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Quem sairá na frente ao aceitar rapidamente as mudanças climáticas no Portal DBO?

Noticias do Jornal do campo Soberano
Boa leitura!
Artigo: Como a ciência pode auxiliar os produtores rurais gaúchos diante das mudanças climáticas

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Introdução:

Diante das inúmeras intempéries enfrentadas pelo Rio Grande do Sul, como secas sucessivas e ciclones extratropicais, é importante discutir o papel da ciência na busca por soluções e inovações que possam auxiliar os produtores rurais da região. Para isso, entrevistamos o veterinário Júlio Barcellos, renomado professor e coordenador do Centro de Estudos de Sistemas e Cadeia Produtiva da Bovinocultura de Corte (NESPro) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Como os agricultores e criadores têm lidado com as mudanças climáticas?

Segundo o professor Barcellos, é perceptível que os produtores estão cientes da realidade trazida pelas mudanças climáticas e enfrentam grandes desafios em suas atividades. No entanto, ele ressalta que ainda é necessário o desenvolvimento de políticas públicas para aperfeiçoar a maneira como lidamos com essas mudanças.

Impacto do aquecimento global na pecuária de corte:

Na pecuária, os desafios são ainda maiores, já que essa atividade compõe uma das maiores cadeias produtivas do estado. Diferentemente da agricultura, a resposta da espécie não é imediata, mas ocorre a médio e longo prazo. No caso de suínos e aves, já existem sistemas altamente controlados, porém isso acarreta em custos adicionais, como consumo de energia para refrigeração. Para as espécies que trabalham em pastagens, as mudanças climáticas têm impactado diretamente no desempenho dos animais, levando à necessidade de seleção de genótipos mais adaptados.

Problemas enfrentados no dia a dia:

É importante ressaltar que não é apenas a média das temperaturas que afeta a produção animal, mas sim os picos de temperatura. Variações bruscas podem causar perdas reprodutivas nos animais, como mortes embrionárias e queda na qualidade do sêmen. A implantação da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), por exemplo, não tem conseguido superar esses desafios causados pelo ambiente. Portanto, fica evidente a necessidade de estudos e pesquisas para melhor entender e solucionar esses problemas.

Importância da pesquisa e investimento:

O professor Barcellos destaca que a pesquisa necessita de investimentos e é fundamental que haja uma maior eficiência na utilização dos recursos disponíveis. É essencial unir forças e integrar equipes para acelerar o desenvolvimento científico, pois nenhum pesquisador sozinho conseguirá solucionar todos os problemas. Além disso, políticas públicas bem direcionadas são necessárias para melhorar o ambiente de trabalho na pecuária, como a implementação de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e a garantia de fornecimento de água de qualidade.

Conclusão:

O enfrentamento das mudanças climáticas no setor agropecuário é um desafio complexo, mas a ciência e a pesquisa têm um papel crucial nesse processo. É fundamental que produtores, pesquisadores e o poder público trabalhem juntos para desenvolver soluções inovadoras, capazes de melhorar a produtividade e a competitividade da pecuária de corte no Rio Grande do Sul.

Perguntas frequentes:

1. Como as mudanças climáticas afetam a pecuária de corte?
2. Quais são os principais problemas enfrentados pelos produtores rurais gaúchos?
3. Qual é a importância da pesquisa científica para o setor agropecuário?
4. Como as políticas públicas podem auxiliar na adaptação às mudanças climáticas?
5. Quais medidas podem ser tomadas para garantir a qualidade de vida dos animais em ambientes com temperaturas extremas?

Esperamos que este artigo tenha contribuído para o seu entendimento sobre como a ciência pode auxiliar os produtores rurais gaúchos diante das mudanças climáticas. Continue acompanhando nosso portal para ficar por dentro das principais notícias e informações do agronegócio brasileiro.

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Diante de tantas intempéries vividas pelo Rio Grande do Sul, como sucessivas secas e nove ciclones extratropicais nos últimos três meses, o relatório do Portal DBO fui ouvir Júlio Barcellos, veterinário, doutor, professor do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do estado (UFRGS) e Coordenador do Centro de Estudos de Sistemas e Cadeia Produtiva da Bovinocultura de Corte (NESPro ), sobre como a corrida à produção científica pode apoiar os produtores rurais da região.

Veterinário Júlio Barcellos, coordenador do NESPro/UFGRS (Fotos: Arquivo pessoal)

Segundo o académico e investigador, “está bem, mas poderia fazer melhor e precisa de políticas públicas”.

Portal DBO – Como o professor avalia a aceitação dessa realidade trazida pelas mudanças climáticas que atingem a população gaúcha, por parte dos agricultores, principalmente dos criadores?

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Portal DBO – E como o aquecimento global afeta diretamente a pecuária de corte?

Barcelona- Na pecuária, os desafios são maiores, principalmente para a pecuária, onde forma a maior cadeia produtiva. A espécie não responde de imediato, como na agricultura, mas sim a médio e longo prazo. No caso de suínos e aves, já possuem um ambiente absolutamente artificializado no sul do país para compensar eventuais variações climáticas.

Porém, esse modelo com muita interferência no meio ambiente tem representado maiores custos de produção, pois, com mais dias de altas temperaturas, necessita de mais dias de refrigeração, o que exige maior consumo e disponibilidade de energia. Tudo isso afeta a produtividade que, para ser mantida, exigirá cada vez mais ajustes no controle ambiental.

“Para as espécies que trabalham em pastagens, percebo que a convenção das raças europeias para o Sul, das raças sintéticas para as áreas de transição e das raças zebuínas para as raças tropicais já não assina uma verdade absoluta. Note-se que as alterações climáticas, no mês de julho, trouxeram temperaturas máximas semelhantes às de janeiro, típicas de um clima subtropical e não mais temperado.”

Essa realidade impactou muito no desempenho dos animais, pois com esse calor eles comeram menos. Isso significa que os genótipos atualmente trabalhados deverão passar por seleção, o que de certa forma já está acontecendo, ainda que de forma muito lenta. O certo é que se não acertarmos com esses animais, a cadeia produtiva da carne bovina perderá competitividade. Você precisa de um motor adequado para um clima diferente.

Portal DBO – Quais problemas podemos perceber de forma mais incisiva no dia a dia?

Barcelona- É muito importante compreender que olhar para as temperaturas médias num único mês pode não refletir a dura realidade. O que atrapalha a produção animal são justamente os picos de temperatura. Num dia registrou 40ºC e no outro 20ºC, a média é de 30ºC.

Acontece que duas horas a 40ºC são suficientes para mortes embrionárias e perda de qualidade espermática em touros. E tudo isto é uma perda invisível, sentida apenas na queda da produtividade, que muitas vezes podemos ignorar, atribuindo os resultados a problemas nutricionais ou falhas de gestão.

“A IATF, por exemplo, que cresce em progresso geométrico no Brasil, não está conseguindo superar algumas barreiras. Porém, evidências científicas mostram que se, no dia da inseminação artificial, a temperatura estiver acima daquela confortável para o animal, ocorrem perdas significativas. E não adianta buscar responsabilidades no hormônio, no protocolo, na gestão ou no inseminador. Todo o problema está no meio ambiente.”

Alguns se perguntam se esse não era o caso há 10 ou 15 anos? A resposta é sim, mas com uma incidência muito menor. Portanto, as alterações climáticas levantam novas necessidades de investigação. Na NESPro trabalhamos com avaliação de touros em diversas regiões brasileiras, como Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e estados do Sul, monitorando a eficiência reprodutiva.

A qualidade do esperma é afetada, como no Rio Grande do Sul, mesmo nas raças sintéticas. A boa notícia é que em cada região desta região ainda encontramos indivíduos extremamente adaptados.

Por exemplo, identificamos que algumas linhagens Hereford, raça de clima frio, no calor de Minas Gerais, apresentam bom comportamento. Portanto, basta identificar, genotipar e multiplicar esses indivíduos e multiplicá-los.

Portal DBO – Mas as mudanças climáticas também trazem outros problemas como as doenças?
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Portal DBO – Não faltam recursos neste momento econômico do país?

Barcelona- É claro que toda a investigação necessita de investimento e, neste momento, entram em jogo políticas em torno de novas necessidades. Há, obviamente, falta de recursos, embora eu prefira defender a posição de que é necessária uma maior eficiência na utilização dos recursos disponíveis do que simplesmente clamar por mais. É preciso unir forças, integrar equipes, para que a pesquisa acelere, pois um pesquisador sozinho não resolverá nada. Também na ciência temos de fazer mais com menos.

Portal DBO – As políticas públicas bem direcionadas são a outra base para acompanhar as mudanças de forma produtiva?

Barcelona- Lá dentro, estou muito preocupado com a falta de uma política pública que melhore o ambiente para a pecuária. Por exemplo, quando falamos em Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) temos um ambiente muito mais favorável, oferecendo barreiras contra ventos gelados e sombra para proteção contra insolação de temperaturas escaldantes, etc.

Os criadores de carne bovina, fêmeas que precisam produzir um bezerro por ano, seriam muito beneficiados. Portanto, uma política pública que incentive a aplicação desta estratégia é uma ótima estratégia para melhorar o meio ambiente. Estas políticas forneceriam os recursos necessários para investir neste aspecto.

O fornecimento de água de qualidade é outro item negligenciado. Para se ter uma ideia, um gado de 500 kg bebe 50 litros de água por dia, em temperatura normal. Num dia de 40ºC, ele bebe 100 litros. Da mesma forma, os confinamentos terão de ser redimensionados em termos de disponibilidade de bebedouros e sombreamento para se adaptarem à nova realidade.


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