podem ser classificados como representantes dos pólos agropecuários brasileiros nas eleições deste ano? Com base na autodeclaração profissional que deve ser feita à Justiça Eleitoral no momento da apresentação do pedido de candidatura, o relatório do Canal Rural mapeou dez ocupações diferentes – de agricultores a pecuaristas, passando por zootécnicos e agrônomos – com representantes na disputa .

Na lista de profissionais do agro e cargos em disputa, a divisão nas eleições de 2022 é a seguinte:

deputado federal = 77
deputado estadual = 197
Deputado distrital = 1
Senador = 1
1º suplente = 3
2º suplente = 3
Governador = 2
Vice-Governador = 5

  • Produtor Agrícola = 104

deputado federal = 36
deputado estadual = 56
Deputado distrital = 5
1º suplente = 2
2º suplente = 1
Governador = 1
Vice-Governador = 3

  • Motorista de Veículo de Transporte de Carga = 75

deputado federal = 29
deputado estadual = 46

BR-060, que liga Brasília a Goiânia

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

deputado federal = 24
deputado estadual = 38
Senador = 1
1º suplente = 2
2º suplente = 1

deputado federal = 20
deputado estadual = 29
Deputado distrital = 1
Senador = 4
2º suplente = 1
Governador = 1
vice-governador = 1

deputado federal = 12
deputado estadual = 19
Senador = 2
2º suplente = 1
Governador = 1
vice-governador = 1

agrônomo - agência brasil

Foto: Agência Brasil

deputado federal = 11
deputado estadual = 14

deputado federal = 11
deputado estadual = 11
Senador = 1
2º suplente = 1

  • Técnico em Agronomia e Topografia = 16

deputado federal = 4
deputado estadual = 12

deputado federal = 2
deputado estadual = 1
Senador = 1

Leia também:

+ Governo de SP: veja o que os principais candidatos propõem para o agronegócio
+ Alexandre de Moraes assume a presidência do TSE
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+ Foi um erro propor ‘regulamentação do agronegócio’, admite PT

josé cruz - agência brasil - urna

Foto: José Cruz/Agência Brasil

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Entidades de produtos avícolas lançam carta aberta a candidatos eleitorais

Os três estados do Sul são responsáveis ​​por 70% da produção avícola do país. Foto: Semagro MS

As entidades que representam as indústrias de produtos avícolas dos três estados do sul do Brasil, que representam cerca de 70% da produção nacional do setor, divulgaram, nesta segunda-feira (1), carta aberta aos candidatos às eleições de 2022.

O documento, assinado pelo Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar)Associação Catarinense de Avicultura (Acav)e pela Associação Gaúcha de Aves (Asgav) aponta as prioridades do segmento com o objetivo de alcançar a adesão e o comprometimento do setor público com uma agenda única, fundamental para garantir a implementação de melhorias estruturais e o crescimento orgânico.

Tópicos prioritários

caminhão na estrada transportando grãos para silo ou armazém cooperativo

A falta de infraestrutura viária é uma das principais queixas. Foto: Wenderson Araújo/Trilux/CNA

Os temas apresentados como prioritários para o setor avícola são:

  • Infraestrutura para transporte rodoviário e ferroviário para abastecimento de grãos;

  • Linha de crédito para geração de energia solar, biogás e reserva de água da chuva em propriedades rurais;

  • Previsão orçamentária (por lei) para investimento e financiamento das entidades estaduais de vigilância e controle sanitário e fitossanitário, considerando o estado sanitário alcançado;

  • Ampliação da conectividade em campo, rede elétrica trifásica e rede de biogás;

  • Aprovação do PL 1293/21, que trata do Autocontrole na Inspeção de Produtos de Origem Animal.

Para o presidente do Sindiavipar, Irineo da Costa Rodrigues, o que os três estados do Sul querem para o setor não é um pedido especial de tratamento diferenciado, mas que sejam dadas condições para que o segmento continue crescendo.

“É preciso que as demandas do setor sejam atendidas prioritariamente, já que se trata de uma atividade muito importante para esta região, que é a mais atuante na avicultura do país”, destaca.

reunião conjunta

Esses temas prioritários e comuns foram definidos em reunião realizada em 21 de julho de 2022, em Curitiba, com a participação das diretorias do Sindiavipar, Acav e Asgav.

Na ocasião, foram discutidas as ações do setor que buscam fortalecer temas comuns, todos relacionados ao desenvolvimento da avicultura agroindustrial e que envolvem ações privadas e públicas, visando manter e desenvolver as cadeias produtivas representadas, estabelecer o atividade, gerar emprego e renda e garantir que o setor continue sendo reconhecido como de excelência no Brasil e no mundo.

O documento alerta que as melhorias estruturais propostas são necessárias para que a atividade avícola mantenha sua importância e apresente crescimento orgânico, uma vez que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nos municípios que possuem agronegócio é superior aos que não o possuem.

Importância do Paraná

frango na fazenda comendo ração de milho

O estado do Paraná responde por 35% da produção brasileira de frango. Foto: Embrapa

A resolução também aponta a importância do Paraná para a atividade que, sozinha, responde por 18% do Valor Bruto da Produção (VBP) total da agropecuária no estado, mais de 40% das exportações brasileiras e 35% da produção brasileira de frangos, gerando mais de 85 mil empregos diretos e outros 1,4 milhão indiretos. Mais de 8 milhões de aves são abatidas diariamente no Paraná.

O texto destaca que o Brasil é líder mundial nas exportações de carne de frango e o estado do Paraná é o maior produtor e exportador de carne de frango do país. Da produção de 4,9 milhões de toneladas dessa proteína por ano, o Paraná destina aproximadamente 3,1 milhões de toneladas (64%) ao mercado interno e 1,8 milhão de toneladas (36%) às exportações.

Emergências do setor avícola em 2022

marco legal ferrovias 1

A falta de uma ferrovia adequada para o transporte da carne de frango até os portos é uma das reivindicações. Foto: Agência Senado

Uma das reivindicações apresentadas na Carta Aberta é a questão da logística. Segundo o presidente do Sindiavipar, não há ferrovia adequada para o transporte da carne de frango até os portos.

Porém, dos temas elencados, a prioridade é a sanidade, base de todo o processo. O setor avícola quer manter sua relevância nesse aspecto, que é vital para o setor.

“O Brasil, além de grande produtor e grande exportador, não registrou doenças com alto potencial de impacto em aves, como a doença de Newcastle, e nunca teve registro de gripe aviária na produção de frangos de corte, que infelizmente atinge grandes produtores, como América do Norte, Europa e Ásia”, diz Rodrigues.

Estabilidade no fornecimento de energia

As dificuldades dos avicultores em relação ao abastecimento de energia elétrica e água na produção avícola devem-se à rede pública de distribuição de energia elétrica, que ainda precisa ser ampliada para uma rede trifásica, reduzindo custos e proporcionando mais estabilidade no abastecimento, diz a Carta.

Quanto à água, o presidente do Sindiavipar destaca que algumas regiões não têm uma distribuição adequada, por isso seria importante ter um programa de reserva de águas pluviais.

conectividade

Conectividade em campo

Carta exalta a importância da comunicação em tempo real aos produtores de frango. Foto: Ministério da Agricultura

Em relação à conectividade, vale ressaltar que nas propriedades rurais, os avicultores precisam ter conectividade para comunicar sobre sua atividade e, como o ciclo do frango é muito curto, o tempo é fundamental.

É necessária uma ótima comunicação em tempo real, com informações fluindo de forma rápida e organizada com o auxílio da tecnologia.

“Saúde, custos de eletricidade, logística, estradas rurais ainda deficientes, conectividade que nos permite usar a tecnologia que já está embutida em muitos equipamentos e, também, toda essa questão de transferência de tecnologia”, enumera o presidente. do Sindiavipar.

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