Sumário

1. Introdução

1.1 A mastite

1.2 Importância do monitoramento da saúde do úbere

1.3 Apresentação do teste de California Mastitis Test (CMT)

2. Monitoramento e identificação da mastite

2.1 Métodos diagnósticos para mastite subclínica

2.2 O teste de CMT

3. Procedimento para realização do teste de CMT

3.1 Posicionamento da bandeja e ordenha do leite

3.2 Eliminação do excesso de leite e adição do reagente de CMT

3.3 Mistura do leite e do reagente e interpretação dos resultados

4. Indicações para realização do CMT

4.1 Seleção de quartos mamários com mastite subclínica

4.2 Diagnóstico de mastite subclínica em vacas recém paridas

4.3 Monitoramento mensal de mastite subclínica em vacas

5. Indicadores de mastite subclínica

5.1 Prevalência de mastite subclínica

6. O impacto da mastite na produção de leite

6.1 Prejuízos econômicos

7. Conclusão

Gostou das nossas dicas? Possui alguma outra que gostaria de compartilhar com a gente?

A mastite pode se manifestar em duas principais formas: clínica e subclínica.

Nos casos de mastite clínica o leite apresenta alterações visíveis a olho nu, como por exemplo presença de grumos, coágulos, sangue, pus e leite aquoso, podendo ou não estar associados a um sintoma visual de inflamação do quarto mamário afetado.

Já a mastite subclínica é aquela em que há uma ausência dos sinais e sintomas visíveis no leite ou úbere. Porém, o quarto mamário afetado pode apresentar redução na produção e alteração na composição do leite.

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O monitoramento da saúde do úbere consiste em coletar e analisar regularmente informações e avaliação das práticas de manejo adotadas. Desta forma, a adoção de rotinas diagnósticas e monitoramento da saúde do úbere é uma ação indispensável para se ter sucesso no controle da mastite na fazenda.

Nesse texto traremos informações sobre a importância do teste de California Mastitis Test (CMT) para a avaliação e identificação de mastite subclínica, bem como o procedimento para realização do teste e sua interpretação, indicadores de mastite subclínica e suas referências, e também o impacto que a mesma pode provocar nos resultados da fazenda.

 

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Monitoramento e identificação da mastite

A avaliação da saúde do úbere é baseada em informações sobre a frequência de vacas doentes e sadias no rebanho, a causa da mastite e fatores de risco envolvidos (como por exemplo idade, estágio de lactação, época do ano) e a frequência de casos novos de mastite.

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Com isso, é essencial a adoção de métodos diagnósticos que sejam simples, confiáveis e acessíveis.

Como na mastite subclínica não é possível a identificação visual dos sintomas, o seu diagnóstico é realizado através de testes auxiliares:

  1. No tanque: Contagem de Células Somáticas do tanque (CCSt)
  2. Na vaca: Contagem de Células Somáticas por indivíduo (CCS)
  3. No quarto mamário: California Mastitis Test (CMT) e CCS.

O teste CMT (California Mastitis Test)

O CMT é um teste diagnóstico mais simples e prático para diagnosticar mastite subclínica ao pé da vaca.

O teste estima a CCS do leite baseado na viscosidade da solução de 2ml do reagente de CMT (detergente aniônico neutro) com 2ml de leite de cada quarto mamário. O reagente de CMT rompe as membranas nas células que estão presentes no leite, liberando o DNA que é de alta viscosidade.

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Abaixo você observa uma sequência de procedimentos para realização do teste de CMT:

  1. Posicionar a bandeja de acordo com os tetos e ordenhar cerca de 2ml de leite de cada quarto mamário.
  2. Eliminar o excesso de leite utilizando a 1ª marcação na raquete.
  3. Adicionar cerca de 2ml de reagente de CMT (até atingir a 2ª marcação da raquete).
  4. Misturar o leite e o reagente com movimentos circulares.
  5. Visualizar a viscosidade e atribuir escore de resultados de CMT.

Com isso, o resultado do CMT é dado em escores, de acordo com a viscosidade da mistura de leite e o regente de CMT: negativo, traços, +, ++ ou +++. Esses escores de CMT apresentam uma correlação positiva com a CCS do leite.

Abaixo observe a relação entre os resultados de CMT e CCS:

Tabela com o escore de resultados do CMT

Quando realizar o CMT?

As principais indicações para o uso do CMT são:

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  1. Selecionar os quartos mamários com mastite subclínica, em vacas diagnosticados com alta CCS em amostra composta de leite;
  2. Diagnostico de mastite subclínica em vacas recém paridas (5 a 7 dias de lactação);
  3. Monitoramento mensal de mastite subclínica em vacas, quando não for possível realizar CCS.

O CMT deve ser empregado apenas como diagnóstico para mastite subclínica e deve ser associado a uma cultura microbiológica do leite dos animais que obtiveram resultado positivo.

A cultura microbiológica é considerada o padrão ouro de diagnóstico de infecções intramamárias, entretanto pode ocorrer resultados negativos para o crescimento microbiano e isso não ser um indicativo de que o animal está livre de infecções.

A cultura aponta o agente causador da mastite, sendo um importante auxílio na tomada de decisão precisa para o tratamento e a escolha correta do antibiótico.

É de suma importância algumas medidas para o controle da mastite, como o programa dos 10 pontos recomendado pela National Mastitis Council (EUA):

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  1. Implantar rotinas de coleta de dados sobre sanidade do úbere;
  2. Definir metas e indicadores sobre sanidade do úbere de rebanhos leiteiros;
  3. Manter as vacas em ambiente limpo e confortável;
  4. Excelente rotina de ordenha;
  5. Rotina de manutenção e uso adequado do equipamento de ordenha;
  6. Tratamento da mastite clínica, quando recomendado;
  7. Controle de mastite na secagem;
  8. Descarte e/ou segregação de vacas com mastite crônica;
  9. Implantação de medidas de biossegurança contra a mastite contagiosa;
  10. Avaliação periódica das medidas de controle de mastite.

Manual de controle da mastite

Indicadores de mastite subclínica

O primeiro passo para avaliação da mastite subclínica se dá com a implantação da CCS individual de todas as vacas lactantes do rebanho, já que para o monitoramento da doença as informações de prevalência são essenciais.

A prevalência de mastite subclínica varia de acordo com ao número de novos casos e a duração das infecções.

Principais indicadores de mastite subclínica em rebanhos leiteiros

OBS: O ideal é que seja realizada a coleta de amostra para análise de CCS de vacas acima de 5 dias de parida, para evitar resultados falso positivos.

Fonte: Ruegg, P.L. 2011

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O impacto da mastite na produção de leite

Mesmo sendo desenvolvidas diversas estratégias de controle e prevenção, a mastite ainda é uma doença de grande impacto nas fazendas produtoras de leite, na indústria de laticínios e para os consumidores.

A doença dentro da fazenda é a causa da diminuição da produtividade da vaca e aumento dos custos de produção.

O conhecimento do impacto econômico da mastite na fazenda é de suma importância, principalmente para o produtor ter uma percepção real do custo associado a mastite visto que não são facilmente percebidos, como por exemplo o descarte de vaca e a susceptibilidade a outras doenças.

No Brasil, a perda da produção de leite proveniente da mastite subclínica é de aproximadamente 5% da produção total de leite, o que equivale a aproximadamente 1,75 bilhões de litros por ano (esta perda pode variar de acordo com a produção anual de leite).

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Os prejuízos podem afetar negativamente além dos produtores, toda a indústria de laticínios, pois ocasiona a queda de rendimento industrial de fabricação, diminuição da qualidade do leite, da vida de prateleira dos derivados lácteos e a menor competitividade dos produtos no mercado.

Conclusão

Desta forma, o uso de medidas que garantem o diagnóstico precoce da mastite subclínica na propriedade leiteira, como o CMT, é de extrema importância para reduzir o impacto negativo da mastite tanto na produção quanto no rebanho dentro da fazenda.

Para que o sistema implante técnicas como o CMT ou outros métodos de diagnósticos, é de suma importância ter uma equipe bem alinhada com os objetivos da fazenda.

Outro ponto também importante é deter um sistema para análise dos dados gerados como uma ferramenta de auxílio na tomada de decisão dentro da fazenda, aliando isso ao acompanhamento de profissionais qualificados que visem a busca por resultados positivos dentro do sistema.

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A importância do teste de California Mastitis Test (CMT) na avaliação e identificação da mastite subclínica

A mastite é uma doença que pode se manifestar de duas formas principais: mastite clínica e mastite subclínica. A mastite clínica é caracterizada por alterações visíveis no leite, como grumos, coágulos, sangue, pus e leite aquoso. Além disso, pode haver sinais visíveis de inflamação no quarto mamário afetado. Já a mastite subclínica é uma forma mais discreta da doença, na qual não há sinais visíveis no leite ou no úbere, porém pode haver redução na produção de leite e alteração na composição.

O monitoramento da saúde do úbere é essencial para o controle da mastite na fazenda. Isso envolve a coleta regular de informações e a avaliação das práticas de manejo adotadas. Neste texto, vamos abordar a importância do teste de California Mastitis Test (CMT) na avaliação e identificação da mastite subclínica, além do procedimento para realização do teste e sua interpretação, os indicadores de mastite subclínica e o impacto que essa doença pode causar nos resultados da fazenda.

Monitoramento e identificação da mastite

A avaliação da saúde do úbere é baseada em informações sobre a frequência de vacas doentes e sadias no rebanho, a causa da mastite e os fatores de risco envolvidos, como idade, estágio de lactação e época do ano. Para isso, é fundamental o uso de métodos diagnósticos simples, confiáveis e acessíveis.

No caso da mastite subclínica, em que os sintomas não são visíveis, o diagnóstico é realizado por meio de testes auxiliares. Existem diferentes métodos disponíveis, como a Contagem de Células Somáticas do tanque (CCSt), a Contagem de Células Somáticas por indivíduo (CCS) e o California Mastitis Test (CMT) realizado diretamente no quarto mamário.

O CMT é um teste diagnóstico simples e prático para identificar a mastite subclínica. O teste estima a CCS do leite com base na viscosidade de uma solução de reagente de CMT em combinação com o leite de cada quarto mamário. A solução de CMT rompe as membranas das células presentes no leite, liberando o DNA que tem alta viscosidade.

Procedimento para realização do teste de CMT

O teste de CMT é realizado da seguinte forma:

1. Posicione a bandeja de acordo com os tetos e ordene cerca de 2ml de leite de cada quarto mamário.
2. Elimine o excesso de leite utilizando a 1ª marcação na raquete.
3. Adicione cerca de 2ml de reagente de CMT (até atingir a 2ª marcação da raquete).
4. Misture o leite e o reagente com movimentos circulares.
5. Visualize a viscosidade e atribua um escore de resultado de CMT.

O resultado do teste de CMT é dado em escores, que variam de acordo com a viscosidade da mistura de leite e reagente de CMT: negativo, traços, +, ++ ou +++. Esses escores possuem uma correlação positiva com a CCS do leite.

Indicações e uso do CMT

O teste de CMT é indicado nas seguintes situações:

– Seleção dos quartos mamários com mastite subclínica em vacas com alta CCS em amostra composta de leite.
– Diagnóstico de mastite subclínica em vacas recém-paridas (5 a 7 dias de lactação).
– Monitoramento mensal de mastite subclínica em vacas quando não for possível realizar a CCS.

É importante ressaltar que o CMT deve ser utilizado apenas como diagnóstico para mastite subclínica e deve ser associado a uma cultura microbiológica do leite dos animais que apresentaram resultado positivo no teste. A cultura microbiológica é considerada o padrão ouro de diagnóstico de infecções intramamárias e fornece informações sobre o agente causador, auxiliando na escolha do tratamento adequado.

Impacto da mastite na produção de leite

Apesar das estratégias de controle e prevenção, a mastite ainda é uma doença com um grande impacto na produção de leite e na indústria de laticínios. Ela causa uma diminuição na produtividade das vacas e um aumento nos custos de produção. Além disso, a mastite pode levar ao descarte de vacas e torná-las mais suscetíveis a outras doenças.

No Brasil, estima-se que a perda na produção de leite devido à mastite subclínica seja de aproximadamente 5% da produção total anual, o que equivale a cerca de 1,75 bilhões de litros por ano. Essas perdas afetam não apenas os produtores, mas também a indústria de laticínios, prejudicando o rendimento industrial, a qualidade do leite e a competitividade dos produtos no mercado.

Conclusão

O uso de medidas para o diagnóstico precoce da mastite subclínica, como o teste de CMT, é fundamental para reduzir o impacto negativo da doença na produção e no rebanho. É importante contar com uma equipe bem alinhada aos objetivos da fazenda e utilizar ferramentas de análise de dados para auxiliar na tomada de decisão.

Além disso, é importante investir em medidas de controle da mastite, como a adoção do programa dos 10 pontos recomendado pela National Mastitis Council (EUA). Esse programa consiste em implementar rotinas de coleta de dados, definir metas e indicadores de saúde do úbere, manter um ambiente limpo e confortável, ter uma rotina de ordenha adequada, tratar a mastite clínica quando necessário, controlar a mastite na secagem, descartar ou segregar vacas com mastite crônica e implementar medidas de biossegurança contra a mastite contagiosa.

Por fim, é fundamental buscar o conhecimento e capacitação necessários para melhorar a produtividade, lucratividade e qualidade do leite produzido. O Curso Gestão na Pecuária Leiteira é uma opção para aprender técnicas e ferramentas que possam ser aplicadas na sua propriedade. Através do curso, é possível fazer pequenos ajustes que podem ter um grande impacto nos resultados. As aulas são online e ministradas por consultores experientes, que conhecem de perto os desafios dos produtores.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Importância do teste de California Mastitis Test (CMT) para a identificação da mastite subclínica

Procedimento para realização do teste de CMT

1. Posicionar a bandeja de acordo com os tetos e ordenhar cerca de 2ml de leite de cada quarto mamário.
2. Eliminar o excesso de leite utilizando a 1ª marcação na raquete.
3. Adicionar cerca de 2ml de reagente de CMT (até atingir a 2ª marcação da raquete).
4. Misturar o leite e o reagente com movimentos circulares.
5. Visualizar a viscosidade e atribuir escore de resultados de CMT.

Indicadores de mastite subclínica

– Prevalência da mastite subclínica no rebanho
– Número de novos casos e duração das infecções

Impacto da mastite na produção de leite

– Diminuição da produtividade da vaca
– Aumento dos custos de produção
– Queda de rendimento industrial de fabricação
– Diminuição da qualidade do leite e dos derivados lácteos

Medidas para o controle da mastite

1. Implantação de rotinas de coleta de dados sobre a sanidade do úbere
2. Definição de metas e indicadores sobre a sanidade do úbere do rebanho
3. Manutenção de um ambiente limpo e confortável para as vacas
4. Implementação de uma rotina de ordenha adequada
5. Tratamento da mastite clínica quando recomendado

Como aumentar produtividade, lucratividade e qualidade do leite?

O Curso Gestão na Pecuária Leiteira oferece a oportunidade de aprender técnicas e ferramentas comprovadas na prática, que podem ajudar a transformar os resultados da sua propriedade. As aulas são 100% online e ministradas por consultores experientes no setor.

Perguntas e respostas

O que é mastite clínica?

A mastite clínica é uma forma de mastite em que o leite apresenta alterações visíveis, como presença de grumos, coágulos, sangue, pus e leite aquoso, podendo estar associados a sintomas visíveis de inflamação do mamário afetado.

O que é mastite subclínica?

A mastite subclínica é uma forma de mastite em que não há sinais visíveis no leite ou no úbere, mas pode haver redução na produção e alteração na composição do leite.

O que é o teste de California Mastitis Test (CMT)?

O CMT é um teste diagnóstico utilizado para identificar mastite subclínica. Ele estima a contagem de células somáticas no leite com base na viscosidade de uma solução de reagente de CMT misturada com o leite do quarto mamário.

Quando deve ser realizado o teste de CMT?

O teste de CMT pode ser realizado para selecionar quartos mamários com mastite subclínica, diagnosticar mastite em vacas recém paridas ou realizar o monitoramento mensal da mastite subclínica em vacas.

Qual a importância do controle da mastite na fazenda?

O controle da mastite na fazenda é fundamental para reduzir o impacto negativo da doença na produção, no rebanho e na indústria de laticínios. Medidas de controle, como o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, podem melhorar a produtividade, a qualidade do leite e a lucratividade da fazenda.

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