Senado debate efeitos das mudanças climáticas sobre a segurança hídrica

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#sou agro | Segurança hídrica e mudanças climáticas foram tema de audiência pública esta semana na Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal, em Brasília (DF). Em alusão ao Dia Mundial da Água, o público discutiu a relação entre segurança hídrica e mudanças climáticas, além das pesquisas em andamento para minimizar os efeitos na agricultura brasileira.

O gerente geral da Embrapa Hortaliças, Warley Nascimento, participou do evento representando o presidente da Embrapa, Celso Moretti. O pesquisador Carlos Pacheco, também da Embrapa Hortaliças, apresentou aos senadores e demais presentes no evento as principais tentativas dos últimos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), bem como alguns exemplos de pesquisas realizadas pela Embrapa para o enfrentamento das mudanças climáticas.

Em sua fala, Nascimento destacou que praticamente todas as 43 Unidades de Negócios realizam pesquisas para minimizar os impactos das mudanças climáticas nos recursos hídricos. “São centenas de projetos, desde a conservação de florestas, biomas, captação de recursos hídricos pelos produtores, uso mais eficiente da água de irrigação, reaproveitamento da água na agricultura, programa de cultivares adaptadas às mudanças climáticas, mais resistentes à seca e à água” , enumerou o chefe-geral da Embrapa Hortaliças.

Ele também citou o exemplo do tomate – cujas mudanças climáticas favoreceram o aparecimento de novas pragas, mas logo a pesquisa foi mobilizada para desenvolver variedades mais resistentes, favorecendo inclusive a redução do uso de insumos químicos.

Contexto

Já o pesquisador Carlos Pacheco apresentou um rápido contexto das mudanças climáticas no mundo e como a Embrapa tem trabalhado para adequar a agricultura brasileira a esse novo cenário. Segundo ele, o último relatório do IPCC provocou um aumento da temperatura média do planeta na ordem de 1,1° C entre 2011-2020, em comparação com o período de referência de 1850 a 1900. “O próprio IPCC recomenda como meta que o aquecimento não passa de 1,5 grau, o que está muito próximo de acontecer, e não foram observadas ações com a intensidade necessária para reverter isso”, apontou o pesquisador.

O estudo aponta que as atividades humanas são as principais responsáveis ​​pelo aquecimento (principalmente as emissões atmosféricas de gases de efeito estufa – GEEs). Neste último período analisado, o aquecimento observado foi maior nos continentes (média de 1,59 °C) do que nos oceanos (0,88 °C).

“A maior parte do aumento da concentração atmosférica de GEE desde 1750 está inequivocamente relacionada às atividades humanas, com 58% desse aumento ocorrendo entre 1850 e 1989 (período de 139 anos) e 42% ocorrendo entre 1990 e 2019 (período de 29 anos). )”, destacou a pesquisadora.

classificação
Segundo ele, no ranking dos maiores emissores do mundo, o Brasil tem oscilado, nos últimos anos, entre o quarto e o quinto lugar. “Há evidências de que eventos extremos como ondas de calor, chuvas intensas, secas e ciclones tropicais estão ligados à influência humana. Por exemplo, é provável que as atividades humanas tenham tido uma frequência de ocorrência de eventos climáticos combinados como ondas de calor e secas”, destacou.

Pacheco também alertou para o fato de que esse aumento na ocorrência de eventos extremos pode colocar milhões de pessoas em situação de insegurança hídrica e alimentar, principalmente compreendida socialmente na África, Ásia e América Central e do Sul.
Alguns exemplos de efeitos negativos que as mudanças climáticas podem ter sobre os recursos hídricos, segundo o pesquisador, são a preservação e alteração da qualidade da água; elevação do nível do mar; impactos na biodiversidade aquática; maior ocorrência de chuvas intensas e mudanças nos padrões pluviométricos; maior ocorrência, duração e intensidade dos eventos de seca; mudanças na umidade do solo.

lidar
Pacheco encerrou a apresentação mostrando algumas das pesquisas da Embrapa voltadas para o enfrentamento das mudanças climáticas, como a Integração da Lavoura Pecuária Floresta, o Zoneamento de Riscos Climáticos, o projeto Carne Carbono Neutro, Hortas Verticais e o desenvolvimento de ferramentas para promover o reaproveitamento da água e melhorar condições de saneamento rural.

Também participaram do evento o coordenador do projeto e regulador de serviços públicos da ADASA – Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF, Wendel Vanderlei Lopes; o coordenador técnico do Instituto Regional de Pequena Agricultura Apropriada – IRPAA, André Azevedo Rocha; a gerente de planejamento socioambiental Bruna Sobral; e a engenheira civil e especialista em recursos hídricos Patrícia Boson.

(Com EMBRAPA)

(Emanuely/Sou Agro)



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