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Boa leitura!
O agronegócio brasileiro possui um papel fundamental na economia do país, sendo responsável por uma das principais commodities produzidas e exportadas: a soja. Com uma produção que atinge números expressivos, o Brasil se destaca como um dos maiores produtores e exportadores de soja do mundo, contribuindo para o suprimento da demanda global. Neste artigo, vamos explorar a Abertura Nacional do Plantio de Soja – Safra 2023/24, destacando os desafios enfrentados pelo setor e as perspectivas para o mercado brasileiro.

A Abertura Nacional do Plantio de Soja – Safra 2023/24 ocorreu recentemente em Jaciara, sul de Mato Grosso, na Fazenda Aymoré do Grupo Giacomelli. O evento reuniu cerca de 400 pessoas e marcou o início da colheita nacional da oleaginosa, que tem um potencial produtivo de 163 milhões de toneladas. Além do desfile dos plantadores, foram realizados dois painéis que discutiram os Desafios de Armazenamento e as Perspectivas de Mercado, sendo este último marcado por um importante anúncio: a Abertura Nacional da Colheita da Soja será realizada em 1º de março, em Tapera, Rio Grande do Sul, uma data que marca os 100 anos da chegada da soja ao Brasil.

Durante a cerimônia de abertura, foi ressaltado o papel do Brasil como celeiro do mundo, deixando para trás sua condição de importador de alimentos. O presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Fernando Cadore, enfatizou a importância da qualidade da agricultura praticada no país, destacando as famílias como a Giacomelli, que expandiram suas terras em busca de uma agricultura de excelência.

No entanto, um dos principais desafios enfrentados pelo setor do agronegócio é a falta de armazenamento adequado. Apesar de uma produção expressiva de grãos na safra passada, cerca de 315 milhões de toneladas, o déficit de armazéns no Brasil ultrapassa os 60%, sendo considerado um gargalo tanto para o estado de Mato Grosso quanto para o país como um todo. O baixo acesso ao crédito e a burocracia para construção de armazéns são entraves para a solução desse problema.

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A conscientização dos produtores em relação à importância do armazenamento também é fundamental. É necessário reduzir a evolução das máquinas de compra e priorizar o investimento em estruturas de armazenamento para assegurar o escoamento da produção e evitar perdas. A diretora executiva do Casp, Anelise Marques, reforçou a dificuldade de acesso ao crédito devido à burocracia e aos altos custos, ressaltando que nos Estados Unidos, 66% dos armazéns estão nas fazendas, enquanto no Brasil, apenas 15% possuem essa estrutura.

Outro ponto abordado durante os painéis foi o Plano Safra, que anuncia recursos recordes para o setor, porém, não atinge os produtores de maneira efetiva. A dificuldade de acesso ao crédito e a falta de políticas de desburocratização são entraves para o desenvolvimento do setor. Além disso, a falta de planejamento na comercialização da safra é evidente, com menos de 20% da safra futura negociada. A falta de armazenamento e de capacidade portuária podem comprometer a comercialização da soja nos próximos meses.

No mercado internacional, a produção de soja nos Estados Unidos enfrenta desafios devido ao El Niño, que trouxe menos chuvas ao cinturão agrícola do país. O Brasil, por sua vez, está preparado para enfrentar as adversidades climáticas e a incidência de doenças na lavoura, como a ferrugem asiática. No entanto, é necessário um maior planejamento na comercialização da safra, evitando problemas de armazenamento e capacidade portuária.

No contexto global, a China se destaca como o maior consumidor de soja, impulsionando a demanda por essa commodity. Apesar do excesso de oferta e da pressão exercida pelos preços, a procura chinesa continua forte, o que contribui para a estabilidade do mercado. As exportações brasileiras de soja devem atingir números expressivos, fechando o ano com cerca de 98 milhões de toneladas exportadas.

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Em conclusão, o agronegócio brasileiro mostra-se competitivo e eficiente na produção e exportação de soja. No entanto, desafios como a falta de armazenamento adequado, dificuldades de acesso ao crédito e planejamento na comercialização da safra são entraves que precisam ser superados. A conscientização dos produtores, a busca por soluções para o déficit de armazenamento e a implementação de políticas de desburocratização são essenciais para impulsionar o setor. Acompanhar as tendências do mercado internacional, principalmente a demanda chinesa, é fundamental para garantir a competitividade e o crescimento sustentável do agronegócio brasileiro.

Agora, vamos responder a cinco perguntas frequentes sobre o mercado de soja:

1. Qual é a perspectiva de produção de soja para a safra 2023/24?
A perspectiva de produção de soja para a safra 2023/24 é de 163 milhões de toneladas no Brasil, sendo um dos principais produtores e exportadores mundiais dessa commodity.

2. Quais são os principais desafios enfrentados pelo setor do agronegócio em relação ao armazenamento de soja?
O principal desafio é a falta de armazéns adequados para a quantidade produzida, o que gera perdas e dificuldades no escoamento da safra. A burocracia e os custos de construção de armazéns também são entraves para o setor.

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3. O que é necessário para melhorar o acesso ao crédito para os produtores de soja?
É necessário reduzir a burocracia e os custos para o acesso ao crédito destinado à infraestrutura de armazenamento. Uma política de desburocratização eficiente é fundamental para solucionar esse problema.

4. Como o mercado internacional, principalmente a China, influencia o mercado de soja no Brasil?
A China é o maior consumidor de soja do mundo e sua demanda tem um grande impacto no mercado global. O Brasil, como um dos principais exportadores de soja, tem sua produção e comercialização diretamente influenciadas pela demanda chinesa.

5. Quais são as perspectivas para o futuro do mercado de soja no Brasil?
As perspectivas são positivas, com a expectativa de aumento na demanda global por soja devido ao crescimento da população e à maior demanda por alimentos. O Brasil possui condições favoráveis para aumentar sua produção e exportação, desde que sejam superados os desafios relacionados ao armazenamento e ao acesso ao crédito.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
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A Abertura Nacional do Plantio de Soja – Safra 2023/24 foi realizada na manhã desta sexta-feira (29), em Jaciara, sul de Mato Grosso, e reuniu cerca de 400 pessoas na Fazenda Aymoré, do Grupo Giacomelli, que pretende semear a oleaginosa em 1,7 mil hectares.

As máquinas foram a campo para dar início a uma colheita nacional cujo potencial produtivo atinge 163 milhões de toneladas do grão. Além do desfile dos plantadores, o evento reuniu especialistas da cadeia da oleaginosa em dois painéis: Desafios de Armazenamento e Perspectivas de Mercado.

Na cerimônia de abertura, o presidente da Canal Rural, Julio Cargnino fez um grande anúncio. A Abertura Nacional da Colheita da Soja já tem data e local definidos: 1º de março, em Tapera, Rio Grande do Sul. “É uma data significativa porque em 2024 completarão 100 anos da chegada da soja ao Brasil.”

O presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT)Fernando Cadore, destacou que o Brasil passou de importador de alimentos a celeiro do mundo em poucas décadas.

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“Por isso famílias como Giacomelli e muitas outras deixaram suas terras e foram explorar outras áreas para fazer uma agricultura de qualidade”.

Déficit de armazenamento

Quais são os principais destaques da Abertura Nacional do Plantio da Soja em relação ao déficit de armazenagem e à perspectiva de mercado? 6

O presidente da Aprosoja-MT lembrou que o Brasil produziu 315 milhões de toneladas de grãos na safra 2022/23, sendo 155 milhões só de soja, mas o grande problema persiste: falta de armazéns.

Assim, o que poderia ser uma solução para o país acaba por ser um problema devido a este défice, que ultrapassa os 60% a nível nacional. “É um dos principais gargalos do estado de Mato Grosso e do Brasil. No maior estado produtor do país, a capacidade de armazenamento é inferior a 50%”.

Cadore acredita que a disponibilidade de crédito no Brasil não foi criada para que o produtor tenha armazenamento dentro de sua propriedade. “Se uma correia de uma colhedora quebrar e o agricultor tentar substituí-la, ele pode sair do armazém com uma máquina nova, mas construir um armazém não tem a mesma facilidade”, destaca.

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Para ilustrar o problema, ele traça um paralelo: “Produzir sem ter armazém é o mesmo que ter uma sorveteria com freezer por apenas 50% dos sorvetes que tem.”

Conscientização do produtor

Segundo o representante da entidade, o problema também afeta a consciência do produtor. “É preciso reduzir a evolução das máquinas de compra e pensar no armazenamento. Não adianta ter máquinas novas se o caminhão está na fila de embarque por falta de espaço para armazenar a produção”.

A diretora executiva do Casp, Anelise Marques, que também compôs o painel sobre os desafios da armazenagem no Brasil, destacou que os produtores não conseguem ter acesso ao crédito devido ao excesso de burocracia e, também, ao custo para o Brasil.

“A taxa de juros para infraestrutura de armazenamento nos Estados Unidos é de 3,6%. No Brasil, quando um produtor atinge a alíquota de 8,5% é um milagre. Não temos uma política séria de desburocratização no acesso ao crédito para este problema.”

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Segundo ela, nos Estados Unidos, 66% dos armazéns estão nas fazendas. No Brasil, apenas 15%. “O produtor que armazena na fazenda tem liberdade econômica.”

Plano de colheita não chega ao fim

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Quais são os principais destaques da Abertura Nacional do Plantio da Soja em relação ao déficit de armazenagem e à perspectiva de mercado? 7

Para Anelise, cada Plano Safra anuncia um recorde de recursos, mas o dinheiro não chega ao fim. “Os produtores, sejam eles pequenos, médios ou grandes, têm dificuldade de acessar esse crédito. Acredito que há boa vontade e discurso deste atual governo, mas, na realidade, no dia a dia, o dinheiro não chega.”

Segundo ela, o produtor rural se esforça todos os dias para aumentar a produtividade em uma saca de grão por hectare, mas na hora do escoamento o país perde 36 milhões de toneladas por falta de armazéns.

Mercado brasileiro de soja

O Brasil foi responsável por 40% da produção mundial de soja. “Fecharemos o mês de setembro com 86 milhões de toneladas de grãos exportadas no acumulado do ano, número que já equivale ao recorde de 2021, faltando três meses para o ano terminar”, afirma o diretor de Conteúdo do Canal Rural , Giovani Ferreira, durante painel Perspectivas de Mercado.

Além disso, Ferreira destaca que o Brasil vem agregando valor à commodity. “Fechamos o mês de setembro com um acúmulo anual de 2,5 milhões de toneladas de óleo e mais de 20 milhões de toneladas de farelo.”

Contexto internacional

O analista de mercado, Vlamir Brandalizze, lembrou que a colheita de soja nos Estados Unidos caminha com produção 15% abaixo do potencial, reflexo do El Niño que trouxe menos chuvas ao cinturão agrícola do país desde o início da colheita.

Segundo ele, o fato de o Paraguai ter começado a plantar a oleaginosa mais cedo e sofrer com a alta incidência de ferrugem asiática não é um problema grave para o Brasil. “Nossos produtores estão preparados para enfrentar a ferrugem de forma mais tranquila, além de estarem preparados para os problemas climáticos que os verões trazem.”

Porém, Brandalizze afirma que o produtor comete o mesmo erro da safra passada no que diz respeito à comercialização. “Neste momento temos menos de 20% da safra futura negociada, quando o normal seria entre 35% e 40%. Chegaremos em março, abril e maio com muita soja para comercializar novamente, o que não seria problema se tivéssemos armazenamento e capacidade portuária.”

Apetite chinês

China
Foto: Freepik

O mundo deverá produzir cerca de 400 milhões de toneladas de soja nesta próxima safra, segundo estimativas da Safras & Mercado. Segundo o analista de mercado da consultoria, devido ao excesso de oferta e à pressão exercida por Chicago e pelos prêmios, a tendência é de preços negativos para 2024.

“No entanto, não temos problemas de demanda. Estamos sendo surpreendidos com a China comprando mais do que o esperado do Brasil. Devemos fechar 2023 com exportações em torno de 98 milhões de toneladas.”

Neste contexto, Brandalizze destaca que as explorações suinícolas chinesas tinham uma capacidade entre 200.000 e 220.000 suínos em 2022, enquanto hoje as novas estruturas permitem até 600.000 suínos. “A escala e a procura estão a crescer e com a soja e o milho baratos, a procura por carne aumentará.”

Assista à íntegra da Abertura Nacional do Plantio da Soja:

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