Por Luiz Antonio Pinazza
Engenheiro Agrônomo – agronegócio e sustentabilidade
Colaboração Aline Merladete
Com o uso de tecnologia inovadora, a agricultura tropical brasileira alavancou com baixa aplicação de subsídios governamentais. Na leitura geopolítica atual, o país se tornou o maior exportador líquido de alimentos do mundo. Nessa interpretação competitiva, o Brasil atrai investimentos estrangeiros em infraestrutura e logística, seja na oferta de insumos, seja no escoamento da produção. Ao mesmo tempo, suas cadeias produtivas qualificam processos, capacitam recursos humanos e aprimoram a gestão.
Para divulgação na mídia em geral, o processo de elaboração, análise e definição do Plano Safra, normalmente lançado no final de junho, é uma fonte tradicional de informações e dados. Produtores, cooperativas e agroindústrias tomam conhecimento dos comunicados sobre as regras para concessão de recursos ao crédito rural, com as respectivas taxas de juros controladas e subsidiadas. Vale destacar que mais de 200 mercados recebem a produção nacional de alimentos para atender cerca de 10% da população mundial, de 8,0 bilhões de pessoas, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
A consolidação da liderança nacional em segurança alimentar ganhou credibilidade nos últimos anos com o aumento das safras. Para isso, as safras 2019/20 e 2021/21 operaram com regras especiais durante a pandemia de Covid 19, declarada pela Organização Mundial da Saúde, em 20 de março de 2020. Quanto à guerra entre Rússia e Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, trouxe instabilidade nos mercados de commodities Adaptações tiveram que ser feitas para manter a continuidade dos ciclos produtivos e o cumprimento dos contratos comerciais nos mercados interno e externo.
Em sua história, o Plano Safra tem servido como referência sólida para demonstrar sua suficiência no atendimento às necessidades dos produtores. Priorizando a agricultura familiar, o mercado de capitais está preparado para cobrir os orçamentos dos médios e grandes agricultores. Os títulos do agronegócio avançam com o grande sucesso da Cédula do Produtor Rural (CPR). Com análises a serem transmitidas, esses temas são essenciais na geopolítica atual. Em situações mais difíceis e outras desafiadoras, o agronegócio brasileiro cumpre a nobre missão de segurança alimentar mundial.

Para o Plano Safra 2023/24, os recursos previstos foram de R$ 435,8 bilhões, sendo R$ 186,4 bilhões na agricultura empresarial (R$ 84,9 bilhões com alíquotas não equalizadas e R$ 101,5 bilhões nas equalizadas ou subsidiadas), R$ 71,6 bilhões na agricultura familiar (subvencionado) e R$ 177,8 bilhões em recursos livres. As taxas de juros vão variar na empresa (7% a 12,5%) e na agricultura familiar (3% a 5%).