Estiagem atinge lavouras de soja no Rio Grande do Sul. Foto: Arquivo pessoal

Seca no RS causa perdas de 40% no milho e preocupa produtores de leite

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A situação do leite no Rio Grande do Sul piora com a estiagem. Os custos de produção, que aumentaram nos últimos anos, devem sofrer ainda mais os impactos das perdas na silagem e no milho, essenciais para a alimentação do rebanho. O desconforto térmico também gera mais doenças e menor produção nas vacas.

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Em uma propriedade em Charqueadas, a 60 quilômetros de Porto Alegre, uma cooperativa de produtores mantém quase 600 vacas. Mas com a seca essa tarefa não está sendo fácil, segundo Valmor Baccin, um dos produtores de leite da região.

“Esse calor, essa seca que não acaba nunca. Ele vem alcançando há dois anos. Um ano se passa e o problema continua. É terrível demais para as vacas suportarem. É difícil”, diz Baccin.

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Essa é a realidade de muitos. Em outra fazenda, a produção de dezembro de 2022 quase não foi utilizada. Com esse tipo de exemplo, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater-RS) já projeta perdas superiores a 40%. Essa estimativa de perda ocorre tanto no milho granulado quanto no destinado à silagem.

Quando há escassez de alimentos na propriedade, o produtor rural precisa adotar algumas estratégias. Em uma delas, por exemplo, a silagem de melhor qualidade é apenas para as vacas que produzem mais. Lotes que produzem menos recebem silagem de menor qualidade e precisam repor a pasto.

Os impactos da estiagem na produção de milho e leite

Foto: Pixabay

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Os piquetes com tifton só estão verdes porque ainda tiveram um período de umidade. A esperança está no milho que está dando espigas, mas a água já falta. Neste caso, os 32 hectares poderiam ser irrigados, mas as barragens estão em níveis baixos. De cima, pode-se ver que grande parte já secou.

“O aumento dos custos de produção, a questão da seca, o financiamento agrícola que foi suspenso… [tudo isso] vai fazer com que mais produtores desistam da atividade e, consequentemente, reduzindo o investimento e aliado a todas essas dificuldades da atividade, com certeza teremos uma queda no financiamento”, afirma o engenheiro agrônomo da Emater-RS, Márcio Bergiger. “E essa queda no financiamento vai refletir na gôndola do supermercado.”

A falta de alimentação de qualidade interfere na produtividade. Em outubro eram 9 mil litros por dia e agora são 6 mil. O calor fez com que algumas vacas parassem de ordenhar devido à mastite e a taxa de aborto também aumentou. Hoje, o preço do litro do leite no Rio Grande do Sul está em média R$ 2,50 — sendo o custo de R$ 2,20 o litro.

“É sobrevivência a cada ano”, diz Valmor Baccin. “Pequenas propriedades não têm muitas opções para produzir grãos ou algo assim. Por número de hectares, o leite sempre vai dar mais”, acrescenta o produtor rural de Charqueadas que, por enquanto, segue se dedicando à pecuária leiteira.

Editado por: Anderson Scardoelli.

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Seca atinge lavouras de soja no Rio Grande do Sul.  Foto: arquivo pessoal

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