Um mineiro produtor de abóbora seguiu quatro pilares em busca de melhores resultados em sua propriedade e atingiu recorde de produtividade. Os pilares são baseados no preparo do solo, adubação, escolha dos produtos e genética de ponta e manejo profissional.
Apostando na produção da variedade japonesa Takayama F1, da linha Topseed Premium de Agristar do Brasilo agricultor Matheus Moreira, de Bocaiúva (MG) “arregaçou as mangas” para provar que é possível obter excelentes resultados com o híbrido em pequenas áreas de plantio.
Moreira conta que conseguiu aumentar a produtividade de sua lavoura em mais de 40%, sem abrir mão do sistema de gotejamento. Além da produção recorde, ele destaca que conseguiu atingir um preço bastante satisfatório após o cultivo.
“Nosso recorde próprio aqui foi de pouco mais de 22 toneladas em uma safra de 2019, ou seja, com esse resultado atingimos a marca de 33 toneladas por hectare em gotejamento, 40% acima do nosso recorde antigo”, compara.
O sucesso foi tanto que o produtor, que também apresenta seu trabalho no canal do YouTube “Do produtor ao produtor”, detalhou como foi todo o processo, desde o cuidado do solo até a colheita do híbrido, listando os quatro pontos estruturais que foram os pontos-chave para atingir o recorde: preparo do solo, adubação, manejo profissional e, principalmente, escolha de produtos e genética de ponta. Neste último momento, entra em jogo um fator fundamental: a escolha da semente.
“Quem acompanha o canal desde o início percebeu que, quando começamos a preparar o terreno, ficou claro que teríamos uma produção muito boa. Só não esperávamos que fosse tão bom. Manejamos muito bem a lavoura, desde a seleção genética, passando pela escolha dos produtos que utilizamos para trabalhar, até o espaçamento, ou seja, uma soma de fatores que projetaram esses resultados”, destaca Moreira.
Como foram aplicados os pilares?
Matheus Moreira explica que o trabalho começou bem antes do plantio, na etapa de preparo do solo, fortalecendo o PH da área, o que proporcionou bons índices de fertilidade. A adubação, segundo o produtor, foi inspirada na produção de uma variedade de melancia.
“Fizemos uma adaptação do programa de adubação, originalmente desenvolvido para atender a demanda de outra safra. Com alguns ajustes, seguindo a curva nutricional de Takayama, adaptamos esse manejo de adubação para o cultivo dessa abóbora”, destaca.
Na terceira etapa, a escolha dos produtos e a genética de ponta conduziram o trabalho na fazenda. O especialista em cucurbitáceas da Agristar, Rafael Zamboni, destacou a importância dessa etapa na produção de Matheus Moreira. “O manejo, aliado à genética da abóbora Takayama, proporcionou excelente produtividade e uniformidade dos frutos, com padrão entre 2 kg e 2,5 kg. A boa genética, aliada ao bom manejo, traz bons frutos ao produtor”.
Com a gestão profissional fechando “as quatro etapas para o registro”, o produtor considera que a receita nessa etapa foi alinhar dois fatores: domínio técnico e aplicação prática desse conhecimento no campo. “Nesta safra, colocamos em prática todo o conhecimento adquirido ao longo desses anos. Isso nos permitiu alcançar um manuseio verdadeiramente profissional. Não tenho dúvidas de que é um dos pontos estruturais que justifica esse resultado”, declara o produtor.
Retorno positivo do investimento no cultivo
Para Moreira, a marca alcançada trouxe um retorno bastante satisfatório para o investimento. “Superar essas 30 toneladas é, sem dúvida, um feito memorável, principalmente para quem produz no sistema de gotejamento. Poucos produtores conseguem atingir essa marca com esse sistema. Normalmente, muitos optam pela irrigação por aspersão”, aponta.
Se a produção rendeu muitos frutos, a rentabilidade da lavoura de Matheus Moreira não ficou atrás e seguiu três fatores considerados primordiais por ele: produtividade por hectare, custo por hectare e preço de comercialização do produto. Comercializando a abóbora Takayama na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), em São Paulo (SP), ele destaca que os produtores devem ter tudo bem calculado na hora de planejar o cultivo.
Nesse sentido, agricultores e consumidores de todo o Brasil podem aproveitar os resultados da abóbora Takayama, considerando sua adaptabilidade para plantio em todas as regiões e sua resistência ao transporte por longas distâncias. Dessa forma, o prazo de validade nos estabelecimentos é maior, permitindo melhor retorno para os produtores do país.
(Tatiane Bertolino/Sou Agro)