Produtores rurais querem recuperar áreas atingidas pelo clima

Recuperação de áreas rurais afetadas

Desafios para os Produtores Rurais do Vale do Taquari
Impacto das chuvas e Enchentes

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Os produtores rurais do Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, enfrentaram sérios prejuízos devido às fortes chuvas e enchentes que assolaram a região. Além das perdas nas lavouras de soja, milho, trigo, aipim e tabaco, muitos animais foram perdidos, casas e galpões foram atingidos, e a erosão do solo causou danos significativos. A recuperação está sendo árdua e trabalhosa, requerendo esforço e recursos consideráveis.

Apoio dos Governos e Instituições Financeiras

As ações dos governos federal, estadual e municipal, juntamente com programas de apoio, linhas de crédito e doações de instituições financeiras como o Banco do Brasil e a Caixa, têm sido cruciais para auxiliar os produtores na recuperação e reconstrução de suas propriedades. No entanto, a magnitude dos danos exigirá tempo e dedicação para ser completamente reparada.

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Impacto das Mudanças Climáticas e Previsões Futuras

As mudanças climáticas têm desempenhado um papel significativo nos eventos extremos que afetaram o Vale do Taquari e outras regiões do Brasil. A combinação de fenômenos como El Niño e La Niña, juntamente com o aquecimento global, está gerando eventos climáticos cada vez mais intensos e imprevisíveis. O futuro apresenta desafios, com previsões de El Niño persistindo e influenciando as condições climáticas até 2024.

Diante desse cenário, é crucial que a discussão sobre as mudanças climáticas seja priorizada entre os produtores rurais e os órgãos governamentais. A adaptação e a busca por soluções sustentáveis são essenciais para garantir a resiliência das comunidades agrícolas frente a esses desafios. A colaboração entre todos os envolvidos é fundamental para enfrentar os impactos das mudanças climáticas e proteger o futuro da agricultura no Vale do Taquari.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Produtores rurais do Vale do Taquari, que se estende a 40 municípios na região central do Rio Grande do Sul, estão amargando prejuízos causados pela passagem, em setembro, de um ciclone extratropical que provocou fortes chuvas.

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O mau tempo que atingiu o estado resultando na cheia do rio Taquari continuou até novembro. Os prejuízos das lavouras de soja, milho, trigo, aipim e tabaco não são os únicos. É que os produtores perderam gado, porcos e frangos, além da pecuária de corte e da produção de leite. O Vale do Taquari foi a área mais atingida no estado.

O coordenador da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), no Vale do Taquari, Marcos Hinrichsen, disse que ainda é preciso analisar a qualidade do solo após a erosão causada pelas enchentes.

“[É] uma avaliação de muito prejuízo com relação à erosão do solo, porque as chuvas torrenciais levaram muita terra boa embora. Perdeu-se muita qualidade de solo. Tem nos preocupado como podemos recuperar as terras para continuar produzindo, fora a questão de animais com uma perda bem grande, casas e galpões atingidos”, disse.

Passado o período de chuva e de levantamento dos danos, o trabalho de recuperação é intenso. O coordenador destacou que os impactos entre os produtores são diferentes. Tudo depende do que foi perdido. O esforço para a retomada está começando pelo plantio de soja em algumas propriedades.

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“Como são pequenas áreas, o agricultor precisa rapidamente fazer o plantio porque depende disso. Ele se organizou. Não dá para dizer que são 100%, mas naquilo que é possível ele está estruturando e plantando novamente. Cada caso é um caso”, afirmou, acrescentando que o resultado dos prejuízos das lavouras vai ser um baque na safra de grãos, como já ocorreu com a perda de 80%, 90% do trigo na região.

Prejuízos causados pelo clima

Segundo Hinrichsen, os produtores estão investindo dentro de suas possibilidades, mas ações dos governos federal, estadual e municipal têm sido realizadas para melhorar a condição de quem sofreu prejuízos. O perfil da região é de pequenas propriedades de até 15 hectares. “Mesmo quem não perdeu pelas cheias do rio, perdeu pelo excesso de chuvas”, acentuou.

A recuperação do solo tem apoio de programas do governo estadual de forma subsidiada, com análise da terra e adubação necessária. O Banco do Brasil abriu uma linha de crédito para ajudar os produtores, a Caixa desenvolve um programa de habitação no formato calamidade e há, ainda, doações que estão chegando às famílias.

“São várias frentes trabalhadas por órgãos dos governos federal, do estado e dos municípios, na medida do possível para auxiliar as famílias a viabilizar suas propriedades e continuar produzindo”, salientou.

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De acordo com o sindicalista, ainda não é possível avaliar em quanto tempo será concluída a recuperação. “Cada propriedade é uma realidade. Às vezes o rio tira mais de uma e na outra trabalha de forma diferente. Tem casos que acredito que levará anos para recuperar completamente se não houver uma outra enchente. Outras não necessitam tanto”, explicou, lembrando que durante os três anos antes de 2023 os agricultores sofreram com a estiagem.

Hinrichsen observou que há muito tempo o estado não passava por uma intensidade tão grande de chuvas e isso desanimou os produtores. “Muitos agricultores estão abalados psicologicamente e precisamos entender que o nosso bem maior é a vida e temos que reconstruir o nosso Vale do Taquari, que é tão pujante e com uma economia muito positiva e de muito trabalho”, disse.

Mudanças climáticas

As chuvas atingiram o Rio Grande do Sul em um mesmo momento em que ocorriam ondas de calor intenso no Sudeste e no Centro-Oeste. Esses fenômenos têm uma mesma explicação: as preocupantes mudanças climáticas que atingem o planeta.

“A estiagem e o excesso de chuvas precisam entrar na pauta do movimento sindical na agricultura familiar. As mudanças climáticas estão presentes e precisamos debater como podemos nos organizar para não ter essas surpresas que estamos tendo agora”, sustentou.

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“Se a gente olhar para fora do Brasil também está acontecendo isso. Na nossa casa comum, no nosso planeta, a situação é preocupante. Precisamos discutir isso”.

Temperatura

O climatologista do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Francisco Aquino, disse que – se não for o ano mais quente – 2023 vai repetir 2016 que alcançou patamar mais alto. Naquele ano, avaliações de cientistas da Nasa e da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa, na sigla em inglês) apontaram que foi o ano mais quente desde 1880, quando começaram os registros históricos de temperatura. Conforme os dados, a média da temperatura da superfície da terra em 2016 atingiu 0,94ºC acima da média registrada anteriormente: 13,9%.

Para o professor, 2023 é um ano totalmente anômalo com comportamento completamente diferente de outros considerados mais quentes até agora, o que, na sua avaliação, causa espanto o fato de o ano ter permanecido – a partir de junho – com temperaturas elevadas.

“Está nos assustando por conta de ver tanta energia nos oceanos e na atmosfera [em razão de] mudanças climáticas que estão encaminhando a ocorrência desses eventos extremos, mundo afora, inclusive no Brasil”, afirmou.

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Segundo o climatologista, a combinação complexa de tantos fenômenos ao mesmo tempo na Amazônia e nas regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste, que pode ser chamada popularmente de “tempestade perfeita”, infelizmente, foi vivida em 2023 em todo o planeta aliando o aquecimento dos oceanos à ocorrência do El Niño. “Os dois se combinam para gerar eventos extremos de todos os tipos”, enfatizou.

Aquino disse, ainda, que um El Niño forte só pode gerar impacto da magnitude que se verificou porque há oceano e atmosfera mais quentes, além do atual nível de desmatamento entre Amazônia, Cerrado e Pantanal. Entre 2020 e 2022, o fenômeno La Niña provocou eventos severos contrários. Enquanto a Amazônia passava por chuvas intensas, o sul enfrentava a estiagem.

Permanência

A ação do El Niño pode ser sentida ainda em 2024. Segundo o climatologista, os modelos oceânicos e atmosféricos indicam que há 50% de chance de o fenômeno estar presente em maio e, a partir de junho, começar a ocorrer a chamada configuração neutra que significa a volta ao normal.

“O detalhe é que já estará pelo meio de 2024, o que significa que o inverno do sul do Brasil ainda pode ter influência de chuva um pouco acima da média e ter temperatura e estiagem ou diminuição da chuva na região amazônica. Um El Niño forte ou um El Niño médio podem gerar um impacto importante”, avaliou, destacando que esse panorama é o que está sendo observado no momento para os próximos seis meses, o que não afasta a possibilidade de alterações.

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Perguntas Frequentes sobre os Prejuízos Causados pelo Ciclone no Vale do Taquari

Quais foram os prejuízos causados pelo mau tempo e enchentes no Vale do Taquari?

Além dos prejuízos nas lavouras de soja, milho, trigo, aipim e tabaco, os produtores também perderam gado, porcos e frangos, além da pecuária de corte e da produção de leite. A área mais atingida no estado foi o Vale do Taquari.

Como está sendo feita a recuperação do solo após as enchentes?

Programas do governo estadual estão subsidiando a recuperação do solo, com análise da terra e adubação necessária. Além disso, o Banco do Brasil abriu uma linha de crédito para ajudar os produtores, e a Caixa desenvolve um programa de habitação no formato calamidade. Doações também estão chegando às famílias afetadas.

Quais são os impactos das mudanças climáticas na agricultura familiar?

As mudanças climáticas são preocupantes e impactam diretamente a agricultura familiar. É necessário debater como organizar estratégias para lidar com as estiagens e os excessos de chuvas, que agora precisam entrar na pauta do movimento sindical na agricultura familiar.

Qual a previsão para a permanência dos efeitos do El Niño na região?

Os modelos oceânicos e atmosféricos indicam que há 50% de chance de o fenômeno permanecer em maio e, a partir de junho, começar a ocorrer a chamada configuração neutra, o que pode gerar impactos importantes na região.

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